A essência dialética e o

questionamento da virtude no
conto a conversão do diabo de
Leonidas Andreiv
Isabela Padilha Papke (Mestra-UEM)
Leonardo Vinícius Sfordi (Doutorando-UEM)
Metodologi
objetivos
a Referências
Analisar o como
Por meio de teorias
podemos refletir
como as de Marx
Pesquisa de cunho essência humana e sua
(2004)e Nietzche
bibliográfico tendência a prática da
(2005)
virtude no conto
selecionado
Leonid Andreiv (1871-1919)
Até os 30 anos de idade, Andreiev teve uma vida muito pobre, passando dias e
dias sem ter o que comer, chegando a tentar o suicídio, qApesar dos reveses,
prosseguiu nos estudos e formou-se em Direito mas, não possuindo vocação
para a carreira, dedicou-se inteiramente à literatura e ao jornalismo.
Em geral, os trabalhos de Andreiev refletem a vida sombria e atormentada dos
que já perderam todas as esperanças e ilusões. Até mesmo o humor com o qual
tenta impregnar alguns textos tende a soar irônico e sombrio. Andreiev sempre
tenta chamar a atenção do leitor para o lado mais trágico e cruel da vida,
fustigando o egoísmo, a impiedade, a covardia e a brutalidade humanas.
Colocado entre os grandes escritores pessimistas, Andreiev desce ao âmago das
misérias que o rodeiam, não hesitando nem mesmo diante do mórbido, e
expondo tudo com uma crueza quase selvagem.
 O objeto: A conversão do Diabo

Um diabo deseja se E com isso foi

converter ao conversar com um O padre passa um O enredo da
cristianismo padre pedindo manual ao diabo de narrativa gira em
ajuda para se tornar como ter um bom torno dessa
uma pessoa de comportamento tentativa de
virtude conversão do diabo,
por parte do padre.
As proposições
teóricas
 Observações específicas
*
O diabo sempre possuiu a *
O padre, mesmo devoto
inclinação para virtude, da doutrina cristão, não
sentindo repúdio pelas acreditava na coversão da
mentiras do inferno pobre criatura
*
No entanto, decide entregar
ao diabo uma manual
acerca de tudo que havia
aprendido na igreja acerca
da virtude e da bondade

* *
O diabo, contudo, não fez
dessa missão algo fácil,
O padre cada dia mais
percebe que realmente *
No entanto, o diabo só
pois sempre contestava os não há uma fórmula para sente seguro mediante à
dogmas que lhe eram atingir a virtude e a uma aplicabilidade das
entregues bondade teorias
 O Bem e o mal
O conceito de bem e mal tem uma dupla pré-história: primeiro, na alma das
tribos e castas dominantes. Quem tem o poder de retribuir o bem com o bem,
o mal com o mal, e realmente o faz, ou seja, quem é grato e vingativo, é
chamado de bom; quem não tem poder e não pode retribuir é tido por mau.
Sendo bom, o homem pertence aos "bons", a uma comunidade que tem
sentimento comunal, pois os indivíduos se acham entrelaçados mediante o
sentido da retribuição. Sendo mau, o homem pertence aos "maus", a um bando
de homens submissos e impotentes que não têm sentimento comunitário. Os
bons são uma casta; os maus, uma massa como o pó. (NIETZSCHE,
2005,p.48-49)
O diabo executava, não só tão zelosamente, mas com abnegação, tudo o que
era ordenado, dando provas de uma verdade de ferro. Não obstante, o débil
engenho humano não podia prever todas as complicações da vida e êle se
enganava a cada instante. Precedendo bem num caso, portava-se mal noutro.
Se um pobre lhe pedia alguma coisa de forma não prevista pelo sacerdote
principiava a desanimar-se. Não suspeitava que a vida tivesse tantos e
variados aspectos, nem que escondesse em si tantos e tão obscuros mistérios,
e tantos e inesperados problemas. (ANDREIF,1957,p.64)
Então reconheceremos que não existem pecados no sentido
metafísico; mas que também, no mesmo sentido, não existem
virtudes; que todo esse âmbito das concepções morais está
continuamente oscilando, que existem noções mais elevadas e mais
profundas de bem e mal, moral e imoral. Quem não deseja das coisas
senão conhecê-las, facilmente atinge a paz com sua alma e erra (ou
peca, como diz o mundo) no máximo por ignorância, dificilmente por
avidez. (NIETZCHE,2005,p.55)
 Observações específicas
*
*
A narrativa se segue e as
* E que, dessa forma, não
tem um destino, se
No entanto, o padre, no
dúvidas do diabo processo entende que a localiza na busca diária,
continuam frequentes virtude não é algo que no exercício diário da
teorize, é algo que vai de bondade e na vontade
encontro com o cotidiano dessa

* *
O diabo, contudo, não *
Entregue a uma duvida
entende essa afirmação, O padre acaba morrendo e
está preso a necessidade de o diabo fica desolado angustiante, de ser impuro
encontrar uma fórmula. demais para ser santo e
santo demais para ser diabo
Marx em os Manuscritos Econômicos
Filosóficos
Cada uma das relações humanas com o mundo, ver, ouvir, cheirar, degustar,
sentir, pensar, intuir, perceber, querer, ser ativo, amar, enfim todos os órgãos de
sua individualidade, assim como os órgãos que são imediatamente em sua
forma, órgão comunitários, são no seu comportamento objetivo, ou no seu
comportamento para com o objeto, a apropriação do mesmo, a apropriação da
efetividade humana, seu comportamento para com o objeto é o seu acionamento
da efetividade humana [...], eficiência humana e sofrimento humano, pois
sofrimento, humanamente, aprendido, é uma autofruição do ser humano.
 Vigotsky em Psicologia Pedagógica

O comportamento humano, ao contrário das formas hereditárias do comportamento, outros tipos de

reações surgem “no processo de experiência pessoal no tempo mais vário e devem sua origem não à
organização hereditária mas às peculiaridades individuais da experiência pessoal”.
Nietzche em “Humano , demasiado,
humano”

Que haja grandeza na negação de si mesmo, e não

apenas na vingança, é algo que deve ter sido
inculcado na humanidade por um longo período; uma
divindade que sacrifica a si mesma foi o símbolo
mais forte e mais eficaz dessa espécie de grandeza.
(NIETZSCHE,2005,p.99)
 REFERÊNCIAS

NIETZCHE, Friederich. (2005) Humano, demasiado

humano: Um livro para espíritos livres. São Paulo:
Companhia das Letras.

MARX, K. Manuscritos econômico-Filosóficos. São Paulo:

BoiTempo, 2004

VIGOTSKI, L.S. Obras escogidas: fundamentos de

defectología. Tomo I. Trad. Julio Guilhermo Blanck. Madrid:
Visor Dist. S. A., 1997.
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