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A INSURREIÇÃO

DE 1817 NO
CEARÁA Bárbara Rebelde – História do Ceará 2023

Ana Ketlyn, Mirela Carvalho, Riane Farias,


Yago Gabriel e Bruno Marques
 Política cearense, na década de 1870, passa por
mudanças em sua composição e representação
como também muda em termos de discurso e ação.

A revolução pernambucana de 1817, inspirada nos ideais


liberais da revolução francesa de 1789, ecoou pelos rincões
nordestinos e vingou na vila do Crato no Ceará. Tal episódio
fora registrado historicamente, mas devido à insuficiência de
fontes alguns pontos ainda permanecem obscuros.

Com os aumentos dos impostos e outros problemas como a seca


de 1816 que trouxe vários problemas para a agricultura, que
provocou fome no nordeste.
Com os preços do açúcar e do algodão, ouve uma queda dos
valores no mercado internacional devido a concorrência. Tudo
isso ajudou com uma revolta ao governo da época, no caso de
Dom João XI (6) que ficou conhecida com revolução
pernambucana ou Revolução dos Padres.
Ao seus 22 anos casou-se com com o Capitão e
BÁRBARA DE ALENCAR A REBELDE DO CRATO comerciante português José Gonçalves dos Santos
um oficial em Crato, com ele teve 5 filhos quatro
homens e uma mulher
 Defender a liberdade, a justiça social, a
Aos 49 anos, ficou viúva. Tornou-se então
igualdade. Tudo isso era vital para essa rebelde
responsável pelos engenhos e propriedades rurais
com causa, considerada a primeira presa política
da família. Dona Bárbara do Crato tornou-se
do país. Ela pagou um preço alto por suas
literalmente a matriarca da família. Mandava,
escolhas e deixou um legado valioso.
desmandava e fazia acontecer.

Bárbara Pereira de Alencar era filha de Os escravos que trabalhavam pra ela eram tratados
Teodora Rodrigues da Conceição e Joaquim Pereira de Alencar com humanidade, ao contrário dos maus-tratos
nasceu em 1760 numa família tradicional, na cidade de Exu, no recebidos de outros patrões. Dois filhos de Bárbara
sertão pernambucano. Na época, o Brasil era uma colônia José Martiniano de Alencar e Carlos josé de
portuguesa, forçada a seguir as leis imperiais como o alencar dos Santos si matricularam na Seminário de
pagamento de impostos à Coroa. Olimpa-PE assim viraram Padres apaixonado pelo
Ainda adolescente, Bárbara se mudou pra a casa da madrinha ensino religioso da igreja
no Crato, Ceará, pra estudar. Isso era raro naquela época, pois
só os homens tinham acesso à educação. Dá pra acreditar?
Mas Bárbara não era uma mulher igual às outras. Ela tinha uma
personalidade forte e gostava de expor suas opiniões. Sonhava
com um mundo melhor e mais justo.
 Naquela época, a fome, a pobreza, e os Apesar de tudo que passou, Bárbara permaneceu fiel aos seus ideais.
autos impostos e as imposições de Em 1822, quando os ideais republicanos incendiavam o país, Bárbara e seus
Portugal revoltavam muitos nordestinos. filhos envolveram-se novamente em movimentos pra libertar o Brasil do
Por conta disso, em 1817, o filho caçula domínio português.
de Bárbara, José Martiniano de Alencar, Desta vez, perdeu dois filhos e vários outros parentes nos confrontos com as
encabeçou um movimento pra libertar a tropas imperiais na Confederação do Equador.
região de Portugal. Bárbara apoiou A “rebelde do Crato” morreu aos 72 anos de idade, sem ver o filho José
totalmente a iniciativa revolucionária que Martiniano, se tornar senador e, depois, presidente, como se dizia na época,
levou à criação da República do Crato. da província do Ceará.
Isso aconteceu setenta anos antes da
proclamação da República no Brasil.
Mas, tropas da Coroa sufocaram o movimento em poucos dias.
Barbara e seus filhos foram presos, seus bens confiscados e as
propriedades leiloadas. A “rebelde do Crato” foi considerada
agitadora, revoltosa, conspiradora, liberal e conjurada. Tinha
cinquenta e sete anos quando foi algemada e acorrentada no
lombo de um cavalo e forçada a percorrer a pé, com outros
prisioneiros, mais de 500 quilômetros entre Crato e Fortaleza.
Foi confinada num pequeno calabouço por oito meses e depois
transferida para prisões em Recife e em Salvador. Só foi
anistiada quatro anos depois.
Grande nordestina, grande
brasileira, grande mulher!

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