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Métodos e Técnicas para a

Comunicação Não-Violenta
Etapas da Comunicação Não
violenta
Comunicação não violenta (CNV)

A Comunicação Não Violenta


(CNV) foi desenvolvida por
Marshall Rosenberg e
constitui-se de um método de
comunicação clara e empática a
partir de quatro elementos
básicos:

1) Observação 3) Necessidade

2) Sentimento 4) Pedido
1 – Observação

Objetivo: almeja treinar a percepção para observar


a nossa fala e a dos outros sem julgamentos prévios
ou advindos de outras interações anteriores.

“A CNV não nos obriga a permanecermos


completamente objetivos e a nos abstermos de
avaliar. Ela apenas requer que mantenhamos a
separação entre nossas observações e nossas
avaliações”.
(ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para
aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. SP: Ágora,
2006, p. 50).
1 – Observação

“Nosso repertório de palavras


para rotular os outros costuma
ser maior do que o vocabulário
para descrever claramente
nossos estados emocionais”.

(ROSENBERG, M. B. Comunicação
não-violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e
profissionais. SP: Ágora, 2006, p. 63).
1 – Observação

Orientação: essa etapa


requer que os interlocutores
tentem descrever
objetivamente os fatos que
os incomodam, sem
julgamentos ou juízos.
É fundamental ter em vista
o fato específico – e não o
acúmulo de insatisfações de
outras circunstâncias.
1 – Observação

“O primeiro componente da CNV acarreta


necessariamente que se separe observação de
avaliação. Quando combinamos observações com
avaliações, os outros tendem a receber isso como
crítica e resistir ao que dizemos. A CNV é uma
linguagem dinâmica que desestimula generalizações
estáticas. Em vez disso, as observações devem ser
feitas de modo específico, para um tempo e um
contexto determinado”.
(ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas
para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. SP:
Ágora, 2006, p. 57).
2 – Sentimentos

Objetivo: almeja fazer com que identifiquemos e


expressemos os sentimentos presentes no momento
da fala (tanto os nossos, como os dos outros) – e
que estão relacionados com os fatos descritos na
observação.
2 – Sentimentos

Orientação: essa etapa


sugere que expressemos,
com maior exatidão, os
sentimentos ou emoções
decorrentes daquele fato que
nos incomodou ou ainda nos
incomoda.
É fundamental ter uma
linguagem precisa. Expressar
nossa vulnerabilidade pode
ajudar a resolver conflitos.
2 – Sentimentos

Para expressar adequadamente nossos sentimentos,


devemos:

Distinguir
sentimentos de
pensamentos

Distinguir entre o que


Distinguir entre o
sentimos e como
que sentimos e o
achamos que os outros
que pensamos
reagem ou se comportam a
que somos.
nosso respeito.
2 – Sentimentos

“Passei 21 anos em escolas americanas e, durante todo


esse tempo, não me lembro de ninguém ter me
perguntado como eu estava me sentindo. Os sentimentos
simplesmente não eram considerados importantes. O que
se valorizava era ‘a maneira certa de pensar’ – tal como
definida por aqueles que detinham posições de hierarquia e
autoridade. Somos ensinados a estar ‘direcionados aos
outros’, em vez de em contato com nós mesmos.
Aprendemos a ficar sempre imaginando: ‘O que será que
os outros acham que é certo eu dizer e fazer?’”.

(ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas


para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. SP:
Ágora, 2006, p. 64).
3 – Necessidades

Objetivo: almeja reconhecer quais são as possíveis


necessidades não atendidas, que estão ligadas aos
sentimentos falados na etapa anterior.
3 – Necessidades

Orientação: essa etapa


sugere que os interlocutores
expressem quais necessidades
não foram atendidas,
relacionando-as com os
sentimentos descritos na
etapa anterior.
Obs.: o que os outros fazem
pode ser o estímulo para os
nossos sentimentos, mas não
a causa.
3 – Necessidades

Quando recebemos uma mensagem negativa,


temos quatro opções de como recebê-la. Ou seja,
podemos:

EU OUTRO

Culpar a nós mesmos. Culpar os outros.

Identificar e reconhecer os Identificar e reconhecer os


sentimentos e necessidades sentimentos e necessidades
que surgiram ao receber a que estão presentes na fala
mensagem. dos outros.
3 – Necessidade

“É preciso ouvir os sentimentos e necessidades por trás das palavras.


A todo momento temos sentimentos e necessidades. Então, neste
momento, estamos ouvindo a verdade, o que realmente está vivo
nesta pessoa agora... E é realmente melhor que vocês ouçam deste
modo, porque assim não viverão num mundo de críticas e
julgamentos... Nunca mais precisarão se preocupar com a reação das
outras pessoas ao que vocês dizem. Podem ser honestos e sem medos
porque sabem: não tenho mais que me preocupar com que o outro vai
me responder, mas apenas em como eu devo responder à resposta do
outro. Isso eu posso controlar; não posso controlar o modo como os
outros respondem”.

ROSENBERG, M. Introdução à Comunicação Não-Violenta: ouvir


os outros empaticamente.
4 – Pedido

Objetivo: almeja fazer com que os interlocutores


falem/peçam para o outro o que realmente
desejam que seja atendido, de acordo com os
sentimentos e necessidades apresentadas.
4 – Pedido

Orientação: essa etapa


sugere que falemos de forma
objetiva o que gostaríamos
que o outro atendesse.
Obs.: pedidos são livres e,
por isso, podem ser atendidos
ou não. Não confundir pedido
com exigência.
Utilizar uma linguagem vaga
favorece a confusão interna.
4 – Pedido

1) Pode não ficar claro para o ouvinte o que queremos


quando apenas expressamos nossos sentimentos. Por isso, é
importante formular os pedidos utilizando uma linguagem
positiva, objetiva e com ações concretas que revelam o que
realmente queremos.

2) Para ter certeza que a mensagem que enviamos é a


mesma que foi recebida, podemos pedir ao ouvinte que a
repita para nós.

3) Depois de expressar nosso pedido, podemos também


solicitar: a) o que o ouvinte está sentido; b) o que o ouvinte
está pensando; c) se o ouvinte está disposto ou não a tomar
alguma atitude.
4 – Pedido

“O quarto componente da CNV aborda a questão do que


gostaríamos de pedir uns aos outros para enriquecer
nossa vida. Tentamos evitar frases vagas, abstratas ou
ambíguas, e nos lembramos de que usar uma linguagem
de ações positivas, ao declararmos o que estamos
pedindo, em vez de o que não estamos. Quando
falamos, quanto mais claros formos a respeito do que
desejamos obter como retorno, mais provável será que
o consigamos”.

(ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas


para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. SP:
Ágora, 2006, p. 126-127).
4 – Pedido ≠ Exigência

Quando uma pessoa ouve de nós uma exigência, ele


vê duas opções: submeter-se ou rebelar-se.

Em qualquer
uma das
opções, existirá
uma relação de
violência.
4 – Pedido ≠ Exigência

Como saber se aquilo que foi solicitado trata-se de um


pedido ou exigência?

1) Observe o que e quem pediu fará se a solicitação


não for atendida.

2) Observe se quem fez a solicitação critica ou julga


a outra pessoa em seguida.

3) Observe se se quem fez a solicitação tenta fazer a


outra pessoas sentir-se culpada.
Fonte da imagem: SELIGMANN, P. Comunicação não-violenta: como ela
pode melhorar sua vida e suas relações?
Fonte da imagem: SELIGMANN, P. Comunicação não-violenta: como ela
pode melhorar sua vida e suas relações?
Referências Bibliográficas

ROSENBERG, M. B. Comunicação não-violenta: técnicas para


aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. SP: Ágora, 2006.
ROSENBERG. M. B. Introdução à Comunicação Não-Violenta:
ouvir os outros empaticamente. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=uEIpx3uSrUQ>. Acesso em: 10
set. 2020.
SELIGMANN, P. Comunicação não-violenta: como ela pode
melhorar sua vida e suas relações? Associação Clube, 26/12/2019.
Disponível em:
<www.associacaoclube.com.br/clube/noticias/comunicacao-nao-
violenta-como-ela-pode-melhorar-a-sua-vida>. Acesso em: 10 set.
2020.

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