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Centro Universitário do Espírito Santo – UNESC

Curso Superior de Tecnologia em Estética e Cosmética

Princípios Ativos Esfoliantes


Professora Msc. Vanusa Maria Bonatto
Farmacêutica /Cosmetóloga/ Especialista em Fitoterapia /
Especialista em Manipulação Magistral Alopática e Homeopática
Mestre em Ciências Farmacêuticas – Produtos Naturais
PRINCÍPIOS ATIVOS ESFOLIANTES

• A esfoliação é também conhecida como gommage


(francês), raspagem de pele ou peeling (inglês).
• Atuam por mecanismo químico ou físico/mecânico,
removendo parte da pele e induzindo uma subsequente
reepitelização, que leva à melhora da queratose actínica,
hiperpigmentação e rugas finas.
• Os produtos esfoliantes
atuam basicamente nas
primeiras camadas da
epiderme.
• Não devem atingir a
derme (procedimento
médico).
ESFOLIANTES FÍSICOS

• Na esfoliação mecânica, o ativo não interage com a pele.


A pressão do ativo e das mãos do aplicador sobre a pele
é que irão realizar a descamação dos corneócitos em
processo de desprendimento.
• A esfoliação é superficial, de baixa intensidade,
controlada pelo tipo e quantidade de esfoliante presente
na formulação.
• A força aplicada durante a utilização do produto
esfoliante e a frequência de uso podem aumentar a
esfoliação.
• São utilizados em sabonetes, cremes, géis e diversos
outros tipos de cosméticos.
Tipos de Esfoliantes físicos

• Naturais de origem vegetal;


• Naturais de origem mineral;
• Naturais de origem marinha;
• Derivados orgânicos sintéticos;
• Formadores de filme;
• Carboidratos.

Os esfoliantes físicos são formulados em


diferentes veículos como: cremes, géis,
loções e sabonetes cremosos.
Principais Esfoliantes Físicos utilizados em
Cosméticos:
• Microesferas de Sílica – origem mineral, ↓umidade.
• Microesferas de jojoba – natural, não agressivo, deixa
a pele macia após a aplicação.
• Glicosferas de papaína – natural, enzima proteolítica.
• Apricot kernel – natural, pó de caroço de damasco.
• Diatomáceas - pó obtido das algas de mesmo nome.
• Polietileno – microplástico de origem sintética
(proibição).
• Microcristais de várias origens: cristal (Al2O3 ou
diamantes) - quimicamente inertes.
Produtos com Esfoliantes físicos
ESFOLIAÇÃO ENZIMÁTICA

• A esfoliação enzimática ocorre pela ação de proteases


sobre a camada córnea da pele, rica em queratina, que
são ‘digeridas’ tornando-as mais solúveis e facilitando,
assim, a remoção das camadas superficiais de
corneócitos.
• As enzimas mais comuns são a papaína e a bromelina
(provenientes do mamão e do abacaxi, respectivamente).
• Essas formulações devem ser aplicadas e retiradas após
20 min. com bastante água.
• As enzimas esfoliantes ajudam na regeneração celular
estimulando a formação de fibras de colágeno e elastina.
Produtos com Enzimas esfoliantes
ESFOLIAÇÃO QUÍMICA

• Consistem na aplicação de um ou mais agentes


esfoliantes químicos na pele para o tratamento de certas
doenças cutâneas ou melhoras estéticas.
• Resulta da destruição de porções da epiderme e/ou
derme e regeneração de novos tecidos dérmicos e
epidérmicos.
• Dependendo do tipo de esfoliante químico, concentração
usada e sensibilidade individual de cada um, pode-se ter
maior ou menor grau de sensação de queimação e
eritema na pele durante a e após a aplicação.
Classificação da Esfoliação Química
• Superficial: atua na epiderme;
• Média: atua até o nível das papilas dérmicas;
• Profunda: atua até a derme reticular.
>> A profundidade da esfoliação dependerá do tipo de
substância usada, concentração e associações feitas.
ATIVOS ESFOLIANTES QUÍMICOS

• Alguns ativos não podem ser utilizados em cosméticos,


enquanto outros podem desde que obedeçam a limites
de concentração.
Alfa-Hidroxiácidos – AHA’s
• São os mais utilizados em formulações esfoliantes
cosméticas.
• Em sua maioria são extraídos de frutas, mas também
são obtidos no leite ou no vinho.
• Possuem a função de diminuir a coesão dos
corneócitos, reduzindo o espessamento da camada
córnea e atenuando rugas finas.
• Muitos produtos apresentam associação de vários AHA’s
em baixas concentrações.
• O AHA mais utilizado em produtos cosméticos é o ácido
glicólico.
Principais AHA’s de uso em Cosméticos:

A utilização de AHA’s e seus derivados deverá ter sua concentração máxima


permitida em produtos cosméticos limitada a 10%, calculada na forma ácida, em
pH maior ou igual a 3,5. As formulações com valor de pH maior ou igual a 3,5 e
menor ou igual a 5,0 caracterizam o produto como Grau 2, e formulações com
valor de pH superior a 5,0 caracterizam o produto como Grau 1.
• Além da esfoliação, os AHA’s também aumentam a
síntese de colágeno e glicosaminoglicanas.
• São utilizados em produtos capilares para cabelos
oleosos, desobstruindo os folículos pilosos, melhorando
a oxigenação e a penetração de outros ativos.
• Atuam na melhora do aspecto das estrias e também
amenizam hipercromias, pois apresentam ação
clareadora (↓ produção de melanina).
Efeitos dos AHA’s na pele:
• Promover um aumento da hidratação do estrato córneo
através das suas propriedades umectantes deixando a
pele mais flexível e menos propensa a rachaduras;
• Redução sensível de rugas de expressão mais
profundas devido ao grande estímulo à produção de
colágeno;
• Redução gradual e até eliminação de acnes (espinhas e
cravos);
• Contrabalancear a redução da velocidade da renovação
celular em pessoas com mais de 25 anos de idade por
meio da esfoliação.
Produtos com AHA’s
Beta-Hidróxiacidos – BHA’s
• Os peelings por ácido salicílico são bem tolerados por
todos os tipos de pele, propiciam descamação das
camadas superiores do estrato córneo com pequena
inflamação posterior.
• Deve-se ter muita atenção com os fototipos acima de
4, pelo aquecimento que o produto pode provocar e
incentivar a hiperpigmentação pós inflamatórias,
principalmente em peles com presença de
discromias.
• São lipossolúveis se dissolvem em gordura, o que os
torna mais capazes de penetrar nos poros da pele,
onde as células mortas e o sebo são armazenados.
Ácido Salicílico
• É um Beta-Hidroxiácido (ß-Hidroxiácido), obtido da
casca do Salgueiro, com propriedades queratolíticas
(esfoliantes) e antimicrobianas, o que significa que afina
a camada espessada da pele e age evitando a
contaminação por bactérias e fungos oportunistas.
• É caracterizado ainda, por ser um regularizador da
oleosidade e também um anti-inflamatório potencial.
• A grande vantagem deste ácido é que apresenta um
bom poder esfoliativo e também uma ação hidratante,
cuja característica principal é a capacidade de
penetração nos poros ajudando na remoção da camada
queratinizada com uma ação irritante muito menor que
os outros ingredientes.
• É um esfoliante para dermatoses faciais superficiais, que
pode levar a melhora da pele de moderada a
significante, com relativa segurança para o usuário.
• Faz uma esfoliação da camada córnea por dissolução
do cimento córneo ou proteólise dos
corneodesmossomas.
• Os efeitos adversos podem ser sensação de queimação,
irritação e eritema, mas apenas no início do tratamento,
com o uso frequente os sintomas tendem a desaparecer.
• Indicado para tratamento do crescimento celular
excessivo, como psoríase, caspa, calosidades, verrugas,
acne e hiperqueratoses.

Salgueiro
Produtos com Ácido Salicílico
Poli-Hidroxiácidos – PHA’S
• São moléculas maiores, penetram mais lentamente
na pele.
• São umectantes e antioxidantes
• Auxiliando na prevenção do fotoenvelhecimento
• São capazes de normalizar a reposição celular e a
esfoliação, podendo estimular a produção de
ceramidas para reforçar a função de barreira.
Poli-Hidroxiácidos - PHA’S
A gluconolactona obtido pela O ácido lactobiônico que é
oxidação da glicose do milho. um acido orgânico, obtido
Ação: pela oxidação química ou
• Umectante e hidratante microbiana da lactose.
por reestruturar a Ação:
epiderme
• Renovador celular e • Promove efeito
antioxidante rejuvenescedor
• Fotoenvelhecimento • Revitalizante
• Acne e rosácea • Cicatrizante
• Linhas de expressão e • Hidratante
Rugas • Combate aos radicais livres.
• Hiperpigmentação
• Aumento de firmeza
• Proteção contra os danos
causados pro radicais livres
produzidos pela exposição solar
• Inflamação crônica da pele
prejudicada pelo sol
PHA’S – Gluconolactona
• Em função de sua estrutura molecular única, a gluconolactona é um
tratamento suave e não irritante com menor incidência de efeitos
colaterais que outros agentes, bem tolerado em peles sensíveis.
• Os PHA's oferecem benefícios clínicos e cosméticos significativos,
comparáveis com os efeitos obtidos com o ácido glicólico e outros
AHA's tradicionais.
Estas considerações é que fazem ter um valor especial em formulações
cosméticas:
• Pacientes de diversas etnias;
• Pacientes com rosácea;
• Pacientes com dermatite atópica;
• Pele sensível;
• Pacientes com comprometimento da barreira epidérmica: hiperqueratose,
ictiose,psoríase, infecções fúngicas.
• Podem melhorar a luminosidade da pele e reduzir visivelmente os sinais de
envelhecimento. Sem causar desconforto, pode ser usado nas áreas dos
olhos.
Vantagem dos PHA’s sobre os AHA’s e
BHA’s
• Não irritantes
• Causam menos ardência e queimação
• Permeiam mais lentamente
• Tem ação hidratante e umectante
• Neutralizam radicais livres
• Fortalecem a barreira cutânea
Resorcina
• A resorcina ou resorcinol, é
derivado do fenol e atua
como esfoliante devido às
suas propriedades
queratolíticas e de
precipitação de proteínas
cutâneas.
• Em cosméticos para a
pele, a concentração
máxima da resorcina não
pode ultrapassar a 2%.
Peeling de Jessner

• A solução desenvolvida por Max Jessner


• Composta por ácido salicílico 14%, ácido lático
14% e resorcina 14% em álcool 95.
• O ácido salicílico é fotossensível, e o ácido
láctico absorve a água existente no ar, portanto
a solução é sensivel à luz e ao ar.
• É peeling indicado para acne comedoniana,
hiperpigmentação pós- inflamatória, melasma e
fotoenvelhecimento leve.
Mecanismo de Ação do Jessner
• Seu mecanismo de ação baseia-se na propriedade
queratolítica do ácido salicílico e da resorcina e na
ação de epidermólise do ácido lático.
• A penetração depende do número de camadas;
• Podendo-se chegar a peelings médios.
• Provoca ardência e pode ou não ser retirado com
água.

• Pode ser feito na face e no corpo (pescoço, dorso),


porém para evitar risco de salicismo, deve ser feito em
uma área a cada sessão
REFERÊNCIAS

AZULAY. Dermatologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,


1998.
GOMES, Rosaline Kelly. Cosmetologia: descomplicando princípios
ativos. LMP.
KEDE, Maria Paulina Vilarejo. Dermatologia estética. São Paulo:
Atheneu, 2009.
RIBEIRO, Claudio. Cosmetologia aplicada à dermoestética. 2.ed.
São Paulo: Pharmabooks, 2010.
• Obrigada!

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