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Princípios da Radioproteção

“ Conjunto de medidas que visam proteger o homem, seus descendentes e seu


meio ambiente contra possíveis efeitos indevidos causados pela radiação
ionizante.”

PORTARIA 453/98-MS
PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• JUSTIFICAÇÃO: nenhuma prática deve ser autorizada, a menos que
produza suficiente benefício para o indivíduo exposto ou para a
sociedade, de modo a compensar os efeitos deletérios que possam
ser causados pela exposição às radiações ionizantes;
PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• OTIMIZAÇÃO: dentro de uma prática, o valor das doses individuais, o
número de pessoas expostas e a probabilidade da ocorrência de
exposições devem ser mantidas nos níveis mais baixos possíveis,
considerando os fatores econômicos e sociais. É o que chamamos de
Princípio ALARA (As Low As Reasonably Achievable), que em bom
português significa tão baixo quanto razoavelmente exequível;
PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• LIMITAÇÃO DA DOSE: as doses individuais de trabalhadores e
indivíduos do público não podem ultrapassar os limites primários de
doses anuais estabelecidos pela órgãos governamentais;

• PREVENÇÃO DE ACIDENTES: os profissionais devem minimizar a


probabilidade de ocorrência de acidentes e implementar as ações
estratégicas para minimizar exposições acidentais.
CUIDADOS DE PROTEÇÃO
RADIOLÓGICA
• No exercício da profissão, o trabalhador e a trabalhadora devem
aplicar três princípios básicos em todas as operações:
• 1. O tempo de exposição está diretamente relacionado com a exposição às
radiações. Quanto menor o tempo, menor a dose. Se o tempo for dobrado, a
exposição é dobrada. Portanto, permaneça perto das fontes o menor tempo
possível;
• 2. A distância entre a fonte e o sujeito é determinante para o nível de
exposição à radiação. O dobro da distância significa reduzir a exposição a 1/4.
Portanto, fique o mais longe possível das fontes;
• 3. A blindagem é determinante para reduzir ainda mais as doses de
exposições. Use os equipamentos de proteção e fique atrás do biombo
durante os exames.
UNIDADES E GRANDEZAS
• 1. Atividade: utilizada para representar a quantidade de um
radioisótopo por um período de tempo. A unidade de medida é o
Becquerel (Bq);
UNIDADES E GRANDEZAS
• 2. Exposição: é o coeficiente mais importante para a radioproteção.
Mede a capacidade da radiação produzir ionizações no ar, de modo a
mensurar a carga elétrica produzida. Sua unidade de medida é o
Coulomb por Quilograma (C/kg);
UNIDADES E GRANDEZAS
• 3. Dose Absorvida: é a quantidade de energia depositada pela
radiação na matéria. A unidade de medida da dose absorvida é o gray
(Gy);
UNIDADES E GRANDEZAS
• 4. Dose Equivalente: considera o tipo, a energia e a distribuição da
radiação ionizante no tecido, para se avaliar os possíveis efeitos
biológicos. A unidade de medida é o sievert (Sv).
Exemplo de interação das radiações
ionizantes com o Ar e Tecido humano.
LIMITAÇÃO DE DOSES
• A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) estabeleceu os
limites de dose anuais, tanto para trabalhadores quanto para
indivíduos do público, por meio da norma CNEN-NE 3.01, conforme
valores abaixo discriminados:

¹Média ponderada em 5 anos consecutivos, desde que não exceda 50 mSv em qualquer ano.
EVOLUÇÃO DOS LIMITES ANUAIS DE
DOSE EQUIVALENTE
Detrimento

• O conceito de detrimento, utilizado em proteção radiológica envolve


a combinação da probabilidade de ocorrência, severidade (gravidade)
e tempo de manifestação de um determinado dano. Ele é a estimativa
do prejuízo total que eventualmente seria experimentado por um
grupo ou pessoa expostos à radiação, inclusive seus descendentes.
Fases do efeito biológico produzido pela radiação ionizante
Transferência Linear de Energia

• É a perda média de energia, por colisão, de uma partícula carregada


por unidade de comprimento. O poder de freamento (stopping
power) expressa o efeito do meio material na partícula, enquanto que
o LET expressa o efeito da partícula no meio, normalmente o tecido
humano;
• Para entender o significado do LET é preciso observar como as
partículas carregadas interagem com o meio material. Basicamente,
essa interação se dá com o campo elétrico de sua carga, influenciado
pela sua massa.
Visualização do processo de transferência de energia (dE) por uma
partícula carregada (elétron) em função da distância percorrida (dx) num
meio material.
LET
• Grandeza que relaciona a transferência de energia por
unidade de comprimento (keV/µm).

LET = dE
dl

• Importância: relacionar as quantidades de danos


biológicos causados por diferentes tipos de radiações.

• As radiações são classificadas em:


o Alto LET
o Baixo LET
LET
• Alto LET (alfa e beta)
o Baixo poder de penetração
o Produção de um grande número de ionizações
por percurso percorrido

• Baixo LET (γ e raios-X)


o Alto poder de penetração
o Produção de pequeno número de ionizações por
percurso percorrido
LET

Radiação de Baixo LET

Radiação de Alto LET


LET

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RBE – Eficiência Biológica
Relativa
• Unidade de medidas para efeito biológico
RBE = Dr
Dx

• Onde: Dr é a dose referência necessária para produzir


um determinado efeito biológico e Dx é a dose teste
necessária para produzir o mesmo efeito.
• Importância: Se refere a um fenômeno biológico
específico, de tal maneira que, para a mesma dose de
radiação, a RBE será diferente segundo o efeito
biológico que se estuda.
Lei de Bergonié e Tribondeau

Diferenciação Celular Radioresistência

Jovem Radiossensível

Atividade Metabólica Radiossensível

Proliferação Radiossensível
TECIDOS MAIS SENSÍVEIS

Entre os tecidos mais sensíveis no homem estão:

ovários
testículos
cristalino dos olhos
medula óssea
tecido sanguíneo (linfócitos)
tecido gastrointestinal
CLASSIFICAÇÃO DOS EFEITOS
BIOLÓGICOS

• Dose e forma de resposta

• Tempo de manifestação

• Nível de dano
DOSE E RESPOSTA

• Estocásticos • Determinísticos
DOSE E RESPOSTA

• Estocásticos • Determinísticos
– Resposta estatística – Ocorrerá sempre,
• (loteria) proporcional a dose
• (poupança)
TEMPO DE MANIFESTAÇÃO
• Efeitos Imediatos • Efeitos Tardios

– Síndrome Aguda da – Câncer


Irradiação
NÍVEL DO DANO

• Somáticos • Genéticos
(hereditários)
– No indivíduo
irradiado – No descendente
RI
Associando Classificações

EFEITO EFEITO
ESTOCÁTICO DETERMINÍSTICO
QUANTO ↑ A DOSE, ASSOCIADO A UMA
↑ A PROBABILIDADE LIMIAR DE DOSE

EFEITO HEREDITÁRIO Ex.: anormalidades -----------------------------


hereditárias

EFEITO SOMÁTICO Ex.: cânceres, Ex.: anemia,


leucemia esterilidade, catarata
FASES DOS EFEITOS
Efeitos Físicos BIOLÓGICOS
Efeitos Químicos Efeitos Biológicos Efeitos Orgânicos
INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO
Dupla-hélice de DNA RI
Watson e Crick (1953)
EFEITO DIRETO
EFEITO INDIRETO

RI

H2O H2O+ + e- H2O2

H2O
H+ + OH.
H2O-

H. + OH-
EFEITO INDIRETO

Presença de O2

e- + O 2 O 2-
O2- + H2O2 OH- + HO2 (radical peroxila)
H + O2 HO2
HO2 + H H2O2
OH + H2O2 H2O+ + HO2
R + O2 RO2 (peróxido orgânico)

Potencializa o Efeito
FATORES QUE INFLUENCIAM NO
EFEITO BIOLÓGICO

Tipo de radiação (LET)


Dose
FATORES FÍSICOS Taxa de dose
Fracionamento da dose
Exposição aguda ou crônica

FATORES QUÍMICOS Teor hídrico


agentes modificadores Presença de O2 (Efeito O2)

Estado proliferativo (Lei de Bergonie e Tribondeau)


Fase do ciclo celular
FATORES BIOLÓGICOS
Estado fisiológico ou metabólico
Constituição genética da célula

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