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LIMITE DA
POESIA DE
JOÃO CABRAL
ALCIDES VILLAÇA
INTRODUÇÃO
■ Recife - PE
■ Diplomata brasileiro
■ Influência surrealista
■ Modernismo
■ Poesia popular
■ Comunicação objetiva
■ Academia Brasileira de Letras - 1969
■ Prêmio Jabuti - 1967 e 1993
■ Prêmio Camões - 1990
ALCIDES VILLAÇA (1946)
■ Atibaia - SP
■ Professor
■ Poeta e crítico literário
■ Letras
■ Universidade de São Paulo
■ O Tempo e Outros Remorsos (1975)
■ Doutorado: A Poesia de Ferreira Gullar (1984)
■ Contribuição:
- Folha de S. Paulo e Cadernos de Literatura Brasileira
1. MARCA DE HUMANA OFICINA
MARCA DE HUMANA OFICINA
Secchin, Antonio Carlos. João Cabral de ponta a ponta (p. 482). Cepe editora. Edição do Kindle.
O FERRAGEIRO
DE CARMONA
Um ferrageiro de Carmona
que me informava de um balcão:
“Aquilo? É de ferro fundido,
Conhece a Giralda em Sevilha?
foi a fôrma que fez, não a mão.
De certo subiu lá em cima.
Reparou nas flores de ferro
Só trabalho em ferro forjado,
dos quatro jarros das esquinas?
que é quando se trabalha ferro;
então, corpo a corpo com ele,
Pois aquilo é ferro forjado.
domo-o, dobro-o, até o onde quero.
Flores criadas numa outra língua.
Nada têm das flores de fôrma
O ferro fundido é sem luta,
moldadas pelas das campinas.
é só derramá-lo na fôrma.
Não há nele a queda-de-braço
Dou-lhe aqui humilde receita,
e o cara a cara de uma forja.
ao senhor que dizem ser poeta:
o ferro não deve fundir-se,
Existe grande diferença
nem deve a voz ter diarreia.
do ferro forjado ao fundido;
é uma distância tão enorme
Forjar: domar o ferro à força,
que não pode medir-se a gritos.
não até uma flor já sabida,
mas ao que pode até ser flor
se flor parece a quem o diga.
POÉTICA E POESIA EM DOIS POEMAS:
O FERRAGEIRO DE CARMONA
■ Diálogo/ narrativa que logo se transforma;
■ Diferença entre ferro forjado (a mão) e fundido (a fôrma);
■ Relação poeta-ferrageiro e ferrageiro-poeta, duas faces da mesma persona:
Alcides Villaça aponta que esse reconhecimento apresenta maneirismo, mas apenas comparando a complexidade da vida
ao padrão canônico:
"Se considerarmos, porém, a variabilidade das experiências culturais que o alimentam, o cânone se revela sensível a nuances
e particularidades que encenam múltiplas correspondências entre os objetos do mundo, e não deixa de haver surpresa no
reconhecimento, a cada poema. Às "ideias fixas" servem incontáveis imagens em movimento para o mundo exemplar."
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FIM
BIBLIOGRAFIA
BOSI, Alfredo; VILLAÇA, Alcides. Leitura de poesia. 1. ed. São Paulo: Ática, 1996.
HANSEN, Marise. É o cemitério. Quatro Cinco Um, São Paulo, v. 43, n. 1, p. 28-29, mar./2021. Disponível em:
https://quatrocincoum.folha.uol.com.br/br/artigos/literatura-brasileira/e-o-cemiterio. Acesso em: 14 abr. 2021.
NETO, J. C. D. M. Morte e vida severina e outros poemas. 1. ed. Rio de Janeiro: MEDIAFashion, 2008.
SECCHIN, Antonio Carlos. João Cabral de Ponta a Ponta. 1. ed. Recife: Cepe, 2020.