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LITERATURA

‘A Literatura não nasceu no dia em que um


menino gritando lobo!, lobo! veio correndo
pelo vale de Neandertal com um grande lobo
cinzento no seu encalço, a Literatura nasceu
no dia em que um menino veio gritando
lobo!,lobo! E não havia lobo nenhum atrás
dele, (...) Literatura é invenção...’
Vladimir Nabokov
Barroco

Aspectos históricos
Estilo Barroco
Filosofia Barroca

A principal temática barroca está centrada na


busca de salvação, nas questões
transcendentes,ou seja, fazendo o ser humano
buscar justificativas para sua existência.
Características do Barroco
• Linguagem complicada, excessivamente trabalhada, através
de:
- expressões eruditas;
- sintaxe rebuscada, com uso freqüente da ordem inversa;
- repetições;
- paralelismo;
- uso abusivo de figuras de linguagem, principalmente
antíteses, hipérboles, paradoxos e metáforas;
- uso freqüente de frases interrogativas;
• Tentativa de conciliação entre a religiosidade e o
racionalismo: há uma constante oscilação entre os dois
opostos.
Características do Barroco
• Uso de contrastes: as idéias opostas seduzem o barroco; os
textos mostram choques entre amor e dor, vida e morte,
religiosidade e erotismo, juventude e velhice etc.
"O alegre do dia entristecido
o silêncio da noite perturbado,
o resplendor do sol todo eclipsado
o luzente da lua desmentido."
Pessimismo: conflito entre o eu e o mundo.

Nasce o sol e não dura mais que um dia. (antítese vida/morte)


Depois da luz, se segue a noite escura, (ant. claro/escuro)
Em tristes sombras morre a formosura, (ant.feio/belo)
Em contínuas tristezas a alegria. (ant. tristeza/alegria)
• Preocupação com a transitoriedade da vida: por ser
curta, a vida não permite que o homem a viva
intensamente, como seria seu desejo.

Goza, goza da flor da mocidade,


Que o tempo trata a toda ligeireza,
E imprime em toda a flor sua pisada.
Ó não aguardes que a madura idade
Te converta essa flor, essa beleza,
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada
Duas correntes se distinguem na
Literatura Barroca
Cultismo/Gongorismo
Conceptismo/Quevedismo
• É o jogo das palavras, o estilo • É o jogo de idéias ou conceitos,
trabalhado com a linguagem de conformidade com a técnica
dirigida aos sentidos. de argumentação, sem a
Predominam hipérboles aparência brilhante do Cultismo,
(alteração da ordem natural das procurava economizar palavras e
palavras na oração ou no imagens. É comum o uso de
período) e metáforas: diamantes antíteses, paradoxos ou juízos
significando dentes ou olhos; contrários ao senso comum.
cristal = água ou orvalho; cravo • “Intelectual”
ou rubi = boca e etc. • Frequente na prosa
• Dominante na poesia
Influenciado pelo poeta espanhol
Influenciado pelo poeta espanhol Luís de Quevedo
Luís Gôngora
Dou        pruden         nobre, huma        afá
        to,              te,                        no,        vel,
Re              cien                 benig        e aplausí
Úni                singular ra                     inflexí
              co,                  ro,                         vel
Magnífi                   precla                    incompará
Do mun                grave Ju                            inimitá
            do                         is                              vel
Admira                    goza    o aplauso            crí
Po    a trabalho tan              e t                      terrí
    is                    to               ão                         vel
Da               pron        execuç    sempre incansá
Voss      fa   Senhor sej                  notór
        a            ma                    a                  ia
L            no cli      onde   nunc     chega o d
Ond            de  Ere    só se      tem      memór
            e                bo                                 ia
Para qu              gar                tal,         tanta energ
po                de   tod        est         terr      é gentil glór
              is                a        a            a                      ia
Da ma            remot        sej          um              alegr
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.

O demo a viver se exponha,


Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Dou        pruden         nobre, huma        afá
        to,              te,                        no,        vel,
Re              cien                 benig        e aplausí
Úni                singular ra                     inflexí
              co,                  ro,                         vel
Magnífi                   precla                    incompará
Do mun                grave Ju                            inimitá
            do                         is                              vel
Admira                    goza    o aplauso            crí
Po    a trabalho tan              e t                      terrí
    is                    to               ão                         vel
Da               pron        execuç    sempre incansá
Voss      fa   Senhor sej                  notór
        a            ma                    a                  ia
L            no cli      onde   nunc     chega o d
Ond            de  Ere    só se      tem      memór
            e                bo                                 ia
Para qu              gar                tal,         tanta energ
po                de   tod        est         terr      é gentil glór
              is                a        a            a                      ia
Da ma            remot        sej          um              alegr
• “A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é
que vos comeis uns aos outros. Não só vos comeis uns
aos outros, senão que os grandes comem os
pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se
os pequenos comeram os grandes, bastara um
grande para muitos pequenos; mas como os grandes
comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem
mil, para um só grande e para que vejais como estes
comidos na terra são os pequenos, e pelo mesmos
modos que vós vos comeis no mar...”
• “Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou
ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois
imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito
é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o
roubar com muito, os Alexandres… O ladrão que furta para
comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão mas
que levam, de que eu trato, são os outros – ladrões de maior
calibre e de mais alta esfera… Os outros ladrões roubam um
homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam
debaixo de seu risco, estes, sem temor nem perigo: os outros
se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam.”
Barroco na Colônia (Brasil)
• Assim como Portugal o Brasil esteve sob domínio
espanhol de 1580 a 1640.
• Início do Barroco no Brasil foi em 1601 com a
publicação do poema Prosopopéia de Bento Teixeira
Pinto.
• O final se deu em 1768 com a publição de Obras
Poéticas de Claudio Manuel Costa iniciando o
Arcadismo.
• A arte barroca no Brasil foi diferente daquela que se
implantou na Europa (cultura negra/nativa).
• Exemplo literatura encomiástica (criada c/
intenções bajulatórias).

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