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Módulo Aquisição de bens e serviços (SNC-AP)

NCP19 - Benefícios dos Empregados

Maria da Conceição Marques, PhD


mmarques@iscac.pt

Sumário 2
• Introdução
• A NCP 19 – Benefícios dos Empregados
• Âmbito
• Definições
• Benefícios dos Empregados
• Benefícios de curto prazo
• Reconhecimento e mensuração
• Benefícios pós-emprego
• Reconhecimento e mensuração
• Plano de contribuição definida
• Plano de benefícios definidos
• Outros benefícios a longo prazo
• Reconhecimento e mensuração
• Benefícios de cessação de emprego
• Reconhecimento e mensuração

• Casos Práticos

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Introdução 3

• A Norma de Contabilidade Pública 19 estabelece a forma de


contabilização e divulgação dos benefícios dos empregados.
• A mesma estabelece que a entidade reconheça:
• “Um passivo quando um empregado prestou serviços em troca de benefícios dos
empregados a pagar no futuro”; e
• “Um gasto quando a entidade consumir os benefícios económicos ou o potencial de
serviço decorrente dos serviços prestados em troca de benefícios dos empregados.”

Âmbito 4

• A NCP 19 deve ser aplicada pelos empregadores na contabilização de


todos os benefícios dos empregados, incluindo a parte correspondente
aos:
• Planos formais ou outros acordos formais entre uma entidade e
empregados individuais, grupos de empregados ou seus representantes;
ou
• Acordos setoriais, pelos quais se exige que as entidades contribuam para
planos nacionais, setoriais ou outros.
• Salientar, ainda, que o relato de planos de benefícios dos empregados não
é objeto desta norma.

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Âmbito 5

• Entende-se por empregado:


• Todas as pessoas com vínculo laboral independentemente da função que
exerçam e do tempo em que o exercem, incluindo as pessoas chave da
gestão (dirigentes ou membros do órgão de gestão da entidade que
relata);
• Todas as pessoas com direito a usufruir desses benefícios para além dos
empregados propriamente ditos como, por exemplo, cônjuges, filhos e
outros dependentes.

Benefícios de curto Salários, ordenados e contribuições para a Caixa Geral de Aposentações ou Segurança
prazo (parágrafo 9 a Social, férias anuais pagas e ausências por doença pagas, gratificações e outros
26) prémios associados a resultados ou desempenho (se pagáveis dentro de 12 meses após
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a data de relato) e benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, alojamento,
automóveis e bens ou serviços grátis ou subsidiados) a empregados correntes.

Benefícios pós-emprego • Pensões, outros benefícios de reforma, seguros de vida pós-emprego e cuidados
(parágrafo médicos pós-emprego.
27 a 118)
Outros benefícios a • Licença por serviço prolongado ou licença sabática, por jubilação ou outros benefícios
longo prazo por serviço prolongado, benefícios por incapacidade prolongada e, se não forem
(parágrafo 119 a pagáveis totalmente dentro de 12 meses após a data de relato, gratificações e outros
123) prémios associados a resultados ou desempenho.

Benefícios de • Um alargamento de benefícios de reforma ou de outros benefícios pós-emprego, quer


cessação de indiretamente através de um plano de benefícios do empregado ou diretamente, como
emprego (parágrafo por exemplo manutenção de seguro de saúde, complemento de reforma etc.
124 a 129)
• Ordenados até ao final de um período de aviso especificado se o empregado não
prestar mais serviço adicional que proporcione benefícios económicos para a entidade.

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Definições
Os seguintes termos são usados na presente norma: 7
Termo Definição
Ganhos e perdas atuariais São variações do valor presente da obrigação de benefícios definidos resultantes de:
a) Ajustamentos de experiência (efeitos das diferenças entre os pressupostos atuariais anteriores e o que
realmente ocorreu); e
b) Os efeitos de alterações nos pressupostos atuariais.
Ativos detidos por um fundo de São ativos (que não sejam instrumentos financeiros não transferíveis emitidos pela entidade que relata) que:
benefícios a longo prazo dos a) Sejam detidos por uma entidade (um fundo) que esteja legalmente separada da entidade que relata e
empregados exista exclusivamente para pagar ou financiar benefícios dos empregados; e
b) Estejam disponíveis para serem usados exclusivamente para pagar ou financiar os benefícios dos
empregados, não estejam disponíveis para os credores da entidade que relata (mesmo em caso de falência), e
não possam ser devolvidos à entidade que relata a menos que:
i. Os ativos remanescentes do fundo sejam suficientes para satisfazer todas as obrigações relacionadas com
benefícios dos empregados do plano ou da entidade que relata; ou
ii. Os ativos sejam devolvidos à entidade que relata para a reembolsar de benefícios dos empregados já pagos.

Definições
Os seguintes termos são usados na presente norma: 8
Termo Definição
Custo do serviço Inclui:
a) Custo do serviço corrente que é o aumento no valor presente da obrigação de benefícios definidos
resultante do serviço do empregado no período corrente.
b) Custo dos serviços passados que é a alteração no valor presente da obrigação de benefícios definidos
relativa a serviço dos empregados de períodos anteriores, resultante de uma alteração do plano (introdução,
revogação ou alteração de um plano de benefícios definidos) ou de um corte (uma redução significativa, por
parte da entidade, do número de empregados abrangidos pelo plano).
c) Qualquer ganho ou perda aquando da liquidação.
Planos de benefícios definidos São planos de benefícios pós-emprego que não sejam planos de contribuição definida.

Planos de contribuição definida São planos de benefícios pós-emprego segundo os quais uma entidade paga contribuições fixas para uma
entidade separada (um fundo) e não terá qualquer obrigação legal ou construtiva de pagar contribuições
adicionais se o fundo não detiver ativos suficientes para pagar todos os benefícios dos empregados relativos
aos serviços que prestaram no período corrente e em períodos anteriores.

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Definições 9
Termo Definição
Benefícios dos empregados São todas as formas de retribuição dada por uma entidade em troca dos serviços prestados pelos
empregados.
Juro líquido sobre o passivo É a variação, durante um período, do passivo (ativo) líquido de benefícios definidos que resulta da
(ativo) líquido de benefícios passagem do tempo.
definidos
Limite máximo dos ativos (de É o valor presente de eventuais benefícios económicos disponíveis na forma de restituições do plano ou de
um plano de benefícios dos reduções em futuras contribuições para o plano.
empregados)
Passivo (ativo) líquido de É o défice (excedente), ajustado em função de qualquer efeito da limitação de um ativo líquido de
benefícios definidos benefícios definidos, ao limite máximo dos ativos. O défice ou excedente é:
a) O valor presente da obrigação de benefícios definidos, menos
b) O justo valor dos ativos do plano (caso existam).
Outros benefícios a longo São benefícios dos empregados (que não sejam benefícios pós–emprego e benefícios de cessação de
prazo dos empregados emprego) que não se vencem integralmente dentro de 12 meses após a data de relato em que os
empregados prestam o respetivo serviço
Ativos do plano Compreendem:
a) Ativos detidos por um fundo de benefícios a longo prazo dos empregados; e
b) Apólices de seguro que se qualifiquem.

Definições 10
Termo Definição

Benefícios pós-emprego São benefícios dos empregados (que não sejam benefícios de cessação de emprego) que sejam pagáveis
após o término do emprego.
Planos de benefícios pós- São acordos formais ou informais pelos quais uma entidade proporciona benefícios pós-emprego a um ou
emprego mais empregados.
Valor presente de uma É o valor presente, sem deduzir quaisquer ativos do plano, dos pagamentos futuros que se espera sejam
obrigação de benefícios exigidos para liquidar a obrigação resultante do serviço dos empregados no período corrente e nos períodos
definidos anteriores.
Apólice de seguro É uma apólice de seguro emitida por uma seguradora que não seja uma parte relacionada da entidade que
que se qualifica relata, se os rendimentos da apólice:
a) Só puderem ser usados para pagar ou financiar benefícios dos empregados segundo um plano de
benefícios definidos; e
b) Não estiverem disponíveis para os credores da entidade que relata (mesmo no caso de falência) e não
puderem ser pagos à entidade que relata, salvo se:
i. Os rendimentos representarem ativos excedentários que não são necessários para a apólice satisfazer
todas as obrigações de benefícios dos empregados relacionadas; ou
ii. Os rendimentos forem devolvidos à entidade que relata para a reembolsar de benefícios dos empregados
já pagos.

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Definições 11
Termo Definição
Retorno dos ativos Compreende:
do plano Os juros, dividendos e outros rendimentos derivados dos ativos do plano juntamente com os ganhos
ou perdas realizados e não realizados dos ativos do plano, menos quaisquer custos de gestão dos
ativos do plano (que não sejam os incluídos nos pressupostos atuariais usados para mensurar a
obrigação de benefícios definidos) e menos qualquer imposto a pagar pelo próprio plano.
Benefícios de curto prazo São benefícios dos empregados (que não sejam benefícios de cessação de emprego) que se vencem
dos dentro de 12 meses após a data de relato em que os empregados prestam o respetivo serviço.
empregados
Benefícios de cessação de São benefícios dos empregados a pagar em resultado:
emprego a) De uma decisão da entidade para cessar o emprego do empregado antes da data normal de
reforma; ou
b) De uma decisão do empregado para aceitar uma saída voluntária em troca desses benefícios.
Benefícios adquiridos pelos São benefícios dos empregados que não estão condicionados ao seu emprego futuro.
empregados

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Ativos geradores de caixa 12

• Ativos geradores de caixa são ativos detidos para gerarem um retorno


económico. Um ativo gera um retorno económico quando é usado de forma
consistente com a adotada por uma entidade comercial. A detenção de um ativo
para gerar um retorno económico indica que uma entidade pretende gerar
influxos de caixa a partir desse ativo (ou unidade geradora de caixa de que esse
ativo faz parte) e obter retorno económico que reflita o risco envolvido pela sua
detenção.
• Os ativos detidos pelas empresas públicas são ativos geradores de caixa. As
entidades do setor público que não sejam empresas públicas podem deter
ativos para gerar um retorno económico. Neste último caso, de acordo com a
NCP 9, o ativo é classificado como gerador de caixa se tal ativo (ou unidade
geradora de caixa de que esse ativo faz parte) for utilizado com o objetivo de
gerar um retorno económico através do fornecimento de bens e ou serviços a
terceiros.

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Imparidade 13

• Imparidade é uma perda de benefícios económicos futuros ou potencial


de serviço de um ativo, para além do reconhecimento sistemático da
perda dos benefícios económicos futuros ou potencial de serviço desse
ativo por via da depreciação ou amortização.

• Justo valor menos custos de vender é a quantia a obter da venda de um


ativo numa transação entre partes conhecedoras e dispostas a negociar e
em que não haja relacionamento entre elas, menos os custos de
alienação.

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Avaliação do justo valor menos custos de vender 14

Avaliação do justo valor menos custos de vender

Se não houver acordo de venda vinculativo, mas o


ativo for negociado num mercado ativo, o justo
A melhor evidência do justo valor valor menos custos de vender é o preço de Se não houver qualquer acordo de
menos custos de vender de um
mercado do ativo menos os custos de alienação. O venda vinculativo nem mercado ativo, o
preço de mercado apropriado é geralmente o justo valor menos custos de vender do
ativo é um preço num acordo de preço corrente de oferta. Quando não estiverem
venda vinculativo numa transação disponíveis preços correntes de oferta, o preço de
ativo é baseado na melhor informação
entre partes independentes, uma transação similar mais recente pode disponível que reflita a quantia que uma
conhecedoras e dispostas a proporcionar uma base a partir da qual se pode entidade possa obter, à data de relato, a
transacionar, ajustado de custos
estimar o justo valor menos custos de vender, partir da sua alienação numa transação
desde que não tenha havido uma alteração entre partes independentes,
incrementais que devam ser significativa nas circunstâncias económicas entre
diretamente atribuíveis à a data dessa transação e a data em que a
conhecedoras e dispostas a isso, após
alienação do ativo. estimativa é feita. dedução dos custos de alienação

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Identificação de um ativo em imparidade 15

• Um ativo não gerador de caixa está em imparidade quando a quantia escriturada do ativo
(QE) excede a sua quantia recuperável do serviço (QRS), sendo que esta última será a maior
entre o justo valor menos custos de vender e o valor de uso (valor presente do potencial de
serviço remanescente do ativo). Assim temos:
• QE > QRS, o ativo está em imparidade
• Em que:
• QRS = Max (JVC; VU)
• JVCV = Justo valor menos custos de vender
• VU = Valor de uso
• Conforme consta nas NCP 3 e NCP 5, a quantia escriturada de um ativo intangível ou um ativo
fixo tangível é a quantia pela qual esse ativo é reconhecido depois de deduzir qualquer
amortização acumulada ou depreciação acumulada, consoante o caso, e perdas por
imparidade acumuladas.

15

Benefícios de curto prazo 16

• A contabilização de benefícios de curto prazo dos empregados é geralmente


linear porque não são necessários pressupostos atuariais para mensurar a
obrigação ou o custo e não há possibilidade de qualquer ganho ou perda
atuarial. Além disso, as obrigações de benefícios de curto prazo dos empregados
são mensuradas numa base não descontada.

• Uma entidade não precisa de reclassificar um benefício a curto prazo dos


empregados se as suas previsões quanto à data de liquidação se alterarem
temporariamente. Todavia, se as caraterísticas do benefício se alterarem (por
exemplo, quando um benefício não acumulável passa a ser um benefício
acumulável) ou se a alteração das previsões quanto à data de liquidação não for
temporária, a entidade deve considerar se o benefício ainda corresponde à
definição de benefício a curto prazo dos empregados.

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Benefícios de curto prazo 17

• Os benefícios de curto prazo dos empregados incluem:


• a) Salários, ordenados e contribuições para a segurança social;
• b) Ausências permitidas de curto prazo remuneradas (tais como férias anuais
pagas e baixas por doença pagas) em que a compensação pelas ausências ocorre
dentro de 12 meses após a data de relato em que os empregados prestam o
respetivo serviço;
• c) Gratificações relacionadas com o desempenho e participações nos
resultados a pagar dentro de 12 meses após a data de relato em que os
empregados prestam o respetivo serviço; e
• d) Benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, alojamento,
automóvel e bens ou serviços grátis ou subsidiados) dos atuais empregados.

17

Reconhecimento e mensuração 18

• Todos os benefícios a curto prazo devem ser reconhecidos quando o


serviço é prestado, como um gasto e passivo, pela quantia não
descontada dos benefícios dos empregados que se espera pagar em troca
desse serviço.

Passivo Após qualquer quantia já paga


(acréscimo de gastos)
Ativo Se a quantia já paga exceder a quantia não descontada dos
(gasto antecipado) benefícios
Gasto Salvo se outra NCP (por exemplo 5 e 10) exigir ou permitir a inclusão dos benefícios
no custo de um ativo

18

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Reconhecimento e mensuração 19

• No que respeita a ausências remuneradas a curto prazo, uma entidade


deve reconhecer o custo esperado de benefícios a curto prazo de
empregados na forma de ausências remuneradas da seguinte forma:
• no caso de ausências remuneradas acumuladas, quando o empregado presta
serviço que aumente o seu direito a futuras ausências remuneradas;
• no caso de ausências remuneradas não acumuladas, quando ocorrer a ausência.

19

Reconhecimento e mensuração 20

• Uma entidade pode remunerar empregados por ausências remuneradas


a curto prazo por várias razões, tais como:
• férias;
• doença e incapacidade a curto prazo;
• parentalidade;
• serviço dos tribunais e
• serviço militar.

20

10
Reconhecimento e mensuração 21
• Por sua vez as ausências remuneradas a curto prazo subdividem-se em
duas categorias:
Ausências
remuneradas
a curto prazo

Acumuláveis Não Acumuláveis

Adquiridas Não Adquiridas

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Reconhecimento e mensuração 22

• Acumuláveis – As ausências são acumuláveis quando reportáveis e


possam ser usadas em períodos futuros, ou seja, se o direito do período
corrente não for usado na totalidade.
• As ausências remuneradas acumuláveis podem ser adquiridas (no caso de
o empregado ter direito a um pagamento em dinheiro, quanto ao direito
não utilizado ao sair da entidade, por exemplo remuneração de férias não
gozadas) ou não adquiridas (no caso do empregado não ter direito a um
pagamento em dinheiro pelo direito não utilizado ao saírem da
entidade).

22

11
Reconhecimento e mensuração 23

• À medida que os empregados prestam serviço que aumente o seu direito


a ausências remuneradas futuras surge uma obrigação. A obrigação
existe, e é reconhecida, mesmo que as ausências remuneradas sejam não
adquiridas, embora a possibilidade de os empregados poderem sair antes
de usarem um direito não adquirido acumulado afete a mensuração
dessa obrigação.

• Uma entidade deve mensurar o custo esperado das ausências permitidas


não gozadas acumuláveis como uma quantia adicional que a entidade
espera pagar, em consequência do direito não utilizado que tenha
acumulado à data do balanço.

23

Reconhecimento e mensuração 24

• Não Acumuláveis - Expiram se o direito do período corrente não for


usado totalmente e não dão o direito aos empregados a um pagamento
a dinheiro pelo direito não utilizado quando deixarem a entidade. É este
geralmente o caso do pagamento por doença (na medida em que o
direito passado não utilizado não aumenta futuros direitos), licença de
parentalidade e ausências remuneradas por serviço em tribunal ou por
serviço militar.
• Uma entidade não reconhece qualquer passivo ou gasto até o momento
da falta, porque o serviço do empregado não aumenta a quantia de
benefício.

24

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Reconhecimento e mensuração 25

• Relativamente às gratificações relacionadas com o desempenho e


participações nos resultados uma entidade deve reconhecer o custo
esperado de pagamentos de gratificações relacionadas com o
desempenho e participações nos resultados quando:
• a) A entidade tenha uma obrigação legal ou construtiva de fazer tais
pagamentos em consequência de acontecimentos passados; e
• b) Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação.

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Reconhecimento e mensuração 26

• Uma entidade pode fazer uma estimativa fiável da sua obrigação legal ou
construtiva segundo um esquema de pagamentos de gratificações
relacionadas com o desempenho e participações nos resultados se, e
apenas se:
• a) Os termos formais do plano contiverem uma fórmula para determinar a quantia
do benefício;
• b) A entidade tiver determinado as quantias a pagar antes das demonstrações
financeiras serem autorizadas para emissão; ou
• c) A prática passada der clara evidência da quantia da obrigação construtiva da
entidade.

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Reconhecimento e mensuração 27

• Uma obrigação segundo pagamentos de gratificações relacionadas com o


desempenho e participações nos resultados decorre do serviço de
empregados e é reconhecida como um gasto nos resultados.

• Se os pagamentos de gratificações relacionadas com o desempenho e


participações nos resultados não forem totalmente devidos dentro de 12
meses após a data de relato em que os empregados prestam o respetivo
serviço, esses pagamentos são benefícios a longo prazo dos empregados.

27

Benefícios pós-emprego 28

• Os benefícios pós-emprego podem revestir a forma de planos, de


contribuição definida, ou de benefícios definidos. Esta classificação
prévia dos planos é determinante para efeitos contabilísticos já que da
mesma dependerá os respetivos critérios de reconhecimento e
mensuração a adotar.

28

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Benefícios pós-emprego 29
Planos de Contribuição Definida Planos de Benefícios Definidos
Conceito: Conceito:
São planos de benefícios pós-emprego pelos quais uma entidade paga São benefícios pós-emprego que não sejam planos de contribuição definida.
contribuições fixadas para um fundo separado. A entidade não tem obrigação Neste tipo de plano a entidade é responsável por garantir um determinado
legal ou construtiva de pagar contribuições adicionais se o fundo não possuir benefício pós-emprego ao empregado. Logo, a obrigação da entidade é a
ativos suficientes para pagar todos os benefícios dos empregados relativos ao de proporcionar os benefícios acordados com os empregados correntes e os
serviço destes (atuais e do passado). antigos, sendo que o risco atuarial e de investimento recaem, na entidade.

Contabilização: Contabilização:
Deve ser efetuada no período em que os empregados prestam o serviço para a É mais complexa porque são necessárias algumas assunções atuariais para
entidade, uma vez que a responsabilidade da entidade é limitada ao valor das mensurar a obrigação e os gastos, sendo possível a existência de ganhos e
contribuições (não é uma responsabilidade futura da entidade). perdas atuariais. Por outro lado, a obrigação é mensurada numa base de valor
A contabilização é linear porque a obrigação da entidade que relata descontado, porque esta poderá ser liquidada muitos anos após os empregados
relativamente a cada período é determinada pelas quantias a serem prestarem os relacionados serviços.
contribuídas relativas a esse período. Assim, não são necessários pressupostos
atuariais para mensurar a obrigação ou o gasto e não há possibilidade de
qualquer ganho ou perda atuarial.
Quando as contribuições para um plano de contribuição definida não se vençam
completamente dentro de doze meses após o final do período em que os
empregados prestam o respetivo serviço, neste caso é que elas devem ser
descontadas.

29

Benefícios pós-emprego 30

• No que diz respeito aos benefícios pós-emprego os planos de contribuição


definida e de benefícios definidos poderão estar inseridos num plano estatal,
em benefícios segurados ou, eventualmente, ambos.

• Os planos estatais são estabelecidos pela legislação para cobrir todas as


entidades e são operados por um governo nacional ou local ou por outra
organização que não está sujeita a controlo ou influência pela entidade que
relata.

• Uma entidade deve classificar um plano estatal como um plano de contribuição


definida ou um plano de benefícios definidos segundo os termos do plano
(incluindo qualquer obrigação construtiva que vá além dos termos formais).

30

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Benefícios pós-emprego 31

• Uma entidade pode pagar prémios de seguro para financiar um plano de


benefícios pós-emprego.

• A entidade deve tratar esse plano como um plano de contribuição


definida, exceto se a entidade vier a ter, direta ou indiretamente através
do plano, uma obrigação legal ou construtiva de pagar os benefícios de
empregados diretamente quando se vencem, ou pagar quantias
adicionais se a seguradora não pagar todos os benefícios futuros do
empregado relativo ao serviço nos períodos corrente e anteriores. Se a
entidade retiver tal obrigação legal ou construtiva, a entidade deve tratar
o plano como um plano de benefícios definidos.

31

Plano de contribuição definida 32

• Dado que neste tipo de plano a obrigação da entidade é limitada à


contribuição que acordou pagar, não são necessários pressupostos
atuariais para mensurar a obrigação e o correspondente gasto e,
consequentemente, não há ganhos nem perdas atuariais assumidas pela
entidade.

• Assim, as responsabilidades relativas a um plano de contribuição definidas


são reconhecidas pelas entidade como um gasto e um passivo no
período em que o empregado prestou os serviços e são mensuradas pela
quantidade da contribuição acordada pagar.

32

16
Plano de contribuição definida 33

• Um plano de contribuição definida tem geralmente um fundo (entidade


independente) com ativos afetos a partir dos quais se pagarão os
benefícios. Tais pagamentos dependem da situação financeira e do
desempenho do fundo e da vontade de a entidade cobrir eventuais
défices.

33

Plano de benefícios definidos 34

• Num plano de benefícios definidos a responsabilidade da entidade é a de


proporcionar os benefícios que acordou e não depende das
contribuições efetuadas.

• A contabilidade deste tipo de plano é mais complexa pois a entidade


assume no presente uma responsabilidade decorrente dos benefícios
pós-emprego que acordou pagar aos empregados a longo prazo e por
período incerto requerendo o concurso de estudos atuariais baseados
em determinados pressupostos.

34

17
Plano de benefícios definidos 35

• Os estudos atuariais determinam o défice ou excedente do plano apurando, entre


outros elementos:
• Os benefícios atribuídos aos empregados pela prestação dos serviços, no período
corrente e em períodos anteriores, tendo em conta variáveis demográficas, tais como a
taxa de mortalidade, a taxa de rotação dos empregados, a taxa de invalidez ou
incapacidade permanente e o número de dependentes dos benefícios, e variáveis
financeiras tais como os níveis e alterações salariais futuros, os benefícios futuros, taxa
de desconto e taxa de retorno dos ativos.
• O valor presente da obrigação e o custo dos serviços correntes e passados descontando
a quantia dos benefícios usando um método específico (método da unidade de crédito
projetada).
• O justo valor e o retorno dos ativos do plano.
• Os ganhos e perdas atuariais

35

Plano de benefícios definidos 36

• O parágrafo 45 da norma identifica os restantes elementos que se apuram para


uma apropriada contabilização de um plano de benefícios definidos tais como o
juro líquido sobre o passivo (ativos) líquidos de benefícios definidos e os efeitos
de uma alteração ou corte no plano.
• O reconhecimento daqueles elementos principais faz-se da seguinte forma:
• O défice ou excedente do plano, que corresponde à diferença entre o valor presente da
obrigação e o justo valor dos ativos do plano, deve ser reconhecido no balanço como
passivo ou ativo, respetivamente.
• O custo dos serviços correntes e o custo dos serviços passados devem ser reconhecidos
nos resultados do período.
• O retorno dos ativos do plano e os ganhos e perdas atuariais, que são consideradas
remensurações do passivo (ativos) líquido de benefícios definidos, devem ser
reconhecidos no património líquido.

36

18
Outros benefícios a longo prazo dos empregados 37

• São os benefícios dos empregados que não se vençam na totalidade dentro de


doze meses após a data do Balanço em que os empregados prestam o respetivo
serviço e que não sejam benefícios pós-emprego ou benefícios por cessação de
emprego.
• Os benefícios dos empregados de longo prazo podem incluir, por exemplo:
• a) Ausências de longo prazo remuneradas tais como de licença por serviço
prolongado ou licença sabática;
• b) Benefícios por jubilação ou outros benefícios por serviço prolongado;
• c) Benefícios por incapacidade de longo prazo; e
• d) Gratificações e outros prémios associados a resultados ou desempenho a
pagar 12 meses ou mais após a data de relato em que o empregado prestar o
respetivo serviço.

37

Reconhecimento e mensuração 38

• A mensuração de outros benefícios a longo prazo dos empregados


geralmente não é sujeita ao mesmo grau de incerteza que a dos
benefícios pós-emprego. Como tal, a norma exige um método
simplificado de contabilização para outros benefícios a longo prazo dos
empregados.

• Contrariamente à contabilização exigida para os benefícios pós-emprego,


este método não reconhece a remensuração diretamente no património
líquido mas sim como gasto ou rendimento, exceto na medida em que
uma outra Norma exija ou permita a sua inclusão no custo de um ativo.

38

19
Benefícios de cessação de emprego 39

• Os benefícios por cessação de emprego são benefícios de empregados


que resultam da cessação do emprego e não do serviço prestado.

39

Reconhecimento e mensuração 40

• Uma entidade deve reconhecer um passivo e um gasto relativo aos benefícios de


cessação de emprego na mais antiga das seguintes datas:
• a) Quando a entidade já não pode retirar a oferta de tais benefícios; e
• b) Quando a entidade reconhece os custos de uma reestruturação que se inscreve no
âmbito da NCP 15 e que implique o pagamento de benefícios de cessação de emprego.
• No caso dos benefícios de cessação de emprego a pagar em consequência da decisão
de um empregado aceitar uma oferta de benefícios em troca da cessação, a data em
que a entidade não pode retirar a oferta dos benefícios da cessação de emprego é a mais
antiga entre as seguintes datas:
• a) Quando o empregado aceita a oferta; e
• b) Quando se torna efetiva uma restrição (legal, regulamentar, contratual ou outra) à
capacidade da entidade em retirar a oferta.

40

20
Reconhecimento e mensuração 41

• No caso dos benefícios de cessação a pagar em consequência da decisão de uma


entidade cessar o emprego de um empregado, a entidade deixa de poder retirar
a oferta a partir do momento em que comunica aos empregados visados um
plano de cessação que cumpra todos os seguintes critérios:
• a) As medidas necessárias para executar o plano tornam improvável que o
plano venha a sofrer alterações significativas;
• b) O plano identifica o número de empregados cujo emprego se pretende
cessar, as respetivas categorias profissionais ou funções e a sua localização (mas
o plano não tem de identificar cada empregado individual), bem como a data de
execução prevista;
• c) O plano estipula os benefícios de cessação que os empregados irão receber
com um grau de detalhe suficiente para permitir aos empregados determinar o
tipo e a quantia dos benefícios que irão receber quando o seu emprego cessar.

41

Reconhecimento e mensuração 42

• Ressalva-se que quando uma entidade reconhecer benefícios de cessação


de emprego, pode também ter necessidade de contabilizar um
ajustamento ao plano de benefícios de reforma ou um corte de outros
benefícios dos empregados.

42

21
Reconhecimento e mensuração 43

• Uma entidade deve mensurar os benefícios de cessação de emprego no


reconhecimento inicial, e deve mensurar e reconhecer as alterações
subsequentes de acordo com a natureza do benefício do empregado, mas se os
benefícios de cessação forem um alargamento dos benefícios pós-emprego, a
entidade deve aplicar os requisitos dos benefícios pós emprego. Caso contrário:
• a) Se for de esperar que os benefícios de cessação sejam liquidados na
totalidade até 12 meses após o fim do período de relato anual em que o
benefício de cessação é reconhecido, a entidade deve aplicar os requisitos dos
benefícios de curto prazo dos empregados;
• b) Se não for de esperar que os benefícios de cessação sejam liquidados na
totalidade até 12 meses após o fim do período de relato anual em que o
benefício de cessação é reconhecido, a entidade deve aplicar os requisitos dos
outros benefícios a longo prazo dos empregados.

43

Reconhecimento e mensuração 44

• Os pagamentos dos vencimentos aos trabalhadores e a entrega das


retenções e contribuições em regra não são coincidentes no tempo, em
virtude dos prazos legalmente estabelecidos.

44

22
Caso prático 45

• Em 15 de janeiro de 2018 procedeu-se ao processamento da remuneração do único trabalhador da


Direção-Geral XPTO. Para o efeito foram considerados os valores apresentados no quadro infra:

Pretende-se o reconhecimento do processamento de remunerações e o respetivo pagamento, no referido mês de janeiro de 2018,
nos subsistemas da contabilidade financeira e da contabilidade orçamental.

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Caso prático - resolução 46

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Caso prático - resolução
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Exemplo 48

• Um plano de participação nos lucros exige que uma entidade pague uma
proporção especificada do seu lucro anual aos empregados que a serviram
durante o ano. Se nenhum dos empregados sair durante o ano, o total dos
pagamentos de participação nos lucros será de 3 % do lucro.
• A entidade estima que a rotação de pessoal reduzirá os pagamentos a 2,5
% do lucro.
• Resolução:
• A entidade reconhece um passivo e um gasto de 2,5 % do lucro

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Muito obrigado

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