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Fronteira de Possibilidades de Produção e Custo de oportunidade

Os recursos produtivos ou fatores de produção são limitados, Porém, possuem três


características importantes: são escassos, são versáteis e podem ser combinados
em proporções variadas.
• A questão da escassez pode ser explicada pela degradação ambiental ocasionada
pela má exploração dos recursos naturais, má utilização dos recursos hídricos
ocasionando falta de água potável.
• Quanto à versatilidade: mesma matéria-prima retiramos uma infinidade de
produtos, tanto que em economia estudamos a cadeia de valor.
• Os recursos podem ser alterados nas proporções em que são utilizados para
produzir determinados produtos. Por exemplo, o governo moçambicano ordenou a
venda da farinha fortificada.
Dessa forma, temos, então, um problema de escassez, ou seja, de um lado os
recursos que são limitados e, de outro, as necessidades humanas que são ilimitadas.
Assim, a questão central do estudo da economia é como alocar recursos
produtivos limitados para satisfazer as necessidades da população.
Escassez e escolha de possibilidades produtivas

 O nosso mundo é um mundo de escassez e desejos ilimitados. Espera-se que uma economia faça
o melhor uso dos seus recursos limitados ou seja, use eficientemente os seus recursos, para
satisfazer as ilimitadas necessitadas dos cidadãos.

 A eficiência corresponde a utilização mais efectiva dos recursos de uma sociedade na satisfação
dos desejos e das necessidades da população.

 “A ciência económica diz que uma economia está produzir eficientemente quando não pode
aumentar o bem estar económico de um individuo sem prejudicar o de outro individuo”.

 Em suma, a ciência económica tem por essência compreender a realidade da escassez e, de


seguida, prescrever como a sociedade deve organizar-se de modo a fazer o uso eficiente dos
recursos.
Escassez e escolha de possibilidades produtivas

Devido a escassez dos recursos e disponibilidade tecnológica, os países não podem ter
quantidades ilimitadas de todos bens. Assim, com os recursos e tecnologia disponíveis, cada
país tem que fazer escolhas entre as diferentes possibilidades de produção, tendo em conta
que os recursos são escassos, devem ser usados eficientemente para a satisfação das
ilimitadas necessidades dos cidadãos.

Por ex, considerando uma economia que produz apenas dois bens económicos, como
milho e espingardas. As espingardas são bens de despesa militar e o milho despesa civil.
Se uma dada economia aplica toda a sua energia a produzir o bem civil, há uma
quantidade máxima de milho que pode ser produzida por ano. A quantidade máxima
produzida dependera da quantidade e da qualidade dos recursos da economia e da
eficiência produtiva (tecnologia) com que os mesmos são utilizados.
Escassez e escolha de possibilidades produtivas

Supondo que a quantidade máxima que pode ser produzida com a tecnologia e os
recursos é de 5000 ton. Caso os recursos e tecnologia existentes no pais em
referencia sejam hipoteticamente mobilizados para produzir o máximo de
espingardas (ex. 15mil) então terá que abdicar da produção do milho. Estas são as
duas possibilidades extremas de produção do pais em referencia.
Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção
 Gráfico que mostra as várias combinações de produto que a economia pode
produzir potencialmente, dados os fatores de produção e a tecnologia
disponíveis.
 É a fronteira máxima que a economia pode produzir, dados os recursos
produtivos limitados. Mostra as alternativas de produção, supondo os recursos
plenamente empregados.
 Representa as quantidades maximas de producao que podem ser obtidas por uma
economia, dado conhecimentos sobre tecnologia e a quantidade dos factores de
producao disponiveis.
Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção
Quantidade
. Produzida (bem y ) A: capacidade ociosa (ineficiência). Neste ponto o
ymax custo de oportunidade é zero, pois não é
x0 D necessário sacrifício de recursos produtivos para
B
aumentar a produção de um bem, ou mesmo, dois
C bens. A economia ainda não atingiu a eficiencia
A produtiva.

xmax
Quantidade
Produzida (bem x)
B e C: Não há como produzir mais, sem reduzir a
y0 produção do outro. Combinações de produto;
A CPP mostra o tradeoff da (Nível de produto Eficiente /Pleno Emprego).
sociedade, ou seja, a obtenção de
D: Nível impossível de produção. Posição
alguma coisa, está sujeita a abrir inalcançável no período imediato. Depende de
mão de outra. “Nada é de graça” factores como inovação tecnológica.
Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produção
Custo de oportunidade
Para realizar a alocação de recursos temos que fazer escolhas. Em economia toda escolha
envolve um custo de oportunidade, ou seja, quando escolhemos entre dois usos alternativos
para aplicar um recurso produtivo, essa escolha envolve a renúncia a uma das aplicações
possíveis. Assim, por exemplo, se você utiliza uma hora de seu tempo para estudar não
poderá utilizar essa mesma hora para ir ao cinema. Então, seu custo de oportunidade para
estudar é não ir ao cinema nessa uma hora. E claro que sua escolha é movida pela utilidade
que você atribui a cada uma das alternativas disponíveis para essa uma hora.
CUSTO DE OPORTUNIDADE / CUSTO IMPLÍCITO
É o valor económico da melhor alternativa sacri­ficada ao se optar pela produção de
um determinado bem ou serviço.
O custo de alguma coisa é o que você desiste para obtê-la. O custo de oportunidade
também é chamado de custo implícito (pois não implica dispêndio monetário).
Mediante esse con­ceito, com ampla aplicação na teoria económica, procura-se mostrar
que, dada a escassez de recursos, tudo tem um custo em economia, mesmo não
envolven­do dispêndio financeiro.
Custo de oportunidade e Fronteira de Possibilidades de Produção
.

Esse conceito é aplicado ao nível de pleno emprego, em cima da curva de possibilidades


de produção. Para pontos internos à CPP os recursos não estão em pleno emprego, e,
nesse caso, o custo de oportunidade é zero, pois não é necessário o sacrifício de
recursos produtivos para aumentar a produção de um bem, ou mesmo dos dois bens.
Exercício
O Sr. Júlio possui uma oficina de olaria onde se dedica à produção de estátuas e vasos
decorativos. Sabemos que o Sr. Julho demora 3 horas para produzir cada estátua, 1.5 horas
para produzir cada vaso. Por fim sabemos que o Sr. Júlio trabalha na oficina 9 horas por dia.
a) Represente a Fronteira de Possibilidade de Produção do Sr. Júlio num dia de trabalho.
b) Seria possível ao Sr. Júlio, num dia de trabalho, produzir e 3 vasos e 2 estátuas? Porque?
Represente no gráfico anterior a situação.
c) Qual o custo de oportunidade para o Sr. Júlio de produzir uma estátua adicional?
Interprete
d) O Sr. Júlio decidiu passar a trabalhar diariamente mais 3 horas na oficina de olaria, que
não poderão ser utilizadas na produção de estátuas. Como se altera a Fronteira de
Possibilidade de Produção para um dia de trabalho, assumindo que os tempos de
produção de cada bem se mantem constantes?
e) Assumindo a situação da alínea a), admita que o Sr. Júlio adquire uma maquina que lhe
permite reduzir o tempo necessário a produção de uma estátua para duas horas. Como
se alteraria a FPP? Nota: considere que o tempo de produção de cada vaso permanece
inalterado.
2. No país “Matalandia” produz se aço e fornos, sendo que a produção de uma tonelada de aço
gasta 40 horas de trabalho contra as 200 horas necessárias para produzir um forno. Sabendo que
este país é eficiente quando produz 100 toneladas de aço e 30 de forno responda:
a) Quantas horas disponíveis possui este país?
b) Representa esta FPP, analiticamente e graficamente
c) Quantos fornos são possíveis de serem produzidos quando somente se produz 120 toneladas
de aço?

3. Admita que o país “Bananalandia” a partir do factor trabalho produz-se jogos de futebol e
cerveja. Sabe-se que o país dispõe de 2000 horas de trabalho e que a produção de jogos de futebol
exige 10 horas de trabalho contra 20 exigidas pela produção de um baril de cerveja.
d) Encontre a expressão analítica e gráfica da FPP, deste país.
e) Assumindo que as horas de trabalho se mantivessem, mas que uma inovação tecnológica
reduzisse à metade o tempo de produção de um barril de cerveja, encontre a expressão
analítica e o gráfico da FPP deste país neste novo contexto.
f) Classifique o movimento.
g) Quantos jogos de futebol serão possíveis quando se produz 75 baris de cerveja.
Problemas económicos fundamentais
A economia tem por objetivo formular propostas a fim de resolver ou minimizar os
problemas econômicos. Atender as necessidades humanas, que são ilimitadas,
promovendo o bem-estar de cada um. Essa conquista se alcança com o emprego dos
fatores de produção, que são instrumentos básicos da economia.
Considerando a escassez dos fatores de produção, relacionando-a às necessidades
ilimitadas das pessoas, temos o que podemos chamar de “problemas econômicos
fundamentais”, que são eles:
 O que e quanto produzir? Considerando a escassez dos recursos de produção,
terá que se escolher, dentre as possibilidades de produção, quais produtos deverão
ser produzidos e em que quantidades.
 Como produzir? Levando-se em conta o nível tecnológico existente na
economia, deve-se escolher quais recursos de produção deverão ser utilizados par
a produção dos bens e serviços que irão atender às necessidades da sociedade.
 Para quem produzir? A sociedade decidirá, também, como seus membros
participarão da distribuição dos resultados de sua produção. Os produtos serão
consumidos por quem tenha renda para participar do mercado de bens.
Necessidades, Bens Económicos e os Serviços
Necessidade:
É a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la. Representa
um estado em que percebe alguma privação.
É tudo que o Homem precisa para sobreviver, num contexto amplo e cuja
satisfação depende do exercício por ele de uma certa actividade.

As necessidades estão vinculadas a outra ideia económica, a da utilidade,


ou seja, a de que um bem possui valor económico se for útil à satisfação das
necessidades.
 Implicam o dispêndio de recursos escassos
 A renúncia a outras satisfações alternativas.
Necessidades humanas: Desejo de compra
de bens e serviços, que podem surgir em
função das necessidades próprias de
subsistência de cada um; em função do
meio em que se vive; ou em função de
aspectos psicológicos que induzem ao
surgimento de necessidades nas pessoas.
Podemos dividir as necessidades humanas em:
 Primárias, naturais ou vitais – São aquelas imperiosas, isto
é, que devem ser satisfeitas para garantir a subsistência do
homem.

Ex: alimentação, habitação, vestuário, medicamentos, etc.


 Secundárias, sociais ou artificiais – São aquelas criadas
pela civilização do homem. O não atendimento implica
apenas num sofrimento não fatal. O homem pode viver sem
saciar as necessidades secundárias.

Ex: cinema, rádio, gravata, etc.


Exemplo

A aquisição de uma viatura pode equivaler a alguns milhares de


dólares;

Como vê, não é uma necessidade primária para a maioria dos


moçambicanos, uma vez que não têm recursos capazes de satisfazer
esse desejo;

É um bem totalmente fora do alcance das suas possibilidades;


Enquanto que um saco de farinha constitui uma necessidade, porque
com este poderão eliminar a fome.

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Características das necessidades:
 Multiplicidade
 Saciabilidade

 Substituição

 Hierarquização

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 Multiplicidade – significa que as necessidades tendem
constantemente a aumentar com a evolução da sociedade
(progresso do conhecimento, da tecnologia, dos meios de
transporte e de comunicações, etc.);
 (as necessidades aumentam à medida que tempo passa)

 Saciabilidade - porque é possível diminuir a sua intensidade


ou seja as necessidades desaparecem quando são satisfeitas

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 Hierarquização – dependendo da sua intensidade,
podemos ordenar as necessidades duma forma
hierárquica, das mais importantes às menos
importantes para manter a pessoa viva.
 (as necessidades podem ser hierarquizadas segundo a
intensidade com que são sentidas)
 Substituição: porque as necessidades podem ser
substituídas por outras ou satisfeitas de diversas formas

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Hierarquização das necessidades segundo Maslow: são
agrupadas em 5 níveis nomeadamente:

(I) Fisiológicas

(II) Segurança

(III) Sociais

(IV) Ego ou auto-estima

(V) Auto-realização ou auto-aperfeiçoamento

Os primeiros 3 níveis são aquelas que constituem pilares para o


crescimento e desenvolvimento socioeconómico no meio rural.

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Necessidades de auto-realização

Necessidades de auto-estima

Necessidades sociais

Necessidades de Segurança

Necessidades Fisiológicas

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Hierarquia das necessidades segundo Maslow

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

São constituídas pelas exigências básicas:


 Respirar
 Comer
 Beber
 Dormir
 Sexuais (como garante da reprodução para continuidade da espécie humana)

NECESSIDADES DE SEGURANÇA

 Sentir se protegido
 Estabilidade
 estar dentro de casa,
 religião,
 Emprego,
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NECESSIDADES DE ORDEM SOCIAL
 Identificar-se com a sociedade
 Sentir-se parte integrante

 Não ser excluído


 Vestuário,

 Habitação e
 Transporte.

NECESSIDADES DE CARATER EGO OU AMOR PROPRIO

 Componente interna – sentir se bem consigo próprio

 componente externa – desejo de receber elogios, reconhecimento e sentir-


se importante
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NECESSIDADES DE AUTO-APERFEIÇOAMENTO
Necessidades quer materiais quer espirituais, o que
significa que se ao nível do ego estiver bem, espira
ao nível de aperfeiçoamento porque julga ainda
melhor. Em resumo, esta necessidade significa o
ser da pessoa.

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Bens

É tudo aquilo que satisfazem directa ou indirectamente


os desejos e necessidades dos seres humanos.
Os bens podem ser livres e económicos
Bens livres: são aqueles bens abundantes e úteis para o
homem mas fora do contexto da economia.
Ex: a luz solar, o ar, o mar.
Esses bens não possuem preços;
Bens Económicos: são úteis. Possuem preços, são
relativamente escassos e supõem a ocorrência de
esforço humano para obtê-lo.

Podem ser definidos como aqueles bens úteis e escassos


em quantidade, dada a sua procura.
Os bens econômicos podem ser classificados como:
Bens de consumo — duráveis e não duráveis,
Bens de capital e
Bens intermediários.
 Os bens de consumo destinam-se directamente ao
atendimento das necessidades humanas. Podem ser
classificados conforme sua durabilidade.
 Os bens com vida útil mais prolongada são
denominados de bens duráveis (por exemplo, móveis,
eletrodomésticos, automóveis) e os bens com vida útil
curta, que se consomem mais rapidamente, são
chamados bens não duráveis (por exemplo, alimentos,
produtos de higiene, roupas).
 Os bens de capital são utilizados na fabricação de outros
bens, mas não se desgastam totalmente no processo
produtivo. Isso quer dizer que os bens continuarão a
gerar novos produtos. É o caso de máquinas,
equipamentos e instalações. São usualmente
classificados no activo fixo das empresas.
 Os bens intermediários são transformados ou agregados
na produção de outros bens e são consumidos totalmente
no processo produtivo. São os insumos, matérias-primas e
componentes. Diferenciam-se dos bens finais, que são
vendidos para consumo ou utilização final. Bens de capital
e bens de consumo são bens finais e não intermediários
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2006).
Serviços

O trabalho, quando não é destinado à criação de bens


(ou objectos materiais) pode visar à produção de
serviços. Os serviços também se destinam a satisfazer as
necessidades humanas:
- Distribuição de produtos;
- Necessidades culturais;
- Outros serviços: bancos, seguros, corretores, etc.
CONCLUSÃO
Nesta teoria permite-se tecer as seguintes ilações:

 As pessoas são motivadas por cada nível de necessidade até estar


satisfeita

 Depois dirige sua preocupação para nível imediatamente superior

 As necessidades não são estanques

 Os níveis são progressivos.

 Assim pode se dizer que qualquer meio ou camada social é preciso


ter em conta as perspectivas das motivações, das necessidades
básicas e de forma como as tais necessidades as comunidades
ordenam ou definem como prioridades

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Factores de producao
Factores de produção

Desenvolver qualquer actividade requer uma grande quantidade de ferramentas e


pessoas, por mais simples que seja a atividade. Ao longo da cadeia produtiva de
determinado bem ou serviço, os fatores de produção são ordenados em todo
processo de transformação do insumo (matéria-prima), até resultar no produto final.
Factores de produção – são os recursos ou elementos básicos utilizados na
produção de bens e serviços. São elementos que tornam possível a existência da
produção. São eles: Terra (recursos naturais), Trabalho e Capital
Terra: São os recursos naturais renováveis e não renováveis onde assetam as
actividades empresariais. A terra eh remunerada através do aluguer.

Trabalho: Conjunto de actividades económicas, intelectuais e manuais, organizadas


e coordenadas por homens, com vista a produzir bens e serviços económicas. Numa
economia, o trabalho pode ser quantitativo e qualitativo. Como factor de produção,
o trabalho humano no exercício das actividades é remunerado através do Salário.

O salário pode ser medido pelo tempo ocupado na produção, ou por unidades desta.
Capital: Este é o factor de produção que mais qualifica ou melhora o resultado do bem final.
Diferente do uso comum para a palavra capital (utilizada como quantia de dinheiro), quando se fala
no factor de produção Capital estamos falando do conjunto de estruturas que a sociedade dispõem
para a produção de facto. Máquinas, prédios e equipamentos podem ser considerados capital. O
capital remuneramos atraves do juros.

De acordo com esta classificação, o capital é subdividido em duas grandes categorias: capitais fixos e
os capitais circulantes.

Capital fixo – o bem de produção duradoiro capaz de ser aplicável em vários ciclos de produção. Ex:
maquinaria, imóveis.

Capital circulante – bem de produção de gasto imediato, que por se consumirem totalmente no acto
de aplicação, mudam de forma, pois desaparecem sob a sua forma inicial, no processo de produção.

Ex: fertilizantes, pesticidas, sementes, forragem, energia

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