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CLC 6

Urbanismo e mobilidade
Arquitetura tradicional
e sistemas construtivos
A história da arquitetura em Portugal acompanhou
sempre de perto a evolução da história de Portugal e as
sucessivas ocupações e expansões a que o atual
território nacional esteve sujeito.
Para além do aparecimento de
novos sistemas construtivos,
também nas últimas décadas se
A combinação de materiais, utilizados na materialização tem assistido ao ressurgimento de
dos diversos elementos de construção de um edifício, algumas soluções correntes no
passado e que foram
denomina-se por solução construtiva praticamente abandonadas, como
o Adobe e a Taipa

A combinação
 Pavimentos,
das soluções  paredes
construtivas  coberturas;
utilizadas na É conhecida por
definição dos sistema construtivo.
principais
elementos de
construção:

Com o crescimento da consciência ecológica e com a aplicação da ciência à construção, o Homem passou a
compreender melhor e aprendeu a corrigir o comportamento de alguns sistemas construtivos do passado, que se mostram
atualmente bastante mais compatíveis com o equilíbrio dos ecossistemas, do que os atuais sistemas construtivos amplamente
implementados e disseminados.
os fatores mais importantes que influenciam a seleção da tecnologia construtiva mais adequada
são (adaptado de AGO, 2003):

Comportamento térmico. O modo


como uma solução construtiva
Durabilidade das
condiciona o comportamento térmico
soluções
do edifício é importante na previsão
comparativamente à
da quantidade de energia necessária
vida útil projetada
nas operações de aquecimento e
para o edifício; Análise global dos arrefecimento (custos económicos e
custos da solução ambientais);
(custo inicial, custo de
operação, custo de
manutenção, custo de
Impacte ambiental de reabilitação, custo de Disponibilidade de técnicos e de
todos os materiais e demolição/desmantelam empresas de construção que
componentes de ento valor venal, custo possuam a adequada formação
construção utilizados, bem de eliminação); para lidarem com a solução
como, dos processos de construtiva pretendida;
construção associados;
Materiais “verdes” e confortáveis. Existe uma
tendência para o desenvolvimento e proliferação Materiais biotecnológicos. A biotecnologia, a par da
de materiais que “respeitem” o meio ambiente. física, da mecânica e da química, é um ramo da ciência
que intervém na conceção de biomateriais, sendo estes
É crescente a utilização de materiais que compostos por matéria viva com programação genética.
integram matéria reciclada, cujo fabrico é
programado de modo a que possuam baixo São produzidas soluções a partir de células animais e
impacto energético e que tenham grandes vegetais para desenvolver moléculas biológicas que
possibilidades de virem a ser reutilizados e/ou pelas suas propriedades encontram campo de aplicação
reciclados. no sector da construção.

Pretende-se também que a durabilidade destes O seu uso pode ser diverso, desde paredes auto-
materiais seja cada vez mais alargada. Quanto laváveis que dispensam operações de limpeza a
ao “conforto”, os materiais devem possuir sistemas de regulação higrométrica. Igualmente se
propriedades delicadas, com características prevê a aplicação de biomateriais para a autorreparação
agradáveis em termos estéticos e sensoriais, de edifícios (caso de paredes fissuradas), dado que
possibilitado a harmonia entre o material e o estes materiais são providos de “memória” que lhes
utilizador. Constitui exemplo, o desenvolvimento permite retornar à sua fase inicial após determinada
de novos materiais em madeira para o solicitação.
revestimento de paredes e pavimentos com
estética apelativa e conforto táctil.
Tendências na construção

O betão é ainda, e apesar de todos os inconvenientes apontados até agora, o material base nas principais soluções construtivas da
Construção portuguesa.
Resumidamente, os novos desígnios dos materiais de construção são (Simões, 2002):

Materiais por medida. A aplicação da química à


engenharia dos materiais permitiu a “afinar” as Materiais “inteligentes e programáveis”. Os materiais do
propriedades dos materiais através da manipulação futuro serão “inteligentes”, no sentido de reagir
da sua microestrutura (cadeia-macromolecular), ou espontaneamente e sem intervenção humana às condições
da sua macroestrutura (fibras, argamassas de do meio (tal como acontece num campo de girassóis em
resina, materiais compósitos. relação ao sol).
A “inteligência” será integrada no material, de modo a que
Deste modo os materiais são obtidos em função da este possa alterar as suas características face às solicitações,
combinação de vários componentes, com vista à caso dos polímeros a aplicar no revestimento das fachadas e
satisfação das performances pretendidas. A nos envidraçados que definem a sua reflectância em função
descoberta de materiais de síntese acelerou a da temperatura do meio exterior.
conceção e o desenvolvimento dos materiais
compósitos, permitindo obter combinações de Os materiais serão também programáveis por computador,
performances, impossíveis de atender a partir de podendo ser formulada, organizada e estruturada a matéria
materiais microscopicamente homogéneos. para satisfazer um conjunto de exigências predefinidas, como
exemplo a forma, a
Taipa
Na taipa utiliza-se a terra húmida para a
construção de paredes espessas
através de um processo de
compactação.

As paredes de taipa são construídas


através da compactação de uma
mistura de agregados selecionados,
incluindo gravilha, areia, siltes, e uma
pequena quantidade de argila. A
compactação é realizada entre dois
painéis de cofragem.
Apesar do termo estar inicialmente associado à construção de paredes com espessuras superiores a 50 cm, é
possível construírem-se paredes mais esbeltas, através da adição de cimento ou cal à mistura (AGO, 2003).

A construção em taipa, também conhecida por “pisé” – termo de


origem na expressão francesa “pisé de terre” – foi utilizada pela
primeira vez em Lyon, França em 1562.

O termo foi aplicado à construção de paredes com pelo menos 50


cm de espessura, materializadas através da compactação de terra
entre dois moldes paralelos que são removidos após a secagem da
terra
Adobe

O adobe é uma técnica de construção em terra onde são Para se executarem os blocos (adobes), em
utilizados blocos de terra crua moldados. O termo “adobe” primeiro lugar realiza-se uma mistura de terra e
provém do vocabulário Árabe e Berber e foi implementado na água que é colocada em moldes com as
Península Ibérica quando os povos do Norte de África dimensões que se pretende atribuir aos blocos.
dominavam esta zona do continente europeu. Posteriormente os blocos ficam a secar ao ar
livre (naturalmente). Os adobes podem ser
produzidos a partir de terra líquida ou plástica,
utilizando moldes muito diversos (Lourenço,
2003).
O BTC – bloco de terra comprimido

O BTC – bloco de terra comprimido – é o descendente moderno do


bloco moldado de terra, conhecido tradicionalmente por Adobe. A ideia de
compactar a terra de modo a melhorar a qualidade e performance dos
blocos moldados de terra não é nova, e foi através da utilização de pilões
de madeira que se produziram os primeiros blocos de terra comprimida.
Este é um processo ainda bastante comum em algumas partes do globo.

Pensa-se que as primeiras máquinas para a compactação de terra


surgiram no século XVIII, em França, através do inventor François
Cointeraux. Este inventor desenvolveu um equipamento denominado por
“crecise” através da adaptação de uma prensa usada na produção de
vinho para a compactação de terra (Rigassi, 1985).
Ambientes rurais e
ambientes urbanos
Os espaços urbano e rural inserem-se como diferentes
expressões materializadas no espaço geográfico, compreendidas
por suas distintas dinâmicas económicas, culturais, técnicas e
estruturais. Embora componham meios considerados distintos,
suas inter-relações são bastante complexas. Por isso, muitas
vezes é difícil separar ou compreender a especificidade de cada
um desses conceitos.

O conceito de espaço urbano designa a área de elevado


adensamento populacional com formação de habitações
justapostas entre si, o que chamamos de cidade.

Já o conceito de espaço rural refere-se ao conjunto de


atividades primárias praticadas em áreas não ocupadas por
cidades ou grandes adensamentos populacionais.
No entanto, para além dessa
definição simples e introdutória, é
interessante perceber que rural e
urbano são, além de tudo, tipos
diferentes de práticas cotidianas.
Assim, podem existir práticas rurais
no espaço das cidades ou práticas
urbanas no espaço do campo.

Por exemplo: um cultivo de hortaliças


dentro do espaço de uma cidade
(embora isso seja cada vez mais raro
nos grandes centros urbanos) é um
caso de prática rural no meio urbano.

Da mesma forma, a existência de um


hotel fazenda ou um resort em uma
zona afastada da cidade é um
exemplo de prática urbana no meio
rural.
Em termos de hierarquia económica,
Uma das principais diferenças entre urbano e rural está,
podemos dizer que, originalmente, o campo
assim, nas práticas socioeconómicas.
exercia um papel preponderante sobre as
O espaço rural, como já dissemos, engloba predominantemente
cidades.
atividades vinculadas ao setor primário (extrativismo, agricultura
e pecuária), ao passo que o espaço urbano costuma reunir
Afinal, foi o desenvolvimento da agricultura
atividades vinculadas ao setor secundário (indústria e produção
e da pecuária que permitiu a formação das
de energia) e terciário (comércio e serviços).
primeiras civilizações e o seu posterior
desenvolvimento.

Outra diferença entre urbano e rural está na amplitude dos No entanto, com o avanço da Revolução
respetivos conceitos. Industrial e as transformações técnicas por
ela produzidas, o meio rural viu-se cada vez
Em termos de escala, a abrangência espacial do meio rural mais subordinado ao urbano, uma vez que
é muito maior, pois ele reúne tantos as áreas transformadas as práticas agropecuárias e extrativistas
e cultivadas (espaço agrário) pelo homem quanto o espaço passaram a depender cada vez mais das
natural, pouco transformado ou mantido totalmente sem técnicas, tecnologias e conhecimentos
intervenções antrópicas produzidos nas cidades.
Espaços
Verdes
Urbanos
O conceito de espaço verde urbano e
respetivas funções sofreram profundas
alterações ao longo do tempo, sendo
atualmente aceites de forma unânime os
seus múltiplos papéis de fundamental
importância para o bem-estar da população
urbana.

No início do século XX surgiu a teoria do continuum naturale, baseada na necessidade de a paisagem


natural penetrar na cidade de modo tentacular e contínuo, assumindo diversas formas e funções: espaço
de lazer e recreio; enquadramento de infraestruturas e edifícios; espaço de produção de frescos agrícolas
e de integração de linhas ou cursos de água com os seus leitos de cheia e cabeceiras. Este objetivo é
realizado quer através da criação de novos espaços, quer da recuperação dos existentes, e da sua ligação
através de “corredores verdes”, integrando caminhos de peões e vias.
Funções dos espaços verdes no tecido urbano

Têm funções culturais, de integração, de enquadramento,


didáticas, de suporte de uma rede contínua de percursos
para peões, de jogo, lazer e recreio. O interesse cultural
do espaço verde urbano pode sintetizar-se na
possibilidade de incentivar as pessoas à apreensão e
vivência dos objetos e dos conjuntos em que se
organizam.

Têm um papel importante na ligação Os espaços verdes são também úteis


dos vários espaços diferenciados entre na separação física do trânsito
si e na amenização de ambientes, pelo automóvel da circulação de peões,
contraste entre a suavidade do material filtram os gases tóxicos produzidos
vivo inerente à vegetação e o carácter pelos automóveis, absorvem parte do
inerte e rígido dos pavimentos e outras ruído provocado e reduzem o
superfícies construídas. encadeamento.
Dadas as alterações e influências negativas que a intensificação da edificação provoca no clima urbano, uma
das importantes funções da vegetação consiste no controlo do microclima, contribuindo para a sua
amenização, através das suas propriedades de Termo regularização, controlo da humidade, controle das
radiações solares, absorção de CO2 e aumento do teor em O2, proteção contra o vento, contra a chuva e o
granizo e proteção contra a erosão.

Não obstante o reconhecimento das funções essenciais associadas à presença dos espaços verdes, a sua
implementação encontra-se sujeita a múltiplas ameaças, entre as quais se destaca a excessiva densificação
da malha urbana, associada a situações de especulação fundiária e a ausência de um planeamento
adequado.
Influência dos equipamentos
culturais no ordenamento e
coesão territorial
O território não é apenas um espaço físico
nem um suporte das diferentes atividades
humanas, mas um sistema complexo, no qual
uma multiplicidade de relações, atividades e
valores coexistem, interagem e geram
conflitos, mas também sinergias criativas.

O território é, também, uma das marcas que


melhor define a Europa, indissociável das
imagens icónicas que a representam ou da
pluralidade doutras que associamos a cada
uma das suas regiões.
A geografia e a ação humana ditaram a transformação do território europeu e a relação secular
entre o homem e o meio, ao moldar as paisagens europeias, ajudou a sedimentar, do ponto de
vista civilizacional e histórico, uma cultura territorial europeia.

Com estatuto de regiões ultraperiféricas, apresentam características de fragmentação territorial


e de coesão interna diferenciadas, mas detêm uma posição estratégica não só para Portugal como
para a União Europeia, que lhes confere uma valia muito superior à sua dimensão territorial.
Assim, Portugal deve ser olhado na sua diversidade continental, insular e marítima, e o mar
incluído no debate sobre a coesão territorial.

A promoção da identidade dos territórios, através da defesa do património natural e construído e


da paisagem e a valorização dos recursos e das especificidades locais e regionais são
instrumentos fundamentais de coesão territorial.
Para garantir a coerência e o equilíbrio do território a
coesão territorial deve-se garantir
Entendendo o território como
um sistema, cada parte deve
tirar partido dos seus atributos
funcionais no sentido da
 O locus da ação coletiva utilidade e complementaridade,
 A coesão implica pessoas, comunidades e apropriação visando a sua sustentabilidade
de territórios e eficiência, na linha do
 Não resumir‐se ao mero exercício técnico‐político. preconizado pela Agenda
Territorial.

A coesão territorial é a condição de partida para a


adequada coesão económica e social. Por isso, o apoio à
valorização das capacidades produtiva e criativa de cada
território, ancoradas nas suas aptidões e potencialidades,
ganha particular acuidade.
Condições de acesso justo e equilibrado aos bens e serviços O acesso justo aos bens e serviços
públicos: públicos tem que resultar de um
compromisso entre as condições ideais
ou razoáveis de distância‐tempo e a
o conceito de coesão territorial está, à semelhança dos conceitos de
dimensão dos equipamentos que possa
coesão económica e social, intimamente ligado ao princípio de
garantir os padrões mínimos de
solidariedade e, nessa medida, visando garantir objetivos de equidade no
qualidade do seu funcionamento.
acesso aos equipamentos, às infraestruturas e ao conhecimento.

A melhor escala não é universal, ela varia com a natureza do serviço,


exigindo a possibilidade de abordagens flexíveis e criativas, adaptáveis às
peculiaridades dos contextos territoriais.
No entanto, a necessidade de privilegiar a
dimensão económica da integração
Dinamismo, competitividade e inovação europeia, orientando as políticas públicas
para a competitividade em detrimento da
Os fatores de competitividade e crescimento são também essenciais ao coesão social, gera conflitos (latentes ou
reforço da Coesão Territorial explícitos) entre competitividade e coesão
que é indispensável ultrapassar pelos
A mobilização da inovação e do conhecimento, o desenvolvimento efeitos de rutura (quebra de laços sociais,
tecnológico e o reforço da capacidade de empreendedorismo, aspetos descontinuidades territoriais,
cuja evolução dependerá em larga escala do contexto institucional, são marginalização económica) que suscitam
determinantes na afirmação e na aproximação de territórios e pelos reflexos negativos subsequentes.
Traços arquitetónicos
distintivos: integração e rutura
paisagística
Restauração e
integração
paisagística
A restauração ambiental é o processo induzido pelo
homem para recuperar as condições ambientais
(vegetação, fauna, clima, água, solo, etc.) dos
ecossistema perturbados.

O objetivo deste processo é imitar a estrutura, a


função, os valores paisagísticos, a biodiversidade e
a dinâmica dos ecossistemas originais.

A integração paisagística tem por objetivo orientar


ou corrigir as transformações da paisagem já
realizadas (infraestruturas, extração mineira,
edificações, etc.) para conseguir adequá-las à
paisagem tomada como referência.
 A recuperação paisagística é o processo que visa reabilitar ou
requalificar uma área degradada, com vista a restabelecer ou a
criar condições que valorizem o espaço em termos ecológicos,
produtivos e estéticos, integrando-o ambiental e
paisagisticamente na envolvente.

 Neste sentido, a filosofia de conceção do projeto pode propor a


restituição da aptidão original do espaço (reabilitação), ou a
reconversão (requalificação) para um uso distinto do anterior,
tendo como objetivo final a minimização dos impactes
ambientais motivados pelo fator que originou a degradação.

 Neste sentido, a reabilitação visa o restabelecimento do


equilíbrio e funções ecológicas do ecossistema afetado,
recuperando a sua flora e fauna autóctone, enquanto a
requalificação pretende conferir ao espaço afetado um uso e
função diferente do existente originalmente, como por exemplo,
industrial, florestal, agrícola, de lazer, urbano, etc.
Programa POLIS

 Este Programa visa promover intervenções nas vertentes


urbanística e ambiental, por forma a promover a qualidade de
vida nas Cidades, melhorando a atratividade e competitividade
dos polos urbanos.

 O POLIS incluiu um conjunto de ações, de menor dimensão,


que foram objeto de contratualização com a ex-DGOTDU, atual
DGT, designadamente as intervenções em cidades
contempladas pela componente 2 do Programa, aprovado pela
Resolução de Conselho de Ministros nº. 26/2000, de 15 de
maio, bem como outras ações que, no âmbito do POLIS,
contribuíam para a melhoria da qualidade urbanística e
ambiental das cidades.
Programa Polis: o que é?

O Programa Polis provém de uma sociedade entre


o Estado (Ministério das Cidades, Ordenamento do Os principais objetivos do Programa Polis são:
Território e Ambiente) e as Camaras Municipais das
várias cidades em que intervém (Autarquias Locais)  A requalificação urbana tendo sempre em conta a valorização
com o objetivo de intervir as vertentes urbanísticas ambiental;
e ambientais das cidades aumentando a  Promover a multifuncionalidade e revitalizar e requalificar as
atratividade das cidades. O Estado contribui com cidades desenvolvendo ações que contribuam para tal;
60% do capital e as autarquias locais com os  Melhorar a qualidade do ambiente urbano e valorizar a
restantes 40%. presença de elementos ambientais tais como frentes de rio
apoiando ações de requalificação;
 Aumentar os espaços verdes, as áreas pedonais e diminuir o
tráfego automóvel no interior das cidades apoiando iniciativas
que contribuam para tal.
 É de salientar que o Programa Polis tem como função
primordial criar Planos de Pormenor consoante as
necessidades das cidades em questão e colocá-los em
discussão pública visando a sua publicação no Diário da
República.
O que é o PDM - Plano Diretor Municipal?

O Plano Diretor Municipal - PDM, é um instrumento legal  Regulamento - que constitui o elemento normativo
fundamental na gestão do território municipal. O PDM do PDM e que estabelece e as regras e parâmetros
define o quadro estratégico de desenvolvimento territorial aplicáveis à ocupação, uso e transformação do solo,
do município, sendo o instrumento de referência para a vinculando as entidades públicas e ainda, direta e
elaboração dos demais planos municipais. imediatamente, os particulares;

 Planta de ordenamento, que representa o modelo


de organização espacial do território municipal;

 Planta de condicionantes que identifica as


O PDM é constituído pelos seguintes servidões administrativas e as restrições de
documentos: utilidade pública em vigor que possam constituir
limitações ou impedimentos a qualquer forma
específica de aproveitamento do solo
 Relatório, que explicita a estratégia e modelo de desenvolvimento
local, nomeadamente os objetivos estratégicos e as opções de base
O PDM é também territorial adotadas para o modelo de organização espacial;
acompanhado por:
 Relatório ambiental, no qual se identificam, descrevem e avaliam os
eventuais efeitos significativos no ambiente, resultantes da aplicação
do plano e as alternativas razoáveis, tendo em conta os objetivos e o
âmbito de aplicação territorial respetivos;

 Programa de execução, contendo, designadamente, as disposições


sobre a execução das intervenções prioritárias do Estado e do
município, previstas a curto e médio prazo, e o enquadramento das
intervenções do Estado e as intervenções municipais previstas a longo
prazo;

 Plano de financiamento e fundamentação da sustentabilidade


económica e financeira.

 Planta de enquadramento regional;


 Planta da situação existente com a ocupação do solo;
complementado pelos  Planta e relatório com a indicação dos compromissos urbanísticos
existentes;
seguintes elementos:  Mapa de ruído;
 Participações recebidas em sede de discussão pública e respetivo
relatório de ponderação;
 Ficha dos dados estatísticos
Fomento, oportunidade e mobilidade laborais aliados
à valorização do património urbano e rural

Novas áreas de oferta profissional:


Turismo urbano, turismo rural, turismo
de habitação, turismo cultural e turismo
de aventura

ESTRATÉGIA TURISMO 2027 - Luís Araújo Presidente do Turismo


de Portugal, I.P.
A visão da Estratégia Turismo 2027 espelha o que se pretende
alcançar: «afirmar o turismo como hub para o desenvolvimento
económico, social e ambiental em todo o território, posicionando
Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos e
sustentáveis do mundo»
O conceito de turismo urbano refere-se
ao consumo de determinadas dimensões
tipicamente associadas ao espaço da
cidade, como a arquitetura, os
monumentos ou os parques, mas
também ao plano especificamente
cultural, como os museus, restaurantes e
performances. Assim, o turismo urbano
resulta da consubstanciação da ideia de
turismo, cidade e cultura.
O estudo do turismo urbano requer a consideração atenta e séria das
atividades de lazer e do aglomerado populacional, e das características da
cidade que muita teoria urbana precedente recusou problematizar.

No entanto, o número de avanços nas últimas décadas consagrou ao turismo


um canto próprio na investigação urbana. Como a manufatura industrial torna
“desertas” densas zonas urbanas, o entretenimento assume um papel cada
vez mais notório na economia de inúmeras cidades: o lazer e o consumo para
alguns é o lucro de outros.

A atração e acomodação dos visitantes tornou-se numa das mais magnas


preocupações para o púlpito e para as elites urbanas privadas. Deste modo, a
flutuação de visitantes numa cidade resulta uma surpreendente determinação
das políticas locais, modelos de investimento e construção do meio citadino.
Turismo rural ou agroturismo é uma
modalidade do turismo que tem, por
objetivo, permitir, a todos, um contato
mais direto e genuíno com a natureza, a
agricultura e as tradições locais, através
da hospedagem domiciliar em ambiente
rural e familiar.

Desde a década de 1970, como resposta


ao aumento e diversificação da procura
turística, assim como à procura de
soluções para o declínio e desagregação
das sociedades rurais, assiste-se ao
desenvolvimento do turismo em espaço
rural, constituindo-se este como um meio
privilegiado de promoção dos recursos
existentes nos territórios rurais, um fator
de revitalização do tecido económico e
social e uma oportunidade para o
desenvolvimento destes territórios.
As atividades turísticas no meio rural
constituem-se da oferta de serviços,
equipamentos e produtos de:

 hospedagem
 alimentação
 receção à visitação em propriedades
rurais
 recreação, entretenimento e atividades
pedagógicas vinculadas ao contexto
rural
O Turismo de habitação é um dos sistemas de alojamento domiciliar que
foram definidos para estarem inseridos no modelo de turismo rural, em
Portugal.

Hoje mantém esta sua designação original (TH) e, no seu conjunto, com os
outros três são agora oficialmente identificados por TER - Turismo no
Espaço Rural, pela DGT (Direção Geral de Turismo) do governo português.

Existe, desde o ano de 1981, de forma organizada e regulamentada com o


principal objetivo de favorecer e revitalizar habitações com interesse para o
património histórico-cultural.

As casas classificadas em Turismo de Habitação são, atualmente,


identificadas como casas antigas de grandes dimensões, geralmente com
história.

Consiste numa modalidade de alojamento turístico, (hospedagem), e que


tem por base o acolhimento em casas particulares de reconhecido valor
arquitetónico, relevante para a região ou mesmo internacional, com a
presença do proprietário no local de pernoita, embora em espaços
separados de dormida, por vezes com áreas comuns de serviço e de lazer,
e na sua maioria com uma piscina inserida na área ajardinada pertencente
às mesmas.
Turismo cultural é uma atividade
econômica que está relacionada com
eventos e viagens organizadas e
direcionadas para o conhecimento e
lazer com elementos culturais, tais
como: monumentos, complexos
arquitetónicos ou símbolos de
natureza histórica, além de eventos
artísticos/culturais/religiosos,
educativos, informativos ou de
natureza académica.
A atividade do turismo cultural pode
ser subdividido em:
Turismo de congresso;
Turismo científico;
Turismo religioso, entre outros.
Turismo de aventura é um segmento de mercado
do sector turístico que compreende o movimento
de turistas cujo atrativo principal é a prática de
atividades de aventura de carácter recreativo.
Podendo ocorrer em qualquer espaço: natural,
construído, rural, urbano, estabelecido como área
protegida ou não.

Atividades relacionadas: rafting, rapel, mountain


bike, mergulho autônomo, mergulho de apneia,
trekking, arborismo, exploração de cavernas entre
outras atividades.
Fluxos Migratórios: causas e consequências económicas, políticas e
culturais dos fenómenos de migração, emigração, imigração e êxodo

Evolução dos fluxos migratórios

A partir dos anos 60, estes fluxos começaram a


Até meados dos anos 60,
centrar-se nas economias florescentes da Europa
Portugal era um país de
Ocidental, carentes de mão-de-obra não
emigrantes, sobretudo de
especializada e com condições laborais
emigrantes transoceânicos. A
infinitamente superiores às oferecidas em
falta de oportunidades e o clima
Portugal. França, Alemanha e Suíça passaram
de pobreza que reinava no auge
então a ser o destino de eleição destes
do antigo regime levaram milhões
portugueses. Foi então que o Estado começou a
de portugueses a atravessar o
abrir as portas aos imigrantes das colónias
Atlântico em direção ao Novo
portuguesas (sobretudo de Cabo Verde).
Mundo: Brasil.
Com a desagregação tardia do Império ultramarino português, em 1975,
cerca de meio milhão de portugueses que viviam sobretudo em Angola e
Moçambique regressaram a Portugal para 11 anos depois, com a entrada
de Portugal na então CEE se voltar a incentivar a saída de trabalhadores
nacionais para um espaço europeu comum que continuava carenciado de
mão-de-obra.

A integração de Portugal neste novo espaço tornou-o especialmente atrativo como destino de imigrantes oriundos do Brasil, dos
PALOP e da Europa Central e Oriental. A esmagadora maioria dos imigrantes africanos em Portugal deixou os países de origem
sem qualquer espécie de garantia no que se refere à sua integração no mercado de trabalho, submetendo-se frequentemente a
condições de trabalho precárias e a salários muito baixos.

Em plenos anos 90, a imigração volta a mudar de rosto, pois com a dissolução da União Soviética e com o desagregar do modelo
económico vigente que cedeu perante o modelo capitalista e liberal da Sociedade Ocidental, deixou sem trabalho e assistência
médico-social milhões de pessoas.

Na passagem do século, assistiu-se a uma nova vaga de imigração, desta vez, oriunda do Brasil. Mais heterogénea do ponto de
vista das qualificações literárias profissionais que as populações africanas e da Europa de Leste, os imigrantes brasileiros
beneficiaram da abertura das autoridades portuguesas relativamente à sua origem e rapidamente se tornaram na comunidade
imigrante mais importante do país e que teve um acolhimento diferente das restantes.
O país tem que ter orientações corretas em matéria de acolhimento e integração dos que procuram no nosso país uma
saída digna para as suas vidas, marcada pelo respeito pelos seus direitos cívicos, sociais e culturais, de apoio à sua
integração harmoniosa e de valorização do seu contributo para o desenvolvimento do país e se esta integração não se
realizar, restam duas hipóteses às populações imigrantes:
 O trabalho clandestino, sem condições, nem dignidade e fator de exploração;
 O desemprego que leva inevitavelmente ao aumento da pobreza e da desagregação social, designadamente ao
alcoolismo, miséria, depressão, crime e suicídio.

Impactos económicos, culturais e sociais dos fluxos


migratórios no Portugal Contemporâneo

 Uma integração plena evita, pois, uma série de problemas dramáticos e favorece a coesão social
ao mesmo tempo que contribui positivamente para a economia e para a contenção do
envelhecimento demográfico.
 Por outro lado, os imigrantes são responsáveis por cerca de 5% do PIB nacional e o seu
contributo para as contas públicas, através de impostos e taxas, é normalmente maior do que os
custos que lhes estão associados, fazendo-os, por isso, contribuintes líquidos para a nossa
sociedade
As crescentes disparidades quanto ao nível de vida, oportunidades de trabalho e até
de segurança humana, exacerbada pela atual crise económica, têm um grande
A mobilidade de pessoas, capital, bens e serviços não é uma impacto nas migrações, nomeadamente de trabalhadores. A imigração pode ser
realidade recente. Contudo, com a globalização, estes entendida como ameaça, tanto para o país de acolhimento como para o país de
fenómenos intensificaram-se, criando redes globais de origem. Daí a necessidade de encontrar respostas articuladas entre ambos. Desta
interdependência económica e social. As novas tecnologias forma, só uma relação de cooperação que cubra as mais variadas áreas (desde a
contribuem para a rápida transferência de ideias, serviços, bens, legislação, contratos de trabalho, às relações comerciais) pode criar políticas
capitais e informação. Os Estados, economias e culturas estão migratórias positivas. Os migrantes, enquanto potenciais agentes de risco, afetam a
cada vez mais integrados e interligados. segurança do Estado direta ou indiretamente.
Fluxo Migratório Imigração: é o movimento de
entrada, com ânimo permanente
 Fluxo migratório é uma referência genérica ao movimento de ou temporário e com a intenção
entrada (imigração) e saída de pessoas (emigração). de trabalho e/ou residência, de
pessoas ou populações, de um
 Migrante é todo aquele que se desloca da sua residência por país para outro.
um período de tempo mais ou menos longo.

Emigração:
É o ato e o fenómeno espontâneo de deixar o local de residência
para se estabelecer numa outra região. Trata-se do mesmo
fenómeno da imigração mas visto da perspetiva do lugar de
origem. A emigração é a saída de nosso país.
Causas ou motivos das migrações:

Naturais - dum modo geral, este motivo de migrações,


Económicas - provavelmente deverá ser a causa
leva a que sejam migrações forçadas, pois devido a
fundamental que leva as pessoas a migrarem, quase
causas naturais (cheias, terramotos, secas, vulcões...) a
sempre resultante da diferença de desenvolvimento
vida e a sobrevivência das pessoas fica em risco, pelo
socioeconómico entre países ou entre regiões.
que se vêm forçadas a abandonar os seus locais de
residência.
Quase sempre, nestes casos, os indivíduos migram porque
querem assegurar noutros locais um melhor nível de vida,
Turísticas - são as que se efetuam normalmente, pela
onde os salários são mais elevados, as condições de
maioria das pessoas, em determinadas épocas (ou
trabalho menos pesadas, onde a assistência social é mais
estações) do ano, que por isso mesmo, também são
eficaz, enfim, vão para onde pensam ir encontrar uma vida
uma forma de migrações sazonais. São aquelas
mais agradável, o que, diga-se de passagem, nem sempre
deslocações que se efetuam no período das férias de
acontece.
Verão, Natal, Páscoa, etc.
Por exemplo, ir trabalhar para a Alemanha, pois dum modo
Laborais - São todas as deslocações que se efetuam
geral, os salários lá, são mais elevados.
por motivos profissionais.
Causas ou motivos das migrações:

Políticas - São dum modo geral migrações externas, que devido a mudanças nos governos de países, alguns habitantes
se veem forçados (mas nem sempre) a saírem desse país.

Por exemplo, quando se deu a independência de alguns países africanos, muitos dos seus habitantes tiveram de sair deles
e ir para outros países; aconteceu com os portugueses em Angola, Moçambique, Guiné, mas também com franceses em
Marrocos, Argélia.

Étnicas - esta palavra, muitas vezes confundida com racismo, tem mais a ver com diferenças entre culturas e povos,
podendo ou não ser da mesma raça.

Por exemplo, na II Guerra Mundial, havia muitos judeus na Alemanha e, para Hitler, eles constituíam um povo inferior, pelo
que tentou exterminá-los, contudo, eles eram ambos (alemães e judeus) de raça branca. Também recentemente, na ex-
Jugoslávia, muitos povos se viram forçados a emigra apenas por pertencerem a outra cultura.

Religiosos - há muitas migrações, muitas delas externas, cujo único objetivo é a deslocação a um determinado centro de
fé, de acordo com a religião de cada indivíduo.
Atividades:
• Escolha um dos seguintes temas e elabore um texto sobre o assunto:

1- Arquitetura tradicional da região (Serra da Lousã).

2- Vantagens e desvantagens de viver no espaço urbano / espaço rural.

3- Emigração na região (locais de destino, atividades a que se dedicam os


emigrantes no seu país de destino, causas da emigração, etc.).

4- Comunidade de imigrantes na região da Lousã (locais de origem,


atividades a que se dedicam, integração, apoios que recebem…).

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