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O TEATRO KABUKI

Trabalho realizado por:


Duarte Alcáçova nº23194
Pedro Guerreiro nº22971
Rui Antunes nº23205
Índice

Breve introdução sobre o teatro kabuki

História do teatro kabuki:

-1603-1629: kabuki feminino;

-1629-1673: Transição para yarō-kabuki;

-1673-1735: A era Genroku;

-Kabuki após a Restauração Meiji

O Teatro Kabuki na atualidade

Quando foi considerado património imaterial pela Unesco?

Videos/ documentários acerca do Teatro Kabuki 

Webgrafia e Fim
O que é o Teatro Kabuki?

■ O teatro kabuki é uma forma de teatro tradicionalmente japonesa, que surgiu no inicio do século
XVII (no período Edo). Caraterizado pelo seu drama e por a extravagante maquilhagem utilizada
pelos atores . O significado da palavra “kabuki” significa respetivamente em japonês : canto ;
dança ; habilidade e por isso a palavra kabuki é por vezes traduzida como "a arte de cantar e
dançar".
■ Esses ideogramas, entretanto, são o que se chamam de ideogramas usados apenas com
sentido fonético e não refletem a mesma etimologia da palavra. Acredita-se, de fato, que
o kabuki derive do verbo kabuku, significando aproximadamente "ser fora do comum",
de onde se depreende o sentido de teatro de "vanguarda" ou teatro "bizarro". A sua
origem remonta ao início do século XVII, quando se parodiavam
temas religiosos com danças de ousada sensualidade.
História do Teatro Kabuki:
-1603-1629: kabuki feminino

■ A história do kabuki começou em 1603, quando Izumo No Okuni, uma


sacerdotisa do santuário Izumo Taisha, passou a executar um novo estilo
de dança dramática em Kyoto. Atrizes representavam papéis tanto
masculinos quanto femininos em encenações cómicas sobre a vida
cotidiana. O estilo conquistou popularidade instantânea; Izumo No Okuni
foi inclusive convidada para se apresentar na Corte Imperial. O Japão
estava sob o controlo do Xogunato Tokugawa, liderado por Tokugawa
Ieyasu. No despertar de tal sucesso, trupes rivais formaram-se
rapidamente e o kabuki nasceu como uma dança dramática de conjunto
executada por mulheres, numa composição muito diferente da sua
representação moderna. Muito do seu apelo advinha das sensuais e
sugestivas performances realizadas; um grande número de atrizes estavam
comummente dispostas à prostituição; e os membros masculinos da
audiência podiam requerer livremente os serviços destas mulheres.

Izumo No Okuni: A criadora do teatro Kabuki


■ O kabuki tornou-se uma forma comum de entretenimento no estilo de vida Ukiyo, em distritos
como Yoshiwara- uma zona de meretrício em Edo. Este tipo de práticas urbanas e todo o mal que dele
advinha, especialmente pela variedade de classes sociais que se misturavam em performances
de kabuki, não passou despercebido ao xogunato. As mulheres do kabuki, designadas de onna-kabuki,
foram proibidas dessas práticas em 1629 por serem demasiado eróticas. Após as onna-kabuki, rapazes
executavam performances de Wakashū-kabuki, porém, desde que passaram a ser elegíveis para a
prostituição, o governo xogum baniu-os também desse tipo de práticas. O kabuki foi então executado
por atores adultos do sexo masculino, chamados Yoro-kabuki, em meados da década de 1600. Os atores
masculinos interpretavam papéis tanto masculinos como femininos. O teatro permaneceu popular e
manteve um foco do estilo de vida urbana até aos tempos modernos. No entanto, o kabuki foi praticado
por todo o ukiyo, assim como noutras partes do país; a Nakamura-za, Ichimura-za e Kawarazaki-
za tornaram-se os principais palcos do ukiyo, onde algumas das performances do kabuki mais bem
sucedidas foram e ainda são realizadas.
1629-1673: Transição para yarō-kabuki

■ O kabuki moderno masculino, conhecido por yarō-kabuki (jovem kabuki), desenvolveu-se durante estas


décadas. Depois das mulheres terem sido proibidas de realizar esta forma de teatro, os atores masculinos
praticavam o crossdressing, conhecidos como onnagata (papel de mulher) ou oyama. Os jovens (adolescentes)
eram escolhidos para o papel de mulheres, considerada a sua aparência menos masculina e voz não tão grave
em comparação com os homens adultos. Além disso, os papéis dos Wakashū (adolescente masculino),
desempenhados pelos jovens tornou-se comum entre a sociedade japonesa e muitas vezes eram apresentados
inclusive num diferente contexto erótico. Juntamente com a mudança de sexo do ator surgiu também uma
alteração na performance original: o aumento do stress foi acrescentado no drama ao invés da dança. As
performances eram igualmente obscenas e os atores do sexo masculino também estavam disponíveis para a
prostituição (em serviços tanto para o sexo feminino como para clientes do sexo masculino). O público tornou-
se frequentemente desordeiro, e conflitos surgiam ocasionalmente, por vezes sobre os favores de um jovem
ator particularmente esbelto, levando a que o shogunato proibisse primeiro as representações dos onnagata e
posteriormente dos wakashū. Ambas as proibições foram rescindidas no ano 1652.
1673-1735: A era Genroku

■ Durante a era Genroku o kabuki floresceu. A estrutura das peças kabuki foi formalizada


nesse período, assim como muitos elementos de estilização. Os tipos convencionais de
personagens foram determinados. O teatro kabuki e o ningyô jôruri – forma elaborada
de teatro de bonecos que veio a ser conhecida mais tarde como bunraku – tornaram-se
estreitamente associados um com o outro nessa época e desde então têm-se influenciado
mutuamente em seus desenvolvimentos. O famoso dramaturgo Chikamatsu
Monzaemon, um dos primeiros a escrever profissionalmente textos dramáticos
de kabuki, produziu muitos trabalhos influentes, embora a peça tida como mais
significativa de sua obra, Sonezaki Shinju (Os suicídios de amor em Sonezaki), tenha
sido originalmente escrita para bunraku.
■ Como muitas outras peças de bunraku, entretanto, essa foi adaptada para kabuki e
inspirou muitos "imitadores": de fato, conta-se que essa e outras peças similares
causaram tantos casos reais de suicídio copiados do drama, que o governo proibiu
as shinju mono (peças sobre suicídio duplo de amantes - aliás, curiosa semelhança
com Romeu e Julieta) em 1723. Ichikawa Danjuro I também viveu nessa época, a quem
se atribui o desenvolvimento das poses mie e da maquilhagem kumadori, que simulava
máscaras.
■ Em meados do século XVIII o kabuki perdeu temporariamente a preferência do público
das classes mais baixas em favor do bunraku. Isso aconteceu em parte por causa da
emergência de muitos bons dramaturgos de bunraku na época. Nada digno de nota
aconteceu no desenvolvimento do kabuki, até o fim do século, quando a forma voltou a
emergir.
Kabuki após a Restauração Meiji

■ As grandes mudanças culturais começaram em 1868, com queda do Shogunato


Tokugawa. A supressão da classe dos samurais e a abertura do Japão ao ocidente
ajudaram a ativar esse reflorescimento. Como a cultura lutava para se adaptar à nova
situação de não-isolamento, os atores batalharam para elevar a reputação
do kabuki entre as classes mais altas e para adaptar os estilos tradicionais aos novos
gostos. Os esforços nesse sentido deram frutos, quando a 21 de abril de 1887,
o Imperador Meiji participou de uma das performances. Durante a Segunda Guerra
Mundial, muitas casas de kabuki foram destruídas por bombardeamentos e as forças de
ocupação baniram as apresentações de kabuki por um breve período depois da
guerra. Em 1947, no entanto, a proibição já tinha sido revogada e as apresentações
recomeçaram.
O Kabuki na atualidade

■ Após a Segunda Guerra Mundial momentos difíceis sentiram-se no kabuki. Além da


devastação material que a guerra causou, muitos rejeitaram os estilos e pensamentos do
passado, entre os quais a prática do kabuki. Entretanto, produções populares e
inovadoras do kabuki clássico, dirigidas pelo diretor Tetsuji Takechi, são atualmente
creditadas por trazer um renascimento do interesse sobre a arte na região de Kansai.
Várias estrelas populares renasceram com participações emotivas através das
realizações de Takechi entre as quais Nakamura Ganjiro III (nascido em 1931) que se
enquadra como uma figura principal desde então. Este era inicialmente conhecido por
Nakamura Senjaku, e neste período em Osaka, o kabuki tornou-se conhecido como "A
Era de Senjaku" em sua honra.
■ No Japão moderno, o kabuki continua relativamente em voga, sendo a arte mais popular dos
estilos tradicionais de drama japonês - e vários dos seus atores adquirem frequentemente
trabalhos tanto na televisão como no cinema. Um exemplo, é o conhecido onnagata Bandō
Tamasaburō V que teve aparições em peças de teatro e filmes, às vezes em interpretando
papéis femininos. Esta arte surge em várias obras de cultura popular japonesa, como por
exemplo em animes. Para além das grandes obras teatrais realizadas em Tóquio e Kyoto,
existem outros teatros menores por todo o país, nomeadamente em Osaka. Em Ōshika,
província de Nagano, por exemplo, a trupe Ōshika Kabuki possui aí a sua sede.
■ Algumas trupes de kabuki usam atualmente atrizes nos papéis de onnagata. O Ichikawa
Kabuki-za, por exemplo, é uma trupe só de mulheres formada depois da Segunda Guerra que
apesar dos seus esforços, não consegue iniciar uma nova tendência.
■ A introdução de guias com fones de ouvido em 1975, incluindo uma nova versão em inglês em 1982,
concedeu grande proporção ao apelo da arte. Como resultado, em 1991, o Teatro de Kabuki-za, um dos
mais conhecidos teatros kabuki de Tóquio, realizou várias performances durante todo o ano e em 2005,
começou a comercializar filmes de cinema do kabuki. As trupes visitam regularmente países da
Ásia, Europa e América, e tem havido várias produções com temas sobre um contexto canónico de
peças ocidentais, como as de Shakespeare. Dramaturgos e romancistas ocidentais têm experimentado
temas do kabuki, como é exemplo Hiroshima Bugi (2004) de Gerald Vizenor. Enquanto isso, o
escritor Yukio Mishima inovou e popularizou o uso do kabuki em ambientes modernos e fez reviver
outras artes tradicionais como o Noh, adaptando-os aos contextos da atualidade. Houve inclusive, trupes
de kabuki estabelecidas em outros países, fora do Japão. Na Austrália, a trupe Za
Kabuki na Universidade Nacional da Austrália, realiza um drama kabuki em cada ano desde
1976, considerado o maior desempenho de kabuki fora do Japão.
Quando foi considerado património
imaterial pela UNESCO?
■ Em 2003 uma estátua de Okuni foi construída perto de Kyoto, e a 24 de novembro de
2005 o teatro kabuki foi proclamado e em 2008 inscrito pela Terceira Sessão do Comité
Intergovernamental (3.COM), como Obra-prima do Património Oral e Imaterial da
Humanidade da UNESCO.
Videos/ documentários acerca do Teatro
Kabuki 
■ https://www.youtube.com/watch?v=67-bgSFJiKc&t=13s
■ https://www.youtube.com/watch?v=qyIuBdS3194&list=LL&index=4
■ https://www.youtube.com/watch?v=oidE2SSDczw&t=105s
Webgrafia e Fim

■ https://pt.wikipedia.org/wiki/Kabuki
■ https://ich.unesco.org/en/RL/kabuki-theatre-00163
■ https://www.britannica.com/art/Kabuki

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