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MÉTODOS,

METODOLOGIA E OS
PROJETOS NO ENSINO
DE HISTÓRIA.
Prof. Dr. André Luiz da Silva
Múltiplas acepções do conceito de método.

 Esforço para atingir um fim, investigação, estudo; caminho pelo qual se chega a um
determinado resultado; programa que regula antecipadamente uma sequência de
operações a executar, assinalando certos erros a evitar. (LALANDE, 1993).
 Methodos significa uma investigação que segue um modo ou uma maneira
planejada e determinada para conhecer alguma coisa; procedimento racional para
o conhecimento seguindo um percurso fixado. (CHAUÍ, 1994).
 Quer dizer, o método não representa tão somente um caminho qualquer entre
outros, mas um caminho seguro, uma via de acesso que permita interpretar com a
maior coerência e correção possíveis as questões sociais propostas num dado
estudo, dentro da perspectiva abraçada pelo pesquisador. (OLIVEIRA, 2001)
Objeto da metodologia.

 O objeto da metodologia é, então, o de estudar as possibilidades explicativas dos


diferentes métodos, situando as peculiaridades de cada qual, as diferenças, as
divergências, bom como os aspectos em comum. (OLIVEIRA, 2001).
O pesquisador como artesão de Wright Mills

 Os pensadores mais admiráveis não separam seu trabalho de suas vidas. Encaram
ambos demasiado a sério para permitir tal dissociação, e desejam usar cada uma
dessas coisas para o enriquecimento da outra. (MILLS, 1980).
 Ser ao mesmo tempo confiante e cético; essa a marca do trabalhador maduro.
(MILLS, 1980).
 Perseguir, sempre que possível, o emprego de linguagem clara e simples. Não é
nada fácil mesmo porque práticas anteriores consagram linguagens específicas
conforme a área: o psicologuês, o economês, o sociologuês e assim por diante.
Entenda-se bem: não se trata de vulgarizar questões e conceitos, mas de sempre
se esforçar para enuncia-los com clareza e linguagem simples. (OLIVEIRA, 2001).
Concepções sobre a noção de Método.

 Método como um conjunto de técnicas – incorreto.


 Método envolve, sim, técnicas que devem estar sintonizadas com aquilo que se
propõe; mas, além disse, diz respeito a fundamentos e processos, nos quais se
apoia a reflexão. (OLIVEIRA, 2001).
Sujeito e objeto nas Ciências Humanas

 No caso das ciências humanas, porém, um paradoxo se impõe: afinal é do homem


que se trata. Isto quer dizer que o homem se torna ao mesmo tempo, sujeito e
objeto na investigação científica. (OLIVEIRA, 2001).
 É que, ao submeter o real ao método – supondo-o neutro e eficiente para
desvendar as tramas sociais em sua transparência plena e exata – o sujeito do
conhecimento é conduzido a olhar a sociedade como quem a vê de fora, de longe,
ostentando olímpica exterioridade. Neste empreendimento, recorta, disseca,
decompõe e manipula o real em partes, desejoso de melhor analisa-lo. Essa pr´tica,
aparentemente rigorosa e acética, acaba por mutilar o universo social,
imobilizando-o. (OLIVEIRA, 2001).
 Todas as ciências fabricam seu objeto. (FEBVRE, 1965).
Leitura e Conceitos.

 Para Oliveira é fundamental a compreensão do leitor dos conceito próprios


concebidos pelos autores dos textos estudados.
 O mesmo vale para análise de fontes históricas.
Pedagogia de Projetos.

• A discussão sobre pedagogia de projetos, conforme Silva e Tavares (2010), é uma ideia antiga e
surgiu com John Dewey no início do século XX na "Pedagogia Ativa".
• Dewey (1967) propôs que a educação fosse vista como um processo de vida, não apenas como
preparação para o futuro, enfatizando que a escola deveria refletir a vida presente do aluno.
• Esse conceito de educação de Dewey deu origem ao método de projetos, posteriormente
chamado de pedagogia de projetos.
• De acordo com Silva e Tavares (2010), o método de projetos visa integrar saberes escolares e
sociais para construir um sentido histórico nos conteúdos trabalhados.
• Os alunos, segundo Hernández (1998), devem interpretar seu mundo e aplicar essa interpretação
para resolver problemas práticos, se tornando sujeitos históricos.
• Hernández (1998) destaca a importância dessa abordagem para aproximar-se da identidade dos
alunos, construindo subjetividades longe de perspectivas paternalistas, gerenciais ou
psicologistas.
Conceito de Projeto.

 Projeto deriva do latim projectus, particípio passado de projícere, que significa “lançar para
frente”, “arremessar algo” (FONSECA, 2010).
 “[...] o projeto não é uma representação do futuro, do amanhã, do possível, de uma idéia; é o
futuro a fazer, uma amanhã a concretizar, um possível a transformar em real, uma idéia a
transformar em acto (BARBIER, 1993).
 O futuro não existe – ou não existirá sem nosso projetos (MACHADO, 2000).
Etapas do desenvolvimento de um Projeto (FONSECA, 2010).
Primeira Etapa:

 identificação e formulação do problema;


 Planejamento;
 Discussões;
 Elaboração do projeto;
 A Formação de Grupos;
Segunda Etapa:

 Construção e desenvolvimento do trabalho;


 São as atividades em aula;
 São as discussões do resultado;
Terceira Etapa:

 Interpretação dos resultados;


 Globalização;
 Socialização dos saberes produzidos;
 Avaliação do projeto.
Elaboração do Projeto (Textual).

 Tema – o que vão estudar/aprender?


 Problemas – por que estudar?
 Justificativas – pra que estudar?
 Objetivos; - o que se busca alcançar?
 Metodologia – as disciplinas, os conteúdos, as atividades, os passos de trabalho – como
construir a aprendizagem?
 Cronograma de execução – tempo e ações – quando e o que será realizado?
 Recursos necessários – humanos e materiais – o que é necessário para desenvolver o trabalho?
 Fontes – Onde investigar?
 Bibliografia – Qual o referência bibliográfico sobre o tema, sobre a metodologia e sobre as
fontes?
 Avaliação – Formas de Avaliação?
Referências Bibliográficas.

 ALVAREZ LEITE, L. H. Pedagogia de Projetos, intervenção no presente. Presença Pedagógica. Belo Horizonte:
Dimensão, 1996.
 BARBIER, J. M. Elaboração de projetos de acção e planificação. Porto: Porto Editora, 1993.
 CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1994.
 DEWEY, J. Vida e educação. Tradução de Anízio Teixeira. 6. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1967.
 FEBVRE, Lucien. Combates pela história. Lisboa: Editorial Presença, Lda. 1989.
 FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história: experiências, reflexões e aprendizados. 13.
ed. rev. e ampl. Campinas, SP: Papirus, 2010
 HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: projetos de trabalho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998
 LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
 MACHADO, N. J. Educação: projetos e valores. São Paulo: Escrituras Editora, 2000.
 MILLS, C. W. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
 OLIVEIRA, Paulo de Salles. Metodologia das ciências humanas. 2. ed. São Paulo, SP: Ed. da UNESP: HUCITEC,
2001.
 SILVA, L. P.; TAVARES, H. M. Pedagogia de projetos: inovação no campo educacional. Revista da Católica,
Uberlândia, v. 2, n. 3, p. 236-245, 2010

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