Jamaica (1815) e Angostura (1819) Proposta da aula
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Relacionar os discursos de Compreender o papel de Bolívar Desnaturalizar o imaginário
Bolívar aos seus respectivos como produtor de diretrizes para anacrônico com o qual se lê a contextos históricos; as experiências republicanas na figura do Libertador. América independente; Como a historiografia lê as História pátria → feito dos grandes homens e heróis → Romântica e positivista independências da América Latina?
Marxista → desestruturação das formas produtivas e manutenção
da estrutura social → atraso dessas regiões na integração ao mercado global
Nova história política → acompanha o debate público e, através
dos discursos nele proferidos, busca entender os sentidos de projetos políticos e sociais Nova história política
➢ O político determina outras esferas da sociedade.
➢ Uma história dos discursos → textual, intelectual e centrada em eventos.
➢ Um texto só pode ser entendido em seu contexto de enunciação.
➢ Uma história cronológica, mas não progressiva → sobreposição de sentidos de conceitos.
Simon Bolívar (1783-1830) ● Filho de uma rica família criolla → órfão aos 9 anos. ● Teve Simon Rodrigues e Andreas Bello como professores → primeiros contatos com ideias iluministas e com textos clássicos. ● Escola de Cadetes (1797) → formação militar. ● Estudou parte de sua juventude na Europa → Juramento de Monte Sacro (1805)
● Sociedad Patriótica de Caracas (1808) →
Independência (1811) 1ª República de ● Guerras napoleônicas (1808-1814) → Acefalia monárquica espanhola → Cortes de Cadiz Venezuela (1810-1812) ● Em Caracas → Junta Conservadora de los derechos de Fernando VII (1810)
● Radicais da Sociedad Patriotica → Separatismo e
republicanismo
● Declaração de Independência (1811), sem as províncias
realistas → Congresso Nacional (1811) → ○ Pensamento liberal ○ Constituição federalista de inspiração estado-unidense, ○ Executivo formado por um triunvirato ○ Prevalência da ideia de ciudadano-soldado. Queda da 1ª ● Ação de tropas espanholas sob o comando Domingos Monteverde → República Francisco de Miranda assume poderes ditatoriais na Venezuela.
● Insurreições, Terremoto de Caracas
(1812) → Capitulação de San Mateo (1812).
● Manutenção da segregação racial → não
adesão dos pardos, índios e negros à república → cerca de 60% da população
● Vitória das forças peninsulares →
Guerra social + Participação de realistas americanos La Patria Boba (1810- 1816) ➔ Hostil convivência entre Províncias unidas de Nova Granada (federalistas) e Estado Livre de Cundinamarca (centralistas) → descamba para Guerra Civil (1813-1814) → Reconquista espanhola.
➔ Bolívar serve aos primeiros, alertando para
os perigos do federalismo Manifesto de Cartagena ❖ Destinatários: exilados venezuelanos e tropas neogranadinas. (1812) ❖ Objetivo: relato da crise da 1ª República e conquista de adesão para a nova campanha de Libertação da Venezuela.
❖ Temas centrais:
➢ Demanda por soldados-cuidadanos;
➢ Crítica ao Federalismo e a Venezuela de 1811;
➢ Desconfiança da democracia, das eleições, dos
partidos e do setor popular da sociedade.
➢ Necessidade de independizar toda a América.
➢ Projeto de um governo republicano, centralista
e presidencialista. Exército regular, o exemplo [...] é verdade que eles não pagavam exércitos permanentes; mas era porque em tempos antigos não havia nenhum, e eles só legitimador das repúblicas confiavam na salvação e glória dos Estados, nas suas virtudes políticas, costumes severos, e carácter militar, qualidades que históricas: estamos muito longe de possuir. E quanto aos Estados modernos que sacudiram o jugo dos seus tiranos, é notório que mantiveram o número competente de veteranos necessário para a sua segurança; excepto o Norte da América, que, estando em paz com todo o mundo e guarnecido pelo mar, não achou conveniente apoiar nestes anos o número total de tropas veteranas necessárias para a defesa das suas fronteiras e cidades. (p. 12). Sobre o [...] O que mais debilitou o Governo de Venezuela foi a forma federal que adotou, seguindo as máximas exageradas dos direitos do Federalismo: homem, que autorizando-o a governar-se a si próprio, quebrou os pactos sociais, e constituiu nações na anarquia. Tal era o verdadeiro estado da Confederação. Cada província governou-se a si própria de forma independente; e depois do exemplo destas, cada cidade reivindicou iguais poderes alegando a prática daquelas, e a teoria de que todos os homens e todos os povos gozam da prerrogativa de instituir, a seu bel-prazer, o governo que lhes convém.
Sou de opinião que até centralizarmos os nossos governos
americanos, os nossos inimigos obterão todas as vantagens; estaremos infalivelmente envolvidos nos horrores das dissensões civis, e vilmente conquistados por aquele punhado de bandidos que infestam os nossos condados. (p. 15) Desconfianças Sou de opinião que até centralizarmos os nossos governos
: americanos, os nossos inimigos obterão todas as vantagens;
estaremos infalivelmente envolvidos nos horrores das dissensões civis, e vilmente conquistados por aquele punhado de bandidos que infestam os nossos condados.
As eleições populares realizadas pelos rústicos do campo, e pelos
intrigantes habitantes das cidades, acrescentam mais um obstáculo à prática da federação entre nós; pois um é tão ignorante que faz o seu voto mecanicamente, e o outro, tão ambicioso que transforma tudo em facção; de modo que nunca se viu uma votação livre e acertada na Venezuela; o que colocou o Governo nas mãos de homens já descontentes com a causa, já ineptos, já imorais. O espírito de partido decidia em tudo, e consequentemente desorganizou-nos mais do que as circunstâncias o faziam. A nossa divisão, e não as armas espanholas, transformou-nos em escravos. (p. 15) Temor a Aplicando o exemplo da Venezuela a Nova Granada, e reconquista: formando uma proporção, veremos que Coro está para Caracas como Caracas está para toda a América; consequentemente o perigo que ameaça este país é devido à razão mencionada anteriormente, porque, a Espanha possuindo o território da Venezuela, poderá facilmente retirar dele homens e munições de opiniões e guerra, de modo que sob a direção de chefes experientes contra os grandes mestres da guerra, os franceses, poderão penetrar desde as províncias de Barinas e Maracaibo até aos últimos confins da América do Sul. (p. 17) Resumo: Decorre do exposto que, entre as causas que produziram a queda da Venezuela, deve ser colocada em primeiro lugar a natureza da sua constituição, que, repito, era tão contrária aos seus interesses como favorável aos interesses dos seus opositores. Em segundo lugar, o espírito de misantropia que tomou posse dos nossos governantes. Terceiro: a oposição à criação de um corpo militar para salvar a República e repelir os choques que lhe foram dados pelos espanhóis. Quarto: o terremoto acompanhado pelo fanatismo que conseguiu retirar deste fenômeno os resultados mais importantes; e finalmente as facções internas que na realidade foram o veneno mortal que trouxe a pátria para a sepultura. (p. 16) 2ª República de Venezuela (1813-1814)
● Autorizado pelo Congresso de
Cartagena, Bolivar toma tropas e parte para libertar a Venezuela → Campanha Admirable
● Focos de guerrilha e dois
governos paralelos (Caracas e Cumaná) → 2ª República cai diante de forças de realistas.
● Exílio na Jamaica e Haití
(1815) Carta da Jamaica (1815) ❖ Destinatário: originalmente Henry Cullen → republicada em inglês em jornais anglo-jamaicanos → opinião pública inglesa.
❖ Objetivo: ???
❖ Temas centrais: ???
A derradeira campanha Libertadora (1815-1821) ● Desembarque em Barcelona 1817 → Estabelecimento do Governo Patriota em Angostura → 3ª República
● Congresso de Angostura (1819)
● Libertação de Nova Granada
(1819)
● Libertação de Caracas (1821)
Congreso de ■ Legitimar politicamente a obra das armas.
Angostura (1819) ■ Somar recursos para sustentar as guerras de independência rumo
ao Sul.
■ República representativa → romper com a monarquia e difundir
uma cultura política republicana. Discurso inaugural al ❖ Destinatário: representantes reunidos para escrita da Lei Fundamental da Grã-Colômbia Congreso de Angostura ❖ Pretensões: influência sobre a montagem da estrutura (1819) política da República e a organização de uma nova sociedade.
❖ Temas centrais:
➢ Crítica ao federalismo
➢ Ruptura definitiva com o passado espanhol →
produzir unidade na América.
➢ Reformar a constituição de 1811.
➢ Formatar um governo estável → função de
órgãos intermediários. Deveres e problemas atribuídos por Bolívar ao Congresso Criação de um corpo político, de uma Tirania espanhola → reduziu a América Liberdade, alimento suculento mais de sociedade → dificuldades: inexatidão a servidão → privada da atividade difícil digestão → necessário escolher a da natureza americana e inexperiência administrativa e da vida pública. natureza e a forma de governo pelo do povo com a cidadania. povo. Reformar a Constituição de 1811
● Manter os atos liberais → República democrática, proscrição da monarquia, das
corporações, da nobreza, dos privilégios, garantia da liberdade de agir, de pensamento e de imprensa.
● Derrogação do federalismo → Inspiração estadunidense → demanda por adequação
das leis ao povo e a terra nas quais vigoram → República indivisível e central. ● Poder executivo → triunvirato + usurpação de atribuições pelo legislativo → presidencialismo. Preceitos que devem reger o Congresso
● Igualdade política → cidadania a ser alcançada pela educação.
● Bases do governo republicano: soberania do povo, divisão dos poderes, liberdade
civil e abolição da escravidão, da monarquia e dos privilégios. ● Ainda falta capacidade para exercício da cidadania pelo povo → perigo da democracia absoluta → são homens e não princípios que formam os governos. Proposições ● Senado hereditário → conter as tempestades políticas: raios do governo ou ondas populares → corpo de educação ilustrada.
● Presidente com poderes ampliados, eleito pelo povo ou
por seus representantes → demanda por autoridade, estado de guerra → atribuições usurpadas pelo legislativo.
● Poder moral → educação de crianças e instrução pública
→ corrigir os costumes populares → atuar sobre o processo eleitoral. Qual o cerne do projeto político bolivariano.
Transição radical para o quadro Experimentação processual da Alcances limitados na esfera
político americano → Da ordem modernidade política → popular: desconfiança do povo monárquica absolutista ao síntese das inspirações → falta de instrução e de Estado republicano amparado clássicas e modernas do experiência pública → maior na soberania cidadã. republicanismo e do avanço: abolicionismo → liberalismo à luz da República Aristocrática. Revolução apenas na política. experiência política local.