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Teorias do Desenvolvimento

Psicanálise
Behaviorismo
Sigmund Freud (1856-1939)

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Psicanálise
Biografia - Sigmund Freud
Nasceu em 6 de maio de 1856. O pai de Freud, um
comerciante judeu de posses modestas, levou a família para
Alemanha (1859), seguindo para Viena (1860), onde Freud
viveu até 1939.

Pretendia estudar Direito, mas decidiu seguir Medicina,


interessado na área de pesquisas. Ingressou na Universidade
de Viena em 1873.

Como aluno, Freud iniciou um trabalho de pesquisa sobre o


sistema nervoso central e formou-se médico em 1881. De
1884 a 1887, Freud publicou vários artigos sobre cocaína.

Casou-se com Martha Bernays em 1886. O casal teve seis


filhos.
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Biografia - Sigmund Freud
O termo "psicanálise"* (associação livre) foi concebido
por Freud em 1896. Devida à morte de seu pai, Freud
iniciou sua auto-análise em 1897, ao examinar seus sonhos
e fantasias.

A Interpretação de Sonhos, o qual Freud considerou


como sendo o mais importante de todos os seus livros*,
foi publicado em 1899.

Foi nomeado Professor na Universidade de Viena e fundou


a "Sociedade das Quartas-feiras" em 1902 (reunião
semanal de amigos, em sua casa, com o propósito de
discutir os trabalhos que vinha desenvolvendo), a qual veio
a se tornar a Associação de Psicanálise de Viena, em 1908.
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Biografia - Sigmund Freud
Freud descobriu que sofria de câncer da
boca em 1923 e, mesmo assim, manteve-
se produtivo, durante dezesseis anos,
tolerando tratamentos constantes e
dolorosos e resistindo a 33 cirurgias.

Sigmund Freud faleceu aos 83 anos de


idade, no dia 23 de setembro de 1939,
em Londres.

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Psicanálise
O termo Psicanálise refere-se a:
Uma teoria: conjunto de conhecimentos
sistematizados sobre a vida psíquica;
Um método de investigação: caracterizado
pelo método interpretativo, que busca o
significado oculto daquilo que é manifesto por
meio de ações e palavras ou pela produções
imaginárias, como os sonhos, os delírios, as
associações livres, os atos falhos;
Uma prática profissional: refere-se à forma
de tratamento – a análise – que busca o
autoconhecimento.
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Psicanálise
Freud propôs duas tópicas (teorias sobre a
constituição do aparelho psíquico):

 1ª Tópica: Inconsciente, Subconsciente e


Consciente;

 2ª Tópica: Superego (Supereu - normas


sociais interiorizadas), Id (Infra-eu – fonte
de pulsões) e Ego (Eu – mediador entre as
pressões do Superego e do Id.)

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1ª Tópica
O psiquismo humano é
encarado por Freud como um
icebergue, do qual apenas uma
pequena parte emerge da
superfície da água.

A parte emersa corresponde


ao consciente . Nele estão os
raciocínios, os pensamentos e
as percepções que a pessoa é
capaz de voluntariamente
evocar e controlar segundo
as suas necessidades ou
desejos e conveniências do
meio social.
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1ª Tópica
Freud refere-se ainda ao pré-consciente (faz a ligação
entre o consciente e o inconsciente), o qual corresponde, no
icebergue, a uma zona flutuante de passagem entre a
parte visível e a oculta.

É constituído por conteúdos psíquicos (memórias,


conhecimentos armazenados) que podem ser recuperados
de forma relativamente fácil. A sua função é impedir a
manifestação de pulsões socialmente inaceitáveis,
ocorrendo o recalcamento.

O recalcamento é um processo normal e indispensável ao


equilíbrio psicológico e social do indivíduo; porém, há limites
para além dos quais pode ocasionar o aparecimento de
comportamentos neuróticos. É em especial destes casos que
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a psicanálise se ocupa.
1ª Tópica
 A parte submersa corresponde ao inconsciente, formado
por instintos, pulsões e desejos, muitos dos quais são
socialmente inaceitáveis.

 O inconsciente é como um vasto contentor, onde estão


depositados impulsos e motivos de base biológica.

 As duas categorias de instintos existentes no


inconsciente humano são Eros (deus grego do amor) e
Thanatos (deus grego da morte).

 Eros simboliza o instinto de vida que assegura as


necessidades básicas: alimento, bebida, sexo;
 Thanatos representa o instinto de morte que está
presente em todos os comportamentos agressivos e
destrutivos.
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2ª Tópica
A 2ª tópica que para além de apresentar uma
visão mais completa da 1ªtópica, integrando os
níveis psíquicos: inconsciente, pré-consciente e
consciente, descreve, também, de modo mais
adequado a interação dinâmica entre as
instâncias psíquicas ou estruturas que asseguram
determinadas funções.

São elas ID, EGO e SUPEREGO - estruturas


essenciais da personalidade e que nos
acompanham, ao longo de toda a vida.

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ID
Viver segundo o princípio do prazer: o seu
objetivo é a procura do equilíbrio e
redução de tensão.

Para isso, utiliza dois processos: as ações


reflexas - reações automáticas e inatas
(movimentos involuntários, reflexos como
pestanejar e espirrar) que geralmente
reduzem a tensão imediatamente e o
processo primário do pensamento – tenta-
se descarregar a tensão formando a
imagem mental do objeto que irá remover
essa mesma tensão e satisfazer a
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necessidade.
SUPEREGO

É regido pelo princípio da moralidade.

É a força moral da personalidade,


instância que pressiona o Ego para este
controlar as pressões do ID,
estabelecendo as normas e as regras
sociais.

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EGO

Vive segundo o princípio da realidade e o


processo secundário do pensamento (o
processo secundário é o pensamento
realista, um processo voluntário, lógico,
planeado, racional e controlado .

 É a instância mediadora entre os impulsos


do Id e os limites morais do Superego.

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Sexualidade e Libido
Libido: é uma fonte original de energia afetiva que
mobiliza o organismo na perseguição de seus
objetivos;
A libido sofre progressivas organizações durante o
desenvolvimento, em torno de zonas erógenas
corporais;
Uma fase de desenvolvimento é uma organização da
libido em torno de uma zona erógena, dando uma
fantasia básica e um tipo de relação de objeto;
A libido é uma energia voltada para a obtenção de
prazer;
É uma energia sexual no sentido de que toda busca
por afeto ou prazer é erótica ou sexual;
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Sexualidade e Libido
Há uma tendência natural para o desenvolvimento
sucessivo das fases;
Caso surja uma angustia muito forte num dado
momento da evolução, como resultado do temor de
se ligar a um objeto, cria-se um ponto de fixação;
A fixação é um momento no processo evolutivo
onde paramos, por não poder satisfazer um desejo;
O ego se torna mais frágil;
Se a angústia for muito forte, ocorre a regressão;
A neurose é definida por Freud como um
infantilismo psíquico;

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Fases do Desenvolvimento
Psicossexual

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Fase Oral – nascimento ao 1º ano
Ao nascer, o bebê perde a relação simbiótica que
possuía com a mãe;
A criança inicia sua adaptação ao meio;

Respirar marca o ponto inicial da independência


humana;
A luta inicial é pela manutenção do equilíbrio
homeostático;
Ao nascer, a estrutura inicial mais desenvolvida é a
boca
É pela boca que o bebê começara a provar e
conhecer o mundo;
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Fases do Desenvolvimento – Fase Oral
A primeira e mais importante descoberta afetiva: o
seio;
O seio é o depositário de seus primeiros amores e
ódios
Neste momento o bebê ama pela boca e a mãe ama
pelo seio;
A libido está organizada em torno da zona oral e o
tipo de relação será a incorporação;
A criança incorpora o leite e o seio e sente ter a
mãe dentro de si;
Resquícios nos comportamentos adultos: o
canibalismo e a comunhão;
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Fases do Desenvolvimento – Fase Oral

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Fase Anal – 1 a 3 anos
No segundo ano de vida, a libido passa da
organização oral para a anal;

No segundo e terceiro anos de vida, dá-se a


maturação do controle muscular na criança;

É o período em que se inicia o andar, o falar e em


que se estabelece o controle dos esfíncteres;

Desenvolve-se o sentimento de que a criança tem


coisas suas, coisas que ela produz e pode ofertar
ou negar ao mundo;

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Fase Anal – 1 a 3 anos

A libido passa a organizar-se sobre a


zona erógena anal;

A fantasia básica será ligada ao valor


simbólico das fezes;

As relações serão estabelecidas em


termos de projeção ou controle;

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Fase Anal – 1 a 3 anos
O Valor Simbólico dos Produtos Anais
Quando a criança ama e sente que é amada pelos
pais, cada elemento que a criança produz é
sentido como bom e valorizado;

A criança sente-se livre e estimulada a produzir;

Caso as relações de angústia predominem sobre


as relações de amor, os primeiros produtos
infantis passam a ser armas destrutivas que
agridem o mundo;

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Fase Anal – 1 a 3 anos

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Fase Fálica – 3 a 5 anos
Por volta dos três anos de idade, a libido passa a se
organizar sobre os genitais;
Desenvolve-se o interesse infantil pelos genitais;
A masturbação torna-se frequente e normal;
A preocupação com as diferenças sexuais contaminam
até a percepção dos objetos;
A discriminação entre os sexos se dá pela presença ou
ausência do pênis;
A vagina é ainda desconhecida;
A erotização dos genitais traz a fantasia de meninos e
meninas serem possuidores de um pênis;
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Fase Fálica – 3 a 5 anos
A tarefa básica deste momento consiste em
organizar os modelos de relação entre o homem e a
mulher;

Forma-se na criança uma espécie de busca de prazer


junto ao sexo oposto;

É aprendendo a amar em casa que a criança se


tornará o adulto capaz de amar fora;

Se aprender a amar é uma relação positiva, o amor


incestuoso é uma relação proibida;

O esquema repressor é desencadeado com a entrada


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do pai em cena;
Fase Fálica – 3 a 5 anos
O pai coloca-se como um interceptor entre o filho
e a mãe;
O menino mescla sentimentos de amor e ódio pelo
pai;
A criança configura o desejo de eliminar aquele
que lhe impede o acesso a mãe – Complexo de
Édipo;
O menino teme ser castrado pelo pai, como
punição, e é obrigado a reprimir a atração sentida
pela mãe;
Com esta repressão fica encerrada a etapa fálica
infantil, mas o modelo de busca de um amor
heterossexual foi estabelecido;
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Fase Fálica – 3 a 5 anos

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Período de Latência – 6 a 12 anos
Com a repressão do Édipo, a libido fica
deslocada de seus objetivos sexuais;

A energia sexual reprimida não pode ser


eliminada;

É canalizada para o desenvolvimento intelectual


e social da criança através da sublimação;

É um período intermediário entre a genitalidade


infantil e a adulta;

Não há nova organização de zona erógena;


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Período de Latência – 6 a 12 anos

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Fase Genital – 12 a 18 anos
Alcançar a fase genital constitui atingir o pleno
desenvolvimento do adulto normal;
Aprendeu a amar, trabalhar e competir;
Discriminou seu papel sexual;
Desenvolveu-se intelectual e socialmente;
É capaz de amar num sentido genital amplo e de
definir um vínculo heterossexual significativo e
duradouro;
Sua capacidade orgástica é plena e ligada a
capacidade de amar;
A procriação é a finalidade da vida e os filhos
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fonte de prazer;
Fase Genital – 12 a 18 anos

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Complexo de Édipo
 O Complexo de Édipo surge numa fase que é denominada por
estágio fálico, que se verifica dos 3 aos 5/6 anos.
 É durante este período que as crianças descobrem que o corpo
da mulher e do homem apresentam diferenças um do outro.
 Começam, então, a explorar o seu próprio corpo, apercebendo-
se que a relação entre as pessoas envolve elementos de
natureza sexual. É também nesta fase que as crianças vivem a
sua primeira experiência de amor heterossexual. O menino
alimenta uma especial atração pela mãe, ao mesmo tempo que
desenvolve uma agressão competitiva em relação ao pai. Pelo
contrário, a menina desenvolve a especial atração pelo pai,
vendo a mãe como um obstáculo à realização dos seus desejos.
 Verifica-se o Complexo de Édipo quando a criança atinge o
estágio fálico: amor à mãe e ódio ao pai (não que o pai seja
exclusivo). O mundo infantil resume-se a estas figuras
parentais ou as representantes delas. Esta relação é, segundo
a psicanálise, a essência do conflito do ser humano.
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Complexo de Édipo
 O Complexo de Édipo inicia-se na ilusão de que o bebê tem de
possuir proteção e amor total, reforçado pelos cuidados intensivos
que o recém-nascido recebe pela sua condição frágil. Por volta dos 3
anos a criança começa a perceber algumas proibições,
nomeadamente: não poder dormir a noite na cama dos pais, não
poder andar despida pela casa ou na praia, entre outras coisas.
Começa, então, a perceber que não é o centro do mundo e precisa de
renunciar à sua ilusão de proteção e de amor materno exclusivo.
 A criança percebe que os pais pertencem a uma realidade cultural e
que não podem dedicar-se apenas a ela, porque possuem outros
compromissos; começa a perceber que o pai pertence à mãe e por
isso dirige sentimentos hostis em relação ao pai, embora ame esta
figura.
 Para resolver o Complexo de Édipo deverá existir uma identificação,
isto é, o menino  identifica-se com o pai e a menina com a mãe. No
caso do menino, este tem o desejo de ser forte como o pai e ao
mesmo tempo tem "ódio" por ciúme, embora inconsciente. O menino
irá imitar e interiorizar as atitudes e comportamentos do pai.
Identificando-se com o pai, o menino transforma os seus perigosos
impulsos eróticos em afeto inofensivo pela mãe e ganhará a
confiança do pai.
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Complexo de Édipo
No entanto, existem consequências de fixações
durante o estágio fálico, que podem desencadear
determinados comportamentos nos homens,
nomeadamente:

a) Originar personalidades que continuaram a


debater-se com crises e conflitos de tipo edipiano; 
b) Procurar mostrar, de forma obsessiva, que não
foram castrados, seduzindo tantas mulheres
quantas possíveis;
c) Ser pai de muitos filhos;
d) Alcançar grande sucesso na carreira profissional;
e) Podem, também, falhar na vida sexual e profissional
em virtude de sentimentos de culpa;
f) Procurar em cada mulher com quem se relacionam
uma imagem da mãe.
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Complexo de Electra
 Complexo de Electra é, no fundo, a versão feminina do Complexo
de Édipo, ou seja, amor ao pai e hostilidade à mãe.
 Na perspectiva de Freud, a mudança ocorre porque, desapontada
por verificar não possuir o mesmo órgão sexual que os meninos, a
menina sente-se “castrada” e responsabiliza a mãe por essa sua
condição.
 Freud definiu este sentimento inconsciente como “inveja do
pênis”.
 O desprezo e o ressentimento marcarão a relação entre mãe e
filha nesta fase. A menina transfere o seu amor para o pai,
aspirando ocupar o lugar da mãe.
 Este sentimento também pode ser ultrapassado. Tal como nos
meninos, a forma de resolver o conflito emocional consiste na
identificação com o progenitor do mesmo sexo. Contudo, para
Freud, a resolução do conflito é mais complicada nas meninas do
que nos meninos.
 E porquê? Porque a persistência dos sentimentos de posse em
relação ao pai, a “inveja do pênis” e o sentimento de inferioridade
a ela ligado, dificultam seriamente a identificação plena com a
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mãe.
Complexo de Electra
 As mulheres apresentam, portanto, tentativas de recuperação
simbólica, ou seja, desejo de dar à luz crianças do sexo
masculino; tentativa de ascender a posições de destaque no
mundo laboral.
 Existem também consequências de fixações durante o estado
fálico nas mulheres. Contudo, estas exprimem-se de forma
particular em relação aos homens:
a) Estilo sedutor, mas no qual subjaz a negação de qualquer
contato sexual;
b) Atrair e seduzir os homens, mas depois ficam surpreendidas
por estes pretenderem ter relações sexuais;
c) Fixação extrema pela figura paterna e persistência do ódio
pela mãe pode levar à anorexia (rejeitar a morfologia
feminina – magreza extrema que se traduz na perda das
formas femininas e a proximidade à estrutura de um corpo
masculino);
d) O homem ideal é também desejado à imagem do pai,
complicando as relações afetivas.
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Adolescência
Um Trabalho Psíquico

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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
A proposição mantida por alguns autores
psicanalistas é que seja desvinculada a
definição da noção de adolescência de qualquer
delimitação do período de idade
correspondente a ela.
Dispensa-se a cronologia como critério de
definição desta noção
A adolescência passa a referir-se a um
trabalho psíquico específico que pode ocorrer
tanto aos 10 anos de idade como aos 20 ou aos
40, por exemplo.
A adolescência torna-se assim um conceito
40 próprio ao trabalho no campo da psicanálise.
Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Adolescência como fase do desenvolvimento –
tem um início biológico e um fim psicológico
O desenvolvimento é primariamente
inconsciente e muito influenciado pela emoção.
O comportamento é apenas uma característica
superficial.
Para compreender de fato o desenvolvimento,
temos que analisar os significados simbólicos do
comportamento e o funcionamento interior
profundo da mente.
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Para Freud a personalidade tem três estruturas:
id, ego e superego.
O id é totalmente inconsciente e não tem
relação direta com a realidade.
À medida que as crianças experimentam as
demandas e coações da realidade, o ego aflora. É
ele que toma as decisões racionais.
O superego constitui o ramo moral da
personalidade.
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Freud considerava a personalidade como um iceberg.
A vida dos adolescentes é repleta de tensão e
conflito. Para reduzir a tensão, os adolescentes
mantêm informações trancadas no inconsciente.

Comportamentos triviais possuem significados


especiais – uma contração, um rabisco, um sorriso...

O ego resolve o conflito entre suas demandas para a


realidade, os desejos do id e as coações do superego
pelo uso dos mecanismos de defesa – métodos
inconscientes que o ego usa para distorcer a
realidade e se proteger da ansiedade.
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico

Facilidade ou dificuldade com que o


adolescente passa por essa fase é
determinada pelas experiências
passadas e pela natureza dos
conflitos intrapsíquicos que são
revividos.

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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
O papel da experiência infantil
Infância – em condições favoráveis a
criança renuncia à estreita relação
erotizada com o genitor do sexo oposto e
substitui por uma atitude de ternura e de
afeto;
os desejos incestuosos são reprimidos;
rivalidade e ambivalência em relação ao
genitor do mesmo sexo são substituídos
pela identificação.
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
O papel da experiência infantil
Latência – aparente resolução do conflito
edípico e identificação com o genitor do
mesmo sexo
equilíbrio a partir da aliança do Ego com o
Superego, que controla e atenua os
impulsos instintuais
parte da energia sexual é desviada para os
impulsos agressivos, absorvida por eles e
expressa através de competições
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socialmente aprovadas
Adolescência – Um Trabalho Psíquico
O papel da experiência infantil
A adolescência inicia a partir do
encerramento do período de latência. De
certa maneira, este período constitui-se como
um tempo para compreender, em que a criança
se apropria dos traços culturais com os quais
ela contará quando da sua inserção no social.
O início da adolescência será marcado pela
necessidade de uma afirmação própria do
sujeito, pela qual ele responderá ao apelo de
deixar a latência e a inserir-se, a partir de
uma posição sexuada, nos laços sociais.
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico

Antecipação da puberdade – observação


dos adolescentes e atitudes dos pais e
da cultura.

Marcha para a puberdade – rápida, em


segredo, explorações sexuais privadas,
atividades e discussões em grupos
(revistas, livros...), especulação em como
serão as primeiras relações sexuais.
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
 meninos – constrangimento em relações mais
chegadas com as meninas, disfarce com
comportamento arredio e agressivo
 meninas – agressivas e não muito femininas;
ressurge a inveja dos meninos; soluções – ser
feminina ou não feminina
 ambos os sexos – aumento da energia,
aumento da atividade física pela ansiedade
ligada à puberdade; aumento do apetite; luta
entre o desejo da dependência e o anseio pela
independência (desleixo, sujeira; rebeldia,
49 desobediência)
Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Adolescência - Primeira fase : até os 16
anos
 Aumentam as forças instintuais
 Aparecem fortes impulsos eróticos e
agressivos
 O ego é constantemente ameaçado e, às
vezes, vencido
 Tentativa de equilíbrio e controle – gasto de
energia em excesso , causando rigidez, perda
da espontaneidade e inibição das faculdades
50 intelectuais (fracasso escolar)
Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Adolescência - Segunda fase : a partir
dos 16 anos
A balança do poder entre o ego e o id ,
pende para o Ego.

Maior estabilidade hormonal

Medo e Pânico diminuem à medida que o


ego domina novos impulsos
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Adolescência - Segunda fase : a partir dos
16 anos
Mudança no interesse amoroso– renúncia à
intimidade com os pais, e dependência e emoções
sexuais dirigidas ao parceiro ou parceira
Ego – aumenta o uso de formas mais elevadas do
pensamento abstrato- lida mais com os impulsos
instintuais através das fantasias e pensamento
do que atos impulsivos ou excessiva inibição
Sensibilidade para a razão, discussão , terapia
ou análise
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Característica única da adolescência em
ambas as fases : alternância entre
comportamento perturbado e período de
relativa quietude (alternância entre a
ascendência dos impulsos instintuais e do
controle do ego e superego)

Fim da adolescência – quando o


desequilíbrio é substituído por um equilíbrio
razoável entre id, ego e superego.
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Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Mecanismos de defesa psíquicos são a chave para a
compreensão do ajustamento do adolescente.Os
problemas do adolescente serão revelados na existência
dos “objetos de amor” no passado do adolescente.
Os mecanismos de defesa é uma função do ego e é
inconsciente.
Os mecanismos mais importantes:
 Recalque
 Sublimação
 Negação
 Projeção
 Racionalização
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Recalque
No curso do desenvolvimento, alguns
componentes que tinham força excessiva na
disposição passam pelo processo de
recalcamento, em que não é equivalente a uma
supressão. Nesse caso, as excitações
correspondentes continuam a ser produzidas
como antes, mas são impedidas por um obstáculo
psíquico de atingir seu alvo e empurradas para
muitos outros caminhos, até que se consigam
expressar como sintomas. O resultado pode
aproximar-se de uma vida sexual normal -
restrita, na maioria das vezes -, mas
55 complementada pela doença psiconeurótica.
Sublimação
As excitações hiperintensas provenientes das
diversas fontes da sexualidade encontram
escoamento e emprego em outros campos, de
modo que de uma disposição em si perigosa
resulta um aumento nada insignificante da
eficiência psíquica. Aí encontramos uma das
fontes da atividade artística, e, conforme tal
sublimação seja mais ou menos completa, a
análise caracterológica de pessoas altamente
dotadas, sobretudo as de disposição artística,
revela uma mescla, em diferentes proporções, de
eficiência, perversão e neurose
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Negação e Projeção
 Negação: é a tentativa de não aceitar na
consciência algum fato que perturba o Ego.
Capacidade de lembrar-se incorretamente de
fatos é a forma de negação encontrada com
maior frequência.
 Projeção: O ato de atribuir a uma outra pessoa,
animal ou objeto as qualidades, sentimentos ou
intenções que se originam em si próprio. É um
mecanismo de defesa através do qual os aspectos
da personalidade de um indivíduo são deslocados
de dentro deste para o meio externo. A ameaça é
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tratada como se fosse uma força externa.
Racionalização
É o processo de achar motivos lógicos e racionais
aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis. É o
processo através do qual uma pessoa apresenta uma
explicação que é logicamente consistente ou
eticamente aceitável para uma atitude, ação, ideia ou
sentimento que causa angústia. Usa-se a
Racionalização para justificar comportamentos
quando, na realidade, as razões para esses atos não
são recomendáveis. É um modo de aceitar a pressão do
Superego, de disfarçar verdadeiros motivos, de
tornar o inaceitável mais aceitável. Enquanto obstáculo
ao crescimento, a Racionalização impede a pessoa de
aceitar e de trabalhar com as forças motivadoras
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genuínas, apesar de menos recomendáveis.
Adolescência – Um Trabalho Psíquico
Meios patológicos de viver a adolescência:
viver a adolescência com um mínimo de conflito –
rígida aliança entre o ego e o superego, muitas
vezes sustentada por pais dominadores, dominando
o id – não experimentam as mudanças construtivas
– adultos na idade , imaturos na emoção
adolescência prolongada – os conflitos adolescentes
persistem e se transformam em forma de vida
término da adolescência e estabelecimento de uma
neurose, distúrbio de caráter ou quadro borderline
– diminuição da flexibilidade, adaptabilidade e
produtividade
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