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JOANA DARC BRASIL DE CARVALHO

MARYLÚCIA CHIANCA DE MORAIS

ANÁLISE DOS NÍVEIS DE COMPREENSÃO E UTILIZAÇÃO DA


INFORMAÇÃO CONTÁBIL PELOS DIRETORES DAS ESCOLAS ESTADUAIS
DE PORTO VELHO NO PROCESSO DE GESTÃO

Artigo apresentado em cumprimento às exigências do Curso de Ciências Contábeis da


Universidade Federal de Rondônia - UNIR, para obtenção do diploma de graduação.

Orientador: Prof. Ms. Wanderley de Oliveira Sousa Jr.

Porto Velho – RO
2019
RESUMO

O presente estudo se propôs a verificar se os gestores das escolas


estaduais sob a jurisdição da Coordenadoria Regional de Educação de Porto
Velho – Seduc/CRE-PVH recebem, compreendem e utilizam informações de
natureza contábil para Gestão.
Três pontos foram investigados: (1) Compreensão da Informação
Contábil; (2) Utilização da Informação Contábil e (3) Recebimento da
Informação e Relacionamento entre Gestor Escolar e o Contador.
O universo da pesquisa foi constituído por 76 escolas e destas
selecionadas 25 escolas, que receberam e utilizaram recursos da esfera
estadual e/ou federal acima de trezentos mil reais no exercício de 2018.
INTRODUÇÃO

A percepção e a conscientização quanto ao dever do gestor público em


prestar contas sob a forma de informação sobre a sua administração torna-se
cada vez mais presente na sociedade. De forma isolada ou institucionalizada, o
cidadão vem pressionando o Estado a aprimorar seus sistemas de informações e
qualidade das informações emitidas
A comunicação entre o governo e os interessados nas atividades
governamentais possui certa dependência da linguagem contábil, pois as
prestações de contas usualmente apresentadas pelos governos são
demonstradas em dados e relatórios contábeis.
O Internacional Federation of Accountants – IFAC (1991, P.04) pode
confirmar essa observação através da seguinte afirmativa “Os relatórios
financeiros constituem um importante recurso, embora não seja o único, pelo
qual os governos e seus órgãos demonstram sua accountability”
A importância da pesquisa no contexto deste trabalho ocorre, devido a
Contabilidade ter como objetivo principal fornecer informações uteis para
tomada de decisões (HENDRIKSEN E VAN BREDA), 2007, p.94). E sendo os
gestores escolares (diretores) responsáveis pela aplicação dos recursos
advindos de programas específicos para despesas relativas a merenda escolar
– Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE e Programa Estadual de
Alimentação Escolar – PEALE; Manutenção e Desenvolvimento do Ensino /
Programa de Apoio Financeiro às Escolas – Proafi Regular; Obras de
Construção Civil, no caso da maioria das Emendas Parlamentares e Proafis
Adicionais; e Programa de Desenvolvimento de Dinheiro Direto na Escola –
PDDE, se os mesmos compreendem e utilizam-se das mesma no processo de
gestão.
REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico aborda a literatura tangente a informações contábeis,


bem como se estas informações são compreendidas nos níveis da linguagem
semântico, sintático e pragmático. (MAGALHÃES E LUNKES,
2000, p 35) cita que “para que as informações sejam utilizadas pelos gestores
é preciso que eles a desejem e as considerem úteis” enquanto que de acordo
com o Financial Accounting Standards Board – FASB, citado por Hendriksen e
Van Breda (2007, p. 93) “a divulgação financeira deve fornecer informações
que sejam úteis para investidores e credores [...] bem como para outros
usuários que visem a tomada racional de decisões”
NÍVEL SINTÁTICO, SEMÂNTICO E PRAGMÁTICO DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL

A etimologia é o estudo da origem das palavras. A semiótica distingue três


planos de investigação dos termos linguísticos: a análise semântica, a
sintática e a pragmática.
A teoria contábil pode ser apresentada ao usuário da informação nesses três
níveis. O nível sintático é o estudo da lógica ou gramática da linguagem; o
semântico está relacionado com estudo do significado da linguagem e o nível
pragmático está relacionado com o efeito da linguagem. A conjunção e a
inter-relação destes níveis é que geram uma das qualidades essenciais da
informação contábil: a compreensibilidade. Na discussão da contabilidade
como linguagem informacional, Hendriksen e Van Breda (2007) apontam três
questões que devem ser respondidas: a) Qual é a compreensão das palavras
pelos usuários? b) Que significado tem essas palavras? c) As palavras fazem
sentido lógico?.
METODOLOGIA

Os dados foram coletados por meio de questionário estruturado com


perguntas abertas e fechadas aplicados aos diretores das escolas estaduais
abordando a) Identificação da Escola; b) Perfil do Gestor Escolar; c)
Compreensão da Informação contábil; d) Utilização e divulgação da
Informação Contábil; e) Registros e Controles. O critério quantitativo
associado a metodologia da Estatística descritiva (mediana) será utilizado
para construção de tabelas referente a questões Informações sobre a escola;
Perfil dos Gestores. O método qualitativo associado a metodologia da
estatística será utilizado para a construção das tabelas referente às questões
que abordam: (1) Compreensão da Informação; (2) Utilização da
Informação; (3) Recebimento da Informação e relacionamento entre o
gestor escolar e o contador.
APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
O universo da pesquisa foi formado por 76 escolas estaduais que receberam
e executaram valores de até R$ 100 mil reais a valores que excederam R$ 1
um milhão de reais, conforme o Anexo I.
A coleta de dados foi realizada por meio do sistema de Informação do
Governo sem Papel – SEI; Memorando-Circular nº 16/2019/Seduc-
CREPVHGAF, datado de 28.05.2019; Processo Administrativo nº
0029.222.882/2019-62 às unidades escolares de Porto Velho.
Os três primeiros grupos de escolas que somam 25 unidades, conforme
amostra da Tabela 1, representam dentro do Universo das escolas 32,9%,
atendendo a 52,19% dos alunos sendo os recursos recebidos por estas
unidades 64,8% do percentual distribuídos as escolas estaduais e
compõem a nossa amostra.
O universo da pesquisa foi formado por 76 escolas estaduais que estão sob
a jurisdição da Coordenadoria Regional de Porto Velho – Seduc/CRE-PVH.
Foram formados 06 (seis) grupos: Grupo A – composto por 03 (três)
Conselhos Escolares que receberam e executaram mais de R$ 1 um milhão de
reais no ano de 2018; Grupo B – composto por 07 (sete) Conselhos Escolares
que receberam e executaram entre R$ 500 mil reais a R$ 1 milhão de reais no
ano de 2018; Grupo C - composto por 15 (quinze) Conselhos Escolares que
receberam e executaram entre R$ 300 mil reais a R$ 200 mil reais; Grupo D -
composto por 11 (onze) Conselhos Escolares que receberam e executaram
entre R$ 200 mil reais a R$ 100 mil reais; e Grupo E - composto por 24 (vinte
e quatro) Conselhos Escolares que receberam e executaram até R$ 100 mil
reais, conforme Anexo I.
O quantitativo de alunos foi compilado do site oficial do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira Legislação e
Documentos – INEP (inep.gov.br/censo-escola).

Os três primeiros grupos de escolas que somam 25 unidades, conforme


amostra da Tabela 1, representam dentro do universo das escolas 32,9%;
atendendo a 52,19% dos alunos. Os recursos recebidos por estas unidades
escolares representam 64,8% dos totais distribuídos às escolas estaduais
que estão na jurisdição da Coordenadoria Regional de Porto Velho – Seduc-
CRE/PVH que incluem de escolas localizadas em Porto Velho, Candeias do
Jamari, Jaci-Paraná, Baixo Madeira, Triunfo, Itapuã do Oeste e União
Bandeirantes.
Ordem Grupo de Quantidade % Nº de % Recursos totais %
escolas de escolas alunos recebidos
por grupo
Grupo 01 A 3 3,95% 6.310 9,43% 3.926.650,62 18,83%
amostral
  02 B 7 9,21% 9.053 13,54% 4.342.705,00 20,83%

03 C 15 19,74% 19.536 29,22% 5.240.607,68 25,14%

Total       32,9% 34.899 52,19% 13.509.963,30 64,8%

Demais 04 D 11 14,47% 11.458 17,13% 2.734.912,97 13,12%


grupos
05 E 24 31,58% 16.033 23,98% 3.600.065,65 17,27%

06 F 15 19,74% 4.462 6,67% 997.909,20 4,78%


Totais - 6 76 100% 66.852 100% 20.842.851,12 100%
Na Tabela 2, é demonstrado que 32% das escolas que recebem 64,8% dos recursos
totais repassados pelo Governo Federal e Estadual alcançaram a meta do Ideb. A
observação das que não alcançaram a meta corresponde a 32%; e as que não possuem
registro algum relativo ao Ideb corresponde a 36%.
Ideb das Escolas da Amostra X que receberam acima de R$ 300 mil reais a R$ 1,5 milhão de reais em 2018.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007 e reúne, em um só indicador, os
resultados de dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: o fluxo escolar e as
médias de desempenho nas avaliações.

Quantidade de escolas Alcançaram a Meta estipulada do Ideb %

8 Sim 32%
8 Não 32%
9 Não há registros / insuficiência de dados 36%
ou não aplicação das provas.

Total: 25   100%
Na Tabela 3, é possível verificar que a maioria dos diretores da amostra tem
experiências acima de 9 anos e estão em média nas atuais escolas acima de 7 anos.
Todavia, existem escolas neste grupo com diretores com experiência mínima de 4
meses, no exemplo da E.E.E.M João Bento da Costa; e experiência máxima de 34 anos,
no exemplo, da diretora da E.E.E.F.M. São Luiz. Grande parte das escolas conta com
mais de 60 funcionários (dentre técnicos e professores). Com relação aos vinte e cinco
(25) entrevistados da amostra; os vinte e três (23) que responderam, todo tem nível
superior; 2 são mestres; e 01 é doutorando.
Ord. Grupos Nível Pós – Mestres Doutor Experiência Média Tempo de Média Quantidade Média
de superior graduação como Gestor gestor na de
escolas Escolar atual funcionários
escola

01 A+B+C 23 20 2 1 222 anos 9,6 169 7,4 1395 60,6


Das 25 escolas, 23 escolas responderam, logo, tomaremos como base as 23=100%
Na tabela 4, referente ao nível de compreensão das palavras (terminologias
contábeis) utilizadas no processo financeiro de concessão, prestação de contas dos
recursos financeiros antes, durante e depois, por parte dos gestores escolares,
verificou-se que 44% compreendem, parcialmente, a linguagem técnica da
contabilidade. Como demonstrado na tabela, a seguir:

Compreensão das palavras técnicas da contabilidade por parte dos gestores


utilizadas nos processos financeiros
Ordem Resposta Quantidade de respostas %
01 Sim 10 40%
02 Não 1 4%
03 Parcial 11 44%
04 Não responderam 3 12%
Total 25 100%
Na Tabela 5, verificou-se que os termos que mais geram dúvidas são: elemento e
subelemento de despesa com 56%; planejamento orçamentário 48%, nota de empenho
32%; e consolidação bancária com 32%.

Termos (palavras) nos processos contábeis que mais geram dúvidas aos gestores escolares

Ordem Palavras (terminologias da contabilidade) Quantidade de %


respostas

01 Ordem bancária 2 8%
02 Saldo financeiro, aplicações financeiras 3 12%
03 Receita x despesas 3 12%
04 “ O dever de Prestar Contas” 3 12%
05 Consolidação Bancária 8 32%
06 Nota de empenho 8 32%
07 Planejamento orçamentário 12 48%
08 Elemento e subelemento de despesas 14 56%
A Tabela 6, indicou que 76% dos membros dos Conselhos Escolares compreendem,
parcialmente, os termos utilizados da linguagem contábil nos processos de liberação e
prestações de contas dos recursos financeiros às escolas.
Compreensão das terminologias contábeis por parte dos membros dos Conselhos
Escolares

Ordem Resposta Quantidade de %


respostas

01 Sim 2 8%
02 Não 2 8%
03 Parcial 19 76%
04 Não responderam 2 8%
Total 25 100%
Na Tabela 7, foi verificado que 48% dos Presidentes dos Conselhos Escolares
compreendem, parcialmente, os planos, resoluções, leis que se referem a aplicação de
cada tipo de programa financeiro destinado à escola, a saber como: Proafi Regular,
PNAE, PEALE, PEALE Adicional, PDDE, Proafi Adicional e Emendas Parlamentares. Os que
não responderam correspondem à 8%; e os que compreendem corresponde à 44%.
Compreensão das Legislações, Resoluções, leis de Programas Financeiros
destinados às escolas pelos diretores

Ordem Resposta Quantidade de %


respostas

01 Sim 11 44%
02 Não - 0%
03 Parcial 12 48%
04 Não responderam 2 8%
Na Tabela 8, sobre a utilização dos livros, programas e/ou arquivos digitais para realizar
o controle relativos as informações financeiras e aquisição de bens e serviços da escola,
verificou-se que 52% dos gestores escolares utilizam a informação contábil nas suas
decisões, (HENDRIKSEN e VAN BREDA, 2007, p.94) cita que o objetivo principal da
contabilidade é fornecer informações úteis para tomada de decisões.

Utilização dos livros, programas e arquivos digitais para realizar o controle das informações financeiras das
escolas.

Ordem Resposta Quantidade de respostas %

01 Sim 13 52%

02 Não 6 24%

03 Parcialmente 3 12%

04 Não responderam 3 12%


Total 25 100%
Na Tabela 9, é indicado o percentual de escolas que possuem sistema de informação contábil para
registrar, lançar, guardar e movimentar as informações/fatos contábeis tempestivamente (em tempo real)
atualizadas. No resultado, 56% responderam não possuíram e nem lançarem esse tipo de registro; 12%
não responderam; e somente 28% realizam esse tipo de controle. Para MAGALHÃES e LUNKES, 2000,
p.54, “ A gestão eficiente necessita de informações que é um conjunto de relatórios que auxiliam em
todos os níveis do processo decisório. ”

Lançamento dos Fatos Contábeis Tempestivamente


Ordem Resposta da parte dos Quantidade de %
gestores respostas

01 Sim 7 28%
02 Não 14 56%
03 Parcialmente 1 4%
04 Julgo que não ser necessário - 0%
05 Não responderam 3 12%
Na Tabela 10, é indicado o percentual das escolas que realizam controles de
materiais como bens capitais e bens de custeio; entrada e saída destas
aquisições. Verificou-se que nenhuma unidade escolar utiliza softwares de
gestão para contabilidade. O percentual de 72% dos controles é feito por
meio de anotações (cadernos, planilhas impressas, livro ata, dentre outros
meios simples) de entrada e saída de materiais/estoque/produtos. Os
percentuais de 4% responderam que os controles são realizados, porque
existem exigências por parte do Tribunal de Contas do Estado – TCE/RO e
do Sistema de Patrimônio e Secretária de Finanças do Estado de Rondônia
– SINVREA, que exige aos órgãos e departamentos do governo realizarem
lançamentos dos bens capitais que são tombados, sob pena de
responsabilização. Logo, estes controles de materiais são feitos de forma
padronizada, sendo que a dinâmica de controle é realizada por cada gestor
e equipe.
Tabela 10

Controle dos bens de custeio e de capital pelas unidades escolares


Ordem Resposta da parte dos gestores Quantidade %
de respostas

01 Entrada e saída de estoque (materiais, 18 72%


produtos de custeio e capital)

02 SINVREA e Planilhas do TCE/RO 1 4%


03 Planilha de Excel 2 8%
04 Planilhas e tombamentos 1 4%
05 Não responderam 3 12
Total 25 100%
Na Tabela 11, sobre a divulgação das informações financeiras à comunidade escolar
verificou que não há um período estipulado ou determinado, pois houve mais de um
período e os mesmos não estão sincronizados entre as unidades escolares.

Divulgação das informações financeiras à comunidade escolar


Ordem Resposta Quantidade de %
respostas

01 Mensal 7 28%
02 Trimestral 5 20%
03 Semestral 8 32%
04 Anual 1 4%
05 Mensal e semestral 1 4%
06 Não há divulgação - -
07 Não responderam 3 12%
Total 25 100%
Na Tabela 12, quanto ao recebimento da informação e relacionamento entre o Gestor
Escolar e Contador, 44% responderam não possuir contador; 44% responderam que
possuem contador; e 12% não responderam.
A escola possui Contador
Ordem Resposta Quantidade de %
respostas

01 Sim 11 44%
02 Não 11 44%
03 Não responderam 03 12%
Total 25 100%
Na Tabela 13, sobre os serviços realizados pelo Contador à escola foi indicado que a
“atualização Fiscal” é o mais frequente seguido por “Imposto de Renda de Pessoa
Jurídica e Prestações de Contas. ”

Serviços ofertados pelo contador


Ordem Serviços realizados pelos Contadores Quantidade de respostas %

01 IRPJ 2 18%
02 Atualização Fiscal 4 36%
03 Balanço Patrimonial 1 9%
04 Licitação 1 9%
05 Prestação de Contas 3 27%
06 Orientação e Assessoramento 1 9%
07 Certificado Digital e Certidões 1 9%
08 Parte que cabe ao Contador 1 9%
Total 25 100%
Na Tabela 14, foi perguntado se existem orientações por parte do Contador ao Gestor
Escolar (diretor) e ao Conselho Escolar em relação aos processos financeiros recebidos por
meio de programas financeiros destinados à escola, bem como gerenciamento dos mesmos.
Das respostas obtidas 28% não recebem orientações dos contadores; 28% não
responderam; 24% recebem parcialmente as orientações de contadores; e apenas 20%
recebem orientações satisfatórias dos contadores.
Orientações por parte dos contadores às escolas
Ordem Resposta Quantidade de %
respostas

01 Sim 5 20%
02 Não 7 28%
03 Parcialmente 6 24%
04 Não responderam 7 28%
Total 25 100%
Na Tabela 15, é demonstrado o nível de relevância que os gestores atribuíram às
orientações realizadas pelos contadores para tomada de decisões. É importante
destacar que 52% não responderam e somente 12% consideram de alta relevância
as orientações dos profissionais da contabilidade.
Nível de Relevância das orientações dos Contadores
Ordem Nível de Relevância Quantidade de %
respostas

01 Baixa 3 12%
02 Média 6 24%
03 Alta 3 12%
04 Não responderam 13 52%
Total 25 100%
CONSIDERAÇÕES FINAIS

As vinte e cinco escolas que receberam acima de R$ 300 (mil reais) a R$ 1,5 (um milhão
e meio de reais) no ano de 2018, que contempla o percentual de 64,8% dos recursos totais
recebidos, que atendem a 52,19% dos alunos das 84 unidades escolares cadastradas na
jurisdição da Coordenadoria Regional de Porto Velho – Seduc/CRE-PVH, apenas 32%
alcançaram a meta do Ideb, conforme demonstrado na Tabela nº 02.
O número total de alunos matriculados, incluindo prefeituras, redes de escolas privadas
e estado correspondeu a 196.802 alunos em 2018. Destes, 66.852 foram atendidos pelas
escolas estaduais que estão sob a jurisdição da Coordenadoria Regional de Educação de
Porto Velho – Seduc/CRE-PVH, o que corresponde a 33,9%, uma fatia considerável a nível de
unidade federativa da união.
Das 84 (oitenta e quatro) unidades escolares existentes nesta jurisdição de Porto Velho,
76 (setenta e seis) responderam os questionários. Destas 76 unidades, 25 (vinte e cinco)
receberam e executaram recursos financeiros federais e estaduais em 2018 que custearam
merenda escolar; manutenção e desenvolvimento do ensino; obras de construção civil; que
somados por unidade escolar estiveram acima de R$ 300 mil a R$ 1,5 milhão e meio de
reais.
O primeiro ponto da investigação versa sobre a compreensão da Informação que
apresentou resultados medianos, com percentual de 44% demonstrados nas Tabelas 1 e 4,
o que corrobora para teoria apresentada por HENDRIKSEN e VAN BREDA (2007) que relata
a compreensão dos termos contábeis como uma das maiores dificuldades dos gestores.
A maior dificuldade do usuário da informação está nos temos “ Elementos e
subelemento de despesa e planejamento orçamentário”.

O segundo ponto, foi verificado a utilização da informação por parte dos gestores da
amostra de 25 escolas em relação aos controles; informações contábeis para registrar,
lançar, guardar e movimentar informações contábeis em tempo real; controle de materiais
e divulgação das informações financeiras à sociedade. Com relação às questões que
verificaram a utilização e divulgação da informação em seu processo, quando questionados
52% responderam (Tabela 8) que realizam; 56% (Tabela 9) responderam que não existem
registros das informações e fatos contábeis.
O terceiro ponto, que é o recebimento da Informação e relacionamento entre gestor
escolar e contador, os resultados desta pesquisa demonstraram que os contadores
oferecem informações de forma pouco intensa dentro do processo propriamente dito da
Gestão. Os serviços realizados pelos contadores e que são procurados pelos gestores de
escolas estão ligados a exigências fiscais como regularizações fiscais e IRPJ.

Na Tabela 7, 48% dos membros do conselho escolar responderam que compreendem


parcialmente as legislações ligadas aos programas financeiros destinados às escolas que
terão que executar; Na tabela 5, todos os gestores responderam ter dúvida sobre alguma
das palavras utilizadas nos processo financeiros de concessão, liberação e prestação de
contas das escolas; na Tabela 4, sobre Compreensão das palavras técnicas da
contabilidade por parte dos gestores utilizadas nos processos financeiros, 44%
compreendem parcialmente, isto é, nível semântico e sintático; 12% não responderam e
40% responderam que compreendem.
A presente pesquisa contribui com os usuários da informação vinculados as escolas estaduais
e demonstrando que os mesmos carecem de aperfeiçoamento no conhecimento que
possuem acerca dos termos constantes nos relatórios econômicos- financeiros. Oliver (1974)
já havia identificado essa necessidade há algumas décadas e não se percebe muita evolução
por parte dos usuários nesse sentido. Também se indica que esse estudo seja aprofundado
no sentido de verificar quais são os relatórios recebidos pelas escolas estaduais de Porto
Velho, objetivando-se verificar se os mesmos são gerenciais ou somente exigidos pelo fisco e
pela mantedora.

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