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Tipologias da colonização
América Latina: países diferenças étnicas
Classificação das colônias
Leroy Beaulieu (século XIX)
• Fortemente usada no Brasil:
• Caio Prado Jr, Fernando Novaes etc
• Visão do colonizador: suas possibilidades e intenções:
1. Colônias comerciais
entrepostos, feitorias
2. Colônias agrícolas
colônias de povoamento
3. Colônias de exploração
Outra possibilidade de tipologia
• Diferenciar povoamento de exploração
nem sempre fácil
• Hardy (XX)
• Colônias de enraizamento
• Por substituição
• Substituição da população
pré-existente pela metropolitana
• Por associação
• Mesclagem das duas populações
• Por repovoamento
• Importação de um terceiro grupo populacional (mão de obra)
• Colônias de enquadramento
• Massa populacional que continua sendo constituída pela população pré-existente, mas
dirigida “enquadrada” por colonizadores
De volta as tipologias ...
Pode-se diferenciar os povos da América Latina por grau de
sedentarismo:
1. Sedentários
2. Semi-sedentários
3. Não sedentários
por
substituição
Enra
por
izam associação
ento
com
repovoamento
Enquadramento
América Latina no final do primeiro quarto do XIX
• Com Independência:
“Balcanização” da América
latina
• América do Norte
• Diversas coloniais se
confederam para formar
dois países: EUA e Canadá
• América Latina:
• 5 “Vice reinos”: formam 16
países sem falar do Caribe e
colônias
Onde não se tornou
independente:
Cuba e Porto Rico
Colônias espanholas
Guianas
Colônias (GB, Fr, Hol)
Ilhas Caribenas
Martinica e Guadalupe (Fr)
Jamaica, Trinada e Tobago e
Bermudas (GB)
Curação (Hol)
Ilhas Virgens (Din)
S. Bartolomeu (Suécia)
Belize
Protetorado britânico
• Brasil: único “vice-reino” onde
continuidade territorial é mantida
• Vice Reino da Nova Espanha
• México inicialmente se separa da
Capitania (Audiência) da
Guatemala onde se funda a
Federação Centro Americana
• Esta por sua vez se subdivide em
5 países:
• Guatemala
• El Salvador
• Nicarágua
• Honduras
• Costa Rica
• México: perda do Texas (36)
Vice Reino de Nova Granada
tentativa de formação da “Grã
Colômbia” mas acaba criando três
(depois 4) países
Equador (audiência de Quito)
Venezuela
Colômbia
Inicialmente envolvia Panamá,
depois este se separa
Vice Reino do Peru
Forma duas regiões:
Chile (Audiência)
Peru (junta audiências de Lima e
Cuzco)
Num primeiro momento tenta
se estabelecer um
confederação com a Bolivia
(Audiência de Charcas), depois
Peru e Bolívia se separam
Vice Reino do Prata
Na origem se configura a
Confederação do Rio da Prata
Depois separação do
Paraguai
Bolívia (audiência de Charcas
– Alto Peru) que tenta se unir
com Peru mas acaba ficando
isolada
Uruguai
Argentina (Províncias Unidas
do Prata)
Inglaterra
Bélgica
Ouro Alemanha
Suíça
França, EUA
Áustria-Hungria
Predominância Rússia, Egito
Japão, Holanda
de divisas Austrália
Escandinávia
estrangeiras África do Sul
Outras colônias britânicas
Totalmente em Filipinas
divisas Índia
estrangeiras 44
Latino americanos
Reservas
• Reservas em ouro ? Possível ter em moeda de
outros países? Quanto se deve ter em reservas ?
• Inglaterra tem menos reservas em Ouro que
muitos países (França, Áustria-Hungria, EUA,
Alemanha, Itália)
• Japão e Índia tem mais libras (e/ou títulos do
governo Britânico) em reservas que Inglaterra
tem de ouro
• Vários países mantém reservas também em
• franco (Rússia) e/ou títulos franceses
• marco (Chile) e/ou títulos alemães,
• prata (Espanha)
Papel moeda e reserva metalica
Países: utilizam papel-moeda e moedas representativas
• Muitos trabalham com sistema proporcional
• Relação entre dinheiro em circulação (notas) e
“equivalente” ouro (35/40%)
• Existe diferentes “alavancagens” na relação entre o meio circulante, o
ouro e as reservas em haveres estrangeiros
• Alguns países sistema quase totalmente fiduciário
• Emissão de montante de moeda não totalmente lastreada
em reservas, apenas aumento na oferta de moeda
lastreada em ampliação das divisas
Fazem parte do Padrão Ouro pois sempre que
solicitados trocam papel por ouro a um preço fixo
Padrão Ouro – visão geral
1. Liquidação de pagamentos internacionais – “transferência de
Ouro”
• Reservas em Ouro - liquidez,
• Na prática, com tempo, muitos países adotam libra
2. Conversibilidade da moeda nacional em Ouro à uma taxa fixa
• se todos os países - sistema de cambio fixo
• taxas de cambio só flutuam entre pontos do ouro - custo de transporte
e seguro
3. Liberdade na exportação e importação de divisas (Au) - livre fluxo
de capitais
• em alguns países (CH, Hol, Belg) conversão não automática
• pode existir intervenções evitando saída
4. Qual mecanismo de ajuste do Balanço de Pagamento
Atrelar Política Monetária às reservas
Variação de reservas leva a uma variação da oferta interna de moeda
Como funciona o Padrão Ouro ?
O equilíbrio no Balanço de pagamentos
Regras do Padrão Ouro
Os mecanismos “automáticos” de
ajustes nos Balanços de pagamentos:
• Mecanismo de D. Hume (1752):
mecanismo de fluxo de moedas metálicas
• Bal Comercial negativa – saída de ouro – deflação
• Bal Comercial positiva – entrada de ouro - inflação
• mecanismo de preço possui um impacto sobre balança.
Comercial que corrige o desequilíbrio
• hipótese: P e w flexíveis facilitam ajustes
• Modelo antigo:
• só circulam moedas de ouro
• Não existe papel moeda e bancos não tem função
• Fluxos de ouro – só para pagar mercadorias,
• balança de capital e diferenças de juros entre países não tem
importância no modelo
As “regras do Jogo” (Keynes 1925)
• Mecanismo de juros no redesconto
• mesmo efeito de Hume mas não necessário saída de ouro
• Se BC (autoridade monetária) percebe (ou prevê que
existirá) uma saída de ouro (déficit Balanço de Pagtos)
• Aumento de juros (do redesconto)
• diminui desejo dos bancos de fazerem empréstimos
redescontando títulos junto ao BC – produz um aperto
monetário
• diminui crédito, diminui demanda e diminui importações
• Impacto positivo sobre balança de capitais, atrai capital
• Consequências normalmente recessivas
mas resolve problema de saída de ouro (deficit Bal pgtos)
Ajuste em câmbio fixo
Entrada de
R juros capitais
Déficit Currency Equilíbrio
BP Board BP
Recessão
preços
Ms
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Padrão Ouro – visão geral
1. Liquidação de pagamentos internacionais – “transferência de
Ouro”
• Reservas em Ouro - liquidez,
• Na prática, com tempo, muitos países adotam libra
2. Conversibilidade da moeda nacional em Ouro à uma taxa fixa
• se todos os países - sistema de cambio fixo
• taxas de cambio só flutuam entre pontos do ouro - custo de transporte
e seguro
3. Liberdade na exportação e importação de divisas (Au) - livre fluxo
de capitais
• em alguns países (CH, Hol, Belg) conversão não automática
• pode existir intervenções evitando saída
4. Qual mecanismo de ajuste do Balanço de Pagamento
Atrelar Política Monetária às reservas
Variação de reservas leva a uma variação da oferta interna de moeda
• nem sempre existe monopólio das notas - qual comportamento do
sistema bancário na emissão?
Regras ou discrição ?
Até onde regras do jogo são seguidas ?
(regras do jogo não foram assinadas)
• Autoridade Monetária tem poder discricionário e pode (ou é levado a
usá-lo), por exemplo,
• Não aumentando os juros pois
• Problema com recessão
• Problema com perda de lucro e de clientes dos bancos nacionais privados
• Problema liquidez (emprestador última instancia)
• Quebra de bancos: p.ex. Overend & Gurney (1866) e Baring (1890)
• Problema com custo da divida pública
• Nos momentos inversos, não abaixando os juros e fazer a
“esterilização” de entrada de recursos (políticas de neutralização)
• em função por exemplo de possível surto inflacionário
O Padrão-Ouro como instituição
característica de um momento histórico
• Se Autoridade Monetária (AM) pode usar seu poder discricionário e
sair das “regras do jogo” então não existe o Padrão ouro ?
• Não existe estabilidade das taxas de cambio, fluxos de capital ?
• Questão-chave para compreender o funcionamento do Padrão-Ouro
• Padrão Ouro é um mecanismo informal mas é uma
“instituição” socialmente construída:
• Historicamente AM está bem protegidos contra pressões que o
afastam das “regras do jogo”
• Pedra fundamental: Confiança no compromisso dos governos com os
princípios do Padrão-Ouro e consenso (mundial ?) no benefício da
preservação das regras de ouro
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“Assim é melhor e assim se fará”
1) Credibilidade da Autoridade Monetária e fluxos de
capitais de natureza estabilizadora
• BC pode se afastar das regras e até agir por algum tempo em
sentido oposto mas se acredita que no longo prazo teremos a
manutenção (ou volta) às regras do jogo
• Existe confiança de que “assim é melhor e assim será feito” mesmo que
no curto prazo existam razões conjunturais para se afastar da boa prática
• Não existem muitos movimentos financeiros desestabilizadores
(ataques), ao contrário, quando há a perspectiva de desvalorização,
existe um movimento de compra (expectativa de ação da AM) e volta
ao normal
Mesmo desrespeito às regras do jogo no curto prazo resulta em fluxos
estabilizadores pois existe confiança que AM’s respeitem as regras no
longo prazo
Consenso: assim é melhor
2) Reduzida pressão política em favor de outros objetivos
que não a estabilização econômica (regras do jogo)
• Estabilização econômica : manter taxas de cambio estáveis, preços
estabilizados e com base nisto permitir expansão
• “Regras” podem implicar em políticas contracionistas mas as
pressões para evitá-las são pequenas pois
a) Não existe consenso na época sobre a relação entre uma possível política
do BC e a atenuação do desemprego, ainda mais que preços eram flexíveis
b) Salários e preços flexíveis políticas tem menor impacto sobre o emprego
c) Junto com Padrão Ouro existe o crescimento do mundo ricardiano e da
economia global e seus beneficiários são fortes defensores do padrão ouro
d) trabalhadores como principais atingidos tem reduzida participação política
em função de ainda prevalecer voto censitário
e) Governos privilegiam laços internacionais a demandas internas
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3. Solidariedade Internacional
Problemas quando situação é assimétrica
Necessário políticas diferenciadas e “solidariedade”
Exemplo: Crise do Baring (1890) – Argentina
• Dúvida se Banco da Inglaterra é capaz de, como emprestador em ultima
instancia, socorrer o Baring e ao mesmo tempo defender a paridade da libra
(seguir as regras do jogo (política monetária adequada)
Por que socorrer é importante: efeito contágio (liquidez e psicológico), crise
sistêmica etc
Solução: Banco da Inglaterra recebeu recursos (ouro) de outros países (França e
Rússia) para garantir seu papel de emprestador em última instancia e manter
libra conversível
• Existem outros exemplos de medidas de cooperação internacional – esta
se mostrou necessária em momentos de crise internacional
• Dinamarca 1882, EUA 1893, Alemanha 1898
• Nacionalismo da política monetária não plenamente difundido e vistos
como problemas temporários e pontuais
• Aceita-se por vezes clausulas de exceção: suspensão temporária da
conversibilidade
• Solidariedade e aceitação de excepcionalidade mais fácil dentro do
clube; fora dele nem tanto
Problemas
• Estabilidade - depende de confiança e cooperação
(Eichengreen)
• não existir pressão política interna (isolamento das autoridades)
• nem conflitos internacionais – solidariedade
• Com tempo existe diminuição das condições de confiança e
solidariedade
• falta de Ouro e desconfiança da alavancagem da Inglaterra
• Diminui papel central da GB e crescimento novos países industriais
• Disputas internacionais afetam credibilidade e possibilidades de solidariedade
• Regente da orquestra: disputa pela posição ou ninguém quer seu ônus
• crescem pressões políticas: Internas e externas
• Diminui consenso – benefícios para quem ?
• Trabalhadores e periféricos
• Pareto otimo - todos ganham mas não igualmente
• Será Pareto otimo?
• Por que perseguir Pareto otimo ?
Assimetrias sob PO
• PO no centro – leva a estabilidade
• Estabilidade que não se verifica na periferia por que ?
• Problemas auto inflingidos
• Assimetrias no ajustamento
A política anti Padrão Ouro na Periferia
• Defensores de Padrão ouro – não tão forte fora da
Europa
• EUA é um exemplo – grandes críticos do crime de
73 e da deflação
• Pressão para recunhagem da prata, alavancagem do
sistema
• AL: defensores da desvalorização (e da inflação)
Sistema não funciona tão bem na periferia
• Cooperação não atinge periferia
• Se GB problemas – socorro. Se AL ?
• Problemas da periferia não põe em risco sistema
• Países AL – não instituições (bancos centrais ?) para fazer cooperação
• Países periféricos : sistema financeiro menos desenvolvido
• Perda de Ouro – implica automaticamente em política monetária
apertada
• Não é possível – “compensações temporárias”
• Não existe BC que esteriliza saída de capital
• Não existe emprestador em última instancia,
• Não existe mercado de títulos para política de esterilização
As assimetrias
• Problema superávit de um, déficit de
outro - manter sistema mais difícil para
país devedor que credor
• Até onde coordenação automática e
simetria?
• Mais fácil desacelerar exportações de
capital quando há problemas na conta
corrente do que conseguir novos
empréstimos para financiar BTC ou fazer
ajustes na própria
Países exportadores de commodities
• Dependência de poucos produtos
• Sujeitos à abalos muito fortes nos preços
das exportações
• Oscilações significativas dos termos de troca
• Sujeitos a efeitos desestabilizadores dos
fluxos de capital
• Conta corrente (comercial) e de capital se
reforçam mutuamente
Furtado e o PO
• “impossibilidade de adaptar-se às regras do
padrão ouro, base de toda a economia
internacional no período que aqui nos ocupa”
• ordem internacional era assimétrica
• economia especializada na exportação de poucos
produtos primários era incapaz de permanecer no
padrão ouro
• Incapacidade fundamentalmente explicada pela
instabilidade cíclica das exportações e as
dificuldades quando das crises e quedas dos
preços das commodities
Padrão Ouro na AL: problemas
Furtado: AL possui diferenças em relação aos países centrais
• Exportações e Balanço de Pagamentos – mais importante no
total da renda e na sua dinâmica que países centrais
• Elevado coeficiente de importações
• Oscilações do BP (oscilações do Preço dos produtos exportados)
são mais agudas que nos países centrais
• déficit BP e seu combate: efeitos fortes na economia da AL
• regras de PO (cambio fixo e política monetária metalista) – podem
causar recessão profunda
• Queda de reservas grande, contração monetária também deveria ser
substancial para reverter BP – traumatiza sistema
• Fluxos de capital – não funciona de forma contra-ciclica, ao contrário
existe saída de capital se economia cafeeira entra em crise
• Os mecanismos de transmissão internacional das crises
para os países periféricos envolveriam tanto o mercado de
bens quanto os fluxos de capital.
• Há(via) uma correlação positiva entre a variação cíclica
das receitas de exportação e dos influxos de capital
• uma dupla bonança (comercial e financeira) nas fases de alta
que seria seguida por uma dupla penúria assim que uma crise
cíclica se verificasse nos centros industriais.
• Estes ciclos seriam transmitidos ao sistema econômico
periférico de modo além de seu controle, de maneira
que “a crise penetrava neste de fora para dentro e seu
impacto alcançava necessariamente grandes
proporções”
Os ajustes no centro
Problema BP
(p.ex. diminuição de “Resolve” BP
exportações)
Deflação e recessão
Restrições monetárias e • Queda de importações e
aumento de juros aumento de exportações
• Entrada de capitais
(contra cíclicos)
E os efeitos sobre periferia
200
1000
600
100
400
50
200
0 0
1850 1860 1870 1880 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Anos