Você está na página 1de 144

Função Demanda

Prof. Clailton Ataídes de Freitas


• Pindyck Capítulo 4: Função demanda
individual
• O objetivo, nesta parte do curso, é estudar
o comportamento da demanda de um
determinado bem em função do seu preço,
do preço dos outros bens e da renda.
• Pode-se representar a função demanda dos
bens A e V, como:
• O lado esquerdo da equação representa a
demanda do bem em questão e o direito a
função que relaciona os preços a renda com
essa demanda.
• Dentro dos parênteses estão os argumentos
dessas funções.
• Se espera que a quantidade demandada de
tenha relação negativa com e
positiva/negativa com e com .
• Já para , se espera relação negativa com e
positiva/negativa com e com .
Curva Preço-Consumo: Bens Normais
• Verificar como a quantidade demanda de se
altera face a mudança no , em coeteris
paribus.
• Partindo do equilíbrio, ponto A, permita que o
bem sofra duas reduções consecutivas no seu
preço, atingindo os pontos de equilíbrios B e
D, como descrita no gráfico 4.1.
• Agora, una os pontos A B e D para se chegar a
curva preço-consumo, conforme gráfico 4.1.1.
Gráfico 4.1. Efeitos de variações no preço do
Vestuário
(unidades por
alimento
mês)
Suponha:
10
•I = $20
•PV = $2
•PA = $2; $1; $0,50
6 A

U1 D
Três curvas de
5
B indiferença distintas
4 U3 são tangentes a cada
linha de orçamento
U2

Alimento
(unidades
por mês)
4 12 20
Capítulo 4 Slide 5
Gráfico 4.1.1. Efeitos de variações no preço
do alimento
A curva de preço-consumo
Vestuário
(unidades por é formada pelas
mês)) cestas de mercado que
maximizam a utilidade para os
vários preços do alimento.
6 A
Curva de Preço-Consumo
U1 D
5
B
4 U3

U2

Alimento
(unidades
4 12 20 por mês)

Capítulo 4 Slide 6
Gráfico 4.1.3. Efeitos de variações no preço
do alimento
Preço
A curva de demanda individual, ou curva de
do alimento
demanda Marshalliana,
E mostra a quantidade de uma
$2,00
mercadoria que um consumidor irá
adquirir em função do seu preço.

G
$1,00
Curva de Demanda

$0,50
H
Alimento
(unidades
por mês)
4 12 20
Capítulo 4 Slide 7
Propriedades das curvas de demanda Marshalliana

A curva de demanda tem duas propriedades:


1) O nível de utilidade varia à medida que se
move ao longo da curva de demanda;
2) Em cada ponto da curva de demanda, o
consumidor estará maximizando a sua
utilidade, ao satisfazer a condição de que a
.
Exercicio - ANPEC
• Ao longo de uma curva de demanda individual,
o nível de utilidade do consumidor permanece
constante.
• Falso. Conforme retratado no gráfico 4.1, ao
longo da curva de demanda marshalliana há
diferentes utilidades associadas. O nível de
utilidade vai decrescendo/aumentando à
medida que o preço do bem A
aumenta/diminui, com a renda e o preço do
bem V constantes.
Gráfico 4.1.2. Curva de demanda
marshalliana
• Conforme já salientado, da curva de
preço-consumo pode-se deduzir a curva
de demanda.
• Para tornar essa dedução mais didática,
elaborou-se o Gráfico 4.1.4. Perceba que
os pontos A B e C passam a ser
representados por A´, B´ , e C´.
Gráfico 4.1.4. Curva de Preço-Consumo e a
Curva de Demanda.
V

Curva de preço-cons umo


6 C
5 B U3
4 A
U2

I U1 I
A
7 9 11 20

PA

2 A'

Demanda
1 B'

0,5 C'

7 9 11 A
• Definição da curva preço-consumo:
representa todos os pontos de maximização
de utilidade do consumidor, em razão da
alteração no preço do bem em questão.
• Ao preço PA = $2,00 e renda = I, o
consumidor atingiria seu ponto de
maximização em A sobre a curva preço-
consumo (gráfico 4.1.4 superior). Nesse caso,
o consumo de seria de 5 unidades e o de de
7 unidades. Essa situação equivale, também,
ao ponto A´ no gráfico 4.1.4 inferior.
• Se o PA = $1,00, o espaço orçamentário
aumenta porque a restrição se torna
menos inclinada. Então, o indivíduo
estaria maximizando a sua utilidade em B,
na curva preço-consumo, com 9A e 5V.
Esse equilíbrio constitui o ponto B´ no
gráfico 4.1.4 inferior.
• Ligando os pontos A’ e B’, tem-se a curva
de demanda (DA) de Marshall. Essa curva
relaciona a quantidade de A que o
consumidor estaria disposto a consumir a
cada nível de preço.
• Se o PA = $0,50, o equilíbrio do
consumidor estaria sobre C (gráfico 4.1
superior) e formaria um novo ponto
sobre a curva de demanda como C’.
Curva Preço-Consumo: Bens de Giffen
• Admita dois bens X e Y, sendo X um bem
de Giffen, cujo o seu preço diminuiu
passando de $2,00 para $1,00.
• Sendo um bem de Giffen, a redução no
preço de X implica em redução no seu
consumo, pois o consumidor aproveita o
ganho de poder aquisitivo para comprar
outros bens, como Y, como representado
no gráfico 4.2.
• Gráfico 4.2. Curva de preço-consumo e de
demanda
Y
para um bem de Giffen.
Curva de pre ço-cons umo

6
E1 ܷଶ
E2
3
ܷଵ
I

I
2 4 X
PX

DX

2 E2
E1
1

2 4 X
• Assim, a curva preço-consumo se volta
para trás e a curva de demanda torna-se
positivamente inclinada, como a curva de
oferta. Veja como isso ocorre no gráfico
4.2.
• Com a redução no , o consumo deste
bem diminui de 4 para 2 unidades. Isso
contraria a Lei da Demanda, já que a
curva de demanda se torna
positivamente inclinada.
• Exemplo:
Admita que o indivíduo costuma destinar
parte do seu orçamento, no valor de
R$200,00, para comprar 10kg. de arroz (A) e
outros tipos de alimentos (Y). Considere que
o preço do pacote de arroz de 5kg. passou
de R$20,00 para R$ 40,00, mas o
consumidor continua comprando os 10 kg
de arroz. Faça o gráfico do equilíbrio do
consumidor nessas duas situações, trace a
curva preço-consumo e derive dela a curva
de demanda.
Y
• .
Curva de preço-consumo

‫ܧ‬ଶ
ܷଶ
160/Py
120/Py ‫ܧ‬ଵ
ܷଵ
I

I
10 Arroz

PX

DX

40 ‫ܧ‬ଶ

20 ‫ܧ‬ଵ

10
Arroz
Exercício - ANPEC
• Se a trajetória da curva preço-consumo para cada
um de dois bens é crescente, a elasticidade-preço
cruzada desses bens será positiva.
• Falso. Se a trajetória preço-consumo é crescente,
para A e V, como representado no gráfico 4.1.4,
então, se o preço de A diminui/aumenta o
consumo tanto de A quanto de V
aumentam/diminui. Formalmente, tem-se que:
Assim, , pois
e Portanto, é negativa e não positiva como
afirmado na questão.
Curva Renda-Consumo: Bens Normais
• Alterações na renda estão retratadas no
gráfico a seguir, com deslocamento da reta
orçamentária em coeteris paribus.
• Considere, inicialmente, o nível de renda
do consumidor , que o permite comprar 4
unidades de e 3 unidades de , em ceteris
paribus. Nesse caso, ele estaria
maximizando a sua utilidade no ponto B
do gráfico 4.3.1.
G rá fi co 4. 3.1. C u rv a re n d a - co n s u m o
V

C u rva d e re n d a - c o n s u m o
7 D
6 C
B U3
3
U2
I = $ 8 0
U1
I = $ 6 0 I = $ 7 0
4 6 8 A

G rá fi co 4. 3.2. C u rv a d e d e m a n d a
PA

1 B' C' D'


D A' D A ''

DA

4 6 8 A
G rá fi co 4. 3.3. C u rv a d e En g e l
I

C u rv a d e E n g e l

80 D ''
70 C''
60 B ''
• Esse ponto corresponde ao B’ no gráfico
da demanda 4.3.2 e ao B’’ na curva de
Engel gráfico 4.3.3.
• Se a renda aumenta para , permite que o
consumidor compre 6A e 6V,
maximizando, então, a sua utilidade no
ponto C, no gráfico 4.3.1. Esse ponto
corresponde ao C’ no gráfico da demanda
4.3.2 e ao ponto C’’ na curva de Engel
gráfico 4.3.3.
• Observe que a curva de demanda se
desloca para a direita passando de DA,
para DA’ e DA’’, pois não houve alteração
nos preços de A e V. Portanto, as
demandas por estes bens aumentam
com o aumento da renda.
• A curva de Engel tem inclinação positiva,
revelando que aumento na renda implica
em maior consumo do bem A.
• Usando o mesmo raciocínio, mas
permitindo que a renda aumente ainda
mais, pode-se gerar os pontos D, D’ e D’’.
• Definição de curva renda-consumo: mostra
as combinações dos bens A e V que
maximizam a utilidade do consumidor para
cada nível de renda, em ceteris paribus.
• Para bens normais, a curva de renda
consumo apresenta sempre inclinação
positiva.
Exercício - ANPEC
• Se a função de utilidade de um consumidor for e
se , a trajetória de renda-consumo desses bens
será :
• Verdadeira.
• Em equilíbrio, fica satisfeita a condição de
tangência:

• e
• . Então: . Portanto, afirmação está correta.
Em resumo: modificações na renda
– Quando a curva de renda-consumo
apresenta uma inclinação positiva:
• A demanda aumenta com a renda.

• A elasticidade-renda da demanda é

positiva.
• O bem em questão é um bem normal.
Curva Renda-Consumo: Bens Inferiores
• Se a renda aumenta, a demanda por bem
inferior cai; a elasticidade renda da
demanda torna-se negativa; as curvas de
renda-consumo e de Engel inclinam-se para
trás e a curva de demanda se desloca para
a esquerda de DA para DA’. Essa situação
está caracterizada pelos gráficos 4.4.1, 4.4.2
e 4.4.3.
Gráfi co 4.4.1. Curva renda-consumo para bens inferiores
V

Curva de re nda -cons umo

8
D
U2

3 C

U1 I = $80

I = $60
4 6 A

Gráfi co 4.4.2. Curva de Engel


I

Curva de Engel

D'
80

60 C'

4 6 A
Gráfi co 4.4.3. Curva de demanda
PA

1 D'' C''
DA
DA'

4 6 A
Exercício - ANPEC
• A curva de Engel de um bem de Giffen é
crescente.
• Falso. Conforme retratado no gráfico anterior,
para bens inferiores – dado que bem de Giffen
é inferior – a curva de renda-consumo se
volta para trás.
Curva de Engel: Preferências Quase-Lineares

• Conforme visto, a função utilidade para


estas preferências é dada, por exemplo,
por:

• Considere que o ponto de equilíbrio


inicial do consumidor é dada em C, com a
renda com as quantidades consumidas
A* e V*.
• Se a renda aumenta para e o consumo de A
permanece em A*, ao passo que V aumenta
em k unidades, surge o ponto D. Situação
retratada pelo gráfico 4.5.1.
• A função utilidade passa a ser representada
por: U = αA* + (V*+k). Veja que existe um
efeito renda nulo para o bem A e não nulo
para o bem V. Isso é o que caracteriza uma
preferência quase-linear.
• Se o efeito renda é nulo, a curva de Engel é
perfeitamente inclinada, ver gráfico 4.5.2.
G ráfi co 4.5.1. C u rv a re n d a- co n s u m o p ara p re f e rê n cias q u as e - l i n e are s
V

V *+k D Cu rva d e re n d a - co n s u m o

V* C U2

U1 I = $200

I = $170
A* A

G ráfi co 4.5.2. C u rv a d e En g e l
I

D'
2 00
C u rv a d e En g e l
170 C'

A* A
Curva Preço-Consumo para Caracterizar
os Bens Substitutos e Complementares
• Permita que a cesta do consumidor seja
composta pelos bens Y e X.
• Se o preço de X diminui, coeteris paribus, e o
seu consumo aumenta e, ao mesmo tempo,
o consumo de Y diminui, tem-se uma curva
preço-consumo descendente, o que permite
caracterizar os bens X e Y como substitutos.
Isso está representado pela porção da curva
preço-consumo entre B e C, no gráfico 4.6.
Gráfico 4.6. Curva preço-consumo e os bens substitutos e complementares
Y

Bens Substitutos Bens Complementares

11 Curva de preço-consumo
D
10 B U3
8 C

I = $140
U1 U2
I = $140 I = $140
X
0 5 11 14
• Contudo, quando o preço de X diminui e o
consumidor aumenta, concomitante, o
consumo de X de Y, tem-se uma curva preço-
consumo ascendente, representado pela
porção da curva de C a D, o que significa que
esses bens são complementares.
• Essas duas situações estão representadas no
gráfico 4.6.
Curva Renda-Consumo e a Curva de
Engel para Caracterizar os Bens
Substitutos Perfeitos
• Se e são bens substitutos perfeitos e se ,
então o consumidor irá adquirir qualquer
quantidade entre e unidades de e , com a
renda .
• Considere que o consumidor se encontra em
equilíbrio no ponto B, comprando un. de e
un. de , gráfico 4.7.1.
Gráfico 4.7.1. Curva renda-consumo para substitutos perfeitos
X2

10 Curva de renda-consumo

8 C
5 B ܷଶ
ܷଵ

‫ ܫ‬ൌ
ͳʹ Ͳ ‫ܫ‬Ԣൌ
ͳͷͲ
0 5 8 10 X1
Gráfico 4.7.2. Curva de Engel para substitutos perfeitos
I

150 C'
Curva de Engel
120 B'

0 5 8 X1
• Esse equilíbrio equivale ao ponto B’ da
curva de Engel, gráfico 4.7.2.
• Com a renda aumentando para , ceteris
paribus, o equilíbrio se desloca para o
ponto C, com o indivíduo aumentando o
consumo de e para unidades. Ver
gráficos 4.7.1 e 4.7.2.
• Perceba que as curvas de indiferença de
e estão sobrepostas às restrições
orçamentárias.
Curvas Renda-Consumo e de Engel para os Bens
Complementares Perfeitos
• Se a renda do consumidor aumenta e os bens e
fossem complementares perfeitos, então o
consumo desses bens aumentaria
proporcionalmente, como representado pelo
gráfico 4.8.1.
• Observe que o aumento da renda de $120,00
para $150,00 faz o consumo de ambos os bens
aumentar de uma para duas unidades.
• A curva de Engel é linear e com inclinação
positiva, como representado no gráfico 4.8.2.
Gráfi co 4.8.1. C u rv a re n d a- co n su m o p ara co m p le m e n tare s p e rf e i to s
Y2

C
2 U2

1 B
U1 Cu rva d e re n d a - co n s u m o

I = $150

I = $120
1 2 Y1
Gráfi co 4.8.2. C u rv a d e En ge l p ara co m p l e m e n tare s p e rf e ito s
I

1 50 C'
C u rv a d e En ge l
1 20 B'

0 1 2 Y1
Exercício - ANPEC
• Suponha que um indivíduo, tendo que
escolher combinações dos bens (X,Y),
descobre que, após uma redução no preço do
bem X e um aumento no preço do bem Y,
ainda consegue, gastando toda a sua renda,
comprar a mesma cesta de antes. Então, ele
está em melhor situação.
• Rs. Questão difícil! Não?
• Resposta é falsa.
• Não se pode dizer que necessariamente a situação
ou a utilidade do consumidor melhorou. Usando um
contraexemplo. Considerando as preferências sobre
bens complementares perfeitos, então no ponto de
equilíbrio (“joelho” do “L”), há várias combinações
de preços possíveis que geram a mesma utilidade.
Logo, para esse tipo de função, a alteração nos
preços relativos não modifica a utilidade do
indivíduo. Isso está retratado no gráfico a seguir.
• Veja que à medida que os preços relativos se
alteram, a inclinação da restrição muda, mas a
utilidade permanece a mesma.
Especificando a função demanda para
diferentes tipos de bens: Cap. 5 - Varian
• Função demanda para bens substitutos
perfeitos:
• Considere a restrição orçamentária para
os bens X e Y substitutos perfeitos
como: , então a função demanda pelo
bem X será dada por:
•Função demanda para bens
complementares perfeitos
•Nesse caso, os consumidores irão
adquirir quantidades iguais dos bens
complementares perfeitos X1 e X2.
•Admita a restrição orçamentária do
consumidor como:
•, sendo , então, .
•Assim, a demanda por é dada por:
{
𝐼
,𝑠𝑒𝑃 𝑋 <𝑃 𝑌 .
𝑃𝑋
𝑋= 𝐼 𝐼
0≤ 𝑋< ,𝑠𝑒𝑃 𝑋 =𝑃 𝑌 ,𝑞𝑢𝑎𝑙𝑞𝑢𝑒𝑟𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑑𝑒𝑋𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒0𝑒
𝑃𝑋 𝑃𝑋
0,𝑠𝑒𝑃 𝑋 >𝑃 𝑌 .
• Função demanda para as preferências
tipo Cobb-Douglas.
• Considere uma função Cobb-Douglas
especificada como e a restrição
orçamentária: . De modo que se pode
utilizar o método de Lagrange para se
obter as demandas de A e V por parte do
consumidor.
• Resolvendo essa equação, como foi feito
anteriormente, encontra-se:
• e
• A preferência Cobb-Douglas tem uma
propriedade conveniente, pois, se o
consumidor adquire, por exemplo, ao
isso custa para ele uma fração de sua
renda , ou seja:
• Para o bem :

• Para o bem :

• Assim, é a parcela da renda do


consumidor gasta na aquisição do bem e
é parcela da renda gasta na compra do
bem .
• Estimando a função utilidade Cobb-
Douglas.
• Dispondo de informações sobre os
preços dos bens, das rendas e das
quantidades adquiridas pode-se estimar
a função utilidade do consumidor. Para
isso, considere os dados do quadro 4.1.
Quadro 4.1. Dados hipotéticos
Quant. Quant.
1 1 100 25 75 0,25 0,75

1 2 100 24 38 0,24 0,76

2 1 100 13 74 0,26 0,74

1 2 200 48 76 0,24 0,76

2 1 200 25 150 0,25 0,75

1 4 400 100 75 0,25 0,75

4 1 400 24 304 0,24 0,76


• Veja que, em média, tem-se 25% da
renda gasta com o bem e 75% com o
bem .
• Assim, a função utilidade Cobb-Douglas
fica especificada como:
• .
Exemplo da ANPEC
• Se a função de utilidade de um consumidor for ,
sua curva de demanda pelo bem terá elasticidade
constante igual a .
• Falsa. Essa é uma função Cobb-Douglas com
retorno crescente e toda função Cobb-Douglas,
escrita na forma , tem elasticidade-preço igual .
• Resolução:
• Como visto, a demanda por um bem Cobb-
Douglas é dado por:
(1)
A elasticidade-preço de :
• (2)
• (3)
• Substituindo as equações (1) e (3) em (2):
• Então:
Questão ENADE

• Considere um consumidor com renda e


preferência pelos bens e , representada pela
função utilidade . Se preço do bem é o dobro
do preço do bem , o consumidor
A) aumentará mais o consumo do bem se a sua
renda aumentar;
B) diminuirá mais o consumo do bem , se ambos
os preços caírem pela metade;
C) escolherá a mesma quantidade de ambos os
bens;
D) optará apenas pelo bem
E) escolherá uma maior quantidade do bem .
• Solução.
• Perceba que se trata de um bem Cobb-Douglas
com retorno constante, já que a soma dos
coeficientes dos bens é igual a um .
• A demanda de um bem Cobb-Douglas é dado
por: e .
• A afirmação A está incorreta.
• Admita que e , sendo .
• Nessas condições, e;
• .
• Agora, permitindo que a renda dobre, tem-se:
• e.
• Portanto, o consumo do bem não aumentou
mais que o consumo do bem bem , com o
incremento de renda.
• A afirmação B está incorreta.
• O mesmo raciocínio se aplica com a redução
nos preços, já que o consumidor irá escolher a
mesma quantidade dos bens.
• A afirmação C está correta.
• Como visto na resolução da afirmação A,
independente da renda o consumidor irá
escolher a mesma quantidade de bens.
• A afirmação D está incorreta.
• Uma função Cobb-Douglas nunca levará a
solução de canto, ou a concentração do
consumo em um único bem, como calculado
na afirmação A.
• A afirmação E está incorreta.
• o consumidor irá escolher a mesma
quantidade de bens.
Exemplo - ANPEC
• Se a curva de demanda de for , então a
elasticidade-preço será -1/2.
• Falsa.
• Como: e
• Então:

• Portanto, a afirmação está incorreta.


Preferências Homotéticas
• Esse tipo de preferência implica que a
demanda varia na mesma proporção da
variação da renda. Trata-se, portanto, de um
bem normal. Nesse caso, a curva de Engel
parte da origem como um linha reta.
• De outro modo, as preferências são
homotéticas se os bens na cesta aumentarem
na mesma proporção da utilidade obtida pelo
indivíduo com o consumo desses bens.
• Isto é, se a quantidade de bens na cesta
aumentar em vezes a utilidade irá
aumentar também em vezes, como
segue:

• Exemplo. Considere a função utilidade


Cobb-Douglas: .
• Admita que e .
• Substituindo estes valores na função,
chega-se:
• Se dobrar o consumo desses bens, isto é, e
, a utilidade dobra, .
• A função Cobb-Douglas com retorno
constante é um exemplo de preferências
homotéticas.
• As curvas de renda-consumo e de Engel
para uma preferência homotética estão
representadas nos gráficos 4.8.3 e 4.8.4.
Gráfi co 4.8.3. Curva renda-consumo para preferências homotéticas
V

Cu rva de re nd a -con s umo

U 2=5,42

U 1=2,71 I = $200
I = $100
2 4 A
Gráfi co 4.8.4. Curva de Engel para preferências homotéticas
I

200
Curva de Engel
100

0 2 4 A
Curva Preço-Consumo e Curva de Demanda
Para Bens Discretos
• Um bem é discreto quando ele é
adquirido somente em unidades inteiras,
conforme já visto.
• Considere como bem discreto e um bem
comum. Admita, também, que o preço de
reduziu, ceteris paribus, conforme
retratado nos gráficos 4.9.1 e 4.9.2.
Gráfico 4.9.1. Curva preço-consumo para bens discretos
Y
a
Y3 *
d Curva de preço-consumo

Y1 b c
U2
U1

I 1 I 1 I 1

X
Gráfico 4.9.2. Curva de demanda para bens discretos
PX I

P3
Curva de demanda marshalliana vazada
P2

P1

0 X
1 2
• Com a renda em e o preço de em ,
nenhum bem é consumido, pois, toda a
renda do indivíduo é gasta comprando a
quantidade de . O consumidor, nesse caso,
estaria maximizando a sua utilidade no
ponto a sobre o eixo .
• Se o preço de reduz para , a restrição
orçamentária gira para a direita. Então, o
indivíduo passa a consumir unidade de e
reduz o consumo de para .
• Nesse caso, ele estaria maximizando a
sua utilidade no ponto b, onde a curva de
indiferença vazada () tangencia a
restrição orçamentária .
• Se o preço de continuar caindo e atingir ,
o indivíduo irá consumir unidades de e,
ainda, manter o consumo de em ,
maximizando a sua utilidade no ponto c,
sobre a curva de indiferença , que
tangencia a restrição .
• A curva de demanda está representada
no gráfico 4.9.2. Veja que entre os preços
e nenhum bem é demandado. A curva
de demanda é, então, perfeitamente
inclinada sobre o eixo .
• Ao preço , a quantidade demandada é de
unidade de . Como o bem é discreto,
entre e unidade de a curva de demanda
é vazada.
• Assim, entre e o consumidor demanda
unidade de .
• Ao preço , unidades de são demandadas.
Como não existem unidades quebradas entre
eunidades a curva de demanda é vazada.
• Dessa forma, entre o preço e o consumidor
irá demandar unidades de , o que torna uma
porção da curva de demanda perfeitamente
inclinada nesse intervalo de preço.
• No gráfico 4.9.1 está, também, a curva preço-
consumo para bens discretos. Veja que ela é
também vazada.
• Considerando a curva de indiferença, aos
preços e as seguintes condições devem ser
satisfeitas:
• Ao preço , temos:
• , como nada é consumido de , toda a renda é
gasta com Y. O equilíbrio nesse caso seria um
ótimo de fronteira, sendo representado no
gráfico 4.9.1 pelo ponto a.
• O preço e a curva de indiferença :
•,
• como unidade de é consumida, sobra para a
demanda de , .
• Como as duas utilidades são iguais, significa que
o consumidor está sobre a curva de indiferença .
Assim, para ele é indiferente entre consumir
unidade de e gastar toda a renda com , ou
consumir unidade de a renda restante com .
• O equilíbrio do consumidor está no ponto b e é
atingido quando, ao preço , uma unidade de é
consumida.
• O preço e a curva :
• . Nesse caso, o consumidor está sobre a
curva de indiferença . Então, para ele é
indiferente entre consumir unidade de ,
e unidades de , ou unidades de e
unidades de .
• O equilíbrio do consumidor se dá no
ponto C do gráfico 4.9.1.
• Exemplo:
• Se a renda do consumidor é $, as condições
anteriores ficam:
• Ao preço = $50,00:
• . O consumidor está sobre a curva de
indiferença . Como unidade de é consumida
por , sobra para demandar
• Ao preço
• .
• Nesse caso, o consumidor está sobre a
curva de indiferença . Então, para ele é
indiferente entre consumir unidade de ,
gastando da sua renda e o restante com ,
ou consumir unidades de por e destinar
para consumir .
Exemplo - ANPEC
• Suponha que há dois bens. O primeiro bem
é infinitamente divisível, ou seja, pode ser
consumido em qualquer quantidade x ≥ 0, e
o segundo é um bem indivisível, podendo
ser consumido apenas nas quantidades y = 0
ou y = 1. O preço do bem divisível é p = 10 e
o do bem indivisível é p = 30. O consumidor
tem renda M = 60 e sua função de utilidade
é definida por u(x,0) = x/2 e u(x,1) = 2x – 4.
Julgue as afirmativas a seguir:
I. A quantidade do bem divisível que deixa o
consumidor indiferente entre consumir ou
não o bem indivisível é .
• Falsa.
• A indiferença acontece quando:
• u(x, 0) = u(x, 1).
• Ou, x/2 = 2x – 4, o que implica .
II. A demanda marshalliana é (x*,y*) = (6,0).
• Verdadeira.
• Contudo, é preciso verificar as duas
possibilidades, ou seja, o consumo de y = 0 e o
consumo de y = 1. A demanda marshalliana
será onde a utilidade for maior.
• Primeira situação com y = 0:
• Se e se , então o que implica:
• Como u(x,0) = x/2 e a cesta é (6,0), então
• u(x,0) = 6/2
• u(6,0) = 3.
• Segunda situação y = 1:
• Se y = 1, usando a restrição orçamentária,
então: 10x + 30(1) = 60, o que implica em x* =
3
• Assim, quando a cesta é (3,1) a u(3,1) = 2(3) –
4 = 2.
• u(3,1) = 2
• Como u(6,0) > u(3,1), implica que a demanda
marshaliana é (x*, y*) = (6,0). De outro modo,
se u(6,0) < u(3,1), então essa demanda seria
(x*, y*) = (3,1)
III. Suponha que o preço do bem divisível ainda é p =
10. Se a renda do consumidor sobe para M’ = 70,
então a demanda marshalliana é (x**,y**) = (4,0).
• Falsa. Analisando as utilidades em cada situação, ou
seja, y = 0 e y = 1:
• Se y = 0, então 10x + 30(0) = 70, x* = 7
• Assim, quando a cesta é (7,0) a u(7,0) = x/2= 3,5.
• Se y = 1, então 10x + 30(1) = 70, x* = 4
• Assim, quando a cesta é (4,1), a u(4,1) = 2x – 4 = 4.
• Como u(4,1) > u(7,0) (x*, y*) = (4,1). Ou seja, a
demanda marshaliana é (x*, y*) = (4,1) e não (4, 0).
Demanda de Mercado
Da Demanda Individual à Demanda de Mercado

• Curva da Demanda de Mercado


• É a curva que relaciona o preço de uma
mercadoria com a quantidade total
comprada pelos consumidores de um
determinado mercado.

Capítulo 4 Slide 81
Determinação da Curva da Demanda de Mercado

Preço Consumidor A Consumidor B Consumidor C Mercado


($) (unidades) (unidades) (unidades) (unidades)

1 6 10 16 32
2 4 8 13 25
3 2 6 10 18
4 0 4 7 11
5 0 2 4 6

Capítulo 4 Slide 82
Determinação da Curva da Demanda de Mercado

Preço A curva de demanda de mercado


5 é obtida por meio da soma
das curvas de demanda
dos consumidores
4

1 Demanda de Mercado
DC

DA DB Quantidade
0 5 10 15 20 25 30
Capítulo 4 Slide 83
Demanda de Mercado
• Dois pontos são importantes:
1) A demanda de mercado se desloca para a
direita à medida que aumenta o número de
consumidores no mercado.
2) Fatores que influenciam as demandas
de muitos consumidores também afetam a
demanda de mercado.

Capítulo 4 Slide 84
Demanda de Mercado
• Elasticidade da demanda de mercado:
mede a variação percentual da
quantidade demandada resultante de
uma variação de 1% no preço.

Q/Q Q / P
EP  
P/P Q/P
Capítulo 4 Slide 85
Elasticidade Preço e Dispêndio do
Consumidor
Demanda Dispêndio com, Dispêndio com,
elevação de preço: queda de preço:

Inelástica (Ep <1) Aumenta Diminui

Unitária (Ep = 1) Constante Constante

Elástica (Ep >1) Diminui Aumenta

Valor da elasticidade em módulo, já que a elasticidade-


preço é negativa
Capítulo 4 Slide 86
Demanda de Mercado
• Elasticidade-Preço da Demanda no Ponto
– No caso de grandes variações no preço
(da ordem de 20%, por exemplo), o
valor da elasticidade vai depender do
ponto da curva de demanda em que
ela se encontra.

Capítulo 4 Slide 87
Demanda de Mercado
• Elasticidade-Preço da Demanda no Ponto
– A elasticidade no ponto mede a
elasticidade num determinado ponto
da curva de demanda.
– Sua fórmula é dada por:

EP  (P/Q)(1/inclinação)
Capítulo 4 Slide 88
Demanda de Mercado
• Problemas no Uso da Elasticidade no
Ponto
– Pode-se estar interessados em calcular a
elasticidade em determinado trecho da
curva de demanda, em vez de um único
ponto.
– A elasticidade-preço da demanda muda
de acordo com o preço e quantidade
usados como base.
Capítulo 4 Slide 89
Demanda de Mercado

Elasticidade da Demanda no Ponto (Exemplo)

• Suponha que:
– O preço aumenta de $8 para $10 e a
quantidade demandada cai de 6 para 4
– Variação percentual no preço pode ser
dada por:
ou

Capítulo 4 Slide 90
- Variação percentual na quantidade:
= ou
•A elasticidade , é:
, ou = -2,5
•Qual dessas estimativas é a correta?
•Dependendo do ponto de partida que se toma,
a elasticidade-preço torna-se muito diferente,
o que pode comprometer a análise. Nesse
caso, o correto seria utilizar uma média das
variações de preço e quantidade.
Demanda de Mercado
• Elasticidade da Demanda no Arco
– A elasticidade no arco calcula a
elasticidade para um intervalo de preços
– Sua fórmula é:

EP  ( Q/P)( P / Q )
P  preço médio
Q  quantidade média
Capítulo 4 Slide 92
Demanda de Mercado
• Elasticidade da Demanda no Arco
(Exemplo)
EP  ( Q/P)( P / Q)

10  8
P1  8 P 2  10 P 9
2
64
Q1  6 Q2  4 Q 5
2
Ep  (2 / $2)($9 / 5)  1,8
Capítulo 4 Slide 93
Exemplo:

A Demanda Agregada do Trigo

• A demanda total por trigo dos EUA é


composta por sua demanda doméstica e
demanda de exportação, ou seja do
total de trigo exportado pelos EUA.

Capítulo 4 Slide 94
A Demanda Agregada do Trigo

• A demanda doméstica de trigo é dada


pela equação:
QDD = 1700 - 107P

• A demanda de exportação é dada pela


equação:
QDE = 1544 - 176P

Capítulo 4 Slide 95
A Demanda Agregada do Trigo dos EUA
Preço
($/bushel) 20
18 A demanda total por trigo é dada
16 A pela soma horizontal das demandas
doméstica (AB) e de exportação (CD).
14
12
10
C E
8
6 Demanda Total

4 Demanda
De Exportação Demanda
2 Doméstica
F Trigo(milhões bushels/ano)
D B
0 1000 2000 3000 4000
Capítulo 4 Slide 96
Excedente do Consumidor (EC)
Para a teoria econômica, os excedentes,
tanto do consumidor quanto do produtor
são muito importantes, pois revelam os
ganhos obtidos por esses agentes, devido à
própria existência do mercado.
Quando se atinge o preço e a quantidade de
equilíbrio, o mercado possibilita ganhos
para os consumidores e os produtores.
Capítulo 4 Slide 97
• De onde vem os ganhos do consumidor?
Esses se originam porque o preço que
uma parte dos consumidores estariam
dispostos a pagar por um produto, dado
pela altura da curva de demanda, é
maior do que o preço efetivamente
definido no equilíbrio (isto é, o preço do
produto).
• Portanto, pode-se definir o EC como a
diferença entre o preço que um consumidor
estaria disposto a pagar por um bem e o
preço que, efetivamente, é pago. O gráfico
seguinte retrata o EC. Formalmente, é dado
por:

em que, é o preço de equilíbrio, é o preço


máximo que faz a demanda de cair a zero, é a
equação de demanda por .
Excedente do Consumidor
Preço
($ por
ingresso) 20
19
18
17
16
15 Excedente do Consumidor
6 + 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 21 Preço de Mercado
14
13

Ingressos de concerto
0 1 2 3 4 5 6 de rock
Capítulo 4 Slide 100
Por exemplo, ao adquirir o 1º ingresso o
consumidor gasta $14,00, mas estaria
disposto a gastar $20,00. O excedente do
consumidor, nesse caso, é de $6,00.
Com relação ao 2º ingresso, estaria
disposto a pagar $19,00, mas gasta
$14,00, o que gera um excedente de
$5,00+$6,00 = $11,00 e assim por diante.
• Portanto, o excedente do consumidor
associado ao consumo de 6 ingressos é
dado pela soma do excedente obtido do
consumo de cada ingresso, que é igual a
$21,00.
• A curva de demanda em forma de escada
pode ser aproximada por uma curva de
demanda linear.

Capítulo 4 Slide 102


• A curva de demanda linear é particularmente
útil quando se deseja calcular o excedente do
consumidor agregado.
• O excedente agregado é obtido calculando a
área abaixo da curva de demanda e acima da
linha de preço (área amarela gráfico a seguir),
que corresponde a área do triângulo retângulo,
dado por: . Nesse caso, se a demanda é linear
o cálculo da área do triângulo terá o mesmo
resultado do cálculo da integral. Contudo, se a
demanda é não linear o cálculo deve ser feito
usando integral definida.
Excedente do Consumidor
Preço Excedente do consumidor
($ por 20
para a Demanda de Mercado
ingresso)
19
18
Excedente do
17 Consumidor
16
(20 - 14) * 6.500
15  $19.500
2
14 Preço de Mercado

13
Curva de Demanda
Dispêndio
Efetivo

0 1 2 3 4 5 6 6,5 Ingressos
de rock em milhares
Capítulo 4 Slide 104
Excedente do Consumidor
• O excedente agregado do consumidor
com 6500 ingressos é de $19.500,00.
• O dispêndio agregado do consumidor é
dada pela área do retângulo azul do
gráfico anterior que é de:
• .

Capítulo 4 Slide 105


Excedente do Produtor (EP)
• O excedente do produtor é a diferença
entre o preço que os produtores
efetivamente recebem e o preço que eles
estariam dispostos a receber por um
dado bem. Usando o mesmo raciocínio
empreendido para se calcular o
excedente dos consumidores, pode-se
obter o EP, a partir da curva de oferta.
• Formalmente, o EP é calculado como:

em que, é o menor preço em que a oferta será


zero, é a curva de oferta.
• Em mercado concorrencial, como o caso aqui
analisado, a curva de oferta é a própria curva
de custo marginal (CMg). Assim, pode-se
definir o excedente do produtor como sendo a
diferença entre o preço que um produto foi
vendido no mercado e seu custo de produção.
• Dessa forma, o EP é o benefício auferido
pelos produtores ao participar do mercado.
• Usando um exemplo. Considere um
mercado de esquadrias composto por três
empresas (A, B e C). Os custos de produção
dessas empresas estão descritos no quadro
a seguir.
• Os preços de mercado das esquadrias, bem como
o número de vendedores estão retratados a seguir.
Preço Potenciais Quantidade
Vendedores Ofertada

Acima de $200 3 3
Entre $150 e $200 2 2
Entre $100 e 150 1 1

Abaixo de $100 0 0

• A curva de oferta, desse mercado, está


representado na figura a seguir.
• Perceba que até o preço de $100, não existe oferta
e nem EP. Para qualquer outro preço acima de
$100, existe EP.
• .
• Ao preço de $150 as Empresas B e C estão
dispostas a ofertarem 2 un. de esquadrias.
Entretanto, o EP é zero para a Empresa B, já
que o preço de venda é igual ao seu custo,
mas para a Empresa C o EP é de $50,00.
• Quando o preço atinge $200, há disposição de
se ofertar no mercado 3 un.. A Empresa A não
tem EP, mas Empresas B e C obtém $50 e
$100, respectivamente, de EP. Assim, o EP
total é de $150, o equivalente a área
caracterizada em vermelho no gráfico anterior.
• Assim, o EP é a área que está acima do eixo da
oferta para cada nível e preço. Em termos
mais genéricos, o EP corresponde a área do
triângulo retângulo, FGH, do gráfico abaixo.
Preço Oferta

G
H

Quant.
Exemplo
• Considere o mercado do produto , que tem a
sua curva de demanda especificada como: e a
sua curva de oferta: . Calcule os excedentes do
consumidor e do produtor e o excedente total.
• Calculando o EC.
• Definindo o preço de equilíbrio:

• ;
• Calculando o preço máximo em que a
demanda cai a zero.
• ;;

• Usando a integral para calcular o EC.
• Calculando o EP:
• A oferta cai a zero quando , ou seja:

• 49
Excedentes do Consumidor e do Produtor

• Através da combinação do EC com o EP, é


possível avaliar:
1) Os custos e benefícios de diferentes
estruturas de produção.
2) As políticas públicas que afetem o
comportamento de consumidores e firmas.
Questão ENADE
• Em um mercado competitivo, a curva de demanda é dada
por QD = 300 − 30p, em que QD é a quantidade demandada
e p é o preço do produto; e a curva de oferta é dada por QO
= 10p + 20, em que QO é a quantidade ofertada. Com base
nos dados apresentados, avalie as afirmações a seguir.
I. Em equilíbrio, sem intervenção governamental, a
quantidade de produto transacionado no mercado será de 90
unidades, e o preço praticado será de R$ 7,00 por unidade.
II. O consumidor tem um excedente no valor de R$ 135,00.
III. Se o governo tabelar o preço do produto em R$ 6,00,
haverá um excesso de oferta de 50 unidades.
• É correto o que se afirma em
A. I, apenas.
B. III, apenas.
C. I e II, apenas.
D. II e III, apenas.
E. I, II e III.
A alternativa correta é a letra C. Veja solução a
seguir.
• Solução:
• A afirmação I está correta.
• No equilíbrio, a demanda é igual a oferta.
• e.
• A afirmação II está correta.

No equilíbrio as curvas de oferta e


demanda podem ser representadas
como na figura ao lado. A área do
triângulo EC corresponde ao
excedente do consumidor:
• Obtendo o EC usando cálculo integral.
• Como o preço de equilíbrio é e o preço máximo
que zera a demanda é dado por:

• Assim,

• A afirmação III está incorreta.
• Se o preço for R$6,0, a quantidade
demandada será de:

• A quantidade ofertada de:



• Então, ao contrário do que foi afirmado,
haverá um excedente de demanda de 40 un.
Exemplo: o Valor do Ar Puro
• O ar é grátis, pois as pessoas não precisam pagar
para respirá-lo.
• A Lei do Ar Mais Puro (“Clean Air Act”) foi
aprovada nos EUA em 1970, com o propósito de
tornar o ar menos poluído.
• Pergunta: será que os benefícios de tornar o ar
mais puro compensaram os custos de fazê-lo?

Capítulo 4 Slide 122


O Valor do Ar Puro
• As pessoas estão dispostas a pagar preços
maiores por casas em locais onde o ar é mais
puro.
• Dados de preços de residências em Boston e
Los Angeles foram cruzados com os níveis
existentes de diversos poluentes de ar.

Capítulo 4 Slide 123


O Valor do Ar Puro
Valor
($ por ppcm
de redução) A área sombreada representa o
excedente do consumidor derivado
2000
da redução da poluição em 5 ppcm
(partes por cem milhões, )
de óxido de nitrogênio, a um custo
de $1.000 por ppcm reduzida.
A
1000

NOX (ppcm)
0 5 10 Redução de poluição
Capítulo 4 Slide 124
Exercício - ANPEC
• Em um mercado, a demanda inversa(*) é dada por P =
100 – Q , em que P é o preço do produto e Q a
quantidade total demandada. Suponha que o efeito-
renda é nulo. A oferta do bem é dada por P = Q. No
equilíbrio, o excedente total é ET = 1.250?
• Falso. Se no equilíbrio P = Q e se P = 100 – Q, então: Q
= 100 – Q , o que implica em Q = 50. Se Q = 50, P = 50.
A figura a seguir retrata estas duas curvas.
(*) A demanda é, normalmente, especificada como: , ou seja, a
quantidade em função do preço, mas no caso da demanda inversa é
preço que está em função da quantidade.
• As curvas de demanda e oferta estão
representadas no gráfico abaixo, bem como as
áreas dos EC e EP.

P
Oferta
100

50
EC
E
EP

Demanda
0 Q
50 100
• Perceba, que tanto o EC quanto o EP,
correspondem as áreas dos triângulos 0, 50, E.
Assim:

• Portanto, o ET é de 2500 e não de 1250.


Exercício - ANPEC
• Continuando com o exercício da Etapa 1. (Slide
150). As funções de demanda e oferta do produto
X, em um mercado competitivo, são dadas,
respectivamente, por D(p) = 100.000 – 1.000 e
S(p) = 46.000 + 500 . Com base nesses dados,
avalie:
3) Em equilíbrio competitivo, o excedente do
consumidor é 528.000.
Rs. Afirmação incorreta.
• Usando cálculo integral.

• O Excedente do consumidor é $138.666,66.


Externalidades de Rede
• Até o momento, se admitiu que as
demandas dos consumidores por
determinadas mercadorias são
independentes entre si.
• Mas na verdade, a demanda de uma
pessoa por determinada mercadoria pode
ser afetada pelo total de consumidores
desse bem.
Capítulo 4 Slide 130
Externalidades de Difusão ou de Rede

• Quando isso ocorre, tem-se as


externalidades de rede.
• As externalidades de rede podem ser
positivas ou negativas.

Capítulo 4 Slide 131


Externalidades de Rede
• Uma externalidade de rede positiva ocorre
quando a quantidade de um bem
demandada por um consumidor aumenta
em decorrência do aumento das
quantidades compradas por outros
consumidores.
• Externalidades de rede negativas ocorrem
no caso inverso.
Capítulo 4 Slide 132
Externalidades de Rede Positiva
• Exemplo: Efeito Cumulativo de Consumo (
– É o desejo de ter um bem porque quase
todo mundo já o tem, ou pelo fato de que
está “na moda”.
– A criação desse efeito é o principal
objetivo das atividades de marketing e
propaganda (p.ex. no caso de brinquedos
e roupas).
Capítulo 4 Slide 133
• A figura a seguir mostra o . Ao preço
$40,00 um número relativamente pequeno
de pessoas, cerca de 20.000, irão consumir
o produto, formando a curva de demanda
D20.
• Se o preço cai para $30,00, tem-se a curva
de demanda D40 e assim, sucessivamente,
para as demandas D60 , D80 , D100 , aos preços
$20, $10 e $5, respectivamente.
Externalidade de Rede Positiva: O Efeito Cumulativo de Consumo

Preço
($ por Quando os consumidores
unidade) D20 D40 D60 D80 D100 acreditam que mais pessoas
compraram o bem, a curva
40
de demanda se desloca para
F
30 a direita .
20

10
A B C
Demanda de
5 Mercado (Dm)

Quantidade X
20 40 55 60 80 100 (milhares por mês)
Capítulo 4 Slide 135
• Unindo os pontos (bolas pretas) desse
gráfico chega-se à demanda de mercado
(linha azul), que é mais elástica que as
demandas D20, D40 ,...,D100.
• Para visualizar o , considere a redução no
preço de $30,00 para $10,00 e a
formação do triângulo AFC.
• Caso não houvesse o , essa redução no
preço faria a quantidade demandada
aumentar de 40.000 para 55.000 un., ou do
ponto A para o B, em decorrência, apenas,
do efeito puro do preço (), que equivale a
15.000 un.
• No entanto, como se trata de um produto
que está na moda, o número de unidades
consumidas aumenta ainda mais, de 55.000
para 80.000 un., ou do ponto B para o C.
Este é o , que equivale a 25.000 un.
• Portanto, a variação da quantidade
demanda de mercado () é dada por:

• desempenha papel importante nas
estratégias das empresas relacionadas ao
marketing e propaganda.
Externalidades de Rede Negativa

• O Efeito de Diferenciação de Consumo é um


exemplo de externalidade de rede negativa, e
se refere ao desejo do consumidor em possuir
bens exclusivos ou raros, como, por exemplo,
relógios Rolex (que pode chegar ao preço de
mais de um milhão de reais), vinhos (com
garrafa que pode custar cem mil reais), objetos
de colecionadores…
• A quantidade demandada de um bem “raro”
será maior quanto menor for o número de
pessoas que o possui.
Capítulo 4 Slide 139
• O triângulo ACF da figura a seguir retrata o .
• Perceba que ao preço de $30.000, somente
2 mil pessoas estão adquirindo o produto.
• O que acontece, nesse mercado, se o preço
do produto cair de $30.000 para $15.000?
• Perceba que a variação total da quantidade
demandada é de 12.000 un.,
correspondente ao movimento do ponto A
para o C. Este é o efeito puro do preço ().
Externalidade de Rede Negativa: O Efeito de Diferenciação de
Consumo

Preço A demanda de um bem “raro” é menos


($ por elástica, e seu valor de diferenciação
unidade) Demanda
F de consumo diminui à medida que mais
$30,000 pessoas o possuem. Em razão disso, as
vendas caem. Exemplos: rélogios Rolex
e filas longas nas estações de esqui.
Efeito líquido
do preço (ELP) Efeito de diferenciação
de consume (EDC)
$15,000 A
B C
D2
D4
D6
D8
Quantidade (milhares
2 4 6 8 14 por mês)

Efeito puro da variação do preço


• Ou seja, se não ocorresse o , o número
de pessoas que passaria adquirir o
produto seria de 14.000, mas o freia a
quantidade demanda, fazendo-a diminuir
em 8.000 un.
• De tal forma, que o aumento nas vendas
é de 4.000 un., resultante do efeito
líquido do preço (
• Assim, a variação da quantidade
demanda de mercado () é dada por:
• Obrigado!

Você também pode gostar