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Construção Civil – Aglomerantes e

agregados

Profº Abrão Chiaranda Merij


Evolução dos Materiais
Os materiais de construção podem ser também classificados de acordo com sua função
na construção civil, podendo ser divididos em:

Materiais estruturais: são materiais que têm por função suportar e transmitir cargas sem
sofrer ruptura ou deformação excessiva. Alguns exemplos são concreto armado, concreto
protendido, tijolos e blocos estruturais, madeira, cordoalhas e fios de aço em pontes
estaiadas.

Materiais não estruturais: são materiais que não têm função estrutural, ou seja, não
transmitem cargas, porém podem suportar cargas menores. Normalmente são destinados a
compartimentar espaços (tijolos e blocos cerâmicos de vedação, placas de drywall, blocos e
painéis de vidro, forros de isopor etc.) ou proteger outros materiais de agentes nocivos e
aumentar a durabilidade e a vida útil da construção (tintas e vernizes, mantas e emulsões
asfálticas etc.).
Propriedades Mecânicas

Podemos definir propriedades mecânicas como o comportamento ou a


resposta peculiar que um material apresenta quando sujeito a cargas de
diversas naturezas (estáticas, dinâmicas ou oscilantes). As propriedades
mecânicas são de grande importância, particularmente em aplicações
estruturais (por exemplo, estruturas de concreto armado e concreto
protendido) e em elementos submetidos a desgaste (por exemplo,
apoios de viadutos e pavimentos). A seguir, serão apresentadas algumas
das principais propriedades mecânicas:
Resistência mecânica: pode ser definida como a propriedade que o grau de resposta de um material
apresenta frente a uma carga ou esforço aplicado. É uma das propriedades mais importantes dos
materiais, principalmente para no projeto estrutural de obras de engenharia (BAUER, 2000).

Tenacidade: é a medida da capacidade de um material absorver energia durante a deformação


(elástica e plástica) até sofrer a fratura. Materiais com grande tenacidade têm boa resistência a
impactos (BAUER, 2000).

Resiliência: é a medida da capacidade do material absorver energia durante sua deformação elástica
e após a remoção da carga permitir a recuperação dessa energia (CALLISTER; RETHWISCH, 2018).

Ductilidade: é a medida do grau de deformação plástica que um material pode desenvolver até a
fratura. Os materiais extremamente dúcteis podem ser reduzidos a fios sem se romperem. Materiais
que apresentam elevadas deformações plásticas são denominados dúcteis. Por outro lado, materiais
que apresentam pequenas ou nenhuma deformação plástica são denominados frágeis (CALLISTER;
RETHWISCH, 2018).
Índices Físicos

Os índices físicos correspondem a características específicas que estão


ligadas em particular a uma determinada substância. Os índices
físicos incluem massa, volume, massa específica real, massa
específica aparente, ponto de fusão, permeabilidade etc.
Massa específica real e massa específica aparente: a massa específica real de
uma substância pode ser definida como a relação entre sua massa e seu
volume real, isto é, o volume considerado é referente somente à porção sólida
da substância descontando os espaços vazios.

 Massa específica aparente (y), também conhecida como massa unitária, é a


relação entre a massa da substância e seu volume aparente, ou seja, o volume
é calculado incluindo os espaços.
A massa específica aparente é geralmente menor do que a massa específica real, uma vez
que o volume aparente é maior do que o volume de sólidos. O volume aparente é medido
geralmente pelas dimensões externas do corpo ou pelo volume do recipiente preenchido. É
importante mencionar que o volume aparente ainda pode ser influenciado pelo grau de
compactação e também pela umidade do material (BAUER, 2000).

A massa específica real pode ser utilizada na dosagem de misturas de argamassas e


concretos. A massa específica aparente (massa unitária) é usada frequentemente para
calcular as quantidades de materiais granulares (solos, areias e britas) em volume (latas,
padiolas ou caçambas) ou em massa (quilogramas ou toneladas).
Introdução ao Estudo dos Aglomerantes
Podemos definir os aglomerantes como materiais pulverulentos que, quando
misturados com água, formam uma pasta resistente capaz de aglutinar agregados
(por exemplo, areias e britas), dando origem a argamassas e concretos (RIBEIRO,
2002).

Um conceito muito importante durante o manuseio dos aglomerantes é a pega,


que corresponde ao início da solidificação da pasta (quando começa a perder sua
plasticidade) até o fim da pega (quando a pasta está completamente sólida).

Após o fim da pega, ocorre o endurecimento do material, que corresponde ao


período de tempo em que o material começa a ganhar resistência ao longo do
tempo.
Classificação dos Aglomerantes

Os aglomerantes podem ser quimicamente inertes, como é o caso das construções de


barro cru, que endurecem por simples secagem sem que ocorram mudanças químicas na
sua composição, ou eles podem ser quimicamente ativos, ou seja, endurecem por
reações químicas, como é o caso da cal, do gesso e do cimento Portland.

Os aglomerantes ativos podem ser classificados em dois grupos que são:

Aglomerantes hidráulicos: aqueles que enrijecem por reações de hidratação e, quando


completamente solidificados, são resistentes à ação da água;

Aglomerantes aéreos: aqueles que endurecem quando expostos ao ar, pela reação
química do gás carbônico presente no ar. Esses aglomerantes não apresentam
resistência quando expostos à água.
Cal

Cal é o nome genérico que se dá aos produtos derivados da calcinação de


rocha calcária, a qual, por sua vez, é formada basicamente por carbonatos
de cálcio (CaCO3). As cales são compostas basicamente de cálcio e
magnésio e podem ser encontradas na forma de pedras ou pó muito fino.
Existem duas formas de cal no mercado: a cal virgem e a cal hidratada.

A cal virgem é constituída predominantemente de óxidos de cálcio e


magnésio, enquanto a cal hidratada (de uso mais comum na construção) é
constituída de hidróxidos de cálcio e magnésio com a presença de pequenas
quantidades de óxidos não hidratados (ISAIA, 2010).
Matéria-Prima

A matéria-prima, a partir da qual se obtêm os produtos à base de cal, é a pedra


calcária, composta quase exclusivamente por carbonato de cálcio (CaCO3) e por um
certo número de outros constituintes em quantidade mais ou menos variável.

Para se produzir cal aérea de boa qualidade, é necessário que o calcário utilizado seja
o mais puro possível, isto é, deve apresentar uma elevada percentagem de carbonato de
cálcio.

A sílica e os óxidos de ferro e de alumínio são as impurezas que acompanham os


carbonatos, em maior ou menor grau, na constituição das rochas calcárias. Nestas
rochas, o carbonato de cálcio é, frequentemente, substituído, em determinada
proporção, pelo carbonato de magnésio que não constitui uma impureza propriamente
dita (Coutinho, 2006).
Calcinação da Cal

A cal é produzida a partir da calcinação de rochas carbonáticas,


(calcário ou dolomito), em temperaturas que variam de 900 até 1100 °C,
utilizando fornos industriais contínuos ou descontínuos.
Independentemente do tipo de forno empregado na calcinação, a rocha
calcária, essencialmente constituída pela calcita (CaCO3), dá origem à cal
virgem cálcica (CaO) através de um processo de dissociação térmica que
envolve a liberação de CO2, como descrito pela reação:
Hidratação da Cal

• Um dos principais usos da cal virgem é a produção de cal hidratada. A cal virgem é um
produto bastante higroscópico, isto é, tem elevada afinidade com a água. A formação da cal
hidratada ocorre pela reação da cal virgem com a água, portanto, por hidratação da cal
virgem. Essa reação química se dá com forte liberação de calor. A cal virgem cálcica (CaO) dá
origem à cal hidratada cálcica, constituída essencialmente por hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]
através da reação:

• Nos últimos anos, o mercado nacional da construção civil tem optado pelo uso da cal
hidratada, no lugar da cal virgem, uma vez que a cal virgem é um produto cáustico, de
elevada reatividade química e liberação de calor ao reagir com a água, por isso, exigindo
cuidados especiais e demorados no seu manuseio e na etapa de hidratação ou “apagamento”
(BAUER, 2000).
Hidratação da cal em pó para Hidróxido De Cálcio
Endurecimento da Cal

• O endurecimento da pasta de cal ocorre por meio de reação com o


dióxido de carbono (CO2) do ar. Esse fenômeno é denominado
carbonatação e envolve a liberação e evaporação da água, conforme a
reação:

• O fenômeno da carbonatação transforma a cal hidratada basicamente


num carbonato tão sólido quanto o calcário que a originou.
Requisitos da Normalização Técnica da Cal

A cal virgem utilizada na construção civil, para ser comercializada no


país, deve atender a alguns requisitos químicos e físicos específicos
estabelecidos na ABNT NBR 6453:2003. A cal virgem pode apresentar três
tipos de categorias: cal virgem especial (CV-E), cal virgem comum (CV-C)
e cal virgem em pedra (CV-P). Os óxidos totais (produtos efetivamente
calcinados) e o conteúdo de anidrido carbônico (corresponde a
carbonatos que foram dissociados termicamente) são indicativos da
qualidade de cada tipo de cal virgem.
Influência da Cal nas Propriedades das Argamassas

O uso principal da cal na construção civil é como ligante em argamassas


mistas de cimento, cal e areia. A presença da cal na argamassa confere
aumento de plasticidade (devido ao papel lubrificante das suas partículas finas).
A retenção de água da cal permite que essa água seja liberada posteriormente
durante o processo de carbonatação e, então, aproveitada na cura do cimento,
evitando a formação de trincas por retração da massa. Adicionalmente, a cal
melhora a durabilidade de argamassa, diminuindo as eflorescências (fenômeno
de lixiviação de sais minerais do interior da argamassa para a superfície) e
combatendo a presença de fungos e bactérias (RIBEIRO, 2002).
A adição de cal às argamassas proporciona melhorias em muitas
características da mistura. O uso da cal propicia o aumento de
trabalhabilidade da mistura, o que também contribui para tornar as
argamassas mais econômicas pela possibilidade de aumento na
quantidade de agregados. O custo reduzido da cal também contribui
para tornar seu uso atrativo.
O uso de cal nas argamassas também aumenta a retenção de água, o
que melhora a aderência entre os elementos da construção, pois a
argamassa cede água gradativamente para os elementos onde é
empregada. Outra contribuição da cal nas argamassas é a redução do
fenômeno de retração, que é a diminuição de volume capaz de gerar o
aparecimento de fissuras. Os revestimentos feitos de argamassa de cal e
areia devem ser executados em camadas finas, com intervalo de
aproximadamente 10 dias entre uma camada e outra para possibilitar o
endurecimento completo do material.
As características da rocha de origem influenciam diretamente a
composição química da cal. Segundo Oliveira (2008), quanto à
composição, a cal pode ser classificada em:

• Cal cálcica: composta por no mínimo 75% de óxidos de cálcio (CaO).


Esse tipo de cal possui como característica a maior capacidade de
sustentação da areia.

• Cal magnesiana: possui no mínimo 20% de óxidos de magnésio


(MgO) em sua composição. Quando utilizada em argamassas, esse tipo
de cal dá origem a misturas mais trabalháveis.
A adição de água à cal virgem feita em obra é chamada de extinção.
Esse processo é feito em tanques próprios e quando a água é
adicionada inicia-se uma reação onde há liberação de calor. Na
variedade cálcica, a reação é violenta, com grande liberação de calor,
podendo atingir temperaturas da ordem de 400° em tanques fechados.
Na variedade magnesiana, a reação é mais lenta, com menor geração
de calor.
• Cal

Aglomerante cujo constituinte principal é o óxido de cálcio ou óxido de cálcio em


presença natural com o óxido de magnésio, hidratados ou não.

• Cal virgem

Cal resultante de processos de calcinação, da qual o constituinte principal é o óxido


de cálcio ou óxido de cálcio em associação natural com o óxido de magnésio, capaz de
reagir com a água.

• Cal extinta

• Cal resultante da exposição da cal virgem ao ar ou à água, portanto apresentando


sinais de hidratação e, eventualmente, de recarbonatação. Apresenta proporções
variadas de óxidos, hidróxidos e carbonatos de cálcio e magnésio.
• Cal hidratada

Cal hidratada, sob a forma de pó seco, obtida pela hidratação


adequada de cal virgem, constituída essencialmente de hidróxido de
cálcio ou de uma mistura de hidróxido de cálcio e hidróxido de magnésio.

Cal hidráulica

Cal, sob a forma de pó seco, obtida pela calcinação a uma temperatura


próxima à da fusão de calcário com impurezas sílico-aluminosas,
formando silicatos, aluminatos e ferritas de cálcio, que lhe conferem um
certo grau de hidraulicidade.
A cal virgem é obtida a partir de rochas calcárias e magnesianas. As rochas
são moídas e tratadas a altas temperaturas (cerca de 900 °C) em fornos
industriais. Como resultado, forma-se o óxido de cálcio ou óxido de magnésio,
principais componentes da cal. Segundo a norma ABNT NBR 6453, existem
três tipos de cal virgem:

Cal virgem especial: CV-E;

Cal virgem comum: CV-C;

Cal virgem em pedra: CV-P.

As diferenças entre eles são a pureza, a composição química e o tamanho


das partículas, sendo que a cal virgem especial é o tipo de cal mais puro.
A cal hidratada pode ser encontrada em diversas embalagens: 8kg,
20kg, 25kg ou 40kg. Normalmente estão disponíveis no mercado três
tipos de material: • CH – I : Cal hidratada especial (tipo I); • CH – II :
Cal hidratada comum (tipo II); • CH – III : Cal hidratada com
carbonatos (tipo III), A nomenclatura diferenciada é consequência das
diferentes propriedades químicas e físicas de cada produto. As cales do
tipo CHI e CHII são as mais empregadas na construção civil por
possuírem maior capacidade de retenção de água e de areia, tornando-
as mais econômicas
a) Difusão do CO2 através dos poros da argamassa;

b) Dissolução do CO2 na água dos poros;

c) Dissolução do Ca(OH)2 na água dos poros;

d) Reação entre o Ca(OH)2 e o CO2;

e) Precipitação do CaCO3

Sendo necessária a absorção de CO2 do ar para o endurecimento da


cal aérea, O endurecimento que depende do ar atmosférico é muito
lento, pois as camadas espessas no interior mantêm-se frescas durante
longo tempo.
 Normas técnicas relacionadas quanto ao uso de cal

 As normas respectivas às cais, que podem ser visualizadas por meio de consulta ao ABNT Catálogo, são as seguintes:

 ABNT NBR 10790:2016 – Cal virgem, hidratada e em suspensão aquosa — Aplicação em saneamento básico — Especificação

técnica, amostragem e métodos de ensaio.

 ABNT NBR 9206:2016 – Cal hidratada para argamassas — Determinação da plasticidade.

 ABNT NBR 9289:2000 – Cal hidratada para argamassas – Determinação da finura.

 ABNT NBR 9205:2001 – Cal hidratada para argamassas – Determinação da estabilidade.

 ABNT NBR 7175:2003 – Cal hidratada para argamassas – Requisitos.

 ABNT NBR 6473:2003 – Cal virgem e cal hidratada – Análise química.

 ABNT NBR 9290:1996 Versão Corrigida:1996 – Cal hidratada para argamassas – Determinação de retenção de água – Método de

ensaio.

 ABNT NBR 6471:1998 – Cal virgem e cal hidratada – Retirada e preparação de amostra – Procedimento.

 ABNT NBR 14399:1999 – Cal hidratada para argamassas – Determinação da água da pasta de consistência normal.

 ABNT NBR 9207:2000 – Cal hidratada para argamassas – Determinação da capacidade de incorporação de areia no plastômetro

de Voss.
Gipsita

Gipsita
Mineralogia

Os minerais de sulfato de cálcio podem ocorrer na natureza nas


formas di-hidratada (gipsita: CaSO4.2 H2O ), desidratada (anidrita:
CaSO4) e, raramente, semi-hidratada (bassanita: CaSO4.1/2 H2O).
Gesso

O gesso é um aglomerante aéreo constituído predominantemente de


sulfato de cálcio, CaSO4, obtido pela desidratação do mineral gipsita. O
processo de desidratação da gipsita consiste na queima a temperaturas
específicas que variam em função do tipo de gesso a ser obtido. A gipsita,
quando calcinada entre 130 e 180 ºC, perde uma molécula e meia de água,
transformando-se em um sulfato de cálcio hemidratado, produto que é
denominado comercialmente como gesso de construção ou simplesmente de
hemidrato, ou gesso rápido ou também gesso paris (BAUER, 2000).
2[CaSO4 .2H2O] → 2[CaSO4 .½H2O] + 3H2O
Em processos “secos”, em uma faixa de temperatura de 120 a 180
ºC, a gipsita é desidratada em hemidrato-β ou gesso-β (CaSO4.½H2O). A
transformação se efetiva com eliminação de água a baixas pressões de
vapor e formação de cristais de estrutura aberta.

Em processos “úmidos”, com variação de temperatura entre 120 e


160ºC e altas pressões de vapor de água (autoclave), a gipsita é
desidratada em hemidrato-α ou gesso-α. A transformação é cuidadosa e
lenta, permitindo permite a obtenção de cristais de forma alongada-
prismática ou de bastão.
Quimicamente, não há diferenças entre a forma alfa e beta do gesso,
mas em virtude da conformação e do tamanho dos cristais a superfície
específica apresentada pelo hemidrato-α é menor que do hemidrato-β

Ainda com relação aos tipos de gesso, o gesso-α adquire boa


consistência com uma quantidade de água de mistura bem menor,
produzindo peças de maior densidade (menor porosidade) e de maiores
resistências mecânicas de compressão e flexão.
Industrialmente, o gesso-α é empregado em confecção de moldes
para utilizar na indústria cerâmica, carga para papel convencional e
reciclado, moldes para proteção de peças de museu, molduras, ataduras
cirúrgicas e moldes odontológicos. Já o gesso tipo beta vem de
aplicações antigas principalmente na construção civil.
gesso-β

gesso-α
O gesso é um dos materiais de acabamento mais utilizados no
interior das edificações, devido principalmente à sua versatilidade.
Dentro das suas características, destacam-se a sua boa trabalhabilidade
e elevada plasticidade e a facilidade de desidratação e reidratação.

A dispensa da aplicação de revestimentos que facilitem a aderência


à parede (chapisco), elevada resistência ao fogo, rápido endurecimento
(de até 15 minutos para o gesso paris e de até 45 minutos para o
gesso de revestimento), além de propiciar isolamentos térmico e
acústico.
Processo de fabricação

Extração da matéria-prima;

 Moagem e homogeneização;

 Secagem até 10% de umidade;

 Calcinação;

 Moagem e seleção granulométrica;

 Armazenamento;

 Ensacamento.
USOS E FUNÇÕES

Devido às suas características peculiares, a gipsita, nas formas natural


e calcinada, encontra aplicação em uma série de atividades industriais.

A forma natural da gipsita é amplamente utilizada na fabricação de


cimento portland e na agricultura. Na indústria cimenteira, a gipsita é
adicionada ao clínquer durante a moagem, na proporção de 2 a 5%, para
retardar o tempo de pega do cimento. Na agricultura, a gipsita pode
atuar como: agente corretivo de solos ácidos, como fonte de cálcio;
gesso de fundição utilizado para a confecção de pré-moldados (fabricados

simplesmente com gesso ou como placas de gesso acartonado);

blocos para paredes divisórias;

gesso para isolamento térmico e acústico (produto misturado com vermiculita ou

perlita);

gesso para portas corta fogo;

gesso de revestimento de aplicação manual, utilizado para paredes e tetos,

geralmente em substituição de rebocos e/ou massas para acabamento;

gesso cola, para rejunte de pré-moldados em gesso;


Reboco de parede com gesso

Diferentemente da argamassa, que necessita que a parede esteja preparada com


chapisco, emboço e reboco, o gesso pode ser aplicado diretamente nos tijolos ou blocos
quando a estrutura estiver aprumada e dentro do esquadro.

Vantagens

O custo da obra com o gesso é menor, porque não há tanto consumo de material e
existem menos etapas de execução, o que faz com que a aplicação seja muito mais rápida e
prática.

O gesso consegue dar um bom acabamento à parede, cobrindo-a totalmente e formando


uma superfície lisa, uniforme e sem irregularidades. Se você deseja um design moderno, o
material também serve para criar peças decorativas, como sancas com spots de iluminação
embutidos ou fitas de LED.
Desvantagens

A massa de gesso é formada apenas de gesso e água, o que a deixa bem menos resistente do que a

argamassa com cimento. Não é raro ver trincas e fissuras nas paredes com esse reboco.

O gesso é extremamente sensível à água e seu uso tem que ser restrito a locais secos e protegidos de umidade

e chuvas. Isso limita os espaços de uma casa onde ele pode ser empregado e exige uma frequência maior de

manutenção.

É importante também proteger elementos metálicos que ficarão próximos ao gesso, como caixilhos e

tubulações. Uma pintura anticorrosiva deve ser passada nos ferros, pois eles podem ser danificados se os cuidados

certos não forem tomados. Em caso de ferrugem, a pintura pode até ser manchada.

Argamassa e gesso têm a mesma finalidade: revestimento e proteção da alvenaria. Porém, é necessário

analisar com cautela o material que trará mais benefícios às necessidades da sua construção.
Gesso Acartonado
Constituído de chapas que variam entre 12,5 a 15mm de espessura; o
gesso, que como qualquer liga rochosa resiste muito bem à compressão,
mas é péssimo em resistir à tração e flexão, envolto por uma camada de
um papel cartão especial, com resistência a flexão e tração, adquirindo
assim a resistência a impactos que lhe atribui além do uso bastante
divulgado como forro, a possibilidade de uso em divisões de ambientes
substituindo muito bem a alvenaria, quando recebendo as devidas
adaptações.
O que é o gesso acartonado?

O gesso acartonado, também conhecido como drywall, é um tipo de


placa formada por gesso e papel cartão, sustentada por perfis
estruturais fabricados, em sua grande maioria, em madeira ou aço.

No caso da utilização do gesso acartonado para paredes, esses perfis


estruturais podem ter até três medidas diferentes: 40 mm (para paredes
estreitas e / ou divisórias), 70 mm (para paredes comuns) e 90 mm
quando há necessidade de incluir material isolante.
Tipos de gesso acartonado

Standart – A placa Standart (ST), conhecida também como placa


cinza, é indicada para uso interno em paredes, tetos e outras
estruturas. Esse tipo de gesso acartonado deve ser usado apenas em
áreas secas, sem contato algum com umidade. O preço médio da placa
Standart na medida de 120 cm por 240 cm é de R$ 34,90, a mais
barata de todas.
Resistente à umidade: como o próprio nome sugere, a placa de
gesso acartonado com resistência à umidade (chamada também de
chapa verde) deve ser usada em ambientes úmidos e áreas molhadas,
como é o caso de banheiros, cozinhas e áreas de serviço. No entanto,
ela não deve entrar em contato direto com a água sobre o risco de ser
danificada. O preço médio dessa placa é de R$ 45,90 na medida de 120
cm por 240 cm.
• Resistente ao fogo: a chapa com resistência ao fogo, conhecida também
como chapa rosa (RF), deve ser usada em saídas de emergência e áreas
fechadas, como escadas e corredores. O preço médio desse tipo de placa é
de R$ 43,90.

• Áreas externas: para áreas externas é importante utilizar a placa de


drywall especifica, mesmo assim não é aconselhável que o material fique ao
relento.

• Chapa flexível: tipo de gesso acartonado usado para fazer acabamento em


áreas curvas.

• Chapa perfurada: usada especialmente para melhorar a absorção acústica.


Vantagens e desvantagens do gesso acartonado

• Custos: o custo final da obra pode ser reduzido consideravelmente com


o uso do gesso acartonado, quando comparado a uma obra tradicional
de alvenaria.

• Praticidade e rapidez: A instalação do gesso acartonado é rápida,


prática, não gera desperdício e quase não produz sujeira ou resíduos.

• Leveza: o gesso acartonado é um material muito leve, o que o torna


ideal para quem deseja reduzir o peso estrutural das fundações.
• Limite de peso: apesar de suportar uma certa carga de peso, o gesso
acartonado possui limitações e dependendo do seu projeto pode ser
que ele não dê conta. Avalie essa necessidade antes de apostar no
material.

• Umidade zero: e, por fim, você já deve saber que o gesso é


reconhecido mundialmente como um material que tem total aversão à
água. Mesmo as placas resistentes à umidade não podem ser colocadas
diretamente sobre a água. Por isso, todo o cuidado é pouco quando o
assunto é gesso e umidade.
Parede Drywall para Grandes Alturas

Tendo espessura final de 160 a 300mm, pé-direito variável de 4,90 a


10,80m, peso específico de 40Kg/m² e resistência ao fogo de 60 a 90
minutos, o desempenho acústico desta parede varia entre 46 e 63dB.

Usado em bibliotecas, consultórios médico, escritórios, berçários,


centro cirúrgicos, enfermarias, laboratórios,
Parede Drywall Acústica

Tendo espessura final de 160 a 200mm, pé-direito variável de 2,75 a


3,65m, peso específico de 40Kg/m² e resistência ao fogo de 60 a 90
minutos, o desempenho acústico desta parede varia entre 53 e 66dB.
Parede para divisão de ambientes onde exista maior necessidade de
isolar a transmissão do som. Utilização em ambientes tais como: salas de
estar, salas de conferência, salas de reunião, conservatórios, dormitórios,
suítes, home theaters e bibliotecas.
Referências

 APOSTILA AGREGADOS E AGLOMERANTES - Disciplina: Materiais de Construção Civil I – ENG 1071


– PUC Goiás

 Aglomerantes para Construção Civil - Texto extraído de: Materiais de Construção Básicos -
Organizador/Editor: Sabrina Elicker Hagemann

 Apostila ARGAMASSAS E CONCRETOS AGLOMERANTES

 Apontamentos de aula MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL - Os apontamentos constantes nesta


apostila servem de apoio para as Aulas de Materiais de Construção Prof. Me. Benedito Carlos de
Oliveira Jr.

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