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Centro de Pós-graduação São Leopoldo Mandic

Mestrado em prótese dentária


Disciplina de Prótese Removível Prof. Bruno Costa

Titânio na estrutura metálica


da prótese removível
Ana Teresa Diogo
Antonio Cezar Castilho
Crystianne Pacheco Seignemartin
Denise Hioko Santos de Farias
Daniela Figueiredo Fonseca Schetini
Renata Mangoni Nicola
Requisitos biomecânicos das infraestruturas
metálicas para prótese parcial

As infraestruturas devem atender aos seguintes princípios:


=> Retenção;
=> Reciprocidade;
=> Passividade;
=> Suporte;
=> Estabilidade
Requisitos biomecânicos das ligas
metálicas para prótese Removível

• Biocompatibilidade (evitar reações alérgicas ou de

hipersensibilidade, não tóxico)

• Baixo peso específico (leve, confortável)

• Baixa condutibilidade térmica


Requisitos biomecânicos das ligas
metálicas para prótese Removível

• Alta ductibilidade (capacidade do material de resistir as forças

de tração sem fraturar – sofre deformação plástica, porém

não fratura)

• Alta maleabilidade (capacidade do material de resistir as

forças de compressão sem fraturar – sofre deformação

plástica, porém não fratura)


Requisitos biomecânicos das ligas
metálicas para prótese Removível
• Alta Resiliência
• Alta Tenacidade (capacidade de um material absorver energia
até a sua fratura)
• Alto Limite de Proporcionalidade (elasticidade máxima para
que não se deforme permanentemente sob cargas
mastigatórias)
• Alto módulo de elasticidade (maior rigidez)
Requisitos biomecânicos das ligas
metálicas para prótese Removível
• Resistência à corrosão
• Resistência à fadiga dos grampos
• Resistência ao desgaste
• Resistência à flexão (depende do material utilizado,
comprimento do braço de retenção, secção transversal (corte)
do braço, espessura e o afunilamento do braço)
Histórico
● 1789 descoberta do titânio por W.llian Gregor na Inglaterra

● 1907 introdução do processo de cera perdida e inclusão em


revestimento

● Até 1929 eram usadas somente ligas de ouro

● A partir de 1929 Erdle e Prange começaram a utilizar uma liga de Co-Cr


Histórico

● 1950 titânio e suas ligas “metal maravilhoso” usado na industria


aeroespacial

● 1980 Início do uso do titânio para a confecção de próteses parciais

● 1991 infra estrutura da prótese parcial em titânio tem alterações


dimensionais nos planos horizontais e verticais semelhantes as
infraestruturas de Co-Cr (Zavanelli)
Propriedades das
ligas de titânio
ALTA RESISTÊNCIA À CORROSÃO

A alta resistência à corrosão do Ti ocorre devido a uma película


muito fina e superficial de óxidos, onde há predominância do
dióxido de titânio (TiO2), que se forma na presença de oxigênio
em milésimos de segundos.
Spiekerman e Könönen et al.

Em um estudo realizado por Thomas et al. os pacientes mostraram-se, através


de questionários, satisfeitos com o uso das próteses de Ti, relatando leveza,
conforto e ausência de gosto metálico.
BIOCOMPATIBILIDADE

O titânio, por ser um metal altamente inerte, parece ser uma


alternativa ideal para o tratamento protético de pacientes que
apresentam alergia ao níquel, a objetos metálicos de uso diário
ou a metais comuns.
Latta et al.

Cerca de 8% a 15% da população é alérgica ao níquel – maior


Potencial alergênico dentre todos os metais.
Craig et al.
BAIXA DENSIDADE

O peso das estruturas confeccionadas em titânio é praticamente


reduzido à metade quando comparado às de Co-Cr. O baixo peso
específico do titânio constitui uma grande vantagem desse metal
em relação ao Co-Cr.
Mori et al

As próteses em titânio foram consideradas mais leves, confortáveis,


lisas e retentivas do que as de Co-Cr.
Thomas et al.
BAIXA CONDUTIBILIDADE TÉRMICA

A baixa condutibilidade térmica do titânio possibilita que o


paciente ingira alimentos quentes e frios sem sofrer choques
térmicos.
Wakabayshi & Ai
BAIXO MÓDULO DE ELASTICIDADE

O módulo de elasticidade do Ti cp é menor do que o do Co-Cr, o que aumenta


sua resiliência e diminui sua rigidez. Essa propriedade permite que os braços
retentivos dos grampos da PPR em titânio sejam posicionados em retentivo
mais profundo.

Segundo Essop et al. os grampos de titânio foram significativamente mais


flexíveis do que os de Co-Cr. Os autores sugerem que os grampos de titânio
poderiam ser utilizados em retenções maiores ou ainda em casos onde houver
necessidade de grampos mais curtos.
Estudo comparativo da força de retenção de grampos circunferenciais
de titânio e cobalto-cromo em próteses parciais removíveis.

Duas ligas de Co-Cr e titânio puro


n = 12
0.25 e 0.50mm retenção
Simulou 5 anos de uso (inserção e remoção)

Dentro das limitações deste estudo de simulação, os resultados sugerem que os


grampos feitos de titânio puro, mantiveram a força de retenção durante um
período simulado de 5 anos de uso, mas com menor força de retenção do que
grampos idênticos porém feitos de Co-Cr.

Os autores concluíram que a retenção de 0,25mm pode não ser suficiente


para grampos circunferenciais em Ti cp.

Rodrigues RC et al. (2002)


Comparação de grampos de retenção em ligas de Ti-Ni com
grampos de próteses parciais convencionais.

Ligas de Co-Cr , ouro e Ni Ti (TN-10)


n = (28 cada)
0.25 e 0.75 mm retenção
Simulou 3 anos de uso

Embora o ponto terminal de retenção de todos os grampos tenham sido


similares, existiu uma alteração menor na força de retenção dos grampos
com ligas de Ti-Ni após sequência repetidas de ciclos simulando sua
inserção e remoção.
Kim D, Park C, Yi Y e Cho L. (2004)
ALTA TEMPERATURA DE FUSÃO

A dificuldade da fundição do titânio é frequentemente atribuída a sua alta


teperatura de fusão (1668oC), no domínio da acentuada diferença entre a
temperatura de fusão e a baixa temperatura do molde
» ocorência de porosidades e fundição incompleta. Mori et al.
A comparação da fusibilidade e da rugosidade de superfície das estruturas
metálicas das ligas de cromo-cobalto e de titânio comercialmente puro

Topografia tridimensional das superfícies polidas

Ti cp n=10 Co-Cr n=10

O assentamento clínico e a reprodução de detalhes das ligas de Ti cp e Co-Cr


são similares. Não houve diferença qualitativa na localização e distribuição
das porosidades nos dois tipos de infraestruturas e não houve diferença
siginificativa na porosiddade das peças.
Kyung-Soo et al.(2001)
Fusibilidade do titânio em infra estruturas de próteses parciais –
Uma avaliação radiográfica

250 aceitáveis 41 aceitáveis após 09 inaceitáveis


modificações

Os autores assumiram que 97% das fundições poderiam ser clinicamente


utilizadas, concluindo que, quanto à fusibilidade, o titânio pode apresentar
resultados previsíveis que favorecem o seu emprego de forma rotineira.
Cecconi et al.(2002)
Vantagens e
desvantagens
• domínio da acentuada diferença entre a temperatura de fusão
e baixa temperatura do molde
operacional
• diferença faz que o metal fundido solidifique quase
instantaneamente, causando maior ocorrência de porosidades
Dificuldade
e fundições incompletas
laboratorial
processamento
Alto custo do
• Devem ser soldados com solda a laser tecnologia avançada
• Uso de máquinas de fundição especiais pois exige Necessidade de
atmosfera neutra
• resulta na ocorrência de porosidades e fundições fundição do titânio
incompletas
• alta temperatura de fusão (1668ºC)
Dificuldade de
Referências bibliográficas
 Cecconi BT, Koeppen RG, Phoenix RD, Cecconi ML. Casting titanium partial denture
frameworks: a radiographic evaluation. J Prosthet Dent. 2002 mar; 87(3): 277-80.
 Essop AR, Salt SA, Sykes LM, Chandler HD, Becker PJ. The flexibility of titanium clasps
compared with cobalt-chromium clasps. SADJ. 2000 dec; 55(12): 672-7.
 J ang KS, Youn SJ, Kim YS. Comparison of castibility and surface roughness of commercially
pure titanium and cobalt-chromium denture frameworks. J Prosthet Dent. 2001 jul; 86(1):
93-8.
 Kim D, Park C, Yi Y, Cho L. Comparison of cast Ti-Ni alloy clasp retention with conventional
removable partial denture clasps. J Prosthet Dent. 2004 apr; 91(4): 374-82.
Referências bibliográficas
 Rodrigues RC, Ribeiro RF, Mattos MG, Bezzon OL. Comparative study of circumferencial
clasp retention force for titanium and cobalt-chromium removable partial dentures. J
Prosthet Dent. 2002 sep; 88(3):290-6
 Sato Y, Tsuga K, Abe Y, Asahara S, Akagawa Y. Dimensional measurement and finite element
analysis of I-bar clasps in clinical use. J Oral Rehabil. 2000 nov; 27(11): 935-9.
 Sato Y, Tsuga K, Abe Y, Asahara S, Akagawa Y. Analysis of stiffnes and stress in I-bar clasps. J
Oral Rehabil. 2001 jun; 28(6): 596-600.
 Torres EM, Carreiro AFP, Lira CMN, Ribeiro RF. Utilização do titânio na confecção de
estruturas metálicas em prótese parcial removível. RGO. 2007 abr/jun; 55(2): 181-9.

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