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Trovadorismo

O Trovadorismo surgiu na Idade Média, no século XII e


o seu marco inicial foi a "Cantiga da Ribeirinha" (ou
"Cantiga da Garvaia"), escrita em 1189 por Paio Soares
de Taveirós.

Como a maior parte do povo não sabia ler nem


escrever, o gênero que mais se destacou no período
do Trovadorismo foi a poesia, que era cantada (daí
vem o nome “cantigas”), acompanhadas de música e
de dança. Os trovadores compunham e cantavam
essas cantigas, que eram escritas e reunidas em livros
chamados cancioneiros. 
Classificação das Cantigas

As cantigas podiam ser Líricas (de Amor ou de Amigo) ou Satíricas (de Escárnio ou de
Maldizer). 

Cantiga de Amigo (Poesia Lírica): ambiente rural, linguagem simples e forte


musicalidade (ex: paralelismo – repetição de palavras ou frases). Eu-lírico feminino, que
vive se lamentado porque o namorado foi para a guerra. Amor natural e espontâneo. Obs:
nesse contexto, "amigo" tem o mesmo sentido de "namorado". 

Cantiga de Amor (Poesia Lírica): linguagem mais rebuscada, ambientação aristocrática


das cortes. Eu-lírico masculino, que vive se declarando para uma mulher idealizada,
inatingível e distante (amor cortês: convencionalismo amoroso). Seu amor nunca é
correspondido e o homem sempre é inferior à mulher, como um vassalo (servo feudal) em
relação ao seu suserano (senhor feudal). 
Cantiga de Maldizer (Poesia Satírica): Crítica direta, linguagem agressiva e zombaria.
Às vezes apareciam até palavrões. Eram cantigas usadas para falar mal das pessoas de
modo explícito. 

Cantiga de Escárnio (Poesia Satírica): Crítica indireta, linguagem sutil (jogo de


palavras), ironia e duplo sentido. O nome da pessoa que era zombada não era revelado. 
Cantiga “Ai, dona fea, foste-vos Dona fea, nunca vos eu loei
queixar” de João Garcia de Guilhade En meu trobar, pero muito trobei;
Mais ora já en bom cantar farei
Ai dona fea! Foste-vos queixar En que vos loarei toda via;
Que vos nunca louv'en meu trobar E direi-vos como vos loarei:
Mais ora quero fazer un cantar Dona fea, velha e sandia!
En que vos loarei toda via;
E vedes como vos quero loar:
Dona fea, velha e sandia!

Ai dona fea! Se Deus mi pardon!


E pois havedes tan gran coraçon
Que vos eu loe en esta razon,
Vos quero já loar toda via;
E vedes qual será a loaçon:
Dona fea, velha e sandia!
Humanismo

O Humanismo também é o período da história da


Literatura Portuguesa situado entre a Idade Média e a Idade
Moderna (Renascimento). O que vemos aqui é um
momento onde o ser humano procura se valorizar mais, ou
seja: o Teocentrismo (Deus no centro de tudo) e o domínio
da Igreja Católica são substituídos
pelo Antropocentrismo (o homem no centro de tudo).

É uma época de grandes avanços científicos (destaque para


Galileu, que provou a teoria heliocêntrica, dizendo que o
sol é o centro do sistema planetário) e, assim, o homem
passa a ser mais racional (Racionalismo).
Tipos de textos escritos no Humanismo:
Poesia Palaciana (Poesia Lírica): como nós já vimos, é
uma  poesia mais elaborada do que as cantigas do
Trovadorismo.

Crônicas de Fernão Lopes (Prosa): Crônicas que


relatavam os acontecimentos históricos de Portugal. 

Gil Vicente (teatro): início do teatro leigo (desvinculado


do teatro cristão). Teatro rústico e primitivo, que critica o
homem e os seus costumes com o propósito de reformá-los
(teatro moralizante e reformador). Destaques: Auto da
Barca do Inferno, Auto da Lusitânia, Farsa de Inês
Pereira.
CLASSICISMO
O Classicismo corresponde a um movimento artístico cultural
que ocorreu durante o período do Renascimento (a partir do
século XV) na Europa.
O nome do movimento que marca o fim da Idade Média e o
início da Idade Moderna, faz referência aos modelos clássicos
(greco-romano).

As principais características do classicismo são:

•Antiguidade clássica
•Antropocentrismo
•Cientificismo
•Paganismo
•Equilíbrio
•Harmonia
•Rigor formal
•Mitologia greco-romana
•Ideal platônico e de beleza
Principais autores e suas obras

Decerto que na literatura portuguesa o autor que recebe


destaque é Luís Vaz de Camões, com sua obra “Os Lusíadas”
(1542). Já na Espanha, Miguel de Cervantes (1547-1616) com sua
obra mais notável “Dom Quixote” (1605).

Destacam-se também os escritores humanistas italianos:

•Dante Alighieri 1265-1321), com sua obra mais popular “


A Divina Comédia” (1555);

•Francesco Petrarca (1304-1374), pai do humanismo e inventor


do soneto;

•Giovanni Boccacio (1313-1375), com sua obra Magma


“Decamerão” (1348 e 1353).

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