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PATRIMÓNIO COMUM DA HUMANIDADE

(7-DE JULHO DE 2019)


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Palácio/Convento
E Tapada de Mafra
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"Era uma vez um Rei que fez a promessa de levantar um


convento em Mafra. Era uma vez a gente que construiu
esse convento. Era uma vez um soldado maneta e uma
mulher que tinha poderes. Era uma vez um padre que
queria voar e morreu doido. Era uma vez."in Memorial do
Convento, de José Saramago

Palácio de Mafra
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Palácio de Mafra classificado como Património Mundial da
UNESCO (7-7-2019)

 O conjunto composto pelo Palácio, Basílica, Convento, Jardim


do Cerco e Tapada de Mafra recebeu este domingo a
classificação de Património Cultural Mundial da UNESCO, na
reunião do comité da organização, a decorrer em Baku, no
Azerbaijão, anunciou a organização.
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 O monumento português fez parte "das 36 indicações para


inscrição na Lista do Património Mundial", que estão a ser
avaliadas na 43.ª Sessão do Comité do Património,
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (UNESCO), a decorrer em Baku, no Azerbaijão, até 10
de julho.
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 Este conjunto suscitou uma pequena discussão dentro do


Comité, com o Conselho Internacional de Monumentos e dos
Sítios (ICOMOS) a levantar algumas dúvidas face a esta
candidatura. "Tivemos muitas discussões sobre este sítio
porque o elemento crucial deste conjunto, mas achamos que a
Tapada não está suficientemente documentada. Sem haver
mais informações, não faz sentido recomendar este lugar como
Património Cultural Mundial", disse a representante do
ICOMOS.
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 No entanto, o monumento foi aprovado com apoio do Brasil, da


Tunísia e da China, tal como outros Estados que fazem parte deste
comité como Angola ou Indonésia, embora tenham apoiado as
recomendações para a conservação e um estudo cartográfico
deste complexo monumental.

 "Mafra reúne todas as condições para ser reconhecido. Desejamos


inscrever um edifício de valor extraordinário que tem também um
jardim e uma tapada e não o inverso, como indica o ICOMOS",
disse a representação de Portugal, ao defender esta candidatura.
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 As primeiras linhas do Palácio-


Convento de Mafra surgiram
duma promessa do rei D. João V.
O Magnânimo (cognome do
monarca absolutista) jurou erguer
o monumento caso obtivesse
sucessão do seu casamento com
a rainha D. Maria Ana de Áustria,
o que acabou por se tornar
realidade em 1711, ano do
nascimento da princesa Maria
Bárbara.

A localização do edifício foi escolhida pelo próprio rei, privilegiando o contacto com a Natureza e a caça,
seguindo a tendência das cortes europeias que tinham como referência o Palácio de Versalhes .

“O edifício tem 45.000 portas e janelas, 880 salas, 2 torres de 68 metros de altura e 144 sinos, 1 zimbório
e 2 torreões tão vastos que no andar de qualquer deles se aloja a família real quando vai caçar a Mafra”.
Ramalho Ortigão
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 O Real Edifício de Mafra, construído entre 1717 e 1737, é constituído por um


convento, um palácio e uma basílica. O edifício foi o maior empreendimento
económico e artístico do seu reinado. Foi projectado pelo arquitecto alemão
Ludovice , ocupou uma área de 40.000m2 e assumiu-se como uma obra de
regime.

 Tem a forma de cruz latina com o comprimento total 58,5 m e 43 m de


largura máxima no cruzeiro, sendo toda em pedra da região de Sintra, Pêro
Pinheiro e Mafra.
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Balizas cronológicas, arquitetos e
executantes

 A direcção da obra coube a João Frederico


Ludovice, com formação de arquitectura em Itália.

 O rei escolheu o local de forma a privilegiar o


contacto com a Natureza e a Caça

 As obras iniciaram-se em 1717 com 13000


operários (chegando mais tarde aos 30000),
vindos de todo o reino

 A 22 de outubro de 1730, dia do 41º aniversário


do rei, procedeu-se à sagração da basílica
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Estrutura Formal

 O conjunto arquitectónico desenvolve-se simetricamente a partir de um eixo


central.

 Tem uma área de aproximadamente 40 000 m2

 A fachada tem 232 metros

 Tem 29 pátios e 880 salas e quartos, 4500 portas e janelas

 É ainda composto por numerosos jardins interiores e exteriores que embelezam


o conjunto
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Claustro (e
jardim central)
do convento
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Estrutura Formal

 Os 119 sinos do seu


famoso carrilhão pesam
217 toneladas.
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Pela primeira vez ao fim de 200 anos os sinos do
Convento de Mafra “descem à terra”
25 OUTUBRO, 2018, Mundo Portugues

 Os mais de 100 sinos do Palácio Nacional de Mafra começaram a ser apeados das torres pela primeira vez, ao
fim de mais de 200 anos, para serem analisados e restaurados, num investimento de 1,5 milhões de euros. Sob
o olhar dos visitantes e de residentes, uma grua foi de manhã instalada na frente do palácio e começou a retirar
os sinos maiores, o primeiro deles a pesar mais de sete toneladas.

 “É historicamente importante, porque o carrilhão foi sendo intervencionado ao longo destes séculos, mas os
sinos grandes são retirados pela primeira vez desde 1730”, explicou à agência Lusa o diretor do palácio, Mário
Pereira.

 O diretor da obra, Filipe Ferreira, afirmou que durante dois dias deverão ficar concluídos o trabalho para retirar
os sinos maiores da torre norte.

 Além de apear os sinos para virem a ser intervencionados, o consórcio responsável pela empreitada tem já em
curso o tratamento da pedra, o restauro dos cabeçalhos, estruturas de madeira que suportam os sinos, e a
construção de novas estruturas de suporte da torre norte.
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 Os técnicos já começaram também a montar os andaimes para iniciar o mesmo processo na torre
sul.

 Aquele especialista em engenharia civil e em conservação e restauro do património adiantou que a


equipa encontrou alguns dos sinos em “muito mau estado”, em risco de se “desprenderem da
estrutura e criarem um efeito de dominó”, que poderia resultar na queda de sinos na frente do
palácio.

 “Estou tão confiante no bom curso desta obraque já tenho alguns carrilhonistas convidados para o
concerto inaugural em setembro do próximo ano”, avançou Mário Pereira.

 A empreitada de requalificação dos sinos e carrilhões do palácio, onde houve interdições de


circulação por ameaçarem cair com o mau tempo do último inverno, começou no início do verão.

 As obras arrancaram depois de ter sido dado o visto do Tribunal de Contas para a assinatura do
contrato de consignação com o empreiteiro, a empresa Augusto de Oliveira Ferreira Lda, de Braga, e
de os ministérios das Finanças e da Cultura terem autorizado a repartição, por 2018 e 2019, dos
encargos, no valor de 1,5 milhões de euros.

 O concurso público tinha sido lançado em novembro de 2015.


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 O Governo reconheceu a “urgente necessidade de proceder à reabilitação” dos


sinos e carrilhões “face ao avançado estado de degradação”, assim como os
“riscos de segurança não só para o património em si, como para os utentes do
imóvel e transeuntes da via pública”.

 Os sinos, alguns a pesarem 12 toneladas, estão presos por andaimes desde


2004, para garantir a sua segurança, e as respetivas estruturas de suporte, em
madeira, se encontram apodrecidas.

 Por isso, foram classificados como um dos “Sete sítios mais ameaçados na
Europa” pelo movimento de salvaguarda do património Europa Nostra.

 Os dois carrilhões e os 119 sinos, repartidos por sinos as horas, da liturgia ou dos
carrilhões, constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis
órgãos históricos e da biblioteca, o património mais importante do palácio.
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 A empreitada de reabilitação iniciou-se em maio de 2018 e terminou em dezembro de 2019,


representando um investimento de 1,7 milhões de euros, devolvendo este património único e
permitindo iniciar um programa de concertos a cada domingo. O financiamento suplementar
oriundo do Turismo de Portugal permitiu ainda pôr em funcionamento os sinos das horas.

 Os dois carrilhões e os 119 sinos, repartidos por sinos das horas, da liturgia e dos carrilhões,
constituem o maior conjunto sineiro do mundo, sendo, a par dos seis órgãos históricos e da
biblioteca, o património mais importante do Palácio Nacional de Mafra, classificado como
Património Cultural Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura, no passado mês de julho. Estima-se que os sinos mais pesados tenham 12
toneladas.
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Vinte anos depois: o dia em que os
sinos de Mafra voltaram a tocar
Daniel Rocha 2 de Fevereiro de 2020, 23:29, jornal Publico

 A ministra da Cultura enalteceu neste


domingo o restauro dos sinos e dos
carrilhões do Palácio de Mafra, um “dia
importante para o património”, perante
milhares de pessoas, que assistiram ao
seu concerto inaugural. “É um dia muito
feliz e muito importante para o
património de Portugal, que é hoje da
humanidade”, afirmou Graça Fonseca
na sessão solene de inauguração da
obra de restauro.
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 “Este investimento garantiu a operacionalidade do carrilhão da torre Sul e assim


devolveu ao Palácio Nacional de Mafra o seu papel ímpar a nível mundial no
campo dos instrumentos musicais integrados em património arquitetónico”,
sublinhou. A governante frisou que o investimento de “quase dois milhões de
euros “insere-se num projeto que, através da música, procura ampliar e potenciar
novos diálogos com o património cultural edificado”, tornando-o visitável.

 Ao concerto inaugural assistiram milhares de pessoas em frente ao Palácio


Nacional de Mafra. O município distribuiu cerca de cinco mil bancos em cartão,
que esgotaram, e havia 700 convidados sentados, de acordo com fonte
autárquica.
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 Os sinos e os carrilhões do Palácio de Mafra, no distrito de Lisboa, voltaram


a tocar, após obras de restauro, depois de os primeiros sinais de deterioração
surgirem a 11 de Setembro de 2001, remetendo-os ao silêncio. Os 119 sinos
e os dois carrilhões ficaram sujeitos a um “silêncio forçado” durante 20 anos,
à espera de obras de requalificação e “presos” por andaimes desde 2004.

 “Espero que os carrilhões e também os órgãos não se calem mais e nos


propiciem concertos fantásticos”, referiu o presidente da câmara de Mafra,
Hélder Sousa Silva.
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Concerto Inaugural do Carrilhão de
Mafra – 2 de fevereiro de 2020

 https://youtu.be/ZkLT82bFaCM

 https://youtu.be/xwH1RTMcyXs

 https://youtu.be/A7shUBd1kQ4
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Estrutura Formal
1 – o Adro
 A imponente fachada do Convento de
Mafra, flanqueada por duas torres
sineiras, domina a área em seu redor,
mas não deixa ver a verdadeira
dimensão do enorme complexo
setecentista que se esconde por trás.

 William Beckford, em Agosto de 1787,


testemunhou: "É pouco interessante a
perspectiva que se goza do adro da
Basílica. O que se vê são os telhados de
uma aldeia insignificante e uns cabeços
de areia, destacando sobre uma estreita
faixa de oceano. Da esquerda a vista é
limitada pelos escarpados montes de
Sintra e à direita, um pinhal, na quinta do
Visconde de Ponte de Lima, é que dá
aos olhos algum refrigério".
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 Frei João de Santa Ana descreve o Adro do Monumento de Mafra nos


seguintes termos: "No meio da grande praça, que fica ao poente do edifício,
e para onde olha o principal frontispício dele, principia a formar-se o Adro
por uma rampa cercada de 24 pilares de mármore branco formando um
semicírculo. O xadrez de toda a rampa é formando de seixos brancos, e
pretos com várias cintas de pedra entre eles também em semicírculos.
Desde a entrada principal até ao primeiro patim tem de cada lado uma
ordem de pedra mais larga cortada com cavidades para que não
escorregue quem passar por elas, porque se vão elevando à proporção que
a rampa se eleva.
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Estrutura Formal
2 – o Frontispício

 As estátuas para adornarem a


fachada, só chegaram a Lisboa
no dia 30 de Março de 1733
(Carta 31 Março 1733).
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 Medalhão do frontão - Santo António em adoração à Virgem


com o Menino

 Estátuas:
 São Domingos - Mármore; h = 3,34 m; s. a. (atribuído Carlo Monaldi)

 São Francisco - Mármore; h = 3,34 m; s. a. (atribuído a Carlo Monaldi)

 Santa Clara - Mármore; h = 2, 81 m; s. a. (atribuído a Gian Battista Maini)

  Santa Elisabete, Rainha da Hungria Mármore; h = 2, 81 m; s. a.


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 A disposição das estátuas também ela seria meticulosamente


ponderada. No frontispício, por exemplo, as duas imagens de São
Domingos e de Santa Clara, à esquerda do observador, ostentando
luzes visíveis (archote, livro e custódia) representam o mundo
sensível, enquanto, à direita, os dois expoentes taumatúrgicos da luz
invisível, São Francisco e Santa Isabel da Hungria, tornam manifesto
o mundo inteligível, supra-sensível ou da intuição.
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Estrutura Formal
1 - a Basílica

 A basílica é ponto principal de


uma longa fachada ladeada por
dois torreões
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 Paredes e cúpula
polícromas, em que
sobressaiem os
mármores coloridos

 Dois dos orgãos da


Basílica
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Capela mor
 Mede 73 palmos de comprido por
57 de largo. Acha-se elevada
relativamente ao corpo da igreja.
Nos seu subsolo, do lado do
Evangelho (norte), lançou Dom
João V a pedra fundamental, em
17 de Novembro de 1717.

 Sagrada no dia 22 de Outubro de


1730 pelo Patriarca de Lisboa.

 Na banqueta do altar observa-


se um baixo relevo em metal
cinzelado, que representa Santo
António salvando o pai da
forca (515 x 170 mm),
atribuído por Ayres de Carvalho
a João José de Aguiar.
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 Nas ilhargas do altar existem duas portas que dão serventia para o coro e, sobre elas,
duas tribunas, uma sobre a outra, com arcada de balaustres azuis entre pilares brancos.
Nelas presenciavam as pessoas reais os ofícios divinos, encaminhando-se para ali desde
a Sala da Benção pelos corredores metidos no interior das paredes da Igreja.

 Pendente de três cadeias de ferro guarnecidas de bronze, um candelabro constituído por


sete lâmpadas de latão (suspensas de sete golfinhos) remete para as Sete Luzes diante
do Trono, descritas no Apocalipse.

 No corpo da Capela mor existiu o Coro, para apenas oitenta religiosos,


subdimensionado, portanto, face aos trezentos frades residentes.

 Primitivamente, a Capela mor ficava encerrado por uma cancela do serralheiro francês
Garnier, em ferro com ornatos em bronze, retirada em 1868, sob o pretexto de que
impedia "aos alunos do Colégio Militar verem o sacerdote quando dizia missa".

 Os dois órgãos, do Evangelho (norte) e da Epístola (sul), os mais importantes do


conjunto formado pelos seis existentes na Basílica, foram construídos em madeira do
Brasil. Lord Byron considerou-os "os mais belos do seu conhecimento"
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 O zimbório, com 65 m de altura e 13 m de


diâmetro, foi a primeira cúpula construída
em Portugal.

 Na capela-mor encontra-se uma tela de


Francesco Trevisani representando A
Virgem, o Menino e S. António, a quem a
Basílica é dedicada.
Os retábulos das duas capelas no cruzeiro,
Sagrada Família (lado sul) e Santíssimo
Sacramento (lado norte), bem como da
capela lateral sul, Nossa Senhora da
Conceição,  e das seis capelas colaterais são
da autoria de Alessandro Giusti da Escola de
Escultura de Mafra e seus discípulos.
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Capela da Santíssimo Sacramento
 Sagrada no dia 23 de Outubro de 1730 (segundo dia do oitavário da sagração)
pelo Bispo de Leiria, Dom Álvaro de Abranches. Contém relíquias de São
Vicente, Santo Anastácio e São Venâncio no sepulcro do altar. 

 Na banqueta do altar observa-se um baixo-relevo em metal cinzelado,


representando a Última Ceia, atribuído a João José de Aguiar [515 x 170 mm]

 Da abóbada encontra-se suspenso um candelabro sustentado por três cordas


metálicas com armação de ferro e guarnições de bronze, nas quais sete
golfinhos suspendem pela boca outras tantas lâmpadas do mesmo metal.

           Durante a Semana Santa, diante desta capela, era uso, no tempo de D.
João V, arderem 440 velas no Trono grande [actualmente arrecadado na Casa
da Fazenda], i. e., 62 arrobas e alguns arráteis de cera (cerca de 950 Kg).
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Capela Sagrada Família
 Sagrada no dia 24 de Outubro de 1730 (terceiro dia do oitavário da sagração)
pelo Bispo de Portalegre, Dom Álvaro Pires de Castro. Contém relíquias de Santo
Estêvão, São Cosme e São Damião.

 Existe nesta capela:

 O baixo relevo em metal cinzelado [515 x 170 mm], pertencente à banqueta do


altar, representa a Sagrada Família, sendo atribuído a João José de Aguiar.

 Retábulo de Giusti (1767?) com a colaboração de Lourenço Lopes; 5,5 x 2,85 m.


A suposição de Pier Paolo Quieto [p. 96], segundo a qual a Sagrada
Família [PNMafra: inv. n. 2677], tela [6,54 x 2,88 m] de Agostino Masucci
(subsc.: Agostinus Masucci Faciebat in anno MDCCXXI), teria sido a primeira
pintura a chegar a Mafra (1721)  (Virgem com o Menino, São José e São
Joaquim, Santa Ana e Santa Isabel, São Zacarias e São João Baptista, São
João Evangelista e São Tiago, três Marias e dois anjos)
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 O retábulo de Masucci destinado à capela da Sagrada Família, muito


louvado por D. João V que não se cansava de o admirar, que segundo
fontes da época foi a única das pinturas recebidas para os altares de
Mafra que "levou os aplausos" (Cartas de 3 e 10 de Janeiro de 1731),
apresenta uns arabescos num friso arquitectónico, à esquerda da
composição, que revelam a inscrição latina JV.DGP&ALG.R Vvat, cuja
tradução é: "Viva Dom João V, pela Graça de Deus Rei de Portugal e do
Algarve"..
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 De destacar ainda a
escultura  italiana  de
encomenda real, a  mais
significativa colecção de
escultura barroca existente
fora de Itália e o conjunto
único de seis órgãos
históricos encomendados
por D. João VI aos
organeiros Machado
Cerveira e Peres Fontanes,
em substituição dos
primitivos que estavam
degradados.
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Capelas Colateriais

 1 - São Pedro de Alcantara

 Trata-se da única capela dedicada a um único religioso, com


efeito, um dos grandes reformadores da Ordem de São Francisco
em Espanha.

 Pedro de Alcântara esteve em Portugal no período compreendido


entre 1540 e 1553, colaborando com Frei Martinho de Santa
Maria na fundação da primeira casa dos arrábidos. Seria
beatificado, em 1622,  e canonizado por Clemente IX, no ano de
1669.
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 Esta capela foi sagrada no dia 23 de Outubro de 1730 (segundo dia do


oitavário da sagração) pelo Bispo de Leiria, Dom Álvares de Abrantes, tendo o
sermão ficado a cargo de Frei José de Beringel, da Província da Piedade.
Contém relíquias de São Lourenço, São Nereu e Santo Aquileu. Primitivamente
teve a invocação de Nossa Senhora da Conceição, a qual ainda mantinha em
1750. Foram os cónegos regentes quem alterou a dedicação.

           É fechada com grades de ferro guarnecidas de bronze, possuindo


abóbada de meia laranja com zimbório e clarabóia de 4 janelas. A lâmpada
acha-se suspensa de lanternim ou zimbório a meio da abóbada.
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 Retábulo do altar

     São Pedro de Alcântara em adoração à Virgem


(pintura óleo s/tela)

  Estátuas

São Miguel,  São Gabriel, Anjo Custódio de


Portugal,  São Rafael,
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 2 - Nossa Senhora da Conceição

 Sagrada no dia 24 de Setembro de 1730 (terceiro dia do oitavário da sagração) pelo


Bispo de Portalegre, Dom Álvaro Pais de Castro. Contém relíquias de São Jorge e
Santo Hermenegildo.

 Contém:

  Retábulos

    São Teotónio em adoração a Nossa Senhora da Conceição, rodeada por anjos


(mármore)

 Estátuas

           São João Baptista, São José,  Santa Ana, São Joaquim


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Capelas Laterais

 1 - Santos Mártires da Ordem Seráfica

 2 - Santos Confessores da Ordem Seráfica

 3 - Santas Virgens e Viúvas da Ordem Seráfica

 4 - Jesus Cristo Crucificado

 5 - Santos Confessores Pontífices da Ordem Seráfica

 6 - Nossa Senhora do Rosário, São Francisco e São Domingos



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HISTÓRIA……do Palácio...e
Convento...
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O Convento...

 Concebido inicialmente como um


pequeno convento para 13
frades, o projecto para o Real
Convento de Mafra foi sofrendo
sucessivos alargamentos,
acabando num imenso edifício de
cerca de 40.000 m2, com todas
as dependências e pertences
necessários à  vida quotidiana de
300 frades da Ordem de S.
Francisco.
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 Foi preocupação de D. João V garantir o sustento do Convento, pagando as


despesas do seu “bolso”. Assim, eram dadas propinas a cada frade duas
vezes por ano, no Natal e no São João. Constavam de tabaco, papel, pano
de linho e ainda burel para os hábitos, tendo cada irmão direito a dois, um
para usar e outro para lavar. Tinham ainda de remendar cada um a sua
própria roupa.

No convento gastavam-se e anualmente, por exemplo, 120 pipas de vinho,


70 pipas de azeite, 13 moios de arroz (cada moio equivale a 828 litros) ou
600 cabeças de vaca.
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 A vida de corte do Magnânimo em Mafra acabou, contudo, por ser reduzida. O


rei adoeceu com gravidade em 1742 e viria a falecer em 1750, assistindo-se a
uma série de diferentes vivências no monumento ao longo do período
monárquico. D. Maria I abriu-o às celebrações religiosas. O seu sucessor, D.
João VI, instalou a corte no Palácio-Convento entre 1806 e 1807 – ano em que
partiu para o exílio no Brasil após as Invasões de Napoleão Bonaparte. Em
dezembro de 1807, as tropas francesas ocuparam o Palácio, sendo alguns
meses depois substituídas por uma pequena fração do exército inglês que aqui
permaneceu até março de 1828.
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 Ocupado pelas tropas francesas e depois inglesas na época das Guerras Peninsulares, o Convento
foi incorporado na Fazenda Nacional quando da extinção das ordens religiosas em Portugal, a 30
de Maio de 1834 e, desde 1841 até aos nossos dias, foi sucessivamente habitado por diversos
regimentos militares, sendo desde 1890 sede da Escola Prática de Infantaria e, hoje, sede da
Escola das Armas.

 Após o conturbado período das Lutas Liberais, o Palácio de Mafra tornou-se lugar de escape e
tranquilidade para as famílias reais, de D. Maria II a D. Manuel II. E foi mesmo no torreão sul que o
último rei de Portugal passou a sua derradeira noite em solo pátrio, de 4 para 5 de outubro de
1910, antes de partir para o exílio, aquando da Instauração da República.

 Ainda durante 1910, em plena emergência do novo regime, o Palácio-Convento é classificado


como Monumento Nacional, num emblemático reconhecimento da sua importância histórico. É
uma homenagem e distinção que valoriza todos os seus espaços conventuais mais significativos: o
Campo Santo e a Enfermaria, para além da Sala Elíptica ou do Capítulo, a Sala dos Atos Literários
(Exames), a Escadaria e o Refeitório, estes últimos hoje pertencentes à Escola das Armas.
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Sala dos Actos Literários


Sala Elíptica (Exames)
 Sala dos Actos Literários  Refeitório
 De destacar como espaços  conventuais mais significativos o Campo Santo
e a Enfermaria para além da Sala Elíptica ou do Capítulo, a Sala dos Actos
Literários (Exames), a Escadaria e o Refeitório, estes últimos hoje
pertencentes à Escola das Armas e visitáveis sob marcação.

Enfermaria Campo Santo Escadaria La Lys


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A cozinha do convento

 A cozinha grande servia o Convento. Nela existiam


dois fornos, um fogão e uma chaminé e
muitas fornalhas de q se vê sair o fogo. Havia
também um grande caldeirão sempre ao lume para
que a qualquer hora do dia ou da noite houvesse
água quente.
A grande pia, feita num só bloco de pedra, bem
como todos os lavatórios para a lavagem da loiça e
dos alimentos, recebiam a água vinda da Tapada .
Junto à cozinha existia outra mais pequena e
várias dependências para os frescos, a casa de
lavar hortaliças e peixe, a casa do azeite, a casa
da pastelaria, a dispensa e os despejos.
Os frades cozinheiros eram sempre vinte e
acompanhados por dois leigos, trabalhando onze
em cada semana. 
A cozinha entra na posse da Casa Real em 1834 e
serviu como tal até ao reinado de D. Carlos.
Esta cozinha é, ainda hoje, hoje, usada pela Escola
das Armas.
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A Botica do convento
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A Botica e a Enfermaria
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 Antes da extinção das ordens religiosas (1834) existiam no convento várias


dependências destinadas à preparação e armazenamento dos
medicamentos.

 Eram utilizadas ervas e raízes provenientes da horta conventual. Abóbora,


erva doce, hortelã, sementes de melão, vinagre, cera, resina, açúcar e mel,
pesados e moídos nos almofarizes pelo frade-boticário e guardados em
mangas e boiões de cerâmica.
Os medicamentos eram preparados Na cozinha da enfermaria e no convento
usava-se louça de faiança branca vidrada com a inscrição MAFRA.
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Cela do doente no Convento de Mafra
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Cela de monge no Convento
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Cela do Frade Louco

 Recriação de uma cela destinada  a


doentes loucos ou com delírios ou
febres altas, com uma cama de
abas do séc. XVIII. Este sistema de
abas articuladas permitia que se
cuidasse do doente sem ele cair da
cama.
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BIBLIOTECA
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 O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais importantes bibliotecas
portuguesas, a Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, com um valioso acervo
de c. de 36.000 volumes, verdadeiro repositório do Saber. De destacar algumas
obras raras como a colecção de incunábulos (obras impressas até 1500) ou a
famosa “Crónica de Nuremberga” (1493), bem como diversas Bíblias ou a
primeira Enciclopédia (conhecida como de Diderot et D’Alembert), os Livros de
Horas iluminados do Séc. XV e ainda um importante núcleo de partituras
musicais de autores portugueses e estrangeiros, como Marcos Portugal, J. de
Sousa, João José Baldi, entre outros, especialmente escritas para o conjunto
dos seis órgãos históricos da Basílica.

 Para a constituição do seu acervo o Rei Magnânimo enviou ao estrangeiro


emissários especiais encarregues de adquirir tudo o que de melhor e de mais
novo aí se imprimisse.
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 A atestar a importância desta


colecção, uma Bula concedida
pelo Papa Bento XIV em 1754,
para além de proibir sob pena de
excomunhão, o desvio ou
empréstimo de obras impressas
ou manuscritas sem licença do
Rei de Portugal, concede-lhe
autorização para incluir no seu
acervo os livros proibidos pelo
Index.
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 O maior tesouro de Mafra é a


sua biblioteca, com chão em
mármore, estantes em estilo
rococó e uma colecção de
mais de 36.000 livros com
encadernações em couro
gravadas a ouro, graças à
acção da Ordem Franciscana,
incluindo uma segunda edição
de Os Lusíadas de Luís de
Camões.
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 Abrange áreas de estudo tão diversa


como a medicina, farmácia, história,
geografia e viagens, filosofia e
teologia, direito canónico e direito
civil, matemática, história natural,
sermonária e literatura. Situada ao
fundo do segundo piso é a estrela do
palácio, rivalizando em
grandiosidade com a Biblioteca da
Abadia de Melk, na Áustria.
Construída por Manuel Caetano de
Sousa, tem 88 m de comprimento,
9.5 de largura e 13 de altura.
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 O magnífico pavimento é revestido


de mármore rosa, cinzento e
branco. As estantes de madeira
estilo rococó, situadas em duas filas
laterais, separadas por um varandim
contêm milhares de volumes
encadernados em couro,
testemunhando a extensão do
conhecimento ocidental dos
séculos XIV ao XIX. Entre eles
muitas jóias bibliográficas, como
incunábulos. Estes volumes
magníficos foram encadernados na
oficina local, também por Manuel
Caetano de Sousa.
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 Chão em mármore policromo

 A biblioteca de Mafra é também conhecida por acolher morcegos, que


ajudam a preservar as obras. Os morcegos saem de noite de caixas que
estão por baixo das estantes e, numa noite, cada morcego alimenta-se de
cerca de 500 insectos, o equivalente à metade do seu peso.
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O Palácio
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 Quando passamos
para os aposentos
reais, rodeiam-nos
pinturas e coloridos,
que se encontram nos
tetos e paredes
típicos do barroco,
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Também aqui os mármores


polícromos, característicos do
barroco, marcam presença nos
tectos, nas paredes e no chão
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Oratório Sul

 Capela privada dos aposentos


do Torreão Sul, originalmente
destinados à rainha.
Pintura do tecto de Cirilo
Volkmar Machado, mandada
executar pelos Príncipe
Regente D. João (futuro rei D.
João VI) e sua mulher, D.
Carlota Joaquina, em finais do
século XVIII. Representa S.
João Baptista, S. Carlos
Borromeu e Sto. António
prostrados diante da
Santíssima Trindade pedindo
descendência para o trono.
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Torreão Sul

 Aposentos da Rainha, tendo as


cozinhas na cave, as despensas e
ucharias no piso térreo, os
quartos dos Vereadores no 1º
piso e os aposentos da Rainha e
das Damas no piso nobre. No
quarto de dormir, então usados
por sua mãe, a rainha D. Amélia
de Orleães, D. Manuel II passou a
derradeira noite no reino, antes de
partir para o exílio aquando da
implantação da República, em
1910.
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Quarto de D. Maria
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Quarto de
vestir
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Sala de D. Pedro V
 A presente divisão e decoração
reflecte a vivência romântica
do século XIX e data da
campanha de obras realizada
neste Palácio aquando da
subida ao trono de D. Pedro V
em 1855 e do seu casamento
com D. Estefânia de
Hohenzollern-Sigmaringen em
1858.
Era também designada por
Sala Vermelha ou Sala de
Espera, pois aqui esperavam os
convidados antes de serem
anunciados pelo reposteiro
para serem recebidos pela
Família Real na Sala da
Música.
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Sala da Música

 Também conhecida por Sala


Amarela ou Sala da Receção.
Era aqui que no século XIX a
Família Real recebia os
convidados. Neste espaço
destaca-se um piano de cauda
Joseph Kirkman, com respetivo
banco em forma de concha.
Anexa fica a Sala de Jogos,
também usada para os serões
na mesma época.
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Sala de Jogos

 Aqui se encontram
alguns jogos usados nos
séculos XVIII e XIX,
como por exemplo,  o
Bilhar Chinês, a mesa
de bilhar ou "russiana”
e o jogo do Pião.
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Sala de Jantar

 Casa de jantar de finais


do século XIX. A mesa e
cadeiras foram
executadas na
Penitenciária de Lisboa
e oferecidas ao rei D.
Carlos.
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Salão Grande dos Frades

 Recriação do espaço conventual


feita com o mobiliário original do
século XVIII, uma vez que o
convento foi cedido ao Exército
desde 1841. Destacam-se uma
mesa oval com bancos que
pertenceu a uma das Irmandades
instituídas por D. João V em
Mafra e um Candeeiro das Trevas
do século XVIII em madeira,
assim chamado por ser usado nas
cerimónias da Semana Santa.
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Sala da Caça
 Sala com mobiliário do século
XIX feito com hastes de
animais que ainda hoje
existem na Tapada: veados,
gamos e javalis. Destacam-se
ainda duas telas de Joaquim
Rodrigues Braga
representando caçadas de D.
Miguel em Mafra e Vendas
Novas e uma coleção de
pratos e azulejos com cenas
de caça, animais e flores, da
autoria de D. Fernando de Saxe
e Coburgo. No reinado de D.
Carlos, a Real Filarmónica de
Mafra atuava nesta sala
enquanto a Família Real
jantava na casa de jantar
anexa.

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Sala da Audiência ou Trono

 Sala destinada às
audiências régias, cuja
pintura no teto representa
uma alegoria à “Lusitânia”,
por Cirilo Volkmar
Machado. Nas paredes
estão representadas as
oito Virtudes Reais, da
autoria de Domingos
Sequeira.

  
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Sala das Descobertas

 A pintura do tecto, da autoria de


Cirilo Volkmar Machado,
representa os feitos dos
portugueses além-mar, como
Vasco da Gama vencendo o
Adamastor, Pedro Álvares
Cabral, descobridor do Brasil,
Cristóvão Colombo, descobridor
da América e um retrato do
Infante D. Henrique. As paredes
estavam ornadas com quadros
representando as façanhas dos
Castros, Albuquerques, Almeidas
e Mascarenhas na Índia. Estas
telas foram com o rei D. João VI
para o Brasil e não regressaram.
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Sala dos Destinos

 No tecto, da autoria de Cirilo


Volkmar Machado, está
representado o "Templo do
Destino", destacando-se a figura
da Providência que entrega a D.
Afonso Henriques o Livro dos
Destinos da Pátria. Em redor
estão representados, para além
de Hugo Capeto rei de França e
do conde D. Henrique de
Borgonha, pai de D. Afonso
Henriques, todos os monarcas
portugueses até D. João IV.
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Sala da Guarda

 Por aqui se fazia a entrada no Palácio e


permanecia a Guarda Real - que dá o
nome a esta sala - quando a Família
Real estava em Mafra.

 A pintura do tecto, de Cirilo Volkmar


Machado, representa "O Precipício de
Faetonte", personagem mitológica que
tendo conseguido de seu pai Hélios o
carro com que este iluminava o mundo,
perdendo o domínio dos cavalos, pôs
em perigo a Terra e o Céu. Zeus,
guardião da ordem do Universo,
fulminou-o com o seu raio lançando-o
no rio Erídano.
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Sala dos Camaristas

 Sala onde permaneciam os


camaristas quando a Família
Real se encontrava em Mafra.
A pintura do tecto, de finais
do século XVIII, da autoria de
Cirilo Volkmar Machado,
representa ao centro as
"Quinas de Portugal" rodeadas
por diversos deuses gregos e
pela "Fecundidade", que tem
em cada mão cornucópias da
abundância, das quais saem
crianças sustentando grinaldas
de flores. É uma invocação à
fecundidade da Princesa D.
Carlota Joaquina de Bourbon,
casada com o futuro rei D.
João VI.
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Sala de Diana

 Sala cujo teto está


pintado com uma
representação de
Diana, a deusa da
caça, acompanhado de
ninfas e sátiros, da
autoria de Cirilo
Volkmar Machado.
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Galeria da Frente

 Trata-se de uma sucessão de salas


formando um longo corredor com
232m de Torreão a Torreão. De
destacar a decoração mural de
Volkmar Machado representando a
sala das Descobertas, os
Descobrimentos Portugueses, na
sala dos Destinos, o 1º Rei de
Portugal recebendo o livro dos
Destinos da Pátria e na sala da
Guarda a lenda do “Precipício de
Faetonte”.
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Sala da Benção

 Situada no meio do Paço Real, parece, pela


sua decoração em pedra liós da região de
Sintra e Pero Pinheiro e Cascais, fazer
parte integrante da Basílica sobre a qual se
abrem as janelas. Dos seus varandins
podia a Família Real assistir às cerimónias
religiosas e, da varanda que abre sobre o
Terreiro, D. João V saudava o povo.
Destaca-se o busto em mármore de D.
João V, da autoria do mestre italiano
Alessandro Giusti.
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Casa de banho
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Oratório Norte

 Capela privada dos aposentos


do rei. O teto, também da
autoria de Cirilo Volkmar
Machado, evoca um voto de
gratidão dos príncipes D. João e
D. Carlota Joaquina pelo
nascimento da primeira filha.
Sobre o altar está uma tela de
Inácio Oliveira Bernardes
representando a Virgem, o
Menino e S. José carpinteiro, c.
1730.
Torreão
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Norte
Quarto de D. Luís

 Local destinado aos aposentos do


Rei. Cada torreão funcionava como
um apartamento independente com
as cozinhas na cave, as despensas e
ucharias no piso térreo, os quartos
dos Camaristas no 1º piso, os
aposentos reais neste piso e os
criados nos mezaninos. Foram
usados até à morte de D. Fernando de
Saxe e Coburgo (1816/ 1885), marido
da rainha D. Maria II, ficando depois
reservados a hóspedes importantes.
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Salão Grande dos Frades

 Espaço destinado à
recreação
museográfica do
ambiente conventual,
com mobiliário e
objetos que serviram
no antigo convento. A
mesa e os bancos
pertenceram a uma
das duas irmandades
instituídas por D. João
V em Mafra.
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 Acrescentos posteriores vieram enriquecer o monumento com obras de arte e a


criação de outras dependências, como foi o caso da notável biblioteca conventual.
O Palácio Nacional de Mafra possui uma das mais importantes bibliotecas
portuguesas, com um valioso acervo de aproximadamente 36 mil volumes. Um
verdadeiro repositório de conhecimento e obras-primas.

 Nessa altura da sua construção e em anos posteriores, Mafra era uma verdadeira
cidade real. Hoje, o gigantesco monumento barroco que alberga o Palácio Nacional,
o Convento e a Basílica de Mafra já não alberga reis, mas continua a valer como
uma cidade que parece dominar toda a paisagem envolvente.
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Jardim do Cerco

 Junto ao Convento ficava o Jardim


da Cerca, com a horta, pomar,
vários tanques de água e para se
distraírem, sete campos de jogos,
quatro da bola, um do aro e dois de
laranjinha. 

 Jardim do Cerco que une o Palácio


à Tapada de Mafra, coutada dos
reis e onde hoje se pode praticar a
caça mediante inscrição.
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TAPADA DE
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MAFRA
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Tapada de Mafra, onde se encontra uma vegetação em estado mais selvagem. Os temporais
das últimas semanas deixaram os trilhos temporariamente encerrados, mas normalmente
estão abertos ao público, quer para passeios pedestres quer para os circuitos em BTT.
Há ainda visitas em comboio articulado, de charrete ou a cavalo. Pelo caminho é possível
cruzar-se com várias espécies de animais, como os javalis ou os gamos, sendo que para
observar os lobos é necessário aproximar-se do cercado reservado para os mesmos.
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 D. João V, o “Rei Magnânimo” (1689-1750), mandou construir um Palácio-Convento


na Vila de Mafra em cumprimento da promessa que fez, caso a Rainha lhe desse
descendência.

 Este grandioso monumento, construído numa época de grande prosperidade real,


em resultado da exploração de ouro e diamantes do Brasil, constitui uma obra-prima
do Barroco Português.

 A Real Tapada de Mafra foi criada em 1747 com o objetivo de proporcionar um


adequado envolvimento ao Monumento, de constituir um espaço de recreio venatório
do Rei e da sua corte e ainda de fornecer lenha e outros produtos ao Convento.
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Com uma área de 1200 hectares, a Real Tapada de
Mafra era rodeada por um muro de alvenaria de pedra e
cal, com uma extensão de 21 Km.
 A Tapada foi dividida em três partes separadas por dois muros construídos em 1828,
estando atualmente a primeira, com 360 hectares, sob administração militar.

 Desde o século XVIII até à Implantação da República, a Real Tapada de Mafra foi local
privilegiado de lazer e de caça dos monarcas portugueses, sendo contudo, nos reinados de
D. Luís (1861-1899) e de D. Carlos (1899-1908) que a Tapada conheceu o seu período
áureo como parque de caça.

 Com a implantação da República passou a designar-se Tapada Nacional de Mafra (TNM),


sendo utilizada fundamentalmente para o exercício da caça e para atos protocolares.
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 A partir de 1941 foi submetida ao regime florestal total, sob tutela da Direcção-
Geral dos Serviços Florestais e Aquícolas, passando a ser gerida numa
perspetiva mais ambiental.

 Em 1993 a TNM foi concessionada à Empresa Nacional de Desenvolvimento


Agrícola e Cinegético (ENDAC), uma sociedade de capital exclusivamente
público na dependência do Ministério da Agricultura.

 A partir de 1998 é criada uma Cooperativa de Interesse Público para


aproveitamento dos recursos da TNM, com o Estado a deter posição
maioritária no seu capital social, em parceria com a Câmara Municipal de
Mafra e entidades privadas.
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CORTE E CAÇA
A TAPADA COMO COUTO REAL DE CAÇA DOS
MONARCAS DOS SÉCULOS XVIII, XIX E XX
 A importância da caça na Tapada remonta à sua fundação em 1747.

 Pelo facto de ser uma área florestal de fortes potencialidades cinegéticas, a realeza
encontrou neste espaço um local especialmente vocacionado para a caça e o lazer,
conferindo-lhe um cunho próprio de nobreza que ainda hoje é preservado e
continuado.

 A prática da caça está ligada à natureza humana desde os tempos pré-históricos,


evoluindo de uma atividade indispensável à sobrevivência humana, ou de
complementaridade alimentar, para uma atividade de recreio e lazer associada ao
gosto do contacto com a natureza e à gestão das espécies animais.
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 Sendo hoje uma atividade de significativa importância económica e socialmente
popularizada, tempos houve em que estava reservada às classes sociais
privilegiadas – aristocracia e realeza, que dispunham de extensas áreas de
tapadas e coutos de caça para seu uso exclusivo.

 A caça assumia então um simbolismo de poder, por um lado, e de lazer por outro,
constituindo essa prática de vencer animais, fisicamente mais poderosos, uma
forma de preparação física para as contendas militares.

 Na época de D. João V, monarca que construiu o Convento e criou a Tapada de


Mafra, deu-se um grande incremento no fabrico nacional de armas de fogo e
armas de caça, que teve continuidade no reinado do seu filho D. José I.
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 À medida que as armas de caça se
tornavam distintas das armas de guerra,
tornaram-se objetos de ostentação,
espelhando o poder económico e o gosto do
seu possuidor.

 Mafra, pela sua proximidade à Corte em


Lisboa, constituiu, a par de Salvaterra de
Magos, área privilegiada de caça dos reis e
rainhas da Casa de Bragança,
nomeadamente D. João V e D. José I,
assim como D. Maria I e D. João VI, D.
Pedro II, D. Fernando, D. Luís e D Carlos.

 A tradição era caçar de batida ou de


montaria, com o tiro feito a curtas distâncias
sobre a caça em movimento.
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 D. Carlos foi ainda um frequentador assíduo e entusiasta da Tapada de Mafra,


gosto partilhado pela sua mulher Rainha D. Amélia, ficando na história da
Tapada como a sua figura mais emblemática.
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https://www.continuandoaprocura.com/palacio-nacional-de-mafra/

http://www.palaciomafra.gov.pt/pt-PT/basilicamenu/ContentList.aspx

https://www.google.com/

http://www.palaciomafra.gov.pt/Data/Documents/A%20Bas%C3%ADlica%20_saber%20mais_.pdf

https://arquivo.cm-mafra.pt/results?t=pal%c3%a1cio&s=Rank&sd=False&p=56

https://lazer.publico.pt/monumentos/121113_palacio-nacional-de-mafra

http://www.cesdies.net/monumento-de-mafra-virtual/cosmologia-e-mnemotecnia

https://lazer.publico.pt/monumentos/121113_palacio-nacional-de-mafra

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