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Cálculo Instrumental

Limites

Prof. Me Fábio Leite


Paradoxo de Zeno
“Numa competição, o corredor mais rápido
nunca poderá superar o corredor mais
lento à sua frente, posto que aquele que
persegue quem está à frente, precisa
primeiro alcançar o ponto de onde o
perseguido saiu.

Desta forma, o mais lento sempre estará


estará à frente do mais veloz.”

Aristóteles, Phisica – VI:9


Zeno: 495 a.C. – 430 a.C.
Aquiles e a tartaruga

Aquiles é 10 vezes mais rápido No instante inicial, a tartaruga está


que a tartaruga 100 metros à frente de Aquiles

0 20 40 60 80 100 120 140


Aquiles e a tartaruga

Aquiles começa a correr e, após alguns Enquanto Aquiles percorre 100 metros,
Instantes, percorre os 100 metros que o a tartaruga, 10 vezes mais lenta,
separavam da tartaruga percorre apenas 10 metros

98 100 102 104 106 108 110 120 140


Aquiles e a tartaruga

Aquiles continua perseguindo a Enquanto Aquiles percorre 10 metros,


tartaruga e percorre os 10 metros a tartaruga, 10 vezes mais lenta,
que os separavam percorre apenas 1 metro

109,8 110 110,2 110,4 110,6 110,8 111 111,2


Aquiles e a tartaruga

Aquiles continua perseguindo a Enquanto Aquiles percorre a distância


Tartaruga, percorrendo a distância que os separa, a tartaruga, 10 vezes
que os separa mais lenta, avança 1/10 dessa distância
posição anterior + a distância que separava Aquiles da tartaruga posição anterior + 1/10 da distância que separava Aquiles da tartaruga
Aquiles e a tartaruga

Enquanto Aquiles percorre a distância


que o separa da tartaruga, a
tartaruga, muito mais lenta, avança
um pouco.

Assim, mesmo que por uma


pequena porção de espaço,
a tartaruga estará sempre à
frente de Aquiles.
Aquiles e a tartaruga

Logo, por mais que Aquiles tente


alcançar a tartaruga, percorrendo a
distância que os separa, no mesmo
tempo que Aquiles leva para avançar
esta distância, a tartaruga também se
move .
Aquiles NUNCA alcançará a tartaruga !
Verdade?!
Aquiles e a tartaruga
Como sabemos que Aquiles acabará
alcançando a tartaruga, há algo que
está nos confundindo.

O que é?
Aquiles e a tartaruga
A solução está em calcular o comprimento
total do caminho percorrido pela
tartaruga.

Quem sabe dizer qual é este


comprimento?

Calcule, em seguida, o tempo necessário


para percorrê-lo, sabendo que a
velocidade da tartaruga é constante.

Quem sabe calcular o referido tempo?

O que isso significa?


Comprimento do caminho

1 1 1 1 1 1
10  1     
10 10 10 10 10 10

 
2 3 n
1 1 1 1
11     ...   ...
10 10 10 10

 caminho percorrido pela tartaruga


Paradoxo de Zeno
O paradoxo de Zeno é um dos primeiros
exemplos históricos sobre o problema
dos limites.

Nesse curso aprenderemos a entender


o que o conceito de limite significa.

Vamos começar com três exemplos.


Exemplo 1
B n A
2 3 18
5
4
3
2
1

1 2 3 4 5 6
bB 25
Área do trapézio  h 6  21
2 2
Exemplo 1
B n A
2 3 18
5 1 6 19,5
4
3
2
1

1 2 3 4 5 6
bB 25
Área do trapézio  h 6  21
2 2
Exemplo 1
B n A
2 3 18
5 1 6 19,5
4 0,5 12 20,25
3
2
1

1 2 3 4 5 6

Área  21
Exemplo 1
B n A

É possível 2 3 18
mostrar que 1 6 19,5
0,5 12 20,25
n 1
An  12  9
n
6
e Bn  .
n
Área  21
Exemplo 1
B n A

An  12  9
n 1
Bn 
6
. 2 3 18
n n 1 6 19,5
6 0,5 12 20,25
1   
n 1
 12  9
bn 0,06 100 20,91
An  12  9
n 6   
0,006 1000 20,99
bn
  
6  bn 6  bn 
 12  9  12  3 0 21
6 2

3bn
An  21  Área  21
2
Exemplo 1
Podemos assim dizer que o “limite”
da soma das áreas dos retângulos,
quando o comprimento da base
de cada retângulo “tende” a zero,
é igual à área do trapézio.

Escreve-se
 3b 
lim  21   21
b0  2 
Exemplo 1
Podemos também dizer, equivalentemente,
que o “limite” da soma das áreas dos
retângulos, quando o número dos
retângulos “tende” a infinito, é também
igual à área do trapézio.

Escreve-se
 n1 
lim 129   21
n   n 
Gráfico para b

 3b 
lim  21   21
b0  2 
Gráfico para n

 n1 
lim 129   21
n  n 
Limites

Uma esfera, como uma


bola, pode ter sua forma
aproximada por uma
coleção de pentágonos e
hexágonos justapostos
Exemplo 2
• Uma circunferência pode
ser aproximada por uma
seqüência de polígonos
regulares inscritos na
circunferência.
• Quanto maior o número
de lados, mais “próximo”
da circunferência o
polígono estará. Assim,
por exemplo, o octógono
(polígono de 8 lados),
desenhado em verde ao
lado, está “mais
próximo” da
circunferência do que
está o quadrado,
desenhado em azul.
Exemplo 2
• Poderíamos dizer, em
linguagem informal,
que
“o limite dos polígonos
regulares de n lados,
inscritos na
circunferência, é igual
à própria
circunferência”,
quando o número de
lados n for muito
grande ou “tender a
infinito”. Isto é
lim (polígonos de n lados)  circunferência
n
Exemplo 2
• Assim, se soubermos
calcular o perímetros
de tais polígonos,
poderemos ter uma
boa aproximação do
comprimento da
circunferência.
• Vamos começar com
o cálculo do
perímetro do
quadrado inscrito na
circunferência.
Exemplo 2
• Considere o triângulo
cujos vértices são:
O, o centro do círculo
e
P, Q, dois vértices
consecutivos do
quadrado.

• Os lados deste
triângulo são dois
raios da circunferência
e um lado do
quadrado.
Exemplo 2
• Note que o ângulo do
triângulo formado
pelos raios da
circunferência mede

360º
  90º   90º ,
4

2 
ou   
4 2
Exemplo 2
• Trace, agora, o
segmento OM
que une o centro da
circunferência ao
ponto médio do lado
do triângulo dado pelo
lado do quadrado.
  90º
• Obtém-se assim um
triângulo menor ,
M
OMQ
Exemplo 2
• O triângulo OMQ
tem o ângulo   45º

 
MQ  b  R sen  
4
 2 
MQ  R sen  
  45º  2n 
 
MQ  R sen   ,
M n
b
p/ n  4
Exemplo 2
• Assim o perímetro
p(4) é dado por

p(4)  4  PQ  4  (2b)

   
p(4)  4   2R sen   
  45º   4 
 
p(4)  8R sen  
M 4
b • Em geral temos
   
p(n)  2R  n sen   
  n 
Exemplo 2 (R = 4)
n    
p(n)  8  n sen   
  n       
20,785 lim p(n)  lim 8   n sen    
3 n  n     n  
4 22,627
lim p(n)  25,133
5 23,511 n

6 20,000
c  2  R
7 24,297
16 24,972 c  2  4  25,133
 
100 25,128
 
 25,133
Exemplo 3
Suponha uma placa de alumínio quadrada,

que quando aquecida, expande

uniformemente de acordo com a animação

a seguir .
Aquecedor
Exemplo 3

Se x é o comprimento do lado do quadrado,


logo a área da placa A  x  é calculada por
A  x   x 2.

A x   x 2

x
Exemplo 3

Evidentemente , quando mais o valor de x


se aproxima de 3,0m mais o valor da área
A  x  se aproxima a 9,0m 2, isto é,

x 3,0m A x  9,0m 2
Exemplo 3
Expressamos isto dizendo que quando x se
2
aproxima de 3 , x se aproxima de 9como
um limite. Simbolicamente escrevemos:

lim x 2  9
x 3

Onde a notação“ x  3 ” indica x tende a 3 e


“ lim ” significa o limite de.
??Questionamento??
Será que, à medida que x se aproxima de
um número real p  x  p  , então f  x  fica
cada vez mais próxima de algum número
real L ?
y f

L 
f x

p x
x
??Questionamento??

Se a resposta for afirmativa, dizemos que


limite de f  x  ,quando x tende para p , é
igual a L .
Limite de Função

Se f é uma função e p é um ponto de


acumulação do domínio da aplicação,
entende-se a notação
lim f  x   L
x p

como o limite de f  x  quando x tende p é


L   , isto é, f  x  se aproxima do número L
quando x tende a p , isto é,

x p f x L
Limite de Funções

y f

L 
f x

p x
x
lim f  x   L
x p
Limite de Funções

y f
f  p 

L
f x

p x
x
lim f  x   L
x p
Limite de Funções
f p
y f
f x 
f  p

f x L

p x
x
Olimite nãoexiste
Investigação

Qual o possível resultado para o seguinte

limite lim f  x  , sendo f  x   K a função


x p

constante e p um ponto qualquer do

domínio.
Solução

Em primeiro lugar, vamos visualizar a

a representação geométrica do gráfico da


função constante , supondo que o

valor de K seja positivo.


Representação Geométrica

f
K

p x
x
Conclusão
Observe que para todo valor de x próximo
de p , teremos f  x   K .

p
x

Sendo assim podemos concluir que

lim f  x   lim K  K
x p x p
Formalizando

f x  K

lim f  x   K
x p
Investigação

Qual o possível resultado para o seguinte

limite lim f  x  , sendo f  x   x a função


x p

identidade e p um ponto qualquer do seu

domínio.
Solução

Em primeiro lugar, vamos a visualizar a

representação geométrica do gráfico

da função identidade.
Idéia da Representação
Geométrica
y f

f x
f  p  p 
f x

p x
x x

f x  f  p

 

x p
Formalizando

f x  x

lim f  x   f  p   p
x p
Atividade

f  x   2x  6
lim f  x 
x1

No processo investigativo vamos construir

uma tabela com valores menores e maiores

que p  1 .
Tabela
x f  x   2x  6
0,9 7,8
0,99 7,98
0,999 7,998

1 0,9999 7,9998
1 8
1 1,0001 8,0002
1,001 8,002
1,01 8,02
1,1 8,2
lim f  x   lim  2 x  6   8
x 1 x 1
Representação Geométrica
f

10 
f x 8 
6

1 2 x
x
lim f  x   lim  2 x  6   8
x1 x 1
Formalizando

Se 𝑓:ℝ→ ℝ definida por f  x   ax  éb a

função polinomial do 1º grau, então

lim f  x   f  p   ap  b
x p

para todo 𝑝 ∈ ℝ sendo a ∈ ℝ* e b ∈ ℝ.


Representação Geométrica
f
y
f  x0  

f x ap  b 
b

p x0 x
x
lim  ax  b   ap  b
x p
Limite da Função Polinomial

Se 𝑓:ℝ→ ℝ definida por


f  x   a0  a1 x  a2 x    an x
2 n

é a função polinomial de grau n, então


n
lim f  x   f  p   a0   ak x k
x p
k 1

para todo 𝑝 ∈ ℝ sendo ai ∈ ℝ.


Sendo para todo i  0,1,..., n e an  0.
Exemplos

1) lim  4 x  3   4.0  3  3
x 0

2) lim  x  x  3  1  1  3  5
2 2
x 1

3) lim  x  x  3    1   1  3  1  1  3  3


3 2 3 2

x 1

4) lim  x  x  3   0  0  3  3
4 2 4 2
x 0
Limite no Infinito
f x y 1
f  x   , x  
x
x0

0 x
x
x  
1
x0 0
x
Limite no Infinito
y 1
f  x   , x  
x
x0

0 x
x0 x
x  
1
0
f x x
Limite Infinito
y 1
f  x   , x  
x
x0

f x
0 x
 x
x0
1
x0  
x
Limite Infinito
y 1
f  x   , x  
x
x0

f x
0 x
x 
x0
x0 1
 
x
Limite Infinito
y
f x  x , x  

a 
f x 
0 a x

x
x  
f x   
Limite Infinito
y
f x  x , x  

a 
f x 
0 a x

x
x  

f  x   
Formalizando
1
Se f :    definida por f  x   , então:

x
i ) lim f  x   0
x 

ii ) lim f  x   0
x 

iii ) lim f  x    
x 0

iv) lim f  x    
x 0
Formalizando

i ) lim x n   , n  
x 

ii ) lim x n   , n  2 p,com p  
x  

iii ) lim x n   , n  2 p  1,com p  


x  

1
iv) lim n  0,  n  
x   x

1
v) lim n  0,  n  
x   x
Atividade
Determine caso exista os limites abaixo:
1) lim  x  1
2
2) lim  x  x  3
2
x   x  
 4 
3) lim  x  x  2 
3
4) lim  
x   x  2
x  
 
 x2  x  3   x4  x  3 
5) lim  3  6) lim  2 
x   x  2 x  2 x   x  x  2
   
 x4  x  3   x4  x2  3 
7) lim  4 8) lim  4
x   x  x 2  2  x   x  x 2  2 
   
Atividade
Determine caso exista os limites abaixo:
 2   2 
1) lim   2) lim  
x 3  x  3  x 3  x  3 

 2   x4 
3) lim   4) lim  2 
x 3 x  3 x  4  x  16 
 

 x4   x4 
5) lim  2  6) lim  2 
x 4  x  16  x  4 x  16
 
Obrigado!

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