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“Escola” de Nuno Júdice

Apresentação Oral Português, Duarte Barros, n7, 9A


O Autor, Nuno Júdice
• Nuno Manuel Gonçalves Júdice Glória, nascido a 29 de abril de 1949, na
Mexilhoeira Grande em Portimão, é poeta, ficcionista e professor
universitário. Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa. Trabalhou como professor do ensino secundário e
universitário até à sua aposentação em 2015. Foi também diretor da revista
“Tabacaria”, conselheiro cultural da Embaixada de Portugal, assim como
diretor do Instituto Camões em Paris. Hoje em dia é o diretor da revista
“Colóquio-Letras”, da Fundação Calouste Gulbenkian. Estreou-se na
literatura com a obra “A Noção do Poema”, de 1972, que está englobada num
vasto repertório de obras poéticas, das quais se destacam “A árvore dos
milagres” de 2000 e, “Pedro lembrando Inês” de 2001. Durante a sua carreira
foi honrado com diversos prémios, tais como o Prémio Pen Club e o Prémio
D. Dinis da Casa de Mateus. A 10 de junho de 1992 foi condecorada com o
grau de Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, tornando-se em
2013 Grande-Oficial da mesma.
Escola
O que significa o rio, A linha envolve os objetos
a pedra, os lábios da terra com a nitidez abstrata
que murmuram, de manhã, dos dedos; traça o sentido
o acordar da respiração? que a memória não guardou;

O que significa a medida e um fio de versos e verbos


das margens, a cor que canta, no fundo do pátio,
desaparece das folhas no no coro de arbustos que
lodo de um charco? o vento confunde com crianças.

O dourado dos ramos na A chave das coisas está


estação seca, as gotas no equívoco da idade,
de água na ponta dos na sombria abóbada dos meses,
cabelos, os muros de hera? no rosto cego das nuvens.
Análise Formal
• Nº estrofes: 6;

• Nº versos por estrofes: 4 (Quadras);

• Rima: Versos brancos ou soltos;

• Métrica: Heptassílabos ou redondilhas maiores (7 sílabas métricas) e octossílabos (8


sílabas métricas), são os mais frequentes, apesar de a métrica não ser regular;

• Recursos expressivos: Adjetivação (“O dourado dos ramos na estação seca”), antítese
(“nitidez abstrata”), personificação (“lábios da terra que murmuram”) e metáfora (“e um fio
de versos e verbos canta, no fundo do pátio, no coro de arbustos que o vento confunde
com crianças”).
Escola
O que significa o rio,
a pedra, os lábios da terra
que murmuram, de manhã,
o acordar da respiração?

O que significa a medida


das margens, a cor que
desaparece das folhas no
lodo de um charco?

O dourado dos ramos na


estação seca, as gotas
de água na ponta dos
cabelos, os muros de hera?
Escola
A linha envolve os objetos
com a nitidez abstrata
dos dedos; traça o sentido
que a memória não guardou;

e um fio de versos e verbos


canta, no fundo do pátio,
no coro de arbustos que
o vento confunde com crianças.

A chave das coisas está


no equívoco da idade,
na sombria abóbada dos meses,
no rosto cego das nuvens.
Fontes de pesquisa
• https://pt.slideshare.net/InsCastanheira5/poema-escola-de-nuno-jdice
• https://pt.wikipedia.org/wiki/Nuno_J%C3%BAdice
• https://www.citador.pt/poemas/escola-nuno-judice
• https://ielt.fcsh.unl.pt/team/nuno-judice/

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