Universidade Federal de Goiás

Faculdade de Ciências Sociais

Curso de Ciências Sociais – Políti cas Públicas

O feminicídio em Goiás e as
políticas públicas de combate as
opressões
Jully Anne Ribeiro da Cruz
D r. D i j a c i D a v i d d e O l i v e i r a

Goiânia, Dezembro de 2019.

Introdução
Em tempos de guerra ou de paz, muitas das mortes violentas de
mulheres por razões de gênero ocorrem com a tolerância das
sociedades e governos, encobertas por costumes e tradições,
revestidas de naturalidade, justificadas como práticas
pedagógicas, seja no exercício de direito tradicional – que atribui
aos homens a punição das mulheres da família – seja na forma de
tratar as mulheres como objetos sexuais e descartáveis (ONU
MULHERES, 2012, p. 14).

Iniciado no ano de 2018, foi com vistas na perpetração

de mortes violentas de mulheres no estado de Goiás
que esse trabalho se desenvolveu.

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Introdução
Questão de pesquisa e hipótese
• Tendo em vistas os avanços que houveram no Brasil
e no mundo no que se refere ao Feminicídio, por
que o feminicídio é uma realidade contínua e
crescente no Estado de Goiás?
• Compreendendo o termo Feminicídio, como um
fenômeno social e cultural que por essência
pressupõe a dominação patriarcal e a concorrência
de um estado negligente e omisso. Nesse trabalho,
assumindo tais pressupostos, procura-se
compreender a perpetuação ascendente do
feminicídio a partir da conformidade com o
pensamento coronelista.

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Objetivos
Analisar que elementos culturais interferem para e na produção de políticas públicas
de enfrentamento às violências de gênero promovendo a permanência e
crescimento da prática de feminicídio no estado de Goiás.

Objetivo Específico

• Compreender a prática da violência contra mulheres no estado de Goiás;

• Analisar como os valores patriarcais e o coronelismo interferem na e para a
efetividade das políticas de proteção às mulheres;
• Analisar os dados estatísticos sobre violência contra mulheres no estado de Goiás;
• Compreender a efetividade das políticas públicas oferecidas pelo Estado para
mulheres que sofreram tentativas de feminicídio

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Referencial Teórico
Três dimensões, três conceitos.
Essa pesquisa atenta ao estado de Goiás, seguirá
um diálogo entre três conceitos o CORONELISMO,
o PATRIARCALISMO e o FEMINICÍDIO, este último
como consequência extrema da agência dos
outros dois termos.

Os principais autores foram:

Leal (1975), Sena (2010), Castro (2009), Ferreira
(1997), Lévi-Strauss (1982) , Elias (2006), Lugones
(2014), Russel & Caputti (1992), Passinato (2011),
Lagarde (2004).

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Metodologia
• Pesquisa bibliográfica, alcançada através de revisão de SOFTWARES UTILIZADOS
literatura e coleta de dados nos bancos públicos; PARA REALIZAÇÃO DA
• A série histórica totalizante das mortes violentas de ANÁLISE
mulheres é datada de 1980 à 2010;
• Dados brutos originais do DATASUS e IBGE e são • Microsoft Excel;
referentes aos municípios goianos; • GeoDa.
• Os dados de município foram reorganizados por
mesorregião;
• A investigação foi realizada com observação da
densidade populacional e concomitante a relação
estatística dos dados de feminicídio nos municípios
goianos, bem como no cotejamento com base nos
dados coletados.

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Agenda de Pesquisa

• O p a n o ra m a c o n c e i t u a l ;
• A p e rc e p ç ã o d a s o c i e d a d e ;
• A c o n sti t u i ç ã o d o E sta d o d e
Goiás, f ro nte i ra s e a
p e rs p e c ti va d e gê n e ro ;
• A a n á l i s e e statí sti c a .

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Resultados e Discussões
QUADRO 2 – REDE DE ATENDIMENTO À MULHER NO ESTADO DE GOIÁS, 2018.  

  Centro Leste Noroeste Norte Sul

Goiano Goiano Goiano Goiano Goiano
DEAM 6 unidades 7 unidades Inexistente 2 unidades 6 unidades

CEAM 3 unidades 3 unidades 1 unidade 1 unidade 3 unidades

NEAM 3 unidades Inexistente Inexistente 2 unidades 1 unidade

Fonte: Adaptado da Rede de Atendimento à Mulher de Goiás, 2018.

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Resultados e Discussões
A partir dos dados apresentados
podemos ver que as escolhas
políticas de enfrentamento não são
satisfatórias visto que em cada
mesorregião há ocorrência de
registros de mortes violentas de
mulheres.
Sugerindo que há negligência
governamental por escolhas políticas
omissas a realidade das mulheres
por todo o estado de Goiás.

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Resultados e Discussões

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Resultados
e Discussões
Seguindo o entendimento do antropólogo Lévi Strauss (1982)
pode ser considerado que, são o conjunto de propriedades
simbólicas “linguagem, instrumentos, instituições sociais e
sistema de valores estéticos, morais ou religiosos” (Lévi-Strauss,
Claude. As estruturas elementares do parentesco, 1982, p. 44)
que ao influenciar internamente produziria ações externas, para
que haja um estabelecimento normativo, conduzindo a
perpetuação destas condutas e códigos. Ou seja, para além dos
dados quantitativos, ao pensar o enfrentamento ao feminicídio,
devemos nos atentar para o que antecede as agressões físicas,
precisamos realizar a digressão cultural e valorativa do que
constituiu aquela sociedade, o conjunto de violências simbólicas
contidas nas omissões bem como na distribuição dos privilégios.
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Conclusão • A tipificação do crime de
“feminicídio”, remete a • É imperativo a
relutância ao debate de necessidade do
• O pensamento gênero nas diversas esferas estabelecimento do
coronelista é um fator do poder público, sem as debate de gênero nos
que envolve e exerce quais não se pode haver ambientes que
grande influência sobre entendimento da violência estruturam a formação
a população goiana se simbólica pertinente a de cada indivíduo, tendo
efetuando como uma omissão do debate de em vista, a sua relação
gênero e sua relação causal com a cultura
“expressão da dominante local e, por
da permanência e
autoimagem”, atingindo conseguinte o
crescimento das taxas de
inclusive o femicídio/feminicídio; imaginário do
funcionalismo público; tradicional goiano.
• A perpetração do • Na série histórica analisada
não houve nenhum ano em
feminicídio tem raízes
que menos de 100 mulheres
profundas na percepção fossem registradas como
dos corpos femíneos em assassinadas, apesar das
caráter social e cultural; subnotificações.

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 O FEMINICÍDIO EM GOIÁS E AS POLÍTICAS
P Ú B L I C A S D E C O M BAT E A S O P R ES S Õ ES

Creative Commons – acesso 18 dez 2019.

Muito obrigada.