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Teoria do Consumidor:

Preferências, Renda e Escolha


Prof. Clailton Ataídes de
Freitas
Comportamento do Consumidor
• Cap. 3. Pindyck.
• Questão fundamental: como um
consumidor com renda limitada e um desejo
ilimitado de consumo decide o quanto e que
tipo de bens e serviços adquirir?
• Isso irá ajudar a entender como uma
mudança na renda e no preço afetam a
demanda.
• A teoria do comportamento do consumidor
percorre três etapas:
1) Preferência do consumidor: consiste em
encontrar uma forma prática de descrever a
preferência de um consumidor por uma
mercadoria a outra;
2) Restrição orçamentária: o indivíduo tem
renda limitada, o que restringe a quantidade
de mercadorias adquiridas;
3) Escolha do consumidor: dada a
preferência e a renda, os consumidores
irão adquirir um conjunto de bens que irão
maximizar sua satisfação.
Preferência do Consumidor
• A Teoria do consumidor se utiliza o que se
denomina de preferência geral do
consumidor, ou simplesmente, preferência
do consumidor. Isso significa que,
normalmente, se usa a função utilidade
para medir o consumo de milhares ou até
milhões de indivíduos, o que faz a
preferência individual de cada consumidor
se diluir nesse universo. Na prática, nas
análises econômicas, se usa a média.
• Por exemplo, o consumo de vinho
aumentou no Brasil em 18% em 2020,
puxado pelo e-commerce*, mas isso não
implica que todos que bebem vinho
aumentaram o consumo neste
percentual, mas sim que, em média, cada
consumidor demandou 18% a mais de
vinho em 2020.
• Ver reportagem em:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/04/20/consumo-de-vinho-tem-alta-
de-18percent-em-2020-puxado-pelo-e-commerce.ghtml
Preferência do Consumidor
• i) Como descrever o comportamento do
consumidor de forma coerente?
• ii) Um dada cesta de bens, ela se torna preferida
à uma outra cesta, ou o consumidor é indiferente
entre elas?
• Definição de cesta de consumo ou cesta de
mercado: é um conjunto de bens e serviços que
os indivíduos seleciona para consumir ao longo
de um período de tempo. A figura a seguir retrata
algumas possíveis cestas.
Representação de cestas de mercado

Tabela 2.1 cestas de mercado


• Diante de várias cestas, o consumidor pode
classificá-las de acordo com os seus níveis
de desejo, ou seja, o consumidor é capaz
de determinar que uma delas é melhor do
que outra, ou que uma delas é indiferente
a outra.
• Formalmente, tem-se três possibilidades de
escolhas, se for apresentado ao
consumidor as cestas e :
1) A cesta é estritamente preferida à cesta .
2) A cesta é indiferente à cesta .
3) A cesta é fracamente preferida à cesta .
• A 1ª possibilidade indica que o consumidor
não tem nenhuma dúvida sobre qual cesta
é a preferida.
• A 2ª possibilidade indica que o consumidor
é indiferente ao escolher ou .
• A 3ª possibilidade indica que, diante das
cestas e , o consumidor irá escolher , mas se
escolher não há perda de utilidade.
• Assim, pode-se definir as seguintes relações
de preferências:
• Se e , então, . Isto é, se o consumidor acha
que é tão boa quanto e é tão boa quanto , é
porque o consumidor é indiferente entre as
duas cestas.
• Se , mas não é indiferente a , então, é
porque para o consumidor é preferida
a.
• Hipóteses sobre as preferências
1) Completude ou integralidade: indica
que o consumidor pode comparar e
ordenar todas as cestas de mercado. Por
exemplo, diante das cestas e , ele dirá que:
, ou , ou ainda .
2) Transitividade: indica que o consumidor
sempre fará a melhor escolha. Uma
preferência transitiva revela, que se e ,
então, .
3) Reflexiva: considerando o consumidor
racional, então as relações e indica que
qualquer cesta é ao menos tão boa quanto
ela mesma, isto é:
• , ou, .
4) Monotonicidade: indica que as
preferências dos consumidores são
monotônicas, ou seja, mais bens presentes
nas cestas são sempre preferidos a menos.
Isso se relaciona à condição de que temos
necessidades ilimitadas.
Essas premissas constituem base da teoria
do consumidor.
• No gráfico 2.1, tem-se as cestas retratadas na
tabela 2.1. Pode-se notar que o consumidor
prefere a cesta a todas as cestas da área azul do
gráfico 2.1, enquanto todas as cestas da área
rosa são preferidas a .
• O que dizer das cestas , , e no gráfico 2.1? Sem
mais informações, não se pode afirmar nada
sobre a preferência do consumidor por tais
cestas.
• Para isso, é preciso definir curva de indiferença.
Gráfico 2.1. Preferências do Consumidor
Vestuário
(unidades por
semana) 50 B

40 E

A
30

D
20 F
U1

10

Alimento
10 20 30 40 (unidades por semana)
Capítulo 3: Comportamento do
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Consumidor
Curva de indiferença
• Definição: representa um conjunto de cestas
de mercado que proporcionam ao consumidor
o mesmo nível de utilidade. O Grafico 2.2
figura retrata a geometria de uma curva de
indiferença estritamente convexa .
Gráfico 2.2. Preferências do Consumidor
Vestuário
(unidades por
semana) 50 B

40 E

A
30

D
20 F
U1

10

Alimento
10 20 30 40 (unidades por semana)
Capítulo 3: Comportamento do
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Consumidor
• Conforme revela o gráfico 2.2, as cestas , , e
proporcionam a mesma satisfação, porque está
sobre a curva de indiferença
• A cesta é preferida a qualquer cesta em ,
porque está sobre uma curva de indiferença
superior; já as cestas em são preferidas à .
• A curva de indiferença apresenta inclinação
negativa, como representada no Gráfico 2.2 já
que uma inclinação positiva violaria a premissa
de que uma quantidade maior de mercadoria é
preferida a uma menor.
• Uma curva de indiferença positivamente
inclinada poderia ser representada como a
figura abaixo. Veja que uma curva de
indiferença
Vestuário positivamente inclinada
N viola a hipótese da
40 U1 monotonicade, já que a
cesta tem mais bens que
a cesta , então
Entretanto, as duas cestas
estão sobre a mesma
curva de indiferença, o
10 M que implica dizer que .
Isso fere a hipótese da
Alimento racionalidade do
20 consumidor, porque
estaria trocando mais
bens por menos e
mantendo o mesmo nível
de utilidade.
Preferências do Consumidor
Mapa de Indiferença

• Um mapa de indiferença é um conjunto de


curvas de indiferença que descreve as
preferências de uma pessoa com relação a todas
as combinações possíveis de duas mercadorias,
como representado pelas três curvas de
indiferença no gráfico 2.2.1.
• Cada curva de indiferença no mapa mostra as
cestas de mercado entre as quais a pessoa é
indiferente.
Capítulo 3: Comportamento do
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Consumidor
Gráfico 2.2.1 Curva de indiferença
Vestuário
(unidades por
semana) A cesta de mercado A
50 B é preferida a F.
A cesta de mercado E é
preferida a D.
40 E

A
30 U2

F D
20
U1

10
U0
Alimento
(unidades por
10 20 30 40 semana)
Capítulo 3: Comportamento do
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Consumidor
Um pouco mais sobre a hipótese da
transitividade
Vestuário O consumidor deveria
(unidades por U1 ser indiferente a
semana) U2 A, B e D. Entretanto,
B contém mais de
ambas as mercadorias
do que D. Assim, curvas de
indiferença não podem se
A interceptarem.

Alimento
(unidades
por semana)
Capítulo 3: Comportamento do
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Consumidor
• Como representado no gráfico anterior,
e Então, deveria ser indiferente a , mas
a cesta tem mais bens de V e A.
Portanto, é preferível a e não
indiferente.
• Portanto, se as curvas de indiferença se
cruzarem viola-se o princípio da
transitividade, ou que o consumidor
busca sempre fazer a melhor escolha.
Casos Especiais de Curvas de Indiferença
• O caso dos bens discretos:
• A curva de indiferença, definida
anteriormente, é para bens contínuos, ou
seja, bens cujas quantidades podem ser
fracionadas. No entanto, para um bem
discreto a curva de indiferença é vazada,
porque ele está disponível somente em
quantidades inteiras, não sendo possível sua
compra fracionada
• Por exemplo, não há como comprar ½
televisão, ou se adquire 1 TV, ou
nenhuma. Nesse caso, a curva de
indiferença passa pelas quantidades 0 e
1, entre esse dois números esta curva é
pontilhada.
• A figura 2.3 retrata a curva de indiferença
para o , bem discreto, e o conjunto de
outros bens.
Grafico 2.3. Curva de indiferença para bens discretos
X2

10 C

5 A
U
B
1 2 ܺଵ
• Note: para o consumidor estar no ponto A,
isto é, comprar uma unidade de X1, ele deve
reduzir pela metade o consumo de outros
bens, para manter constante o seu nível de
utilidade. Agora, se comprar duas unidades
X1 nenhuma unidade de X2 será adquirida.
• Veja, também, que a curva de indiferença U é
vazada entre as cestas e e entre e , já que
não existe quantidades de X1 fracionada.
Portanto, essa curva é formada somente
pelas cestas , e .
Saciedade

• Constitui uma cesta que o consumidor prefere


a qualquer outra, como a cesta , representa no
gráfico 2.4. Quanto mais distante ele estiver
de , em qualquer que for a direção, menor a
sua utilidade.
• Considere, para exemplificar, dois bens Y e X.
Assim, a curva de indiferença com declividade
negativa e côncava, parte M (1º quadrante) do
gráfico possui muitas unidades de ambos os
bens, levando o consumidor a reduzir a compra
desses bens.
Grafico 2.4. Representando o ponto de saciedade do consumidor
X2 N M

10 A

O P

8
X1
• Na parte O (3º quadrante), o consumidor
tem muito pouco de ambos os bens, o que
o leva a aumentar o consumo dos
mesmos.
• Nas partes N (2º quadrante) e P (4º
quadrante), há um bem que o consumo
está acima do desejado e outro abaixo, o
que leva o consumidor a calibrar o seu
consumo rumo a cesta A.
Preferências bem comportadas: Varian Cap. 3

• Duas hipóteses gerais sobre as preferências,


definem, segundo Varian, curvas de
indiferença bem comportadas.
i) A hipótese da monotonicidade: a cesta com
mais bens é sempre preferida àquelas com
menos bens. Essa hipótese implica em curvas
de indiferença com declividade negativa,
gráfico 2.6.
• Gráfico 2.5. Curvas de indiferença e a hipótese
da monotonicidade
V

Cestas Melhores
A

C Cestas Indiferentes
B U1
Cestas Piores

A
• Qual a implicação da monotonicidade no
tocante à forma da curva de indiferença?
• Partindo da cesta C, se nos movermos
para cima estaremos numa posição
melhor, pois, sempre mais é preferível a
menos.
• Se nos movermos para baixo, estaremos
numa situação pior.
• No entanto, se nos movermos ao longo
da curva de indiferença, rumo a cesta
ou a cesta , estaremos na situação
indiferente, conforme retratado no
gráfico 2.6.
• Assim, para que esse axioma não seja
violado a curva de indiferença deve ter
inclinação negativa.
ii) As cestas médias são preferidas às cestas
extremas.
• Para entendermos esse axioma, considere
as cestas e com diferentes quantidades
dos bens X e Y, sendo (x1, y2) e (x2,y1),
conforme retratado no gráfico 2.6.
• Se ponderarmos estas cestas por t e 1-t,
encontraremos uma cesta , que irá passar
pela linha que une e .
Gráfico 2.6. Representação do axioma de que as médias
são preferidas aos extremos
Y

6 A
D
4,7
4,5 C

4 B

3,94,5
X
3 5
• A cesta é uma média ponderada das cestas
e , formalizada como:
•;
• Exemplo 1: se (ponderando com 50% cada
bem na cesta); ; e , então, substituindo
esses valores na cesta :
• Exemplo 2: se 7 (ponderando o com 70% e o
com 30%); ; e , então, substituindo esses
valores na cesta :

• Veja que no gráfico 2.7, as cestas e estão


sobre a reta que liga as cestas extremas.
• A cesta é preferida às cestas extremas, ou: , ,
e.
• Em termos geométricos, o que significa essa
hipótese sobre as preferências?
• Significa que um conjunto de cestas
preferidas forma um conjunto convexo.
• O conjunto convexo possui uma propriedade
interessante, já que se for tomadas duas
cestas e traçar uma linha qualquer, a cesta aí
ponderada se localiza inteiramente nesse
conjunto.
• Em termos práticos, a combinação de bens
na cesta ponderada traz maior utilidade
para o consumidor.
• O que acontece com a cesta ponderada se
as preferências não forem convexas, ou se
esta combinação não satisfaz o consumidor?
• Se a curva de indiferença for côncava com
relação a origem, a cesta ponderada vai se
localizar fora do conjunto convexo, o que
significa que ela não será preferida pelo
consumidor.
• Exemplificando: considere um consumidor que
goste de sorvete e de azeitona. Então, nas
próximas horas para ele seria indiferente 200g
de sorvete, ou 50g de azeitona.
• Contudo, o consumidor não gosta de consumir,
ao mesmo tempo, sorvete e azeitonas. Assim,
a cesta ponderada não é preferida às extremas
e , o que leva a solução de canto, ou o
consumidor consome ou consome .
• Essa situação está representada no gráfico 2.7.
• Gráfico 2.7. Representação de preferências não
convexas
Sorvete

200g A

100g C

B
25g 50g Azeitona
Taxa Marginal de Substituição (TMS)
• Representação:
• TMSA,V, em que se lê: taxa marginal de
substituição do bem V pelo bem A.
• TMSV,A, em que se lê: taxa marginal de
substituição do bem A pelo bem V.
• Definição: corresponde a uma quantidade
de um determinado bem que o consumidor
estaria disposto a reduzir da sua cesta, para
obter unidades adicionais de um outro bem.
• Formalmente, a TMS é dada por:

• A TMS é conhecida, também, como taxa
de troca, ou seja, é a taxa exata à qual o
consumidor estaria disposto a substituir
um bem por outro.
• A TMS é medida pela inclinação da
tangente na curva de indiferença, sendo
sempre negativa.
• A TMS tende a diminuir, em módulo, a
medida que o indivíduo vai reduzindo o
consumo de um bem e aumentando o
consumo de outro bem, pois vai ficando
saciado daquele bem que tem o consumo
incrementado.
• Podemos pensar ΔV como sendo uma
variação muito pequena em torno de um
determinado ponto na curva de
indiferença.
• Veja, gráfico 2,8, que à medida que ΔV
vai se tornando menor, a inclinação da
tangente (linha azul) se aproxima cada
vez mais da curva de indiferença, como
ocorre na troca entre as cestas e .
Gráfico 2.8. TMS
Vestuário 16 A
(unidades por
semana) 14 TMS = 6

12 -6
Tang  TMS   V
10 B A
1 TMS = 4
8 -4
D TMS = 2
6
1 TMS = 1
-2 E
4 G
1 -1
2 1 Alimento
(unidades
1 2 3 4 5 por semana)
Capítulo 3: Comportamento do
Slide 48
Consumidor
• Considere, por aproximação, a troca de V
por A, passando do ponto para o . A
tangente em azul, gráfico 2.8, representa a
TMS, cujo valor é:
•.
• As TMS das demais trocas são calculadas
da mesma forma.
A TMS deve ser sempre tangente a CI

• Se a TM interceptar curva de indiferença,


conforme gráfico 2.9, surgem cestas
como e que apresentam um nível de
utilidade inferior à cesta , onde a TMS é
tangente na curva de indiferença
superior.
Gráfico 2.9. Taxa Marginal de Substituição
V

TMS
V3
D
V2 A

V1 U2
E
U1

A1 A2 A3 A
• Propriedades da Curva de Indiferença:
i) A CI, com inclinação negativa e convexa,
implica que para aumentar o consumo de
um bem é preciso reduzir o consumo do
outro bem.
ii) A CI convexa exibe TMS decrescente. Na
prática, isso significa que o consumidor
diminui o interesse por um bem, à medida
que adquire unidades adicionais desse bem.
Outros exemplos de Curva de Indiferença

• Os dois gráficos seguintes representam


diferentes inclinações da CI, com TMS
alta e baixa, respectivamente.
• Admita que você deseja comprar um
automóvel e esteja avaliando os quesitos
estilo e o desempenho.
• Para ajudar na sua decisão, você leu um
artigo sobre a demanda automobilística
nos Estados Unidos, e então percebeu
que, durante as duas últimas décadas,
a maioria dos consumidores tem
preferido carros com mais estilo, mas
com menos desempenho.
• O gráfico 2.10A representa TMS baixa,
retratando que os consumidores estão
dispostos a abrir mão de desempenho
para obter estilo adicional. Veja que
• O gráfico 2.10B representa a TMS alta e
indica que os consumidores estão
dispostos a abrir mão de boa dose de
estilo para obter desempenho adicional.
Veja que
Gráfico 2.10A. TMS baixa
Estilo
Estes consumidores
estão dispostos a abrir
mão de boa dose de
desempenho
para obter estilo
adicional

∆ 𝑬𝒔𝒕𝒊𝒍𝒐 A

Desempenho

Capítulo 3: Comportamento do
Desempenho
Consumidor
Gráfico 2.10B. TMS alta
Estilo

∆ 𝑬𝒔𝒕𝒊𝒍𝒐
B

Desempenho
Desempenho
Casos Especiais da CI
• Bens substitutos perfeitos
• A CI dos bens substitutos perfeitos é uma
reta, pois, o consumidor está disposto a
substituir um bem por outro numa
proporção fixa, ou a uma TMS constante,
por exemplo: 1:1, 2:2 ou 2:1.
• Considere que o consumidor é indiferente
entre o suco de maçã e o suco de laranja.
Essa situação está representa no gráfico
2.11.
Gráfico 2.11. Bens substitutos perfeitos
Suco de
maçã
(copos) 4

3
Mapa de curvas de indiferença

2 C U4

1 A U3

U2
B Suco de laranja
0 1 2 3 4 (copos)
Capítulo 3: Comportamento do
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Consumidor
• Se o consumidor estiver sobre a curva
de indiferença U2, gráfico 2.11, então,
para ele é indiferente consumir 1 copo
de suco de laranja e 1 copo de suco de
maçã de suco; ou 2 copos de suco de
laranja e nenhum de maçã, ou ainda, 2
de suco de maçã e nenhum de laranja.
Nos dois últimos casos, tem-se a
solução de canto, ou especialização do
consumo em um dos bens, como
representado pelas cestas C e B.
• Assim, as cestas C e B são tão boas
quanto a A, em que o indivíduo
estaria consumindo 1 copo de suco de
maçã e 1 copo de suco de laranja.
• CI inferiores como U1 representa
menor nível de utilidade.
Bens Complementares Perfeitos
• São bens consumidos em proporções
fixas, como os da cesta A no gráfico 2.12.
• Se o consumidor aumentar somente o
consumo de um dos bens, como
representado pela cesta C sobre a U1,
não haverá aumento de utilidade.
• Isso só irá ocorrer se aumentar o
consumo dos dois bens conjuntamente,
como ponto B no gráfico.
Gráfico 2.12. Bens complementares perfeitos
Sapatos
esquerdos
4

B
2 U2

1 A C
* U1

0 1 2 3 4 Sapatos direitos
Capítulo 3: Comportamento do
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Consumidor
Bens Males

• São coisas que preferimos ter em menores


quantidades, em vez de maiores, como por
exemplo, a poluição e o defensivo agrícola,
entre outros.
• Um bem mal é uma mercadoria da qual o
consumidor não gosta, mas que consumiria
se recebesse alguma recompensa.
• Exemplo: considere duas mercadorias
anchova como bem mal e pimentão com
um bem preferido.
• Como pimentão é um bem desejado, o
indivíduo até aceitaria mais anchovas, desde
que aumentasse o consumo de pimentões.
• Essa situação está representada no gráfico
2.13.
• Veja que no ponto B, sobre a CI U1, o indivíduo
estaria consumindo A1 do bem mal e nada de
pimentão. Ele só aceitaria consumir A3 do
bem mal, se fosse recompensado com a
quantidade P1 de pimentões (cesta C).
Gráfico 2.13. CI de bens males
Anchova (bem mal)
U1 U2 U3
A3 C

A2
𝑈 1 < 𝑈 2< 𝑈 3

A1 * B

P1 Pimentão
• Note que a utilidade do consumidor aumenta
com o deslocamento da CI para baixo,
permitindo reduzir o consumo de anchova, mas
preservando ou aumentando o consumo de
pimentões.
• Para facilitar o entendimento, admita que a
poluição seja um bem mal e o consumo de bens
de um modo geral seja desejado.
• Ninguém gosta de poluição, mas aceitamos
consumí-la, pois não estaríamos dispostos a
viver no meio da floresta sem casa, sem
alimentos industrializados, sem roupas....
• Assim, desde que se permita ter uma
dada cesta de bens, os indivíduos estão
dispostos a conviver com um dado nível
de poluição.
• A maior utilidade, ou melhor cesta,
representada no gráfico 2.13 é a que
combina a quantidade P1 e A1, ou seja, o
menor nível possível de consumo de
anchova (bem mal), com a maior
quantidade possível P1 de pimentões.
• Isso implica que U3> U2 > U1 .
• Como as cestas B e C estão sobre a mesma
CI, significa que elas são indiferentes.
Bem Neutro
• É um tipo de bem que o consumidor
não se interessa por ele de nenhuma
forma. Por exemplo, usando a rivalidade
saudável de gremistas e colorados.
Considere um indivíduo torcedor
“fanático” do colorado, mas poderia ser
o contrário.
• Temos no gráfico 2.14, eixo vertical,
camiseta do Grêmio e no horizontal a do
Inter.
• Gráfico 2.14. CI de bens neutros

Camiseta Grêmio
U1 U2 U3

0 1 2 3 Camiseta Inter
• Se a utilidade do torcedor do Inter fosse
dada por U1, então, se a esse torcedor
fosse oferecido 2 camisetas do Grêmio e
um do Inter, seria o mesmo que 1
camiseta do Inter e nenhuma do Grêmio.
• A utilidade do consumidor só iria
aumentar se CI se deslocasse para a
direita, com o torcedor colorado
recebendo mais camisetas do Inter, tal
com 2, 3...., independente de quantas do
Grêmio receba.
• O gráfico 2.14 caracteriza essa situação.
• Um outro exemplo de bens neutros são
os bens de consumo não duráveis com a
presença de lactose, ou centeio para os
indivíduos que tem intolerância à lactose
e alergia ao centeio.
Restrição Orçamentária ()
• Segunda parte da teoria do consumidor.
• Refere-se a um montante de renda que o
indivíduo disponibiliza para o consumo
de uma cesta de bens.
• Admita que essa cesta tenha os bens A e
V, sendo A adquirido pelo consumidor ao
preço de A () e V ao preço de V ().
• Assim, é o gasto total da renda () na
compra de A e o total de gasto na
compra de V.
• A restrição orçamentária requer que a
quantia dinheiro gasta na compra dos dois
bens não pode ser maior que a renda ,
isto é:

• A equação acima define o espaço
orçamentário, o qual está delimitado pelo
triângulo OGA (gráfico 2.15). Qualquer
combinação de bens, em OGA, está
acessível ao consumidor.
Gráfico 2.15. Espaço orçamentário
Vestuário PV = $2 PA = $1 I = $80
(unidades
por semana)
A Linha do Orçamento: A + 2V = $80
(I/PV) = 40

B
30 ∆𝑉 𝑃𝐴 1
𝐼𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎 çã 𝑜=− =− =
∆𝐴 𝑃𝑉 2
-10
D
20
20
H
E
10
=0,5
G
Alimento
0 20 40 60 80 = (I/PA) (unidades por semana)
Capítulo 3: Comportamento do
Slide 76
Consumidor
• Portanto, o conjunto orçamentário é
formado por todas as possíveis cestas
que podem ser adquiridas, gastando
toda ou parte da renda.
• Entretanto, considere que toda a renda
seja gasta, não havendo poupança e nem
antecipação do consumo, então:
• Exemplo:
• Suponha que a renda do consumidor seja:
e . Substituindo esses valores na restrição
tem-se: . Com essas informações, pode-se
adquirir, por exemplo, as cestas descritas
no quadro 2.1.
Quadro 2.1. Cestas de mercado
Cesta Alimento(A) Vestuário(V) Despesa TotaPA
= ($1) PV = ($2) PAA + PVV = I
A 0 40 $80
B 20 30 $80
D 40 20 $80
E 60 10 $80
G 80 0 $80

Capítulo 3: Comportamento do
Slide 79
Consumidor
• A reta orçamentária, ou linha de
orçamento, gráfico 2.15, indica todas as
possíveis combinações dos bens A e V
para as quais o consumidor gasta toda a
sua renda.
• A inclinação da Iinha de orçamento pode
ser encontrada resolvendo a restrição
orçamentária: , para V ou A.
• Resolvendo essa restrição orçamentária
para , então:
•,
em que, é a razão de preços, ou coeficiente
de inclinação da reta orçamentária.
• Note que a razão de preços tem o sinal
negativo, demonstrando que se aumentar o
gasto com o bem A, o gasto com V devem
diminuir.
• Modificações na renda: aumento na renda,
com os preços permanecendo constantes,
faz a restrição orçamentária se deslocar
para a direita, como no gráfico 2.16.
• Isso significa que a capacidade de consumo
do indivíduo aumentou, devido a
ampliação do seu espaço orçamentário.
Gráfico 2.16. Variação na renda do
consumidor
Vestuário
(unidades Um aumento da renda
por semana) desloca a linha do
80 orçamento
para a direita

60
Uma redução da renda
desloca a linha do
40 orçamento
para a esquerda

20 L3
(I = L1 L2
$40) (I = $80) (I = $160)
Alimento
0 40 80 120 160 (unidades por semana)
Capítulo 3: Comportamento do
Slide 83
Consumidor
Modificações no Preço de A ou V

• Se o preço de um bem se modifica e


renda do consumidor, bem como o preço
do outro bem permanecem constantes, a
inclinação da reta orçamentária muda.
• Por exemplo: considere os dados do
exemplo anterior, = $ 80,00, = $2,00, mas
com o aumentando. Então, a restrição
gira, não se desloca, para a esquerda,
como representado na figura 2.17.
Figura 2.17. Mudança no preço de A
Um aumento no preço do
Vestuário alimento de $1,0 para $2,00 modifica
(unidades a inclinação da linha do
por semana) orçamento e causa sua
rotação para a esquerda.

=0,5
Uma redução no preço do
40 Alimento de $2,00 para $1,0 muda
=1 a inclinação da linha do
orçamento e causa sua
rotação para a direita.
=2
L3 L1 L2
(PA = 2) (PA = 1)
(PA = 4)
Alimento
20 80 120 160 (unidades por semana
Capítulo 3: Comportamento do
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Consumidor
• Se a inclinação da restrição aumenta, o
espaço orçamentário diminui, ou seja,
uma maior inclinação da reta
orçamentária significa que o indivíduo
reduz o consumo de A.
• Se o diminuir, coeteris paribus, a restrição
gira para a direita, o coeficiente de
inclinação reduz em termos absolutos e o
consumidor aumenta o seu poder de
compra.
Mudança na Renda e no Preço
Concomitantemente
• Caso 1. Preço de A diminuiu e a renda diminui.
V

Nesse caso, a restrição irá


girar para a direita e,
também, vai se deslocar
para a direita, como
representado pelas
restrições e .
L2
L1

A
Outros Possíveis Casos
• Faça os gráficos dos seguintes casos:
• Caso 2. Preço de A diminui e a renda aumenta.
• Caso 3. Preço de A e V diminuem na mesma
proporção e renda constante.
• Caso 4. Preço de A e V aumentam na mesma
proporção e a renda aumenta compensando o
aumento nos preços desses bens.
Efeito dos Impostos e Subsídios Sobre o Espaço
Orçamentário
• Imposto
• O aumento do imposto equivale a uma
suba dos preços. Para ver isso, considere o
espaço orçamentário inicial OMN. Agora,
admita que foi fixado imposto sobre esse
bem. Assim, o sobe para , gráfico 2.18, e a
restrição orçamentária gira para a
esquerda, diminuindo a capacidade de
compra do consumidor para OMP.
.
Gráfico 2.18. Aumento de impostos no bem A
V

P A +t
M

PA

I = $80 I = $80

P N
O A
• Subsídios
• Concessão de subsídios provoca efeito
contrário ao aumento de imposto.
• Subsídio representa um dado montante de
dinheiro que o Governo transfere para o
consumidor, via redução no preço do bem.
• Veja, gráfico 2.19, que o espaço
orçamentário inicial era OMP e com o
subsídio passa a ser OMN. Isso significa
que o preço de A reduz de para .
• Gráfico 2.19. Concessão de subsídios sobre o
bem A
V

M
PA

P A-s

I = $80 I = $80
O P N
A
Racionamento
• O racionamento, por imposição legal
sobre o bem A, significa delimitar o
consumo desse bem a uma quantidade
máxima para cada indivíduo.
• Em termos do espaço orçamentário, o
racionamento implica em eliminar uma
parte desse espaço. Veja o efeito do
racionamento no gráfico 2.20.
• Gráfico 2.20. Racionamento sobre o
consumo do bem A
V

I = $80

A1 A2 A
• Note pelo gráfico anterior, que o
consumidor até gostaria de aumentar o
consumo de A de A1 para A2, mas isso não é
possível, ficando o consumo restrito a A1.
• Se A fosse um alimento, a sua escassez
poderia ocorrer por problemas climáticos,
como a falta de chuvas e pragas, por
exemplo. Isso pode levar os vendedores, ou
até mesmo o Governo a restringir as
quantidades de A adquiridas pelos
indivíduos.
• Pode ocorrer, também, por choques
adversos em setores da economia, como
greves, falta de energia entre outros. Isso
afeta o abastecimento dos mercado
levando os vendedores a restringir as
unidades que cada indivíduo pode
comprar. Por exemplo, no auge da
pandemia da COVID19, foi restringida a
venda de álcool em gel.
A Escolha por Parte do Consumidor

• Consideram um indivíduo, usualmente


denominado de consumidor, que deve
escolher entre diversas alternativas de
consumo, respeitando um conjunto de
restrições, visando maximizar o seu bem
estar.
A Escolha por Parte do Consumidor
• Dada a estrutura de preferência e a
restrição orçamentária, os indivíduos
decidem a quantidade de cada bem que
irá consumir, ou escolhem a cesta
maximizadora, com o propósito de obter
o maior grau de satisfação possível com o
consumo desses bens.
• A cesta maximizadora deve satisfazer a
duas condições:
i) Ela deve estar sobre a linha de
orçamento. Na prática, significa que o
consumidor deve ter condições
financeiras de adquirir essa cesta.
ii) A cesta escolhida é a preferida, pelo
consumidor, entre todas as cestas
disponíveis no mercado.
O equilíbrio do consumidor
• Sabe-se que a inclinação da curva de
indiferença é dada pela TMS, a qual está
representada, na figura 2.21, pela linha
pontilhada, em vermelho, que se
sobrepõe à restrição orçamentária. Já a
inclinação da reta orçamentária, é dada
pela razão de preços dos dois bens,
representado nessa mesma figura por
PA/PV .
Figrura 2.21. O equilíbrio do consumidor: a
escolha ótima
Vestuário PV = $2 PA = $1 I = $80
(unidades
por semana) No ponto E, a linha
do orçamento e a
40 curva de indiferença são
tangentes, e nenhum nível
mais elevado de satisfação
30 pode ser obtido.

E TMS
20 No ponto E:
TMS =PA/PV =0,5
𝛼
𝛼 U2
Linha do Orçamento
0 20 40 80 Alimento (unidades por semana)
Capítulo 3: Comportamento do
Slide 101
Consumidor
O equilíbrio do consumidor
• No equilíbrio, o ângulo de inclinação da
TMS, representada nessa figura por , é o
mesmo da restrição orçamentária (linha
azul). Como se vê, há somente uma cesta
que atende a essa propriedade.
• Na prática, isso significa que o consumidor,
dispondo de uma renda (I) e tendo a
possibilidade de escolher entre várias cestas
de bens, escolhe aquela cesta que vai
maximizar a sua utilidade. Ele levará para
casa somente uma cesta.
• Para o consumidor, retratado na figura
2.21, a cesta maximizadora é
composta por 20 unidades de V e 40
unidades de A.
• Portanto, para que se alcance o ponto
de equilíbrio do consumidor é
necessário que a inclinação da curva
de indiferença (linha tracejada
vermelha = TMS) seja igual a inclinação
da restrição orçamentária PA/PV.
• Formalmente, a inclinação da linha de
orçamento é igual a inclinação da CI. Isso
é conhecido como a condição de
tangência, sendo especificada como:

Inclinação Inclinação
da CI da restrição
• Dada a função utilidade , então:
• e
Questão ENADE
• O equilíbrio do consumidor representa a posição
na qual o indivíduo, agindo racionalmente,
atinge a máxima satisfação ou o máximo de
utilidade com um mínimo de esforço,
respeitando sua restrição orçamentária ou a sua
possibilidade de gasto. Suponha que e
representam, respectivamente, os bens
refrigerante e pizza, as curvas , e , o mapa de
indiferença desse consumidor e a reta AB, a sua
restrição orçamentária.
• Nessa situação, o consumidor restará em equilíbrio
A) Na mais elevada curva de indiferença que tangenciar a
reta orçamentária, independente se demandar mais q1 ou
q2.
B) No ponto em que o consumidor adquirir mais pizza e
menos refrigerante, pois o consumidor não gosta de
refrigerante.
C) Nos pontos que tangenciarem a reta orçamentária e
independentemente da curva de indiferença.
D) No ponto em que o consumidor adquire mais pizza, pois
nessa curva de indiferença o consumidor adquire mais de e
menos de , dado sua renda disponível.
E) Na curva de indiferença , a mais afastada da origem, pois
corresponde à utilidade máxima que o consumidor pode
atingir.
• Solução.
• A alternativa correta é a A.
• Conforme visto, a cesta maximizadora deve satisfazer a
duas condições: deve estar sobre a linha de orçamento e
a cesta escolhida é a preferida pelo consumidor entre
todas as cestas disponíveis no mercado, independente se
demandar mais ou .
• A alternativa B está incorreta.
• Esta cesta com mais pizza e menos refrigerante pode
superar o orçamento do consumidor.
• A alternativa C está incorreta.
• É impossível se atingir o equilíbrio sem a curva de
indiferença.
• A alternativa D está incorreta.
A reta orçamentária é
composta por infinitos pontos,
mas há somente um –, o que
tangencia a curva de
indiferença – que maximiza a
utilidade do consumidor,
cesta . Perceba que partindo
de , figura ao lado, que na
cesta , houve aumento no
consumo de pizza e redução
no consumo de refrigerante,
mas o consumidor reduziu a
sua utilidade.
• A alternativa E está incorreta.
• Pode acontecer da curva de indiferença mais
afastada da origem, não caiba no orçamento
do consumidor, como no caso das curvas de
indiferença e na representação abaixo.
Situação não Ótima
• Por exemplo, uma cesta que não maximiza
a utilidade do consumidor está retratada
pelo gráfico 2.21.
• Veja que no ponto B a inclinação da CI
[linha pontilhada vermelho, ou a TMS, tem
inclinação diferente da restrição
orçamentária. A cesta B, com 30V e 20A,
não permite que o consumidor maximize a
sua utilidade.
Gráfico 2.21. Escolha não ótima
Vestuário Pc = $2 Pf = $1 I = $80
(unidades
por semana) O ponto B não maximiza
a satisfação porque
40 a TMS (-(-10/10) = 1)
é maior do que a razão
entre os preços (1/2).
B
30
TMS
-10V
Linha do Orçamento: I
20

U1
+10A

0 20 40 80 Alimento (unidades por semana)


Capítulo 3: Comportamento do
Slide 111
Consumidor
• Portanto, em B, a inclinação da curva de
indiferença, dada por é maior que a inclinação
da restrição , não configurando, assim, o
equilíbrio do consumidor.
• Na sequência, tem-se no gráfico 2.22 a cesta D.
Esta é muito desejada pelo consumidor, mas se
torna uma escolha impossível, dado que o
preço desta cesta está acima da restrição .
Gráfico 2.22. Uma cesta fora do orçamento
Vestuário
(unidades Pc = $2 Pf = $1 I = $80
por semana)
40

D A cesta de mercado D
30 não pode ser consumida
dada a restrição
orçamentária.
20
U3

Linha do Orçamento: I

0 20 40 80 Alimento (unidades por semana)


Capítulo 3: Comportamento do
Slide 113
Consumidor
• Na condição de tangência, a utilidade
marginal, ou benefício associado ao
consumo de uma unidade adicional de ,
é igual custo marginal da redução de
uma unidade de .
• Por exemplo, se , significa que o
consumidor estaria disposto a reduzir
meia unidade de para conseguir uma
unidade adicional de .
Questão ENADE
• Um consumidor tem função utilidade dada
por , onde e são, respectivamente, as
quantidades dos bens e . A partir dos dados
apresentados, avalie as afirmações a seguir.
I. A Taxa Marginal de Substituição é dada por .
II. Se a renda do consumidor é $100, ele irá
gastar $50 no bem e $50 no bem .
III. Se o preço do bem é o dobro do preço do
bem , então, na escolha ótima do consumidor,
o consumo do bem é o dobro do bem .
• É correto o que se afirma em
A. I, apenas.
B. II, apenas.
C. I e III, apenas.
D. II e III, apenas.
E. I, II e III.
A alternativa correta é a D. Solução está a seguir.
• A afirmação I está incorreta.
• Não foi dito se a substituição é de para , ou de
para . Considerando a substituição de para ,
então a taxa marginal de substituição é dada por:
• ;
• Como: e
• A afirmação II está correta.
• Contudo, é necessário supor que o . Se por
exemplo, então, a reta orçamentária fica .
Assim, se o consumidor gastar $50,00 com ,
sobrará $50,00 para gastar com .
• A afirmação III está correta.
• Se o preço de é o dobro do preço de , então:
• No equilíbrio:
• .
Casos Especiais de Equilíbrio
• A CI não precisa, necessariamente, ficar no
meio da restrição orçamentária.
• O ponto de tangência vai depender da
utilidade que o consumidor irá atribuir ao
bem.
• Exemplo, considere que o consumidor vai
adquirir um automóvel por $50.000,00,
mas pretende gastar mais $10.000,00 com
opcionais.
• Ou seja, gastar esses $10.000,00 com
estilo (som, roda de liga leve...), ou com
desempenho (motor 1.0, 1.4, 1.6...).
• As duas possíveis opções estão retratadas
nos gráficos 2.23 e 2.24.
• Perceba que no gráfico 2.23, a CI se
localiza, no ponto B. Nesse caso, o
consumidor revela maior preferência por
desempenho, gastando R$ 7.000,00 nessa
opção e R$ 3.000,00 com a outra.
• Gráfico 2.23. Equilíbrio do consumidor

Estilo

10000 * A

3000 B
U
C
7000 10000 Desempenho
• Se os R$ 10.000,00 fossem gastos
somente com desempenho, tem-se uma
solução de canto, com o equilíbrio em C.
• Se a opção do consumidor for gastar mais
com estilo, uma possível situação de
equilíbrio seria o ponto D, gráfico 2.24,
com um gasto de R$ 7.500,00 com estilo
e R$ 2.500,00 com desempenho.
• Quanto mais próximo do ponto A, maior
a preferência do consumidor por estilo e
vice-versa.
• Gráfico 2.24. Equilíbrio do consumidor

Estilo

10000 * A

7500 D

C
2500 10000 Desempenho
Ótimo de Fronteira ou Solução de Canto

• Considere o exemplo retratado no gráfico


2.25, onde se vê a preferência do
consumidor pelo desempenho do carro.
• Admita que os R$10.000,00 sejam gastos
somente com desempenho do carro,
então, tem-se o equilíbrio sobre o eixo
horizontal, caracterizando uma situação
conhecida como ótimo de fronteira, sendo
representado pelo ponto B.
Gráfico 2.25. Solução de canto
Estilo

A U0
U1
U2
U3 Um
a
o co s o l u ç
rre ã
no o de c
pon a
to B nto
.
TMS

B Desempenho
Capítulo 3: Comportamento do
Slide 125
Consumidor
• Solução de Canto
– Na prática, no ponto B, a TMS de
estilo por desempenho é maior que
a inclinação da linha do orçamento.
• Isso significa que o consumidor
estaria disposto a abrir mão de
mais estilo em troca de um pouco
de desempenho, se possível. Mas
não há mais estilo que possa ser
trocado por desempenho!
Solução de Canto
– Quando ocorre uma solução de canto,
a TMS do consumidor não se iguala
necessariamente à razão entre os
preços.
• Nesse caso tem-se:

Condição Necessária e Suficiente para a
Cesta Ótima: Varian Cap.3
• A condição de tangência é uma condição
necessária e suficiente para uma cesta
ótima?
• A resposta é não necessariamente. Veja,
gráfico 2.26, que há 3 cestas (F, G e H) na
condição de tangência, sendo F e H sobre
a curva U2 e G sobre U1.
Gráfico 2.26. Condições para uma cesta ótima
V

F
G TMS
H
U2
U1
I
A
• Nas três cestas a é igual a razão de preços,
satisfazendo a condição de tangência.
• Contudo, somente F e H são cestas ótimas,
porque estão em uma curva superior.
Assim, a cesta G não é uma escolha ótima.
• No entanto, pela condição de tangência, há
somente uma cesta que maximiza a
utilidade do consumidor. Então, ou ele
adquire a cesta F ou a cesta H.
• Portanto, como o consumidor deve
escolher apenas uma cesta, a condição
de tangência torna-se uma condição
necessária mas não suficiente.
• Para que a condição de tangência resulte
numa cesta ótima, a CI não pode se
curvar para trás, como ocorre com a
porção da curva entre as F e H sobre U2.
CI Quebrada

• Essa situação caracteriza-se por possuir


um limiar na CI, onde ocorre uma
mudança brusca na taxa de trocas dos
bens (figura 2.27). Este é o caso,
também, do bens complementares
perfeitos.
Gráfico 2.27. Curva de indiferença quebrada
Y

D
࢟૚ U
TMS

I
X
࢞૚
• Veja que, matematicamente, condição de
tangência, a priori, não é definida, já que
a inclinação da CI é compatível com
qualquer TMS, como representado pelas
diferentes tangentes coloridas.
• Assim, matematicamente, pode ficar
indeterminado a solução de equilíbrio, se
não houver mais informações sobre a
preferência do consumidor.
• Obrigado!

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