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CURSO DE AURICULOTERAPIA

A simbologia das orelhas

Segundo muitas tradições fisiológicas e religiosas do Oriente, as orelhas são


locais no corpo onde se concentram as energias vitais do corpo e do espírito.

O deus Hindu da sabedoria, Ganesha, é representado com a cabeça de um


elefante, que tem grandes orelhas, mas olhos e boca pequenos. Isto porque
um sábio deve escutar mais do que falar, e não precisa ver para
compreender a intenção dos homens.
O Buda (Sidartha) é representado com grandes orelhas, sinal de
sua sabedoria e longevidade.
Por isso também se tem o costume de puxar o lóbulo das orelhas quando
comemoramos nossos aniversários.

E esta é a razão pela quais as mulheres usam brincos. Para estimular a energia
da Fertilidade e Sexualidade, correspondentes à Energia Ancestral que está
presente nos Rins e no Elemento Água.

Os piratas, assim como os ciganos, usavam brincos para poder estimular sua
energia sexual e para ter mais vitalidade.
Toda medicina oriental é baseada na observação das semelhanças entre a
natureza interna e externa do corpo humano e do mundo que o cerca.

Entre as semelhanças que chamaram a atenção dos orientais está o formato


das orelhas e a forma que um feto adota no útero materno.
Mas o estudo da Auriculoterapia não é apenas um tratamento que se
baseia na semelhança da orelha com o feto humano. Antes é fruto da
semelhança que ambos tem com os Rins, os Guardiões da Energia
Ancestral.
Com o tempo notaram que ao serem estimuladas partes da orelha que
correspondiam a determinadas partes do corpo, esta tinham um efeito no
local pretendido. Com isso, fizeram mapas que indicavam em que partes das
orelhas poderiam tratar cada parte do organismo.
Histórico da Reflexologia e Auriculoterapia

ANTES DE CRISTO

A Índia, o Tibete e a China, conheciam há cinco mil anos, uma forma de


tratamento por meio de pontos de pressão.

A obra clássica “HUNG TI NEI CHING”, escrita nessa época, refere que
o pavilhão auricular é um órgão que mantém relações com os demais
órgãos e regiões do corpo através do reflexo cerebral.

É também histórico o fato de que mulheres do Egito Antigo usavam


pontos auriculares como forma de anticoncepcional (2500 a.C.).
Nessa época, os sábios chineses faziam menção ao tratamento auricular
através de agulhas, associado ao tratamento pela Acupuntura Sistêmica.

Os piratas usavam os brincos nas orelhas para verem mais longe (pontos
dos olhos).

No Tibete tem-se relato que usavam pressões nas orelhas para tratar
ciatalgia.

Hipócrates, na Grécia, ao escrever sua obra “O livro das Epidemias”,


indicava uma punção com estilete nos vasos sanguíneos auriculares para
tratar processos inflamatórios e impotência sexual.
Nesse tempo, também massageava-se o lóbulo da orelha para cessar crises
convulsivas.

Em terras mediterrâneas, encontramos referência de cauterização de


pontos auriculares para tratar dores musculares e ciáticas.
DEPOIS DE CRISTO

Segundo o dicionário médico, a palavra “reflexo” significa uma contração


muscular involuntária decorrente de um estímulo externo e produzida
por um órgão central como a medula espinhal.
No contexto da terapia de zonas de reflexo, a palavra reflexo não é usada
nesse sentido, mas com o significado de reflexão de todo organismo, cabeça,
pescoço, tronco, órgãos e vísceras numa pequena tela, que podem ser os pés,
as mãos ou os pavilhões auriculares.
Encontramos provas do uso dessa técnica em 1550, quando Cellini, grande
escritor florentino, usou uma forte pressão nos dedos dos pés e das mãos a
fim de aliviar dores corporais, obtendo grande sucesso.

As tribos de americanos nativas conheciam o relacionamento entre os


pontos de reflexo e os órgãos interiores do corpo, tendo empregado esse
saber no tratamento de enfermidades.

Em 1572 foi publicada, na China, uma obra sobre Acupuntura, onde se


mencionavam as relações entre os Meridianos de Acupuntura e da Orelha,
e a Orelha e os Órgãos.
Em 1637, o médico português Zacuto cauretizou um ponto no
pavilhão auricular para cura da cialtalgia.

Em 1718, Vasalva e outros médicos franceses usavam cauterização no


antítrago para tratar odonto-nevralgia e nevralgia do trigêmeo.
A localização e nomenclatura dos pontos foram introduzidos
gradativamente, a medida que se observava a relação aurículo-órgão-
meridianos-posições anatômicas do corpo.

Esses estudos vêm especialmente de 1220 a.C. aos 1800; três mil anos de
observação, prática e sistematização.
Em 1810, Colla de Parma também cauterizava pontos do dorso da orelha
conseguindo curar ciatalgias.

Em 1890, o D.r Lucicni de Bastia, na França, cauterizava a raiz do anti-


héliz tratando a mesma patologia.
Nos últimos 80 anos, a Auriculoterapia tem sido aplicada com êxito no
tratamento das mais variadas algias em procedimentos de anestesias.

Os novos estudos, entre quais o do francês D.r Paul Nagior, somam


novas técnicas de combinação de pontos, adaptando a técnica ao
surgimento de novas enfermidades, porém o sistema clássico oriental é
fruto de observação milenar com resultados extraordinários, o que o
torna completamente atual.
Conceito de Auriculoterapia
É o tratamento que se baseia no principio energético de que em cada parte
de nosso corpo encontramos a imagem energética do todo corporal.

Assim podem diagnosticar e tratar todo o nosso organismo através de


cada parte menor do corpo.

É um recurso importante de Medicina Oriental, que parte de estímulos em


pontos da orelha conquistando o equilíbrio geral Corpo-Mente,
prevenindo e tratando desequilíbrios energéticos e patologias.

Cada orelha tem ponto de reflexo que correspondem a todos os órgãos e


funções do corpo.
Quando se efetua a sensibilização desses pontos por agulhas ou esferas,
o cérebro recebe um impulso que desencadeia uma série de fenômenos
físicos relacionados com a área do corpo, e que produzem a cura.

O uso da Auriculoterapia é compatível com todas as demais formas de


tratamento, não tendo efeitos colaterais desde que o diagnóstico seja
correto e o tratamento bem efetuado.

O pavilhão auricular é um microssistema que expressa todas as


alterações patológicas nas funções dos órgãos e vísceras (Zang-Fu),
nas funções dos tecidos, dos órgãos dos sentidos, do tronco ou dos
membros.
Mecanismos de ação: Relação entre a orelha, os
órgãos Zang-Fu e os Canais e Colaterais

A Neuroanatomia e a Neurofisiologia, assim como os mecanismos


neuro-humorais, não conseguem explicar completamente a ação da
Auriculoterapia.

A obra “Introdution to Acunputure Anesthesia” de 1973 de autoria do


D.r Willian Lowe afirma que a aurícula possui inervação abundante,
principalmente dos nervos trigêmeo, facial e vago, auriculares maiores
e occipitais maiores e menores.
Ao serem estimuladas essas inervações por agulhas ou esferas, há uma
sensibilização de uma região do cérebro (córtex, cerebelo, tronco cerebral)
que está ligada a cada órgão ou região do corpo pela rede do sistema
nervoso, comandando suas funções.

Assim se estabelece a sequência de ação: ponto auricular-cérebro-órgão-


função, tornando a Auriculoterapia eficaz no tratamento de inúmeras
desarmonias e patologias.
Canais e Colaterais

Os seis canais Yang entram ou chegam ao redor da orelha. Os seis


canais Yin conectam-se indiretamente com a orelha por ramos
colaterais.
Os Vãos Maravilhosos Yin Qiao Mae e Yang Qiao Mae se reúnem
atrás da orelha.
Quando clinicamente alguma parte do organismo sofre algum transtorno e há
uma alteração na circulação do Qi e do Xue, ao estimularmos pontos
correspondentes a essas áreas no pavilhão auricular, podemos provocar a
circulação do Qi e do Xue nos canais e colaterais, além de regular a função do
Zang-fu comprometido.

O estímulo auricular põe em atividade uma série de reflexos condicionados,


ocorrendo uma melhora sensível do tônus do sistema nervoso e da
reatividade do Sistema Neuro-Vegetativo.

A aplicação de um estímulo auricular, mesmo sendo débil, acelera uma série


de reflexos que provocam reações imediatas ou demoradas, temporárias ou
permanentes, todas elas de natureza terapêutica.
Anatomia da Superfície da Orelha

1-Lóbulo 10- Incisura Supratrágica


2-Antítrago 11- Incisura Intertrágica
3-Ramo ou Raiz da Hélix 12- Concha Cimba
4-Anti-Hélix 13- Concha Cava
5-Ramo superior da Anti-Hélix 14- Anti-Hélix
6-Ramo Inferior da Anti-Hélix 15- Hélix ou (Hélice)
7-Fossa Triangular 16- Tubérculo de Darwin
8-Escafa
9-Trago
A- ZONA DOS MEMBROS SUPERIORES

Os problemas dos membros superiores se refletem na Escafa.

• Dedos - no extremo superior da fossa da


Escafa

• Punho - no nível do Tubérculo de Darwin


(Escafa)

• Cotovelo - no nível da borda superior do ramo inferior


da Anti-Hélix

• Ombro - no nível da borda inferior da Cruz da Hélix

• Articulação do ombro - no nível da Incisura Supratrágica

• Clavícula - no centro da fossa escafóide, ao mesmo nível


do ponto coração

• Alergia - na metade da distância entre os pontos dedos


e punho
B- ZONA DOS MEMBROS INFERIORES

• Artelhos - na parte superior do ramo superior de Anti-Hélix

• Calcâneo, Tornozelos - bordo interno do ramo superior da Anti-hélix

• Joelho - no lado mais próximo a fossa escafóide, no nível


do ponto onde começa a cruz superior do Anti-Hélix

• Região Glútea - sobre o primeiro terço da cruz inferior do Anti-


Hélix

• Nervo Ciático - sobre o terço central da cruz inferior do Anti-hélix

• Simpático - na região de transição entre a borda superior do ramo


inferior da Anti-Hélix e a borda interna da Hélix (para todos os tipos de dores,
gastrite, úlceras, colite, má digestão, bronquite, arritmia cardíaca, hipertensão e
hipotensão arterial, doenças cardíacas, diabetes, infecção urinária, cólicas menstruais,
nervosismo, ansiedade, pânico e etc)
C- ZONA DO TRONCO

Os problemas da coluna vertebral, tórax e abdome se refletem na borda da Anti-


Hélix.

• Coluna lombossacral - no nível da borda inferior do ramo inferior da


Anti-Hélix

• Coluna torácica - no nível da linha perpendicular da Anti-Hélix

• Coluna cervical - na borda inferior da Anti-Hélix

• Cóccix - no ponto de união da cruz superior e inferior do


Anti-Hélix

• Abdome - na Anti-Hélix, mais ou menos no nível inferior do ramo


inferior da Anti-Hélix (constipação, dismenorréia)

• Tórax - na Anti-Hélix, no nível da Incisura Supratrágica


(angina, opressão torácica)

• Pescoço - na região de transição entre a Anti-Hélix e a depressão


do antítrago (algia do mesmo e hipotireodismo)
D- ZONA DA CABEÇA E FACE

Os problemas da face e dos órgãos dos sentidos se refletem no Lóbulo


Auricular e no Trago.

Na região Lóbulo Auricular


• Olho - no meio do Lóbulo Auricular

• Maxilar superior - no centro da zona 3 do lóbulo (dente)

• Mandíbula - acima do maxilar superior (dente)

• Ouvido interno - no centro da zona 6 (otite,hipoacusia)

• Anestesia para extração dentária - no centro da zona 1 do lóbulo

• Paladar e língua - zona 2 do lóbulo (linha diagonal)

• Amígdala - zona 8 do lóbulo

• Área da bochecha - zona 3,5 e 6 formando um óvulo (nevralgia do


trigêmeo, paralisa facial, dermatites na face)

• Lóbulo anterior (ponto da neurastenia) -zona 4 (sono, pesadelos)


Na borda do Antítrago

• Tronco cerebral - na transição entre Antítrago e Anti-Hélix (sedante, acama


a mente)

• Pode de asma - no meio da borda superior do Antítrago

• Frontal - na borda lateral, póstero superior do Antítrago (concentração,


fortalece a mente e cefaléia frontal)

• Temporal (tai yang) - entre os pontos frontal e occipital, no lado externo do Trago
(cefaléia temporal)

• Vértex - lado externo do antítrago (cefaléia no vértex)

• Occipital - acima do vértex (acalma a vertigem e cefaléia)

• Área da neurastenia - no bordo externo do antítrago, por trás do pontos


occipital e vértex (sono)

• Hipófise - no bordo superior do antítrago, próximo a fossa superior do


antítrago (distúrbios menstruais e impotência )
Antítrago (lado interior)

• Cérebro - no lado interno e superior do antitrago (fortalece a


capacidade cognitiva)

• Tálamo - imediatamente abaixo do pulmão (regulador do


organismo [hormonal e endócrino]

• Testículo - lado interno do antítrago (impotência, esterilidade


masculina)

• Excitação - entre o testículo e tálamo (estimula o córtex


cerebral (letargia, obesidade, impotência e amenorréia)
No Trago

• Ápice do trago - na metade superior do trago por seu lado externo, por cima da
proeminência central do ápice (antialérgica, antiinfecciosa, antiinflamatória, usada
em qualquer tratamento de estado febril) usa-se sangria

• Supra renal -sobre a metade inferior do lado externo do trago, por baixo da
proeminência central deste (antialérgica, antiinfecciosa, antiinflamatória)

• Nariz externo - sobre a face externa do trago, formando um triângulo com


pontos supra-renal e ápice do trago. (afecções no rariz, acne juvenil)

• Sede - na metade da distância da linha que une os pontos nariz externo e ápice
do trago (diabetes melito, enurese)
• Fome -na metade da distância da linha que conecta o ponto nariz
externo ao ponto supra-renal (obesidade, regula o apetite)

• Ouvido externo - sobre a área que forma a depressão entre a fossa do


supratrago e o hélix (surdez, acalma a dor, beneficia o ouvido, labirintite)

• Ponto do Órgão Coração - na metade da distância do ouvido externo e


sede (problemas do órgão)

• Nariz interno - parede interna do Trago, sobre a metade inferior deste


(renite, sinusite, resfriado comum)
E- ZONA DA CAVIDADE TORÁCICA E ABDOMINAL

As doenças cardíacas e pulmonares se refletem, na maioria das vezes, na


Concha Cava, e as do aparelho digestivo na Concha Cimba.

Os pontos dessa zona:

• Boca - na parte póstero-superior do conduto auditivo externo (Concha


Cava)

• Esôfago -imediatamente por baixo da raiz do Hélix ao nível do ponto


médio (Conha Cava)

• Cárdia - entre estomago e esôfago (plenitude torácica, náuseas e vômitos)

• Estômago - encontra-se no ponto onde desaparece a raiz do Hélix


• Intest. Delgado -no bordo superior da raiz do Hélix, ao mesmo nível do
ponto esôfago. (Conha Cimba)

• Intest. Grosso - no bordo superior da raiz do Hélix, ao mesmo nível do


ponto boca. (Conha Cimba)

• Fígado - no bordo póstero-superior da Concha Cimba

• Vesícula Biliar e Pâncreas - fica entre o ponto do Fígado e o ponto Rim, no


bordo externo da Concha Cimba. Este ponto representa na orelha esquerda ao
Pâncreas e na orelha direita a Vesícula Biliar

• Rim - na parte média superior da Concha Cimba, ao nível do ponto pelve

• Bexiga - traçando uma linha desde o ponto próstata até o ponto rim, no
primeiro terço da mesma , ao nível do ponto constipação

• Próstata - no ângulo superior da Cocha Cimba, por baixo da cruz inferior do


Anti-hélix na lado mais próximo ao bordo interno do Hélix
• Coração - no centro da Concha Cava

• Pulmão - por cima e por baixo do ponto do Coração

• Baço - no bordo supra-externo da Concha Cava, na metade da


distância de uma linha traçada desde o ponto estomago até a fossa
do Intertrago
F- ZONA DA CAVIDADE PÉLVICA

Os órgãos reprodutores situados na cavidade pélvica correspondem à Fossa Triangular. Os


pontos são:

• Pelve - onde se cruzam à cruz superior e inferior do Anti-Hélix por seu bordo interno (dor
pélvica, dismenorréia, dor em baixo ventre)

• Shen Men - traçando uma linha entre o ponto hipotensor e o ponto pelve no primeiro terço da
mesma (analgésico, sedativo, antialergico, tosse, asma, pneumonia, gastrite, úlceras, problemas
digestivos e intestinais, hipertensão, angina no peito, arritmia cardíaca, diabetes, artrite e artrose nas
articulações, distensão muscular, fraturas, torcicolo, insônia, enxaqueca, tonteira, furunculose,
erisipela, cálculos renais, cistite, dismenorréia, dor de dente, gengivite, urticária e coceira)

• Hipotensor - no bordo interno superior da fossa triangular, próxima ao bordo interno do


Hélix

• Hepatite - entre o ponto hipotensor e shen men

• Colo do Útero - no meio do fossa triangular

• Genitais internos - fica a frente colo do útero, mais próximo da Hélix (aparelho sexual feminino)

• Art. Coxofemural - entre constipação e pelve

• Constipação - formando um triângulo com os pontos ciático e simpático mas, sobre o bordo
inferior da fossa triangular
G- PONTOS DA HÉLIX

• Ápice da orelha - no ponto mais alto do pavilhão auricular (antialérgica,


antipirética, antiinflamatória, hipotensora; bastante utilizado em tratamento de
hipertemias {retira calor}

• Ânus - sobre o hélix, ao nível do bordo inferior da cruz superior do anti-hélix


(hemorróidas, prolapso retal e prurido anal)

• Órgãos genitais externos -sobre o hélix, no nível do ponto simpático (uretrites,


eczemas no escroto, prurido genital, impotência)

• Reto -sobre o hélix, no nível do ponto intestino grosso (hemorróidas,


prolapso retal e prurido anal)

• Yang do fígado - sobre o tubérculo de Darwin (tratamento da ascensão do


yang do fígado e hepatite)
H- Raiz do Hélix

• Ouvido central (ponto zero) -sobre o nascimento da raiz do Hélix


(Nervo Vago {regulador das funções orgânicas [digestivas e cardíacas]})

• Diafragma - sobre a raiz do Hélix, ao nível do conduto auditivo


(afecções dermatológicas, refresca o sangue, espasmos do diafragma)
I- Incisura do Intertrago

• Endócrino - 0,5 mm para dentro (glândula tireóide e diabetes


melitos; drena umidades)

• San Jiao - ou pouco mais interno que o endócrino (fortalece o baço e


estomago, tonifica o rim e elimina líquidos)
MÉTODOS DE INSPEÇÃO

A - Modificação de pigmentação:

- Palidez: geralmente em afecções crônicas mostrando deficiências orgânicas, ou


processos degenerativos; padrão Yin.
Ex.: Em quadros de renite crônica o ponto do Pulmão pode se apresentar
numa área esbranquiçada; nos quadros de gastrite crônicas podemos identificar
na área do ponto do Estomago uma cor branca ou pálida.

- Eritema: geralmente nas condições agudas ou inflamatórias ou durante os


episódios dolorosos, indica hiperatividade funcional.
Ex.: Quadro de pneumonia aguda pode fazer que surja na área do ponto
do Pulmão pontos vermelhos, ou toda a área fique hiperemiada; quadros de
contusões no punho podem mostrar uma área vermelha onde se localiza o ponto
auricular do punho.

- Hiperpigmentação acastanhada: indica a existência de problemas crônicos ou


padrão degenerativo. Pode ocorrer após cura de enfermidade.
Ex.: Em casos de neoplasia de próstata, após cirurgia, podem aparecer
reações de cor castanha na área da próstata; angina péctoris em quadro crônico
pode levar ao surgimento de cor parda no ponto do coração.
B - Modificações morfológicas:

- Patologias crônicas: podem surgir pápulas, proeminências ou depressões


brancas, ressecamento da pele ou edemas locais, descamações.

- Patologias agudas ou inflamatórias: podem aparecer angectasias dos capilares,


geralmente avermelhadas, pontos ou áreas eritematosas, tubérculos ou
proeminência vermelhos.

- Doenças neoplásicas: geralmente cursam com proeminência ou pontos de cor


cinza escura na área do ponto.

- Enfermidades na pele: na área do ponto podem aparecer pápulas, descamações,


nódulos que geralmente são castanhos.

- Deficiência de Essência: Hélix seco, sem brilho e acastanhado, orelha fina, branca,
cinza ou preta.
C - Modificações de sensibilidade:

Para identificar tais modificações precisamos palpar o pavilhão auricular,


observando dor à pressão e marca deixada pela pressão. Podemos palpar
apenas os pontos ou seguir linearmente com o palpador os trajetos de cada
região da orelha. As áreas ou pontos de maior dor deverão ser tratados.
Técnicas

-Retenção da agulha auricular (agulhas intradérmicas ou permanentes)

Agulhas intradérmicas especiais para a orelha ou tachas podem ser fixadas em


pontos auriculares e mantidas no lugar com fita adesiva, por um dia a uma
semana ou mais. Enquanto as agulhas estão retidas, elas devem ser pressionadas
varias vezes ao dia, para estimular os pontos. A orelha adapta-se à pressão da
agulha. Deve-se ter o cuidado de manter a orelha limpa durante este período, para
evitar infecção. É preferível não usar este método durante o tempo quente, ou se o
paciente estiver fazendo bastante atividade física.

A fixação de agulha auricular é utilizada para tratamento de distúrbio crônico, ou


recidivantes. Contudo não é considerada tão eficaz quanto à inserção normal.
- Aplicação de Moxa

A Moxa (feita, geralmente, sobre a agulha inserida) pode ser usada em casos de
reumatismo crônico ou doenças do Frio. Costumam ser suficiente 3 a 5 minutos
de aquecimento.

- Sangria

Dar picadas nos pontos auriculares com a ponta de um bisturi com agulha
triangular ou caneta para sangria; é uma técnica comum no tratamento de
distúrbios agudos inflamatórios. Geralmente, sangra-se de 3 a 5 gotas de sangue,
uma vez ao dia, e 3 a 5 aplicações constituem um curso de tratamento.
- Eletroacupuntura
Quando a estimulação elétrica é usada para Acupuntura Auricular, usam-se duas
agulhas. O nível de estimulação é aumentado, de acordo com a tolerância do
paciente e é realizado durante 10 a 20 minutos.

- Semente
Ao colocar a semente (fixadas em pontos auriculares e mantidas no lugar com fita
adesiva), deve-se aperta-lá estimulando o ponto por alguns segundos.
Orientar o paciente a estimular todos os pontos várias vezes ao dia durante a
permanência dos mesmos no pavilhão auricular.

São comuns as dores, eritema e incômodos no local, especialmente na fase inicial


do tratamento. O ideal é não retira-los, a não ser quando estão dificultando o
cotidiano do paciente.
- Agulhas Filiformes

Deve-se fazer a antesepsia, escolher os pontos. A profundidade é de


inserção é de 2 a 3 mm. A agulha deve ficar firme após a inserção, sem
balanceios ou movimentos.
A colocação das agulhas deve ser feita sem mandril; deve ser precisa e
rápida.
Para retirar as agulhas deve-se tomar cuidado, pois a orelha facilmente
sangra. (sempre estar com um algodão embebecido de álcool para qualquer
eventualidade).
A puntura da Concha Cava, Concha Cimba e da Fossa Triangular deve-
se ser realizada a 90 graus.
A puntura da Escafa e Lóbulo devem ser feitos a 15 graus.
A puntura da Fossa Intertrago e bordo interno do Trago de 45 a 60
graus.
Antesepsia:

Na orelha é importante uma antesepsia cuidadosa para evitar toda


infecção. Isso é feito passando algodão em álcool a 70%.
- Observações e Cuidados

1-As infecções auriculares são bastante sérias e resistentes à cura, por isso devem
ser tomadas medidas severas para assegurar que a orelha está devidamente limpa
tanto antes quanto depois do tratamento. No caso de haver solução de continuidade
no tecido auricular é recomendado evitar a aplicação no local.

2-Evitar toda e qualquer aplicação no período compreendido entre o segundo e o


sétimo mês de gestação, e em gestantes com um histórico de abortos freqüentes;
evitar, especialmente, os pontos correspondentes ao útero, ovário, sistema
endócrino, subcórtex, coluna lombossacra e abdome, para não correr riscos de
abortos ou parto prematuro.

3-Durante a aplicação, se o paciente apresentar tontura, mal estar, sudorese, frio nos
membros, deve-se interromper o tratamento.
4-Se o paciente for nervoso e apresentar cansaço e fraqueza, é conveniente fazer as
aplicações deitado.

5-Quando as agulhas são inseridas na orelha, geralmente ocorre uma sensação


semelhante a uma picada de inseto (irritabilidade local, calor e sensação de
distensão). Se não houver esta sensação, serão poucos os efeitos do tratamento.
Por esta razão, a agulha deve ser manipulada periodicamente, para provocar e
manter a sensação de Acupuntura. No entanto, se houver dor repentina numa
região não relacionada ao distúrbio, enquanto a agulha está retida, deve-se mudar
o ângulo ou a posição da agulha.
6-O diagnostico exato da afecção é essencial no tratamento pela Acupuntura
Auricular, com em qualquer forma de medicina. Se os pontos selecionados
relacionam-se somente a sintomas superficiais, ocorre uma melhora a principio
que, posteriormente, apesar da continuidade do tratamento, não se mantêm.
Da mesma forma, embora haja uma acentuada melhora do paciente com o
tratamento inicial, e sua condição aparente tenha sido curada, deve-se manter
o tratamento até completar o curso de tratamento.
Às vezes pode ocorrer a recidiva depois de um sucesso aparente. Os estudos
têm demonstrado que a recidiva é menos grave na segunda vez, indicando que
houve progresso no tratamento da afecção.

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