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Área:

Ensino de história
Departamento de metodologia de ensino (men).

Aula: os Projetos de ensino


Profª. Drª Graziele Regina de Amorim Arraes
objetivo da aula:

• Conhecer e desenvolver os
processos referentes aos Projetos
de Ensino, com o intuito de
promover os saberes e a prática
das etapas que envolvem a
elaboração de um projeto. Propor
a construção de ações inovadoras,
com temáticas e problemáticas
que levem em conta o contexto
social dos sujeitos das instituições
escolares.
Roteiro da aula
Refletir a partir das questões norteadoras

Problemática (Situações atuais nas instituições-problema)

Compreensão por meio de teoria e metodologia

História da educação brasileira – processos de rupturas e


permanências

Identificar o que construímos de possibilidades para a promoção


de um trabalho dialógico entre professors e alunos

Construção de métodos para compreensão da sistematização e


etapas da elaboração de um projeto de ensino
Questões norteadoras
1- Como os estudos acadêmicos e a história da
educação brasileira podem ajudar a construir uma
reflexão sobre a construção dos Projetos de Ensino?
2 - Como vocês acreditam que os Projetos de Ensino
constroem um ambiente mais colaborativo e instigador
do conhecimento pelos discentes?
3- Será que nossos métodos de ensino ainda estão
voltados para apenas uma avaliação e não para o
processo?
4 - Se desde a LDB 9394/96(Leis de Diretrizes e
Bases) passamos a construir um conceito mais
democrático da educação e uma série de normativas
que tratam do currículo de forma mais crítica, por que
ainda portamos atitudes que nos conduzem, muitas
vezes para uma educação conteudista?
5 - Como podemos avançar a partir dos princípios
teóricos e metodológicos no campo da educação em
prol de uma construção que verse mais sobre um
ambiente cooperativo e afetivo?
• A construção de uma prática
docente consiste em por meio do
conhecimento e historicidade da
educação brasileira construir um
pensamento crítico, permeado por
metodologias que proporcionem
aos discentes a possibilidade de
compreenderem as condições de
possibilidade do poder de sair do
ciclo vicioso que tende a uma
sociedade que busca aprovação ou
reprovação apenas.
Notas sobre A teoria do currículo
Do modelo de currículo tradicional, ao
modelo fabril até às teorias pós-críticas,
que trabalham com a noção de que o
discente é um sujeito construído por
uma série de subjetividades e
identidade, não conseguimos dar conta
de uma definição que no revele um
“verdadeiro currículo”. Qual é o
verdadeiro “ser” do currículo?

A resposta é mais histórica, pois


precisamos pensar em como em
diferentes momentos, em diferentes
teorias, o currículo tem sido definido?
Papel da memória, as subjetividades, os
marcadores sociais no processo de Ensino-
aprendizagem
As teorias pós-críticas do currículo
trazem a tona o debate sobre a
constituição do sujeito no processo
escolar.

Cada aluno carrega um conjunto de


valores e crenças, que trazem consigo
uma história familiar, da comunidade,
processos acerca do ser.

A memória coletiva e individual também


complementa este processo de ensino,
pois é necessário trazer a história do
aluno.
Reflexões sobre a construção
de um projeto
Buscamos hoje uma pedagogia mais dinâmica, centrada
na criatividade e no exercício das atividades discentes, na
perspectiva de construção de conhecimento, que quebra
a lógica de transmissão de saber pelo professor.

A construção de conhecimento se dá individualmente e


coletivamente, além de combater o conhecimento
fragmentado, pois no mundo real existe uma interação de
todas as áreas. Existe uma promoção e a superação
conteudista.

A pedagogia de projetos também leva a repensar o


currículo escolar, em uma nova cultura de aprendizagem.

Ela visa uma ressignificação do espaço escolar (abrir


para o mundo real), principalmente em tempos atuais,
pois visa a interação pelos alunos.
PEDAGOGIA DOS PROJETOS
Afinal o que é um projeto?
• Ato de pensar é um ato de planejar
• Das metodologias tradicionais as experiências mais dialógicas menos unilaterais, o
projeto hoje é uma exigência básica para todas as profissões em diversas áreas do
conhecimento.
• A Pedagogia de Projetos - John Dewey, o maior representante, o filosofo estadunidense
que defendia a democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a
maturação emocional e intelectual da criança. No Brasil inspirou o movimento da Escola
Nova, liderado por Anízio Teixeira, ao colocar a atividade prática e a democracia como
importantes ingredientes da educação. Dewey é considerado o maior referencial da
corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo embora ele preferisse o nome
de instrumentalismo.
• Dewey e Kilpatrick são considerados os principais representantes da pedagogia de
projetos, Dewey acreditava que o conhecimento só e obtido através da ação, da
experiência, pois o pensamento e produto do encontro do individuo com o mundo.
• É correto afirmar que, trabalhar com projetos é transgredir o formato da educação
tradicional, e transgredir a linearidade estabelecida, é viabilizar com intensidade o uso
das inteligências múltiplas.
Década 30
Célestin Freinet (1896-1966), Pedagogo Frances propôs a valorização do trabalho e
da atividade em grupo para estimular a cooperação, a iniciativa e a participação.
Desenvolveu atividades atualmente comuns, como aulas-passeio, correspondência
entre escolas, o jornal de classe, cooperativa escolar, o contato frequente com os
pais, e os planos de trabalho. Criou um projeto de escola popular, moderna e
democrática.

Década 60

Paulo Freire (1921-1997), considerado o mais celebre educador brasileiro,


reconhecido internacionalmente. Autor de Pedagogia do Oprimido, Pedagogia da
Autonomia, Pedagogia da Esperança e muitos outros. Propôs uma educação baseada
na pergunta, no dialogo, uma pedagogia da problematização. Destaca-se com a
introdução do debate político e da realidade sociocultural no processo escolar com a
educação libertadora e os chamados temas geradores.
Miguel Arroyo (1994, p. 31) entre outros educadores brasileiros, defende a presença
na escola dos temas emergentes, de um currículo plural que aponte as questões
problemas do nosso tempo como objeto de conhecimento.
O que é um projeto?
O projeto geralmente decorre da
necessidade de resolver um
problema, um interesse, que envolve
um objetivo individual, coletivo ou
instituição-organizacional.
Projeto educacional é um empreendimento de
duração finita, com objetivos claramente
definidos em função de problemas,
oportunidades, necessidades, desafios ou
interesses de um sistema educacional, de um
educador ou grupo de educadores, com a
finalidade de planejar, coordenar e executar
ações voltadas para melhoria de processos
educativos e de formação humana, em seus
diferentes níveis e contextos (MOURA E
BARBOSA, 2006, p. 23).
DELIMITAÇÃO REVISÃO
TEMÁTICA BIBLIOGRÁFICA
(QUESTÕES
NORTEADORAS

1.INTRODUÇÃO 2.JUSTIFICATIVA

PROJETO DE
PESQUISA 3.OBJETIVOS
8.CRONOGRAMA

4.QUADRO
7.BIBLIOGRAFIA TEÓRICO

6.FONTES E 5.HIPÓTESES
METODOLOGIA
TIPOLOGIA DOS PROJETOS

Projetos de intervenção Independente da especificidade, o


objetivo é o de pesquisar em sala de
Projeto de ação aula, pesquisar na escola ou na
Projeto de pesquisa comunidade. Esse caminho leva os
alunos à descoberta do saber, do
Projeto de ensino pensar, do aprender a aprender a
Projeto pedagógico desconstruir e construir e seu
próprio conhecimento, deixando de
Projeto de desenvolvimento ser um copiador do professor.
Quem veio primeiro, a consciência
histórica ou a disciplina na escola?
Conceito de consciência histórica John Rüsen
é ligado a mudança de paradigma na história
nos anos de 1960 , a qual o foco da disciplina
passa do ensino para a aprendizagem
histórica, porque propõe outra mudança no
nosso modo de ver o “fazer da disciplina na
escola.

O mundo é histórico porque queremos ir além


do que temos e somos. Durante a Revolução
Industrial ir além significava superar a
escassez de bens e capital, dominando a
natureza. Antes de ser algo ensinado ou
pesquisado, a historicidade é a própria
condição da existência humana, é algo que
nos constitui enquanto espécie.
Rápida incursão na teoria de Lev
Vygotsky
Para o autor o aprendizagem é um caminho, que nos leva de um ponto
até o outro. O que acontece neste percurso é o que conhecemos por
aprendizagem. Assim podemos classificar em:

 Nível de desenvolvimento real: Um conhecimento prévio, que


torna o indivíduo capaz de resolver situações de forma autônoma.

 Nível de desenvolvimento potencial: Aquilo que o indivíduo


deseja aprender. Significa um aprendizado que está em processo.

 Zona de desenvolvimento proximal: Seria a aproximação dos


dois níveis.
O professor é um mentor, por meio do seu saber para que o indivíduo
faça este percurso.
Pedagogia do Exame
Focar apenas na avaliação, não ajuda o indivíduo a se manter em uma
caminho de aprendizagem.

Atenção voltada apenas as provas, sob a faceta de ameaças veladas, como as


que ouvimos muito na escola: “Se não se comportar vou fazer uma
prova surpresa”, ou “cuidado, que vai ter prova”.

O formato de exame/prova como conhecemos, surgiu por volta do


século XVI-XVII, com o foco no final, em uma prova, dividindo os alunos
em aprovados e reprovados. Quando se realiza uma prova, o aplicador não
está preocupado com o percurso ou no que aquele aluno já realizou de
práticas de aprendizagem.

produtividade e esta crença


Neste sentido, temos uma lógica focada na
está diretamente ligada ao sistema capitalista, que busca corpos
docilizados e produtivos. Existe, como pontuou Foucault uma tecnologia que
adestra os corpos por meio de instituições para que possam seguir uma
disciplina ao ponto de ter introjetado o dispositivo da subjetivação.
A dinâmica da
APROVAÇÃO X REPROVAÇÃO
“Durante o ano letivo, cabe ao professor observar as notas e realizar as m édias, em
uma dinâmica em que o aluno é abstraído e reduzido a números. “O que
predomina é a nota: não importa como elas foram obtidas nem por quais caminhos.”

“São operadas e manipuladas como se nada tivessem a ver com o percurso ativo do
processo de aprendizagem.”

Ciclo vicioso: Alunos e professores focados na aprovação e não em como esse


conhecimento será utilizado na vida.

Consequências para o psicológico e social: Construção de uma crença de que você será
sempre medido, avaliado pela nota que você tira. Quando não se atinge a nota de
convenção o sujeito toma para si a noção de fracasso não só escolar, mas
como indivíduo na sociedade, que veste uma roupagem que não possui valor.
Ex: Obra de Kafka – Metamorfose
Importante destacar
que cada época
possui um conjunto
de valores e crenças.
A escola muitas
vezes perpetua o
que está em vigor

RUPTURAS PERMANÊNCIAS
ENSINO-
APRENDIZAGEM

Professor
como
mediador e
mentor
Por que nossa educação é tão excludente?
• Historicamente
possui um passado de • Ideário de educação • Compreensão que
ligação da religião e erudita para uma elite conhecimento é
educação saber/poder

• Se um povo é
• Estratégia política de
impedido de mostrar
sucateamento do • Capital cultural
sua cultura, como
ensino público para liberta
pode registrar sua
manipulação
história?
Visão a instituição escola

Arquitetura da Também pode ser


disciplina local de diversidade
Como e afetividade

Molda e rotula definir


escola?
Constante construção e
Construção do saber dialógica
Variedade de
recursos
• Nesta breve aula refletimos sobre a
relevância da elaboração de projetos
de ensino, pesquisa e escolar e a
Concluir sem busca pela autonomia do discente.
finalizar a
construção • O que podemos tomar como
aprendizado é que indiferente da
do tipologia do projeto, é importante
delimitar uma temática, buscar a
pensamento interdisciplinaridade e promover uma
ação mais integral do aluno.
No período de observação (Estágio Supervisionado) de uma classe
escolar do Ensino Fundamental, você se depara com uma turma de
quinto ano, de uma escola pública Municipal, que possui
defasagem de aprendizado. Além disso, a escola enfrenta
problemas de faltas de recursos, professoras/es desvalorizadas/os e
em uma ação diagnóstica realizada durante as aulas permitiu
observar o interesse dos alunos em fazer saídas de campos à
museus e atividades ao ar livre. Além disso, a música também foi
uma das características apontadas pelos alunos como recurso a ser
utilizado nas aulas.

Após as aulas de Projetos de Ensino na disciplina de

Estudo de
Ensino de História, você irá desenvolver mediante ao
diário de campo com suas observações, um esboço do
projeto de ensino escolar, que possui o objetivo de a

caso
partir dos conhecimentos prévios dos alunos,
construir ações interativas, dialógicas, que tragam o
protagonismo dos discentes.
BARROS, José D’Assunção. O Projeto de Pesquisa em História: da escolha do tema
ao quadro teórico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2017.

CERRI, Luís Fernando. Ensino de história e consciência história. Rio de Janeiro:


Editora FGV, 2011.

EVANGELISTA, Izabel A. S. Pedagogia de Projetos: a transgressão necessária. In:


FERREIRA, Ma Antonia Vidal. (Org.). Colóquios Temáticos em Educação: Direitos
Bibliografia Humanos e Práticas Pedagógicas. Canoas: Ed. ULBRA, 2012.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: sabers necessários À prática educativa.


Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

MOURA, Dácio Guimarães; BARBOSA, Eduardo F. Trabalhos com projetos:


planejamento e gestão de projetos educacionais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.

SILVA. Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do


currículo. 3ª ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

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