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Estudo de Vigas Contínuas:

MÉTODO DE CROSS

UNIVERSIDADE PAULISTA – CAMPUS BRASÍLIA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: TEORIA DAS ESTRUTURAS
PROFESSORA: NÍVEA ALBUQUERQUE
Estudo de Vigas Contínuas
Hipóteses Preliminares
Quando as cargas são todas verticais e não há deformações axiais, as
reações das vigas contínuas são todas verticais.
nulo

Sistema Equações da Deve-se criar


Estrutural Estática não uma nova
Hiperestático suficientes equação

n Reações = n Apoios SOLUÇÃO: Criar relações entre o


carregamento e a deformação.
GH = (n-2) Redundantes
Método das Forças
Excesso de reações
Método das Deformações
Eliminação do Apoio Central

Viga hiperestática: Nº incógnitas > Nº Eq. Estática (Fv=0 e M=0)

A terceira equação é montada a partir do seguinte modelo:


Supõe-se a eliminação do apoio central;
Calcula-se a deformação que a viga, agora isostática (estrutura primária:
Quanto maior
eliminação das redundantes), o número
teria no pontodeemincógnitas,
que o apoio existia;
Supõe-se a aplicaçãomais complexas
de uma força dese tornam
baixo paraessas
cima que anulasse a
equações
deformação no ponto em que solução
ocorre do sistema
o apoio na vigaexige
real;
o uso de cálculo matricial.
Determinada a força, define-se a reação que ocorre no apoio inicialmente
eliminado, restando apenas duas outras reações, que podem ser determinadas
pelas equações da estática.
Método de Cross
(Método da Distribuição dos Momentos)

Introdução
Processo iterativo para solução de estruturas hiperestáticas
desenvolvido pelo Prof. Hardy Cross em 1932. Trata-se de um algoritmo
que parte do conhecimento prévio dos momentos fletores em apoios
engastados de vigas de um só vão. É aplicável a elementos rígidos que
possuem continuidade e nós indeslocáveis.

Libera-se o giro no apoio engastado, transfomando-o em apoio articulado;


Calcula-se o giro que a viga sofre no apoio.
Determina-se o valor do momento fletor que causa a mesma rotação, de maneira
que se reproduza a situação original, ou seja, giro igual a zero, cujo valor é
correspondente a momento de engastamento perfeito devido ao carregamento.
Método de Cross
Momentos de Engastamento Perfeito
Bi-Engastado: Engaste-Apoio: Em Balanço:

q l2 q l2 q l2


M A, B  MA   MA  
12 8 2

P  a  b l  b  M A  P  l
P  a  b2 MA    2
MA   2 l
l2
P  a2  b
MB   MEP
l2
Método de Cross
E quando não há engaste?
Há rotação nos apoios.

Condição de Continuidade da Viga:


O giro é igual, mas com sinal contrário.
Método de Cross
Como os momentos de engastamento perfeito podem ser conhecidos,
pode-se considerar os apoios internos das vigas contínuas como
inicialmente engastados. Isso pressupõe que não há qualquer espécie
de giro.

MEP MEP

Na realidade, quando a viga está em equilíbrio, o giro existe, podendo


ser horário ou anti horário.
Método de Cross
Como o momento de engastamento de um lado do apoio é normalmente
diferente do outro, pois os vãos e carregamentos são normalmente
diferentes, significa que o nó considerado engastado não está
equilibrado, resultando um momento desequilibrado positivo ou negativo.

M
Para equilibrar o nó deve-se distribuir a diferença M entre os tramos
adjacentes, de maneira que resulte o momento do tramo esquerdo igual
ao do direito, a menos dos sinais.
Convenção de Sinais: Lado Esquerdo (-); Lado Direito (+)
Método de Cross
Princípio Importante:
“O elemento mais rígido sempre absorve mais esforços.”
1
2 1 2

Coeficiente de Rigidez
A rigidez de um elemento é proporcional à quantidade de esgastamento
e inversamente proporcional ao comprimento.
Usa-se uma redução de 25% na rigidez do tramo que apresenta uma
articulação e um engaste

EI EI
K K  0,75 
l l
Método de Cross
Fator de Distribuição
O FD dos momentos de uma barras com relação ao nó é dado pela
razão entre a rigidez da barra e o somatório de cada parcela dos tramos
que convergem para o nó. Cada barra tem sempre dois FD. A soma
desses fatores entre barras adjacentes a um nó é igual a 1.
K
FD 
 K adj FD=1

Nota: FD nos apoios extremos: FD=1

Fator de Propagação FD=0

O FP dos momentos de uma extremidade à outra é dado pela razão


entre o momento que surge no nó oposto ao que sofreu o giro pelo
momento na extremidade que sofre o giro.
1
FP 
2
Método de Cross
Procedimento de Cálculo
Segue o passo-a-passo da aplicação do método, dada a viga abaixo:

Tramo 1 Tramo 2
Método de Cross
Procedimento de Cálculo
Cálculo do coeficiente de rigidez de cada tramo:

Tramo 1:

Tramo 2:

FDBA FDBC

FDBA FDBC
Método de Cross
Procedimento de Cálculo
Tomando-se os MEPs e os FDs, distribui-se a diferença em cada tramo
(momento desequilibrado) proporcionalmente à rigidez de cada tramo.

FDBA FDBC

FDBA FDBC

Esse procedimento significa, fisicamente, liberar o nó inicialmente


engastado, de forma que alcance a posição de equilíbrio.
Método de Cross
Procedimento de Cálculo
Soma-se algebricamente (considerando os sinais) os valores dos
momentos de cada lado do apoio. Esses valores deverão ser iguais e
com sinais contrários, de tal forma que a sua soma resulte zero,
condição de equilíbrio.
FDBA FDBC

FDBA FDBC

FDBA FDBC
Método de Cross
Procedimento de Cálculo
De posse do momento no apoio interno, determinam-se as reações de
apoio, usando as equações da estática. Para isso, considera-se cada
tramo como independente, calculando-se inicialmente as reações sem
levar em conta o momento no apoio.
Método de Cross
Procedimento de Cálculo

O momento no
apoio interno alivia
as reações dos
apoios extremos e
sobrecarrega as do
apoio interno.
Método de Cross
Procedimento de Cálculo
Após esse procedimento, tem-se automaticamente determinadas as
forças cortantes nos apoios para o traçado dos diagramas.
Método de Cross
Método de Cross
Procedimento de Cálculo
Quando a viga contínua
apresenta mais de dois
tramos, a liberação dos
nós é feita para um nó de
cada vez, mantendo os
demais perfeitamente
engastados.
O nó, depois de
equilibrado, volta a ser
imobilizado.
O momento distribuído para
cada lado do nó é
propagado para os nós
vizinhos, que
permaneceram
Método de Cross
Procedimento de Cálculo
O momento propagado provoca alteração no valor do momento
desequilibrado, sendo algebricamente somado a este.

Processo de propagação:
Método de Cross
Exemplo Numérico
Obter o Diagrama de Momentos Fletores e o Diagrama de Esforços
Cortantes da viga contínua abaixo, usando o Método de Cross:
Método de Cross
Exemplo Numérico
1) Cálculo do coeficientes de rigidez de cada tramo:
Método de Cross
Exemplo Numérico
2) Cálculo dos fatores de distribuição:

Considera-se: E x I = 1
Método de Cross
Exemplo Numérico
3) Cálculo dos momentos de engastamento perfeito:
Tramo 1
Método de Cross
Exemplo Numérico
3) Cálculo dos momentos de engastamento perfeito:
Tramo 2
Método de Cross
Exemplo Numérico
3) Cálculo dos momentos de engastamento perfeito:
Tramo 3
Método de Cross
Exemplo Numérico
4) Distribuição dos momentos desequilibrados:

OBS
Para melhorar a precisão, foram alteradas as unidades
de momento de tf.m para tf.cm.
Método de Cross
Exemplo Numérico
5) Transmissão dos momentos equilibrantes aos nós adjacentes:
Exemplo
Numérico
6) Somatório dos
momentos nos nós
equilibrados:

OBS
As iterações continuam até que,
em cada nó, a diferença entre os
valores absolutos dos momentos
do lado esquerdo e direito seja
desprezível ( 5% de diferença)
Exemplo
Numérico
7) Somatório das
reações
considerando
vãos isostáticos
independentes:
momentos
nos apoios Exemplo
reações
isostáticas Numérico
efeitos dos
momentos
das vigas
8) Somatório das
contínuas reações
considerando o
efeito dos
momentos
negativos nos
apoios centrais:
Método de Cross
Exemplo Numérico
9) Traçado do DEC:
Método de Cross
Exemplo Numérico
10) Traçado do DMF:

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