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  TELHADO VERDE: ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL PARA REDUÇÃO DO CONSUMO DE ENERGIA


ELÉTRICA NA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO (EA) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
DO SUL (UFRGS)

Patrícia De Maria Joner


A aplicação de telhado verde é uma alternativa na
implementação de medidas sustentáveis no âmbito da
construção.
A seguir uma breve descrição:
Os telhados verdes, coberturas verdes, tetos verdes, telhados vivos, eco
telhados ou telhados ajardinados, dentre outras denominações encontradas na
literatura, são uma técnica da Arquitetura que busca aplicar solo e vegetação
sobre estruturas de cobertura impermeável, em diversos tipos dessas
coberturas e de edificações (COSTA et al, 2012 apud SANTOS et al. 2016,
p.02).

[...]mas sempre se observando se a carga prevista será suportada pela


estrutura disponibilizada (VECCHIA 2005 apud OLIVEIRA 2009,p.27).
Desde a antiguidade, o desenvolvimento de soluções
ambientais, através do uso de vegetação, já era
implementado:
Historicamente, os primeiros telhados verdes construídos pelo homem foram
os zigurates da antiga Mesopotâmia e na Babilônia, região onde hoje se encontra
o Iraque, sendo construídos entre 600 A.C. e 450 A.C. Durante o Império
Romano, era comum o cultivo de árvores nas coberturas dos edifícios, como os
mausoléus de Augusto e Adriano.
(SANTOS, Pedro Tyaquiçã da Silva, 2011, p.17).
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5886
Conforto Térmico
Spangenberg (2004) em sua pesquisa, em convênio com a Universidade de São Paulo (USP), a qual
afirma que houve a redução da temperatura em 1ºC ou 2ºC nas grandes cidades, quando o sistema é
usado em larga escala. E, após a instalação de cobertura verde em uma laje, a temperatura da
superfície reduz cerca de 15°C, influenciando no conforto térmico dos ambientes e, dependendo do
tipo de telhado, da vegetação e da capacidade da área, a redução de carga térmica para o ar
condicionado aproxima-se de 240 kWh/m2. (RANGEL; ARANHA; SILVA, 2015, p. 399).

A importância da integração da natureza no espaço urbano é apresentada por Jörg


Spangenberg no livro Natureza em Megacidades – Serviços Ambientais da Floresta Urbana.
Lançada pela Editora da USP (Edusp), a obra apresenta um estudo detalhado sobre os
benefícios da vegetação como uma solução para adaptar as cidades às mudanças
climáticas e garantir uma melhoria da qualidade de vida da população.
A pesquisa foi apresentada como tese de doutorado do autor na Universidade Bauhaus,
na Alemanha, em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.
Spangenberg é arquiteto, urbanista e engenheiro alemão radicado no Brasil. Optou pela
cidade de São Paulo como objeto de pesquisa.
https://jornal.usp.br/cultura/preservar-as-escassas-florestas-das-cidades-e-o-desafio/
Segundo Oliveira (2019), “A depender da altura e peso da vegetação sob o
telhado verde, este pode ser, tradicionalmente, classificado em Sistema
Intensivo, Sistema Semi-Intensivo e Sistema Extensivo.”
Sistema Intensivo 
O Sistema Intensivo é apontado, como o que possui maiores exigências
técnicas para sua instalação:
O sistema de telhados intensivos, comporta plantas de maior porte: nível médio a
grande, em uma estrutura de 15 cm a 40 cm, onde a carga prevista varia entre 180
kg/m² e 500 kg/m². Resultando em uma maior demanda de água e adubo, e de uma
camada de substrato maior, no mínimo 30 cm, além de um reforço estrutural que suporte
maior capacidade de carga. (IGRA, 2012 apud OLIVEIRA 2019)
Assim como, o sistema de custos mais elevados:
Já os telhados verdes intensivos têm uma finalidade menos utilitária e mais
paisagística. Esse tipo é caracterizado pela utilização de plantas que demandam maior
consumo de água e necessitam de sistema de irrigação, adubo e manutenção geral, tais
como os jardins tradicionais. (NASCIMENTO 2010 apud HENN, A.; CALIGARI, A.I.
Sistema Extensivo 
O Sistema Extensivo, apresenta menores exigências, quanto a estrutura
na qual pode ser implantado:
Nesse modelo as plantas tem uma configuração de pequeno porte, rasteiras; a
altura da estrutura, descontada a vegetação, vai de 6 cm a 20 cm. O peso do
conjunto fica entre 60 kg/m² e 150 kg/m². Um telhado verde extensivo (TVE) pode
ser construído em praticamente todos os tipos de coberturas (telhas cerâmicas, de
fibrocimento, coberturas de aço e lajes).
[...]Deve-se dar prioridade ao uso de vegetação nativa da região, mais adaptada
ao clima local. No geral, os tipos de vegetação mais usados são os musgos,
herbáceas, gramíneas e suculentas, dentre estas as do gênero Sedum sp.
(PERUSSI, 2017 apud OLIVEIRA 2019, p.26-28).
Assim como, possui custos menores:
Os telhados verdes extensivos são caracterizados pela alta resistência as
variações pluviais e climáticas, tornando praticamente desnecessária sua
manutenção, necessitando de camadas menores e mais leves de substrato,
minimizando assim custo o da estrutura, pois o abastecimento de água e das
substancias nutritivas, dão-se pelo processo natural. (NASCIMENTO 2010 apud
HENN, A.; CALIGARI, A.I. p.04)
Sistema Semi-Intensivo 
Como o nome sugere, esse sistema pode ser classificado como um
meio termo, entre os sistemas Intensivo e Extensivo:
Num sistema de 12 cm a 25 cm. Pode exercer uma carga de 120 kg/m² a
200 kg/m². Como o peso é maior que o das extensivas, necessitam de mais
manutenção e os custos são mais elevados, a comparação inversa pode ser feita
às intensivas. Todavia, permitem que seja feito um paisagismo mais elaborado.
(IGRA, 2012 apud OLIVEIRA 2019, p.26-28)

Definições quanto ao acesso aos telhados verdes, também são


relatadas:
Os telhados verdes podem ser definidos ainda como acessíveis e
inacessíveis, sendo o primeiro uma área aberta ao uso de pessoas, como um
jardim suspenso ou um terraço, proporcionando benefícios sociais aos seus
usuários e agregando valor comercial ao edifício e os inacessíveis, que não
permitem a circulação de pessoas, podendo ser planos, curvos e com
inclinações. (ARAÚJO 2007 apud OLIVEIRA 2009, p.29). 
https://buchel.com.br/conheca-o-telhado-verde-e-veja-um-feito-no-23o-andar-de-um-predio/
MARCADELLA , Thiago. 2019
PROJETO DE INSTALAÇÕES HIDROSSANITÁRIAS DE UMA EDIFICAÇÃO MULTIFAMILIAR E AVALIAÇÃO TÉCNICA E
ORÇAMENTÁRIA PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA LAMINAR ALTO DE TELHADO VERDE.
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/206048

Com a missão de devolver o verde para os centros urbanos


nasceu em 2005 a empresa brasileira Ecotelhado. Iniciou
sua trajetória com o fornecimento de um sistema leve e
fácil instalação, popularizando o telhado verde.
https://ecotelhado.com/quem-somos/

https://ecotelhado.com/sistemas/?
gclid=CjwKCAjwkN6EBhBNEiwADVfya_qlw_eVmJ5nJEl3BrxYS0h2HSZOJob
OMTmYRN_gOZ52AGFYo2F9nxoCVC4QAvD_BwE
Para fins de projeto estrutural, deve ser considerada
uma carga permanente de 80 kg/m² .
Para fins de projeto estrutural, deve ser considerada
uma carga permanente de 250 kg/m²
Unisinos Campus Porto Alegre. Av. Nillo Peçanha
Colégio Israelita. Av. Protásio Alves, Porto Alegre
O projeto foi inaugurado em
etapas, entre 2009 e 2015.

https://sustentarqui.com.br/parque-high-line-exemplo-de-urbanismo-sustentavel/
Em Chicago, EUA, o Programa Alvará
Verde fomenta o desenvolvimento do
telhado verde ao acelerar o processo
das licenças cujos projetos incorporam
construções verdes.
(RANGEL, ARANHA; SILVA, 2015,
p.401).

https://sustentarqui.com.br/telhados-verdes-pelo-mundo/
Restos de comida da praça de alimentação do Shopping Eldorado em São Paulo, SP, se transformam em
adubo para uma horta com cultivo de verduras, hortaliças e legumes destinados aos funcionários.

https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Paisagismo/noticia/2016/06/shopping-paulistano-tem-teto-
verde-com-horta-organica.html
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, S. R.. As funções dos telhados verdes no meio urbano, na gestão e no planejamento de
recursos hídricos. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, ago. 2007. Disponível
em: <https://ecotelhado.com/wp-content/uploads/2015/03/Funcoes-dos-Telhados-Verdes-no-Meio-
Urbano.pdf>.

HENN, A.; CALIGARI, A.I. A implantação do telhado verde e sua efetividade. Disponível em: <
https://www.imed.edu.br/Uploads/5_SICS_paper_27.pdf>. Acesso em: 17 abr. 2021.
 
IGRA - International Green Roof Association. Global Networking for Green Roofs. 2011

OLIVEIRA, E. W. N. Telhados verdes para habitações de interesse social: retenção das águas
pluviais e conforto térmico. 2009. 86 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Faculdade
de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em :
<http://www.peamb.eng.uerj.br/producao.php?id=205#:~:text=Ainda%2C%20a%20implanta
%C3%A7%C3%A3o%20dos%20telhados,at%C3%A9%2056%25%20do%20volume%20precipitado.>
Acesso em: 17 abr. 2021.

OLIVEIRA, S.H. R. Telhado verde uma possibilidade sustentável. 2019, p.20-22. Disponível em : <
https://monografias.ufrn.br/jspui/handle/123456789/9032>. Acesso em: 20 abr. 2021. Acesso em: 2 maio
2021.
RANGEL, A. C. L. C.; ARANHA, K. C.; da SILVA, M. C. B. C.. Os telhados verdes nas políticas
ambientais como medida indutora para a sustentabilidade. Desenvolv. Meio Ambiente, v. 35, p. 397-
409, dez. 2015. Disponível em: < https://revistas.ufpr.br/made/article/view/39177#:~:text=Conclui%2Dse
%20afirmando%20que%20os,tamb%C3%A9m%20como%20uma%20tecnologia%20nas>. Acesso em: 17
abr. 2021.

SANTOS, R.; CARVALHO, E. H. C.P.; SANTOS, R.V.; HOLANDA, W. S.; SILVA, R.. Telhado verde: sua
definição e principais indicativos na sustentabilidade de uma construção. p.2, 2016. Disponível em:
<https://www.unaerp.br/revista-cientifica-integrada/edicoes-anteriores/volume3/2187-telhado-verde-sua-
definicao-e-principais-indicativos-de-vantagens-na-sustentabilidade-de-uma-construcao/file#:~:text=
%C3%89%20uma%20alternativa%20que%20combina,a%20gama%20de%20coberturas%20existente>.
Acesso em: 15 abr. 2021.

SPANGENBERG, J. Melhoria do clima urbano nas metrópoles tropicais: estudo de caso. 2004.
Disponível em: <http://www.basis-id.de/site2006/science/01_Spangenberg IMPROVEMENT%20OF
%20URBAN%20MICROCLIMATE%20IN%20TROPICAL%20METROPOLIS.pdf>.

SANTOS, P., T. , da Silva. Balanço hídrico em teto com textura com cobertura vegetal no semiárido pernambuco.
2011, p.17. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/5886. Acesso em 05 maio 2021.
VECCHIA, F. Cobertura Verde Leve (CVL): Ensaio Experimental. In: ENCONTRO NACIONAL DE
CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO (ENCAC), 6.. ENCONTRO LATINO-AMERICANO SOBRE
CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO (ELACAC), 4., 2005, Maceió. Anais... Maceió: COTEDI.
2005, p. 2146-2155.
 

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