Você está na página 1de 16

ÍNDICE

1.INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3

2.REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................................ 4

2.1.Eficiência de mercado .................................................................................................................... 4

2.2.O Excedente do Consumidor ........................................................................................................ 4

2.3.Excedente do consumidor e curva da procura .......................................................................... 11

Conclusão ............................................................................................................................................. 16

Bibliografias......................................................................................................................................... 17

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


1.INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa tem como o tema ‘’Excedente do Consumidor’’. Como se


pode ver pelo tema, constata-se que, uma situação muito comum em economia é o facto de
que quando uma pessoa deixa de lucrar, assume-se que ela realmente está perdendo e
alternativamente, quando ela deixa de pagar, na prática, ela se sente ganhando. Não obstante,
esses ganhos e perdas não são tangíveis na prática, pois nesse caso não formam um fluxo de
dinheiro.

Poderíamos citar, também, o caso particular de uma família, acostumada a gastar uma certa
quantia em educação e que em um determinado momento as mensalidades dos colégios dos
filhos em idade escolar são reduzidas. A família gastará menos em tais serviços, o que
significa uma maior disponibilidade de renda a ser gasta em outros bens e serviços ou
poupada.

Dai que, é possível demonstrar, igualmente, que se em um determinado mercado a produção


de bens aumenta de tal maneira que o preço diminui, então, todas as pessoas que estavam
consumindo aquele produto serão beneficiadas porque poderão pagar menos que antes.
Assim, quando a demanda de um bem incrementa, os produtores beneficiam-se porque o
preço de tal bem aumenta em relação ao que existia na situação anterior à expansão da
demanda.

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


2.REVISÃO DE LITERATURA
2.1.Eficiência de mercado

Como já sabemos que, o mercado é, em uma definição económica simples, o encontro entre
ofertantes e demandantes de certo produto ou serviço, seja em local determinado, seja por
comunicação electrónica ou por outros meios.

Podemos lembrar também que, em economias chamadas “economias de mercado”, a oferta e


a demanda se ajustam de modo a determinar o preço e a quantidade de equilíbrio. Dessa
maneira, o mercado aloca de maneira satisfatória os seus recursos escassos. Mas fica aí uma
dúvida: no equilíbrio de mercado, os preços e quantidades são realmente os desejáveis?

Inicia-se aqui o estudo da economia do bem-estar, que envolve a análise de como a alocação
dos recursos escassos afecta o bem-estar económico. Sem dúvida, produtores e consumidores
se beneficiam por participarem do mercado, uma vez que aqueles conseguem vender aí seus
produtos e estes conseguem aí os bens e serviços cujo consumo consideram necessários. Mas,
reformulando a pergunta feita acima, é possível dizer que o equilíbrio de mercado maximiza o
bem-estar económico de uma sociedade?

Surgem aqui um conceito importante para ajudar-nos a responder a essa pergunta: o de


excedente do consumidor.

2.2.O Excedente do Consumidor

A disposição de um consumidor para pagar por um produto depende de suas preferências


individuais. Assim, o “excedente do consumidor” lida com o valor máximo que o consumidor
pagaria por um determinado bem ou serviço. Envolve, portanto, a medida do valor que um
consumidor atribui a esse produto.

Tomemos como exemplo as preferências de três compradores diferentes, Cláudia, Maísa e


Pedro, por um prato de Xipsi Mayaya. Considere que, ao se perguntar a cada um deles quanto
estariam dispostos a pagar por um prato de Xipsi Mayaya, eles respondam, respectivamente,
que estariam dispostos a pagar 50, 30 e 20 (observe o quadro ao lado). A noção de excedente
do consumidor leva em conta essa disposição para pagar por um determinado produto em
relação ao valor efectivamente pago.
Assim, temos que:

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


Consumidor Disposição para Pagar
Cláudia 50
Maísa 30
Pedro 20

Excedente do Consumidor = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago

Dessa maneira, caso os três consumidores fossem a um restaurante Tanzaniano e cada um


consumisse, por exemplo, um prato de Xipsi Mayaya no valor de 20 meticais, teríamos como
Excedente do Consumidor: 30 para Cláudia, 10 para Maísa e 0 para Pedro.

Preço Nº de Potenciais Quantidade


Compradores Demandada
Acima de 50 0 0
30 a 50 1 1
20 a 30 2 2
20 ou menos 3 3

O excedente do consumidor pode também ser calculado a partir da curva de demanda.


Imagine que o quadro ao lado tenha por referência o mesmo prato de sushi referido acima,
com a relação existente entre o preço do prato, o número de potenciais consumidores e a
quantidade demandada do produto.

Podemos representar essa situação graficamente da seguinte maneira:

Preço em MT

50
 Disposição para pagar de Cláudia

30  Disposição para pagar de Maísa

20  Disposição para pagar de Pedro

Demanda

0 1 2 3 Quantidade

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


Vimos acima que podemos calcular o excedente do consumidor por meio da diferença entre a
disposição para pagar e o valor efectivamente pago por um produto. Graficamente, também
podemos medir o valor desse excedente por meio da área do polígono formado entre a curva
de demanda e um preço P determinado. Vejamos os exemplos abaixo para compreender
melhor.

Para qualquer preço acima de 30 e abaixo de 50, temos um consumidor disposto a pagar pelo
prato de xipsi Mayaya (Cláudia). O excedente do consumidor é, portanto, equivalente à
diferença entre50 (disposição para pagar de Cláudia) e o valor do prato. A 30, temos que o
excedente do consumidor de Cláudia será igual à área sombreada. Temos, assim, um
excedente do consumidor igual a 20. Isso significa que Cláudia pagou 20 a menos pelo prato
de Xipsi Mayaya do que estaria disposta a pagar.

Preço
MT Preço: 30

50

30

20

Demanda

0 1 2 3 Quantidade

Analisemos agora qual o excedente do consumidor ao preço de 20. Veja o gráfico a seguir.
Nesse gráfico, está representada uma situação em que o preço do prato de sushi é igual a 20.
A esse preço, sabemos que os três consumidores estariam dispostos a consumir o prato de
Xipsi Mayaya, mas como a disposição para pagar de Pedro é igual a 20, não temos excedente
do consumidor para Pedro a esse preço.

Pelo gráfico, podemos perceber que o excedente do consumidor de Cláudia, aqui representado
pela área sombreada mais clara, seria igual a 30. Da mesma maneira, o excedente do
consumidor de Maísa, representado pela área sombreada mais escura, é igual a R$10. Temos,
portanto, que o excedente do consumidor total, ao preço de 20, é igual à soma das duas
áreas sombreadas, ou seja, é igual a 30 + 10 = 40.

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


Preço
MT Preço: 20

50

30

20

Demanda

0 1 2 3 Quantidade

Vimos aqui uma representação didáctica do excedente do consumidor, considerando-se que


temos apenas três consumidores demandando o produto oferecido no mercado (o prato de
Xipsi Mayaya). Entretanto, a situação da maioria dos mercados que encontramos no dia-a-dia
é bem diferente, com inúmeros consumidores demandando os bens e serviços ofertados pelos
produtores.

Assim, a representação gráfica do excedente do consumidor a um determinado preço P1, em


uma curva de demanda agregada, seria a seguinte:

Preço
A
Excedente do Consumidor
para o preço P1

P1
B C

Demanda

Q1 Quantidade

O excedente do consumidor na situação representada no gráfico ao lado pode ser facilmente


identificado como a área sombreada acima de P1. Isso porque, ao preço P1, há Q1
consumidores dispostos a pagar pelo bem em questão. À medida que esse preço aumentar, a
quantidade demandada certamente diminuirá, até que se atinja o ponto A, acima do qual
nenhum comprador está disposto a pagar por esse produto por qualquer que seja o preço.
Temos, portanto, que a área sombreada nesse gráfico representa o excedente do consumidor

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


total para esse mercado ao preço P1, isso é, a soma dos excedentes do consumidor de cada
agente económico demandante desse bem a esse preço. Assim, o excedente do consumidor
total ao preço P1 pode ser calculado por meio da área do triângulo ABC.

Considere agora outra situação, com referência ao mesmo mercado, em que se estabelece um
preço P2, menor que o preço P1. Assim, teremos que:

Preço
A
Excedente do Consumidor
para o preço P2

B
P1 C C

P2 F
D E
Demanda

Q1 Q2 Quantidade

Como demonstrado acima, o excedente do consumidor inicial, a um dado preço P1, era igual à
área sombreada mais clara, correspondente à área do triângulo ABC. Agora, a um preço P 2
menor que P1, temos que o excedente do consumidor para os compradores iniciais (isso é,
aqueles que compravam esse produto quando o preço era igual a P1) aumentou, como se pode
ver pela área sombreada mais escura, correspondente ao rectângulo BCED.

Além disso, há uma nova quantidade de compradores (Q2 – Q1) disposta a também adquirir
esse produto, caso seja comercializado ao preço P2. Temos, assim, que o excedente do
consumidor para os novos compradores corresponde à área quadriculada no gráfico,
correspondente à área do triângulo CEF. Desse modo, temos que o excedente do consumidor
total a um preço P2 equivale ao somatório das áreas do triângulo ABC, do rectângulo BCED e
do triângulo CEF, ou simplesmente à área do triângulo maior ADF.

Como vimos acima, o excedente do consumidor mede objetivamente o benefício que o consumidor
recebe ao adquirir um bem, de acordo com o seu próprio ponto de vista. O excedente do consumidor é,
portanto, uma medida do bem-estar econômico, e quanto maior o seu valor, maior o benefício aos
consumidores desse mercado.

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


Vimos acima como são calculados o excedente do consumidor e como podemos mensurá-los
por meio das representações gráficas de oferta e demanda que já conhecemos. Analisaremos
agora as duas situações de maneira simultânea. Relembrando, temos que:

Excedente do Consumidor = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago

Excedente do Produtor = Valor Recebido – Custos de Produção

Se somarmos o excedente do consumidor e o excedente do produtor, chegaremos ao


excedente total do mercado, visto que levaremos em consideração, dessa maneira, os
excedentes tanto dos demandantes quanto dos ofertantes. Temos, assim, que:

Excedente Total = Excedente do Consumidor + Excedente do Produtor

Excedente Total = Disposição para Pagar – Valor Efetivamente Pago + Valor


Recebido – Custos de Produção

Como o valor pago pelos compradores é igual ao valor recebido pelos vendedores, esses dois
valores irão se anular na fórmula do excedente total descrita acima, e teremos, assim, que:

Valor Efetivamente Pago = Valor Efetivamente Recebido

Logo,

Excedente Total = Disposição para Pagar – Custos de Produção

Dessa maneira, temos que o excedente total do mercado corresponde à diferença entre a
disposição para pagar e os custos de produção.

Um mercado é considerado eficiente quando a alocação de recursos maximiza o excedente


total e seu resultado, para a sociedade, é o maior possível. Entretanto, isso não significa que
esse resultado seja dividido de maneira igual entre seus participantes. Pelo contrário. Como
visto na unidade 1 dessa apostila, há uma diferença importante entre os conceitos de igualdade
e equidade. O que ocorre aqui é a equidade, ou seja, uma imparcialidade na distribuição desse
resultado da alocação de recursos para a sociedade. Em outras palavras, todos os participantes
desse mercado são beneficiados em uma situação de eficiência de mercado, mas nem todos
são beneficiados de maneira igual.

Mas afinal, qual é essa situação na qual se maximiza o excedente total? Em que situação
podemos dizer que chegamos à “eficiência de mercado”?

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


Ao longo dos demais, que a oferta e a demanda de um bem em um determinado mercado
podem ser representadas por duas curvas, uma crescente e outra decrescente, em um gráfico
cujos eixos são preço e quantidade, como mostrado abaixo.

De acordo com o que vimos acima, referente aos excedentes do consumidor e do produtor a
determinados preços P1 e P2, por exemplo, podemos dizer que, no ponto em que as curvas de
oferta e demanda se cruzarem no espaço (ou seja, no ponto de equilíbrio), teremos uma
situação que maximiza o excedente total desse mercado, como demonstrado na representação
gráfica ao lado.
E

Preço

Oferta

Preço de
Equilíbrio

Demanda

QE Quantidade

Na área sombreada mais escura, temos o excedente do consumidor e, na área sombreada mais
clara, o excedente do produtor. O excedente total corresponde, portanto, à soma dessas duas
áreas.

Preço

Oferta

Preço de
Equilíbrio
Preço máx
Demanda

Q Quantidade

Assim, podemos afirmar que é no equilíbrio de mercado que alcançamos a eficiência. Isso nos
permite dizer que o mercado livre aloca a oferta aos compradores que atribuem um valor
Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829
máximo a um bem e a demanda aos produtores com o mínimo custo de produção. Para preços
maiores que o preço de equilíbrio, o valor para os compradores é maior que o custo para os
produtores.

Para preços menores que o preço de equilíbrio (como no gráfico ao lado, que representa a
imposição de um preço máximo pelo Governo), o valor para os compradores é menor que o
custo para os produtores. Pelo gráfico, percebe-se que a quantidade Q que será comercializada
é inferior à quantidade de equilíbrio (uma vez que, a esse preço, os ofertantes desejam vender
uma quantidade menor do produto). O excedente total, portanto, corresponde à soma das áreas
dos trapézios representadas no gráfico (e é, claramente, menor que aquele em uma situação de
equilíbrio de mercado). Em ambas as situações, não temos uma situação de eficiência de
mercado. Assim, é a quantidade de equilíbrio que maximiza a soma dos excedentes do
produtor e do consumidor.

Quando os mercados não são perfeitamente competitivos, um único comprador ou vendedor


(ou um pequeno grupo) pode controlar os preços, e essa capacidade de influenciar os preços é
chamada de poder de mercado. O poder de mercado pode resultar em ineficiência, porque
pode manter preços e quantidades fora do ponto de equilíbrio. Passaremos agora à discussão
acerca das estruturas de mercado existentes, que dizem respeito à forma de organização dos
mercados, começando pela já mencionada estrutura de concorrência perfeita.

2.3.Excedente do consumidor e curva da procura

No ponto 2, apresentamos que como o indivíduo é maximizador, em termos de valor total dos
bens que possui, das suas decisões (quanto a comprar e vender bens e serviços) resulta um
ganho que varia com o preço da troca. Também no ponto 3, considerando o comprador como
um intermediário, apresentei que o ganho do comprador varia com o preço. De forma
simétrica, temos o ganho do vendedor. Apresentei nos pontos 2 e 3 que, somando o ganho dos
compradores e dos vendedores, o máximo se obtém no preço de equilíbrio de concorrência
perfeita.

No ponto 2 (em termos de valor) apresentei que a curva da procura do indivíduo é obtida
numa perspectiva incremental, respondendo à seguinte questão: Sendo que o preço é p e o
indivíduo já adquiriu d0, será que aumenta a sua utilidade se adquirir d1 = d0 +d?

Sendo assim, determinado que ao preço p o indivíduo pretende adquirir a quantidade d(p),
então está disponível para ter como despesa pd(p). Se o preço descer para p’ = p – p, então
pode adquirir a mesma quantidade d(p) por apenas (p – p)d(p). Desta forma sobra-lhe o
Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829
dinheiro Pd(P) Metical que pode gastar noutras coisas. Assim, sendo que o indivíduo
adquire a mesma quantidade, o ganho monetário induzido pela descida do preço o
representado no seguinte quadrado sombreado:

Ganho do consumidor por uma descida do preço

Na figura anterior, o consumidor mantém a quantidade procurada ao preço p. Uma situação


destas acontece quando o consumidor pretende adquirir apenas uma quantidade fixa do bem
ou serviço. Por exemplo, quer uma viagem para ao distrito de Namuno.

Vamos assumir que é óptimo eu ficar no distrito de Namuno 4 dias se o preço for P por dia
mas que aumenta para 5 dias se o preço for P’ por dia. Então, eu vou ganhar na mesma nos 4
dias 4x(P –P’) e mais um bocadinho pelo dia adicional que para mim vale menos que P senão
inicialmente iria 5 dias.

Desta forma, o ganho do consumidor induzido pela descida do preço vem aumentado de uma
outra pequena parcela:

Ganho do consumidor por duas descidas do preço

Por exemplo, o indivíduo vai ver um jogo de futebol se o preço for inferior a 10 Metical (é o
seu preço de reserva), e vai ver dois jogos de futebol se o preço for inferior a 6 Metical.

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


Então, se o preço descer de 10 Meticais para 4 Meticais, o seu ganho em termos monetários
será (10–4) + (6–4) = 8 Meticais.

No limite, para variações infinitesimais do preço em que o consumidor pode rever a sua acção
para todas as variações do preço (função procura contínua), o ganho do consumidor induzido
pela descida do preço será toda a área à direita e abaixo da curva da procura localizada entre P
e P’.

Por exemplo, sendo que inicialmente o preço era de 30 meticais por peça e desceu até P’ de
15 meticais por peça, então o ganho do consumidor vem dado pela área à direita da curva da
procura compreendida entre P = 30 e P´ = 15 meticais por peça:

Excedente do consumidor

Se P’ passasse a estar localizado sobre a curva da oferta, teríamos o seguinte excedente do


consumidor (recordo que a quantidade transaccionada é sempre a do “lado curto”):

Excedente do consumidor no lado curto

Atendendo à forma como a curva da procura é derivada (resulta da maximização da função de


utilidade), então é óbvio que quanto maior for excedente monetário do consumidor, maior
será a utilidade do consumidor (sem haver necessidade de calcular quanto aumenta pois a
função de utilidade é ordinal).
Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829
A curva da procura é decrescente porque a utilidade marginal dos bens ou serviços é
decrescente. A curva da oferta dos “produtores” é crescente porque o custo marginal de
produzir os bens ou serviços é crescente. Se assim não fosse, seriam horizontais. Sendo assim,
podemos determinar qual o ganho dos “produtores” por haver um aumento do preço.

Na figura, o ganho dos vendedores corresponde à área à esquerda e acima da curva da oferta.
Sendo que o preço de reserva é zero e o preço afixado é P’, então o ganho total dos
vendedores e dos consumidores vem representado na figura seguinte pela zona sombreada
inferior:

Excedente do consumidor e do vendedor

Desta figura, torna-se óbvio (uma vez mais) que o máximo da soma do excedente do
consumidor com o excedente do vendedor se verifica no preço de concorrência perfeita.

Apesar de o preço de concorrência perfeita maximizar a soma dos excedentes dos


consumidores e dos produtores, podemos ser levados a pensar que o Estado deve intervir
impondo um preço superior quando este está abaixo de equilíbrio de concorrência e um
inferior no caso contrário. No entanto, esta questão não é pacífica na teoria económica. Sendo
que quando há situações em que todos beneficiam com a aplicação de uma política
governamental, não há dúvida que se deve aplicar essa política.

Por exemplo, se o preço de mercado for maior que o máximo que os vendedores afixariam se
fossem monopolista, havendo uma redução do preço todos beneficiam (por exemplo, na fig.
12, p. 66, para um preço superior a 17,1). Nos casos em que todos melhoram pela intervenção
pública, não há dúvida que a intervenção deve ser implementada.

No entanto, existem situações em que para um indivíduo melhorar, outros têm que piorar
(denominadas por situações óptimo Pareto). É o caso de querermos aumentar o excedente do

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


consumidor à custa da diminuição do lucro dos vendedores. Neste caso em que para uns
mudarem para uma isoquanta superior, outros terão que mudar para uma isoquanta inferior, só
podemos comparar as situações se as funções de utilidade forem cardinais.

Uma forma de agregar as utilidades sem necessidade de as considerar cardinais é compensar o


rendimento até que todos os indivíduos voltem à isoquanta inicial, aumentando o rendimento
de uns (que recebem compensações) e diminuindo o rendimento de outro (que pagam
compensações) e fazer a soma monetária de todas as compensações pagas e recebidas. Sendo
que o saldo das compensações é positivo, então a acção melhora o bem-estar social agregado
se acompanhada por transferência financeiras. O saldo positivo terá que ser distribuído de
forma justa por todos indivíduos, pondo-se aqui também a questão do poder negocial de cada
grupo. Por exemplo, podemos ver os fundos que Moçambique recebe da União Europeia
como uma forma de nos compensar do agregar dos efeitos positivos e negativos que resultam
dos acordos de associação.

Por exemplo, a não existência de comércio livre a uma escala global prende-se,
principalmente, pela dificuldade de avaliar os ganhos do comércio para cada país
(desconhecimento das isoquantas) e fazer a sua distribuição de forma justa entre os indivíduos
(nem todos os indivíduos de um país têm o mesmo ganho-ver o exemplo do efeito negativo da
união europeia nos agricultores Moçambicanos).

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


Conclusão

Chegando o fim deste trabalho, ficou evidente de que, o excedente do consumidor é um dos
componentes do excedente económico, conceito que ganhou popularidade com o economista
inglês Alfred Marshall. Resumidamente falando, ele é o ganho financeiro obtido pelo
consumidor quando ele compra um bem ou um serviço por um preço abaixo do qual estava
disposto a pagar.

Para os economistas, mais importante do que o valor em si, é a sensação de bem-estar que
esse facto gera. Quanto mais disseminada ela for, maior a propensão ao consumo na
sociedade, o que impacta positivamente no crescimento económico.

Dai que, o pensamento económico dominante prevê a possibilidade de, numa transacção
efectuada voluntariamente entre duas entidades, ambas obterem ganhos ou benefícios, sendo
que, de outro modo, não a efectivariam. Neste contexto, torna-se por vezes importante medir
ou avaliar o benefício obtido pelas partes envolvidas numa determinada troca ou transacção.
Daqui nascem os conceitos de excedente do produtor (medida do benefício obtido pela
empresa ou produtor) e excedente do consumidor.

O excedente do consumidor corresponde à medida em unidades monetárias do benefício por


ele obtido como resultado de uma transacção que tenha efectuado. A existência de um
benefício para o consumidor como consequência de uma transacção resulta do facto de, para
quantidades inferiores àquela que efectivamente acabou por adquirir, o preço que ele estava
disposto a pagar ser superior ao que na prática acaba por suportar. Por sua vez, esse facto
resulta de a utilidade marginal obtida pelo consumidor por cada unidade de produto ser
decrescente.

A diferença entre os dois valores é o excedente do consumidor na compra da primeira


unidade. Tendo em conta que o valor que o consumidor está disposto a pagar pela segunda
unidade é inferior ao aceite para a primeira, e partindo do pressuposto que o preço que acaba
por ser pago é ainda mais baixo, o excedente da segunda unidade corresponde à diferença
entre o preço que o consumidor estaria disposto a pagar por ela e o preço que acaba por
suportar. Assim sendo, o consumidor obtém um excedente em cada uma das unidades
anteriores à última por ele adquirida, sendo esse excedente decrescente. Em suma, o
equivalente monetário da utilidade total retirada dos produtos adquiridos é superior ao valor
gasto.

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829


Bibliografias

Frank, Robert e Bern Bernanke, 2003, Princípios de Economia, McGraw-Hill, Lisboa.

Madala, G. S e Ellen Miller (1989), Microeconomics, theory and applications, McGraw-Hill,


New York.

Pyndick, Robert S e Daniel L. Rubinfeld, 2002, Microeconomics (5th ed.), Prentice-Hall,

Samuelson, Paul A. e William D. Nordhaus, 1997, Economics (16th ed., 1st ed. 1948),
McGraw-hill, New York.
Varian, Hall (1999), Intermediate Microeconomics (5th ed), WW Norton&Company, New
York.

Autor: Sergio Alfredo Macore Smacore@isced.ac.mz 8846458829

Você também pode gostar