Meta Arte

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Professor Dr. Artur Matuck

Escola de Comunicações e Artes
Universidade de São Paulo
Brasil, 2004
 Criação mediática em dois
estágios
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metatexto e texto

o primeiro, metatexto, atua

como gerador
do segundo, o texto

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 metatexto pré-criação
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nível de pré-criação que

determina, planeja e direciona
as interfaces operacionais entre o criador,
processos escriturais,
instrumentos e programas

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 metatexto planejamento
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diretrizes pré-determinadas

de ordem

processual,
conceitual,
tecnológica e
computacional

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 metatexto função
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-orientar atos de expressão estética,

-procedimentos de organização
de informações,

-processos generativos
de seqüências significantes

-sistemas de interação homem-

máquina.

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Meta Arte metatexto estética

(meta) texto autônomo com

linguagem, estilo, grafia e estética

próprias

um elemento essencial do

discurso final em sua totalidade

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 uma teoria para
a criação artística na era digital
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Conceituação do processo criativo que

evidencia

um estágio implícito do pensamento:

o esquema estruturador da obra,

tornando-o explícito

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 Linguagem Visual de Kandinsky
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 interpretada por
um programa computacional
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 Ray Lauzzzana e Lynn
Pocock-Williams
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desenvolveram duas
séries de regras para
descreverem a
linguagem visual de
Kandinsky, um
conjunto de ‘regras
físicas’ e outro de
‘regras espirituais’.

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 As regras físicas
tratam das linhas,
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formas e composição.

Elas definem os
elementos básicos da
composição: pontos,
linhas e planos.

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 Estas regras, caracterizam uma linha vertical
como quente, uma horizontal como fria e
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uma diagonal como neutra

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 Lauzzzana e Pocock-
Williams desenvolveram
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regras que caracterizaram

Dream Motion de
Kandinsky. Eles notaram
que este e outros
trabalhos tendem a
se constituir numa figura
central circundada por
aglomerações.

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 Partindo de uma ‘tela’ em branco, eles
determinaram regras que criam duas
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linhas que se cruzam. O ponto de

intersecção, localizado próximo ao centro
da tela, torna-se o centro do círculo.

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 As linhas
entrecruzadas são
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também utilizadas
como os lados de
dois triângulos.
Outros objetos tais
como retângulos e
círculos são
adicionados como
parte da figura
central. Regras
similares adicionam
novas
aglomerações. Meta arte
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Cafe Eletrônico ’84:

A Rede

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 A rede deveria atuar como um modelo social
replicável e como antídoto ao então próximo
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ano Orwelliano de 1984. Foi pensado que a

integração das teletecnologias de multimídia
com as comunidades culturalmente diversas
de Los Angeles, produziria um poderoso novo
contexto para interação cultural.

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 Um contexto inédito emergeria que poderia
iniciar um importante diálogo sobre como
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essas tecnologias podem criar uma nova

interação cultural, uma nova escala de
colaboração e investigação artísticas. Então
o mundo estaria a salvo da profecia
Orwelliana.

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 O Telewriter permitiu que Coreanos e outros,
cujas linguagens não estavam incluídas no
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teclado do computador, se comunicassem

através da palavra escrita. O Telewriter
proporcionava acesso imediato à rede a qualquer
um que pudesse escrever ou desenhar com
papel e caneta.
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 Impressões de imagens em vídeo de
pessoas e de textos foram utilizadas para
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criar murais e exibições em todos cafés

eletrônicos da rede. Textos e desenhos
criados individual ou coletivamente através
do Telewriter foram incluídos em murais
não apenas no local de origem mas
também em outros cafés eletrônicos.
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 No período de sete semanas milhares de
imagens foram impressas incluindo textos e
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desenhos colaborativos realizados através do

Telewriter. Ao final, as comunidades
selecionaram seus melhores murais e os
exibiram no Café Eletrônico instalado no
Museu de Arte Contemporânea de Los
Angeles.
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 Telewriter
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 A Rede interconectou cinco
comunidades étnicas de Los Angeles
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durante sete semanas no decorrer das

Olimpiadas. O projeto foi proposto como
a simulação de uma comunidade
eletrônica global que poderia ser
implementada com tecnologia existente
para unir as pessoas do mundo em
conversações criativas.
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 "Las Meninas" pintada em 1656 no Palácio
Real de Madri, revela muito acerca de
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Velasquez. Vêmo-lo pintando numa sala do

palácio. Está diante de seus modelos.
Podemos reconhecer a Infanta Margarita e os
anões, bobos da corte.
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Enigma visual.
Qual a tela que
está sendo
pintada?
 Desde os 23 anos, Velasquez foi o pintor
oficial da Corte de Felipe IV. A Corte foi sua
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habitação e seu estúdio. Os retratos do Rei

Felipe IV, das infantas, de cortesãos, de
figuras de importância política, tem sua
temática determinada por esta situação.
 Velasquez pode dispor de alguma liberdade,
retratando também as pequenas figuras
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grotescas que habitavam os largos salões.

Esta liberdade está possivelmente
relacionada à erudição e estatus de
Velasquez como o primeiro pintor do Rei e
‘Chamberlain’ do Palácio Real de Madrid. Ele
estava encarregado não apenas da
decoração dos interiores do Palácio mas
também de numerosas cerimônias, festas,
apresentações teatrais e eventos que
animavam a Corte.

.
 "Eu penso ter claramente demonstrado que
quando a distância e a posição do raio central
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são modificadas o plano aparece alterado.

Portanto a distância e a posição do raio
central são de maior importância para a
certitude da visão."

Tratado sobre a Pintura

Leon Battista Alberti

.
 "Que não é a pintura coisa feita ao acaso,
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senão por eleição e arte do Mestre. Que, para

se pôr a mão à execução, se necessita de
exemplar ou idéia interior: a qual reside em
sua imaginação e entendimento do exemplar
exterior e objetivo, que se oferece aos olhos."

Doutrina Escolástica da "Idéia"

Francisco Pacheco, mestre de Velasquez

.
 "Disegno Interno"
Doutrina Escolástica da "Idéia"
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"Por 'Disegno Interno' entendo o conceito

formado em nossa mente para poder
conhecer qualquer coisa e atuar no exterior
conforme a coisa pensada."

Zuccari
.
 À esta imagem espiritual contrapõe-se a
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representação prática da obra de arte, o

"Disegno Externo".

.
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 Abstrato analítico e concreto sensível
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A questão fundamental para uma reflexão

sobre objetos de arte e para sua análise
adequada, consiste em dispor de alguns
métodos arbitrários e adequados do ponto de
vista construtivo, de modo a formular de novo
e explicar, a níveis mais formais ou mais
abstratos, o material que se oferece à
experiência, desprendendo-se
progressivamente do sensível, em quanto este
se dá de uma maneria imediata em sua
qualidade.
 Desta maneria um modelo rítmico pode servir
tanto para a dimensão sonora de um filme
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como para sua dimensão visual.

Poder-se-ia pensar, falseando assim toda

nossa perspectiva, que a realidade autêntica
de uma obra está precisamente neste nível
mais abstrato (de hipótese formal construtiva)
e que sua manifestação concreta seja não
essencial.
 Mas precisamente, o sensível, enquanto se
organiza em percepção e em semiose,
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enquanto é captado como um complexo

estruturado de elementos, somente pode
justificar-se fora do sensível, por meio de
referência a modelos.
 Assim pois, captamos identidades e
diferenças, estabelecemos analogias e
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oposições, instituimos uma fina rede de

relações e de correlações no âmbito do
material sensível, e somente desta maneira
este é para nós verdadeiramente sensível.

Emilio Garroni
Proyecto de Semiótica, 1973
Meta Arte O signo como diferença

No breve escrito De organo sive arte magna

cogitandi, de Leibniz, procurando poucos
pensamentos a partir da combinatória dos
quais todos os outros possam ser derivados,
como acontece com os números, estabelece
a matriz combinatória essencial na oposição
entre Deus e o nada, a presença e a
ausência. Desta dialética elementar é
maravilhosa similitude o cálculo binário.

Umberto Eco, Signo

Enciclopédia Einaudi, 1994
 Searle sobre a língua e o mundo
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Deve-se admitir uma invenção da língua e do

mundo, invenção paralela que, apesar de sua
opacidade, as faz se interpenetrar e designar
reciprocamente. Autonomia da língua .
Autonomia daquilo que a língua tenta
designar. Em sua interação, afirma-se a
possibilidade dessa disjunção e, portanto, a
possibilidade quase infinita de re-composição
e de intervenção.

Lucien Sfez
Crítica da Comunicação, 1994