CARACTERIZAÇÃO E TRATAMENTO DE EFLUENTES

INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS
CARACTERIZAÇÃO E TRATAMENTO DE EFLUENTES
INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS
 CARACTERIZAÇÃO E TRATAMENTO DE EFLUENTES
INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS

1. O PROCESSO INDUSTRIAL

1.1. PROCESSAMENTO DO LEITE

RECEBIMENTO  ESTOCAGEM  CLARIFICAÇÃO 

PASTEURIZAÇÃO  ESTOCAGEM  ENVASAMENTO
 ESTOCAGEM
Águas residuárias: Lavagens de pisos e equipamentos
1.2. CREME

SEPARAÇÃO  ESTOCAGEM PASTEURIZAÇÃO 

RESFRIAMENTO  EMBALAGEM  ESTOCAGEM
Águas residuárias: Lavagens de pisos e equipamentos

1.3. QUEIJO

COAGULAÇÃO COM ENZIMAS

LEITE DESNATADO QUEIJO
Soro

SORO: REAPROVEITAMENTO (Não deve atingir o sistema de

tratamento)
2.CARACTERÍSTICAS DOS EFLUENTES

2.1.VAZÃO (Lefluente/Lleite)

 RECEBIMENTO DE LEITE: 4,6 – 12,5

 PROCESSAMENTO DE LEITE: 1,5 – 18,6
 PROCESSAMENTO DE MANTEIGA: 1,4 – 8,3
 PROCESSAMENTO DE QUEIJO: 0,3 – 5,1
Dado prático para efluentes de processamento de leite: 3 L/L.

2.2. DBO DOS EFLUENTES

 CONCENTRAÇÃO: 1.000 a 1.500 mg/L (usina de

leite); 3.000mg/L (queijaria/fábrica de manteiga)

 COEFICIENTE DE DBO: 0,2 – 4,8 kg DBO5/m3leite.

Típico: 1,5 – 1,8 (adotar 1,8 kgDBO5/m3leite)
3. TRATAMENTO DOS EFLUENTES

3.1. REMOÇÃO DE ÓLEOS E GRAXAS

 CAIXAS DE RETENÇÃO DE GORDURA

 FLOTADORES COM AR DISSOLVIDO

3.2. REMOÇÃO DE DBO (TRATAMENTO BIOLÓGICO)

 SISTEMAS DE LODOS ATIVADOS COM AERAÇÃO

PROLONGADA (FLUXO CONTÍNUO/BATELADAS):
Sistema com maior oportunidade de uso.
 SISTEMAS DE LAGOAS AERADAS MECANICAMENTE
SEGUIDAS DE LAGOAS DE DECANTAÇÃO: Maior área,
maior simplicidade operacional.
 REATORES ANAERÓBIOS: Menor custo. Problemas em
zonas urbanas devido a maus odores.
TRATAMENTO DE
EFLUENTES DE LATICÍNIOS

EXEMPLO DE
DIMENSIONAMENTO

PROCESSO DE LODOS
ATIVADOS EM BATELADAS
1. Características do Laticínio
Produção de leite pasteurizado, sem queijaria e fábrica de manteiga
Produção: 7.000 L de leite por dia

2. Características dos efluentes

Vazão
Dado prático: 3 LEFL / LLEITE
Vazão Média: QMÉD = 3 x 7.000 = 21.000 L/d = 21 m3/d
Vazão Máxima: QMÁX = 4 x QMÉD = (4 x 21) / 24 = 3,5 m3/h

Carga de DBO
Coeficiente de DBO adotado: 1,8 kg DBO / m3 Leite
Carga de DBO: 1,8 x 7,0 = 12,6 kg DBO / dia
3. Sistema de tratamento proposto
Efluente Efluente
Bruto Caixa de Tanque de Tratado
Retenção de Aeração e
Gordura Decantação

Lodo

Leitos de
Secagem de Lodo
4. Dimensionamento das unidades

4.1. Caixa de Gordura

Valores adotados

Área necessária: A = 0,4 m2/m3.h (para QMÁX)

(qAMÁX = 1,25 m3/m2.h)

Tempo de detenção mínimo: 30 minutos (para QMÁX)

Área superficial necessária

A = 0,4 x 3,5 = 1,4 m2

Relação comprimento/largura adotada: 2/1
Comprimento da Caixa: 1,70 m
Largura da caixa: 0,85 m
Volume útil mínimo da caixa

VU = 0,5 x 3,5 = 1,75 m3

Profundidade útil mínima

HU = 1,75 / 1,4 = 1,25 m

DIMENSÕES ADOTADAS

Volume útil resultante

VU = 1,30 x 1,4 = 1,82 m3

Tempo de detenção
Td = 1,82 / 3,5 = 0,52 horas
Principais Dimensões
0,3 m 1,7 m 0,3 m

1,2 m
CORTE
1,4 m
0,2 m

0,3 m

0,3 m 1,70 m 0,3 m

0,6 m

0,6 m

0,85 m PLANTA

0,5 m
Cesto
Removível

0,6 m
4.2. Tanque de Aeração e Decantação

Fator de carga adotado

f = 0,07 kgDBO / kg SS x dia

Concentração de sólidos em suspensão no tanque de aeração

X = 2,5 kg /m3 (adotado)

Volume útil do tanque

VU = 12,6 / (2,5 x 0,07) = 72 m3

Dimensões adotadas, em função das características da área

Comprimento: 7,10 m
Largura: 2,90 m
Área superficial resultante; 20,6 m2
Profundidade útil: 3,50 m
Volume útil resultante: 72 m3
Profundidade total: 4,10 m (borda livre de 0,60 m)

Tempo de detenção hidráulica

td = 72 m3 / 21 m3/d = 3,4 dias

Variação do volume diário do tanque: Vd = 21 m3/d

Variação diária do nível d’água no tanque: H = 21/20,6  1,0 m

Produção de lodo: estimada em X = 0,6 kgSS/kgDBO

Massa de lodo a ser descartada: X = 0,6 x 12,6  7,6 kg SS / dia

Vazão de descarte de lodo:

Lodo sedimentado a 10 kg SS / m3  QD = 7,6 / 10 = 0,76 m3/dia

Idade do lodo resultante:

C = V.X / X = (72 x 2,5) / 7,6 = 23,7 dias

Sistema de aeração

NEC O2 = 3,0 kg O2 / kg DBO (adotado)

Período de operação do sistema de aeração: 20 horas / dia

NEC O2 = (3,0 x 12,6) / 20 = 1,9 kg O2 / hora

Capacidade de transferência de oxigênio do equipamento de

aeração nas condições de campo (N)
N = N0 x 
Onde:   C  C     1, 024 T  20 
 OS

9,17
 = 0,95
CS = 2,0 mg/L
 = 0,8
 Para T = 30oC (verão)  CS = 7,1 mg/L


0,95  7,1  2,0  0,8  1,02410
 0,52
9,17

Para T = 16oC (inverno)  CS = 9,2 mg/L


0,95  9,2  2,0 0,8 1,024 4  0,53
9,17

Será adotado  = 0,52

Transferência de O2 em sistemas com ar difuso: 5% / m (condições ideais)
Para HU = 3,5 m 3,5 x 5 = 17,5%
Em campo: 17,5 x 0,52 = 9,1% (adotado 9%)
Sistema de aeração adotado: Ar difuso

Vazão necessária de ar:

1,9 3 3
Qar   76 m ar/h = 1,3 m /min
1,2  0,232  0,09

Obs: ar = 1,2 kg/m3; % O2 no ar = 0,232

(Usar 1,5 Nm3/min = 90 Nm3/hora)

Pressão do soprador: 3,5 m.c.a. + 0,5 m.c.a. = 4 m.c.a.

Obs: 0,5 m.c.a. = perda de carga na linha de ar
Bomba submersível para descarte de lodo:

Q = 10 m3/h Altura manométrica: 4 m.c.a.

(Descarte de lodo a cada 4 dias)

Descarga do Efluente Tratado: Canaleta coletora

Tempo de descarga: duas horas
Vazão de descarga: 21m3 / 2 h = 10,5 m3/h = 2,92L/s ~3 L/s
Taxa: 1L/s.m 3x1=3m
Usar vertedor retangular de (1,0 x 0,5) m
(Comprimento total = 3 m)
Tanque de Aeração e Decantação
PLANTA

Soprador
de Ar
2,90 m

7,10 m

CORTE

Ar

0,6 m

1,0 m
3,5 m

7,10 m
4.3. Leitos de Secagem de Lodo

Produção de Lodo: X = 7,6 kg SS / dia = 2.774 kg SS/ano

Taxa de aplicação de sólidos nos leitos: 12 kg SS/m2xciclo

Número de ciclos por ano: 12
Carga de sólidos por ciclo: 2.774 / 12 = 231 kgSS/ciclo

Área necessária de leitos de secagem: 231 / 12 = 19,3 m2

Serão adotados 04 leitos de (1,0 x 5,0 )m  A = 5 m2

ATOTAL = 4 x 5 = 20 m2
 LEITOS DE SECAGEM DE LODO
Canal de
alimentação

1
2
3
4
5

CORTE
I = 3%

I = 2%

5m

Lodo

1m

PLANTA

1: Borda Livre = 0,70 m

2: Tijolos = 0,05 m
3: Areião = 0,12 m
4: Britas 1 e 2 = 0,12 m
5: Brita 3 e 4 = 0,24 m Disposição dos tijolos
6: Brita 4 e 5 = 0,25 m