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Biogeografia de Ilhas

Ilhas como experimentos naturais


• A grande diversidade de ilhas no mundo e diversidade
de suas características físicas e ecológicas as tornam
experimentos naturais.
– Área
– Isolamento
– Presença ou ausência de predadores
– Presença ou ausência de competidores
• Experimentos de longo prazo – tempo suficiente para
que tenhamos respostas evolutivas a essa variação.
A principal obra dentro da biogeografia de
ilhas

Tendência do
número de
espécies aumentar
proporcionalmente
à área da ilha e
diminuir com o
isolamento.
• O número de espécies em uma ilha é o balanço entre
taxas de imigração e extinção.

pequena

perto

longe
grande

SGP > SGL ≈ SPP > SPL


Como é a determinada a riqueza de
espécies em áreas continentais?

Especiação
Espécies por ano

Em áreas continentais a
riqueza de espécies é
determinada pelo equilíbrio
entre as taxas de especiação e
Extinção
as taxas de extinção.

Número de espécies no continente


Tamanho e isolamento

– Efeito do tamanho da ilha


– Extinção será menor em ilhas grandes

Efeito alvo - tamanho pode afetar migração

– Efeito do isolamento da ilha


– Imigração será menor em ilhas distantes

Efeito resgate - isolamento pode afetar extinção


Biogeografia de Ilhas
CRÍTICAS
•Ignora relações ecológicas, filogenia, processos
históricos e especiação.

APLICAÇÃO
•Conservação: fragmentos ≈ ilhas
•Conservar um fragmento grande ou vários pequenos?
O raciocínio criado
para entender a
riqueza de espécie
em ilhas pode ser
usado para picos de
montanhas, lagos ou
mesmo fragmentos
florestais.
Ilhas Galápagos
Efeito da área

Isolamento constante
Todas ilhas estão a mesma distância do
Continente
Efeito da área
Aves em ilhas próximas ao continente na América do Norte

1,000
Number of species (log scale)

100

10

1
1 10 100 103 104 105 106 107 108 109 1010
Area (acres)
Efeito da área
Efeito do isolamento

Processo de recolonização para quatro ilhas na Florida após um impacto


ambiental causado por pesticidas.
As ilhas mais distantes não alcançaram o número de espécies das ilhas
mais próximas.
Efeito do isolamento

• Ilhas isoladas tem menos


espécies
– Menos imigração e menor
efeito resgate (quando
uma população está quase
extinta mais é ‘resgatada’
por indivíduos vindo do
continente)
Efeito da área e isolaento em picos de montanhas
Equação espécies x área

S  cA z

• S = número de espécies – riqueza de espécies


• c = uma constante referente o número de espécies
por unidade de área
• A = área
• z = constante referente a inclinação da reta relativa a
S (riqueza) e A (área)
Em ilhas o z assume valores de ~0,3

S  cA z

S  28.6 A 0.32

C = 28.6

Z = 0.32
Em ilhas o z assume valores de ~0,3

S  cA z
S  3. 3 A 0.30
C = 3.3; Z = 0.30
Mas cuidado, o Z refere-se a inclinação da reta quando
em escala logarítmica, porque ele é um expoente da
área na equação, e não um multiplicador
Equação espécies x
área

• Em áreas continentais os valores encontrados de z ficam entre


0,15 e 0,24
– Isso quer dizer: uma inclinação mais suave, um efeito menos da área
sobre a riqueza de espécies

• Por que a diferença?


– Áreas continentais sofrem mais influência dos seus vizinhos, uma
plantação de soja é uma barreira menos eficaz do que um oceano.
Variação no Z entre ilhas verdadeiras e
fragmentos florestais no México

Fragmentos florestais

Oceanic

Oceanic
Efeito da
fragmentação em
primatas no mundo
Rotatividade (turnover) de espécies em ilhas
Ilha de Krakatua
Destruída em 1883 por uma erupção vulcânica.
Recolonizada por espécies de Java e Sumatra;
em 1935 já havia uma floresta tropical na ilha.
Rotatividade (turnover) de espécies em ilhas
Ilha de Krakatua
Destruída em 1883 por uma erupção vulcânica.
Recolonizada por espécies de Java e Sumatra;
em 1935 já havia uma floresta tropical na ilha.
Até 1920 houve um aumento no número de
espécies, com muitas imigrações e poucas
extinções.
Após 1920, as imigrações continuaram, mas um número equivalente de
espécies foi extinta no mesmo período. Mostrando que o numero de
espécies permaneceu constante, mas com uma grande rotatividade de
espécies.
Endemismo em ilhas
Ilhas são ambientes relativamente isolados, poucas
espécies chegam nelas e uma vez instaladas, seguem
caminhos evolutivos específicos.

Em função do isolamento geográfico apresentam altas


taxas de especiação e de extinção (baixo efeito resgate)
Ilhas são mais sensíveis a espécies exóticas
Também em função do isolamento as espécies interagem com um número
menor de espécies. Possuem menos competidores e menos predadores.
Em função disso, são consideradas faunas ‘preguiçosas’, sendo
particularmente sensíveis a espécies exóticas vinda dos continentes.
Nos continentes a taxa de competição e predação são altas, logo a fauna
não é ‘preguiçosa’, podendo se tornar ferozes invasores.

Boiga irregularis
e as ilhas Guam
Os gigantes
• As tartarugas de Galápagos são
típicos organismos insulares de
tamanho corporal muito grande.

• 85% dos roedores insulares são


maiores do que seus parentes
terrestres.

• Esse fenômeno provavelmente


ocorre em função da ausência de
predadores e poucos competidores.
Os anões
• Nas ilhas do mar mediterrâneo existiam
hipopatamos, elefantes e cervos anões.
• A hipótese ainda a ser testada é que a
disponibilidade de recursos para grandes
herbívoros é reduzida em ilhas.
• A ausência de predadores também é um fator
que possibilita o nanismo – não é bom ser o
elefante pequeno se tem um leão atrás do
grupo…
• Homo floresiensis, uma espécie de homem
que viveu na Ilha das Flores, na Indonésia.
Tinha cerca de um metro de altura

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