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Os conflitos Armados em

Cabo Delgado
Ataques Armados em Moçambique
Possíveis causas
Acesso desigual aos recursos estatais alimenta a insurgência
• O acesso desigual aos recursos do Estado e a marginalização dos mais
pobres estão por trás da insurgência em Cabo Delgado, de acordo
com uma importante nova pesquisa de João Feijó, do Observatório do
Meio Rural. As altas taxas de pobreza são generalizadas e
semelhantes em todos os três grupos etnolinguísticos, e a insurgência
é alimentada por mudanças pós-independência relacionadas ao
acesso desigual aos recursos estatais. “As populações Muani e Macua
veem o Estado como partidário e capturado por grupos
etnolinguísticos específicos (principalmente Macondes em aliança
com elementos do Sul).”
Principais causas
Jovens presos na “esperança” – uma população jovem crescente que
não consegue encontrar empregos ou fontes de renda para se tornar
independente e passar para a idade adulta.
• Desigualdades grupais ou horizontais, em que Muanis e Macuas
(maioritariamente muçulmanos e apoiantes da oposição) estão em
desvantagem face aos Maconde (cristãos e Frelimo). Mas as
crescentes divisões de classes dentro dos Maconde, que são
promovidas por corrupção e nepotismo no estado, por sua vez
alimentados por bom da mineração e do gás.
Os distritos Afectados
• Cinco distritos afetados pelo terrorismo, nomeadamente, Palma,
Mocimboa da aldeia, Muidumbe, Nangade e Quissanga, em Cabo
Delgado, beneficiaram de igual número de novas ambulâncias,
devidamente equipadas, numa doação do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento-PNUD, no âmbito do Programa de
Reconstrução.
Distritos Afectados
O movimento migratório das populações para outras
cidades ou províncias bem como para países vizinhos

de Cabo Delgado, norte Moçambique, é uma das regiões


s do país. Desde outubro de 2017, a região tem sofrido
es violentos de um grupo armado não-estatal. Ao longo do
esses ataques cresceram em força e brutalidade, como
ado no último grande ataque à cidade de Palma, no final
Embora as razões para este conflito possam ser
das, suas consequências são bastante claras: cerca de 700
estão deslocadas, vivendo com medo, insegurança e sem
ecessidades básicas para sobreviver, incluindo comida,
o e saúde.
Centenas de milhares de pessoas foram deslocadas
• Em março de 2020, as organizações internacionais estimaram que 156 mil
pessoas¹ haviam sido deslocadas em Cabo Delgado. Agora, pouco mais de um
ano depois, as estimativas quadruplicaram, atingindo cerca de 700 mil
pessoas² que foram obrigadas a abandonar suas casas devido à escalada da
violência em Cabo Delgado. Aldeias inteiras foram totalmente queimadas,
muitos viram parentes serem mortos, entes queridos desaparecerem, sem
saber se eles um dia vão voltar. Milhares de pessoas fugiram para o mato,
onde passaram vários dias caminhando com medo de serem encontradas,
sem acesso à água ou comida em busca de segurança. As comunidades que
os acolheram e os campos de reassentamento estão superlotados e as
pessoas vivem em condições extremamente ruins e insalubres.
As pessoas fogem sem nada e precisam de tudo

• As pessoas muitas vezes fogem e chegam a cidades maiores como Pemba ou


Montepuez em condições muito precárias. Depois de muitos dias caminhando
no mato, assustados e sem acesso à comida ou água, homens e mulheres,
inclusive idosos e crianças, precisam de tudo: um lugar para dormir à noite,
tendas ou material para construir sua própria cabana, mosquiteiros para
protegê-los da malária, roupas, cobertores, comida, água e cuidados médicos.
Famílias inteiras deixaram suas vidas todas para trás em busca de segurança,
mas a jornada é apenas o primeiro obstáculo que têm de ultrapassar para
encontrar a estabilidade, uma vez que o conflito em Cabo Delgado não dá
sinais de resolução.
O papel da S.A.D.C e no mundo na pacificação dos
conflitos
Analistas saudam a decisão da Comunidade para o Desenvolvimento da
África Austral (SADC) de intervir no conflito militar em Cabo Delgado,
norte de Moçambique, mas dizem que, além da demonstração de
força, é preciso também apaziguar os corações, que podem não estar
tão felizes como se pensa.
• O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou que a SADC está
a preparar planos para intervir na província de Cabo Delgado,
afirmando que “a questão de insegurança está a ser discutida,
extensivamente, com base em briefings do próprio Governo de
Moçambique”.
Marrengula acredita que a experiência da África do Sul, resultante da
sua intervenção na República Democrática do Congo, possa ser de
alguma utilidade, porque tendo em conta aquilo que está a acontecer
em Cabo Delgado, “há questões de inteligência e de controlo da
fronteira marítima” que se deve ter em conta.
• Apaziguar corações infelizes
• Para Marrengula, “é preciso demonstrar força, mas ao mesmo tempo
que se procura domar e apaziguar corações que possam não estar tão
felizes como nós pensamos que estão”.

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