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Perfuração direccional

A perfuração direccional é a técnica de


intencionalmente, desviar a trajectória
vertical do poço, para atingir objectivos
que não se encontram directamente
abaixo da sua locação na superfície.
Aplicações de Perfuração direccional

Locações inacessíveis
Barreiras naturais e/ou artificiais
impedem a instatalação da sonda.
Excemplos:
Rios, Lagoas, montanhas, cidades, etc.
Aplicações de Perfuração direccional
Desvio lateral (Side tracking)
Desvio do poço na impossibilidade de perfurar
avante, normalmente devido a insucesso de
uma operação de pescaria.
Obs: Um tampão de cimento é efectuado para isolar o poço
anterior e facilitar o desvio
Aplicações de Perfuração direccional
Poços de alívio
Técnica usada no combate a poços em erupção.
A partir do poço de alívio se bombeia água ou
fluido de perfuração pesado.
Aplicações de Perfuração direccional

Perfuração em domos salinos Perfuração a partir da terra para o mar.


Aplicações de Perfuração direccional
Poços de desenvolvimento no mar
A partir de uma mesma plataforma ou ilha
artificial é possível o desenvolvimento de
campos petrolíferos offshore através de vários
poços direccionais.
Aplicações de Perfuração direccional

Direccionais naturais

Existem certas formações com tendências ao


desvio bastante acentuado, onde a perfuração
de poços verticais se inviabilizaria devido ao
alto custo do controle necessário.
Conhecendo-se a tendência de desvio das
camadas, a sonda pode ser afastada de modo
que o desvio natural do poço leve ao objectivo
Aplicações de Perfuração direccional

Poços horizontais
Através destes poços aumenta-se a área de
drenagem do reservatório, aumentando
com isto a produção do campo.
Aplicações de Perfuração direccional

Uma das vantagens dos poços direccionais é de poder drenar


múltiplos reservatórios situados em afastamentos diferentes
Aplicações da Perfuração direccional
Poços verticais versus horizontais

Os poços horizontais apresentam maior área exposta ao fluxo,


logo recuperam maior porção do reservatório
Aplicações de Perfuração direccional
Definições gerais – poços direccionais

Afastamento
Um poço é caracterizado como direcional
quando a linha vertical passando pelo objectivo
(target) está localizada a certa distância da
cabeça do poço.

Esta distância horizontal é chamada de


afastamento do objectivo, e cada profundidade
terá um determinado afastamento em relação à
sua cabeça.
Trajectória direccional é o caminho percorrido
pela broca partindo da cabeça do poço até
atingir o objectivo.

Profundidade vertical (True Vertical Depth,


TVD) é a distância vertical da mesa rotativa a
um ponto determinado do poço.

Profundidade medida (Measured Depth, MD) é a


distância percorrida pela broca para atingir o
objectivo.
Objectivo é o ponto no espaço que a trajectória
deve atingir e uma das principais razões da
existência do poço direccional (geralmente é
definido pelo geólogo ou pelo engenheiro de
reservatório, podendo ser um ponto em
profundidade ou uma secção inteira da formação)

Alvo é a área definida pelo raio de tolerância, ou


seja, uma área ao redor do objectivo onde se
considera que as incertezas geológicas e outras
associadas à perfuração.

O tamanho do raio de tolerância varia de acordo


como que se pretende com a perfuração de poço
(exploratório, estratigráfico, produtor ou injector,
etc.)
Inclinação do poço é definida como sendo o
ângulo entre o vector local gravitacional e a
tangente ao eixo do poço.

Por convenção 0º é o ângulo para um poço


vertical e 90º para um poço horizontal.
Direcção Base do poço é definida como o
ângulo formado entre a projecção horizontal do
poço e o norte geográfico verdadeiro. (imagem)
Esta direcção pode ser representada como
azimute ou como rumo. O azimute varia de
0º a 360º medindo-se no sentido horário a
partir do norte geográfico.

O rumo varia de 0º a 90º e usa como


referência os quadrantes NE, SE, SW e NW.
O Zero está no Norte e no Sul e cresce no
sentido horário até 90º nos quadrantes NE e
SW e no sentido anti-horário nos quadrantes
SE e NW.
• imagem
imagem
Orientação da tool face é definida pelo
ângulo (x) formado pela face da ferramenta
direccional e o lado alto (highside) do poço.
Varia de 0º a 360º, no sentido horário, a
partir do ponto highside (imagem).
Definições específicas do
poços direccionais
KOP – (kick of point) é o começo da secção
de ganho de ângulo (build up section)
Estação é um ponto de medição de
profundidade, inclinação e direcção durante a
execução do poço.

A inclinação do poço a cada estação é o


ângulo obtido em cada estação que será
representado pelo símbolo alfa.

Ângulo Máximo do trecho recto, teta. A todo


final de ganho ou perda de ângulo, atinge-se
um ângulo máximo que será mantido
constante em trecho recto, chamado de
secção tangente.
Build upé a secção onde acontece o ganho de
ângulo, na qual α (inclinação do poço em cada
estação) varia com a profundidade.

Normalmente, a secção de ganho ocorre a uma


taxa de ganho constante (buildup rate, BUR), a qual
é expressa em graus/30 metros ou (graus/100 pés).

Onde:
α1 - inclinação do poço na estação 1
Α2 - inclinação do poço na estação 2
M1 - profundidade medida do poço na estação 1
M2 - profundidade medida do poço na estação 2
K - 30 para BUR(graus/30m) e 100 para BUR(graus/100 pés)
Em poços direccionais convencionais tipo I e II os
valores mais utilizados para BUR estão entre 2º a
3º/30 metros ou 2º a 3º/100 pés.

O fim do buildup é chamado EOB (End-of-buildup) e


ocorre quando trecho recto é atingido.

Secção tangente ou slant é a secção onde a


inclinação é mantida até atingir o objectivo ou até
que haja uma nova secção de ganho ou perda de
ângulo.
Início do drop off (perda de ângulo) é a profundidade
onde o poço começa a perder o ângulo, caso seja
necessário. Em poços convencionais direccionais os
valores mais utilizados são entre 1º a 2º/30 metros
ou 1º a 2º/100 pés.
Secção de drop off é o trecho do poço onde ocorre
perda de ângulo, expressa por um BUR negativo.

Dogleg é o ângulo no espaço formado por dois


vectores tangentes à trajectória do poço em dois
pontos considerados.

Dogleg severity (DLS) refere-se ao ângulo dividido


pelo comprimento perfurado ou a ser perfurado. É
expresso em termos de graus por 30 metros ou
por 100 pés.
Raio da curvatura (R) é o raio dos arcos de
circunferência usados nos cálculos dos trechos de
buildup e drop off.

Giro da broca (bit walk) é a tendência que a broca tem


de se desviar na direcção lateral durante a perfuração.
Essa mudança de direcção (ou giro) do poço acontece
como consequência da rotação da coluna e da broca,
ocorrendo normalmente para a direita.
Ângulo guia (lead angle) é o ângulo entre a direcção do
objectivo e a direcção para a qual a tool face está
apontando no início do intervalo de ganho de ângulo.
Esse ângulo é definido pelo operador como forma de
compensar o giro natural da broca durante a
perfuração.
Classificação dos Poços Direccionais
Os poços direccionais classificam-se:
 Quanto ao raio de curvatura
Raio curto, raio intermédio, raio médio, raio longo

 Quanto ao afastamento
Convencional, de grande afastamento (ERW) e de severo
afastamento (S-ERW).

Nota: Esta classificação está relacionada com a razão entre o


afastamento e a profundidade vertical (PV), descontando a
lâmina de água (LA) para os poços marítimos.

 Quanto ao giro
poços de único plano e poços de vários planos (designer
well)
Classificação Da Trajectória
Quanto ao Raio
Classificação Buildup Rate BUR Raio
(graus/30m)

Raio Longo 2-8 859 - 215

Raio Médio 8 - 30 215 - 57

Raio Intermédio 30 - 60 57 - 29

Raio Curto 60 - 200 29 - 9


Classificação Da Trajectória Quanto ao
afastamento do objectivo
Tipo de poço Afastamento/(PV-LA)

Convencional Menor que 2

De grande afastamento 2-3

De afastamento severo Maior que 3


Pergunta

Qual seria a classificação de um poço


quanto ao raio de curvatura, considerando
que o projecto exija que a inclinação suba
4.5º a cada 12 m?
Solução

Se a cada 12 m o poço vai variar 4.5º, então


a cada 30 m deveria variar 11,25º, ou seja, o
BUR é de 11,25º/30m. Usando a tabela
anterior conclui-se que se trata de um poço
de raio médio. R = (360 x 30)/(2 x π x BUR) =

152.79 m.
Sistema de Referência
As coordenadas são elementos que servem para
determinar a posição de um ponto em relação a
um sistema de referencia (saber a posição do
poço a cada metro perfurado ou planeado).

Nas coordenadas geográficas todos os pontos da


superfície terrestre são localizados pelo
cruzamento de duas linhas imaginárias, separadas
em intervalos regulares e medidas em graus:
latitude (ou paralelos) e longitude (ou meridianos)
Pergunta

Quais as são as coordenadas


geográficas de Luanda e de
Angola???
Resposta
8.8308° S, 13.2450° E
LUANDA

12° 30′ 0″ S, 18° 30′ 0″ E


ANGOLA
Utilização do sistema de
coordenadas à perfuração de poços

O estabelecimento da posição da locação do poço e


dos objectivos em um mesmo sistema referencial
geodésico é o primeiro passo para o traçado da sua
trajectória. Dessa forma define-se como exemplo.
 O sistema coordenadas UTM
 O elipsoide ou datum
 A zona UTM
 As coordenadas planas UTM: Northing e Easting.
Uma outra opção seria fornecer as coordenadas
geodésicas da cabeça do poço em conjunto com
seu elipsóide.
 Elipsóide
 Latitude
 Longitude
Utilização do sistema de
coordenadas à perfuração de poços

Conhecidas as coordenadas UTM da locação do poço (p)


e dos objectivos (O), é possível calcular o afastamento
horizontal (D) da sonda ao objectivo e a direcção
(azimute) deste afastamento, segundo as seguintes
fórmulas:
Utilização do sistema de
coordenadas à perfuração de poços

Onde:
X1 = coordenada UTM Norte do objectivo
Y1 = coordenada UTM Leste do objectivo
X2 = coordenada UTM Norte do poço
Y2 = coordenada UTM leste do poço

Exemplo do relatório da trajectória de um poço


PM Inc. Az PV Northing Easting
2670 70 2258,04 7769835,62 360516,91
2700 70 2268,30 7769913,81 360516,91
2730 70 2278,56 7769913,81 360516,91
2760 70 2299,92 7769913,81 360516,91
2790 70 2314,88 7769913,81 360516,91
Exemplo do relatório da trajectória de um poço

PM Latitude Longitude
Graus Min Seg. Graus Min. Seg.
.
2670 20 9 47,035S 40 20 4,762W

2700 20 9 46,118S 40 20 4,754W

2730 20 9 45,201S 40 20 4,747W

2760 20 9 44,285S 40 20 4,739W

2790 20 9 43,368S 40 20 4,731W


Exercício
A sonda de perfuração Kazenga Alfa7 foi
posicionada com as coordenadas UTM northing
(norte) e Easting (Leste) equivalentes a 8 783 845
m e 726 725m respectivamente. Objectivo, por sua
vez, encontra-se a 8 783 190 m e 726 700 m.
Calcule a direcção e afastamento do objectivo.
Planeamento de um poço
Os poços quanto a trajectória
podem ser de três tipos, a saber:
Tipo I
Tipo II
Tipo III
Planeamento de um poço

Trajectória TIPO I
O poço é projectado de modo a se
ter a deflexão inicial (Kick off point,
KOP) a pequena profundidade.
Quando a direcção e a inclinação
pré-fixda são atingidas, o
revestimento de superfície é descido
e cimentado. Daí o poço é perfurando
recto até ao seu objectivo.
Planeamento de um poço
Planeamento de um poço
Trajectória Tipo II
Tem o KOP próximo à superfície. O
poço segue recto até quase todo o
afastamento lateral ser alcançado.
Neste poço é gradualmente
retornado a vertical, após o que, um
revestimento intermediário é
descido e cimentado. O poço segue,
então, na vertical até ao alvo.
Planeamento de um poço
Planeamento de um poço
Trajectória Tipo III
KOP é feito a maiores
profundidades. O ganho de ângulo é
mantido até que o poço atinja o alvo.
Esta configuração é especialmente
apropriada para perfuração
exploratória a partir de um poço
seco qualquer.
Planeamento de um poço
Equipamentos para execuções
de um poço direccional.
Motor de fundo
É a ferramenta mais usada para
iniciar a deflexão do poço. Esta
permite a broca girar sem gira
coluna de perfuração, um bent sub,
que apresenta uma ligeira deflexão
entre o eixo do corpo e o eixo da
rosca, é colocado no topo do motor.
Equipamentos para execuções
de um poço direccional.
Motor de fundo
Por orientação do sub, a broca é
apontada para a direcção desejada.
A coluna é mantida parada e um
contínuo build up é feito até um
ângulo pré-calculado.
Equipamentos para execuções
de um poço direccional.
Magnetic Single Shot
Uma bússola magnética, um pêndulo,
uma câmara fotográfica e um
mecanismo de disparo (associado a um
cronómetro ou sensor de movimento).
O conjunto é deixado cair por dentro da
coluna
Equipamentos para execuções
de um poço direccional.
Magnetic Single Shot
O conjunto se alinha com a direcção
de ataque da broca (tool face –
direcção que a broca seguirá durante
o desvio) de modo que o registo (foto)
indica a direcção do poço, a
inclinaçáão e a direcção de ataque.
Sistemas de coordenadas planas
As coordenadas referidas a um determinado sistema
de referência geodésico pode ser representadas no
plano através dos componentes Norte (Northing) e
Leste (Easting), e são o tipo de mapas normalmente
encontradas em mapas.

Para representar as feições de uma superfície curva


em plana, são necessárias formulações matemáticas
chamadas de mapas (ou métodos) de projecções.

A projecção mais utilizada é a de Universal


Transversa de Mercator (UTM).

Para usar estes mapas é necessário definir os


chamados datums geodésicos.
Equipamentos para execuções
de um poço direccional.
Magnetic MultiShot
Equipamento similar ao anterior. A
diferença é que, ao invés de um só
registo, ele faz vários, separados por
intervalo de tempo definido. Com isto
se obtém um registo completo de
poço aberto, pois ele não deve ser
decidido dentro do revestimento,
devido a interferência magnética.
Equipamentos para execuções
de um poço direccional.
Giroscópio
Este instrumento a bússola magnética é
substituida pela bússola giroscópica,
controlada por um motor de alta
velocidade. Pode ser singleshot ou
multishot.
Usando sempre que houver interferência
magnética do revestimento do poço ou de
poços adjacentes, jazidas de minerais
ferrosos.
Equipamentos para execuções
de um poço direccional.
Steering tool
É um equipamento de medição contínua
de direcção e inclinação, cujos dados são
transmitidos à superfície por cabo
eléctrico. Os sensores de direcção podem
ser magnéticos ou giroscópicos. Como é
uma ferramenta operada a cabo, ela só é
utilizada quando perfurando com motor de
fundo (coluna está parada).
Equipamentos para execuções
de um poço direccional.
MWD
Ferramente de acompanhamento
direccional que mede continuamente
a direcção e inclinação do poço,
cujos dados são transmitidos à
superficie por pulsos de pressão
através do fluido de perfuração
Equipamentos para execuções de
um poço direccional.
MWD
O MWD permanece na coluna durante
a perfuração rotativa convencional ou
com motor de fundo. Para se obter um
registo de inclinação e direcção deve-
se parar a perfuração e proceder ao
acionamento dos sensores através da
variação da vazão da bomba de lama.
Equipamentos para execuções de
um poço direccional.
MWD
O uso do MWD proporciona maior
precisão na operação devido ao seu
sistema de medição mais acurado
além de permitir o acompanhamento
contínuo da posição da face de
ferramenta (tool face)
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional

 Especificação da sonda;

 Trajectória do poço;

 Fluido de perfuração;

 Limpeza do poço;

 ECD;

 Geopressões;

 Controle do poço;
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional

 Torque

 Drag e flambagem

 Revestimento

 Cimentação

 Perfilagem a cabo

 Completação

 Vibração e desempenho

 Custos dos poços direccionais


Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Especificação da sonda
 Capacidade de carga;
 Capacidade do sistema de circulação;
 Potência dos geradores da sonda;
 Estado de conservação da coluna de
perfuração;
 Manutenção rigorosas para evitar
Tempos não produtivos;
 Espaço de armazenamento de materiais
e acomodação para o pessoal.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Trajectória do poço
 Programa do poço;
 Escolha de equipamentos adequados;
 Revestimento;
 Tipo de completação do poço;
 Limpeza do poço;
 Torque e drag;
 Perfilagem.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Trajectória do poço
 Analisar sua proximidade com os já
existentes
 análise anti-colisão
 Profundidade do KOP
 Taxa de ganho de ângulo
 Azimute do poço
 Problemas como chavetas, batentes,
trechos alargados, vibrações da coluna de
perfuração
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Fluido de perfuração
 Remover os cascalhos gerados durante a
perfuração e mantê-los suspensos durante as
conexões;
 Manter o controle dos fluidos contidos nas
formações atravessadas pelo poço;
 Estabilizar as paredes do poço;
 Transmitir potência hidráulica à broca,
turbina e motores de fundo;
 Fornecer energia equipamentos de LWD,
MWD, rotary sterrable, etc.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Fluido de perfuração
 Preservar ao máximo a formação portadora
de HC (mínimo dano à formação);
 Não reagir com as formações atravessadas;
 Formar o reboco fino e pouco permeável;
 Lubrificar a broca e a coluna de perfuração;
 Resfriar a broca;
 Permitir a transmissão de informações entre
fundo do poço e a superfície;
 Não interferir nos equipamentos de
perfilagem.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Limpeza de poço
Uma boa limpeza de poço é definida com aquela
em que a distribuição dos cascalhos e leito formado
não causam para operação em curso e
subsequente.

Os leitos de cascalhos aparecem mais em poços


inclinados podendo não causar problemas na
operação de perfuração porém durante a manobra
pode causar sérios problemas.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Limpeza de poço
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Limpeza de poço
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Limpeza de poço
Poços com ângulos entre 0 a 45 graus o
carreamento do cascalho é basicamente em função
da viscosidade, do limite de escoamento e da vazão
do fluido de perfuração. Nesta categoria a
velocidade do fluido é maior que a velocidade de
queda.
Quando as bombas são desligadas os cascalhos são
mantidos em suspensão devido as propriedades
gelificantes do fluido, embora alguma deposição
possa ocorrer com tempo.
Importantes Aspectos relacionados ao planeamento
direccional

Limpeza de poço
Para ângulos entre 45 a 65 graus o carreamento do
cascalhos não é apenas função da viscosidade, limite
de escoamento do fluido de perfuração, mas também
da inclinação do poço.

Neste tipo de poços uma grande quantidade de


cascalhos concentra-se na parte inferior, formando
uma espécie de duna que se move lentamente em
direcção a superfície. Quando as bombas são
desligadas, existem uma tendência dessas dunas
desabarem, tipo avalanche, podendo causar o
aprisionamento da coluna de perfuração.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Limpeza de poço
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Limpeza de poço
Para ângulos entre 65 e 90 graus – considerados
poços de alta inclinação e para os quais o cascalho
forma um leito na parte baixo do poço, enquanto
que o fluido se move na parte superior dos tubos de
perfuração. Assim sendo, a agitação mecânica é
requerida para mover o cascalho.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Rotação da coluna de perfuração é fundamental
para uma boa limpeza do poço.

A combinação rotação da coluna mais vazão


adequada contribuem para uma boa limpeza do
poço.

Para poços de grande afastamento maior


rotação contribui para melhor limpeza do poço
(com vazão de bombeio adequada e boa
característica reológica do fluido de perfuração).
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Hidráulica de perfuração e ECD

O accionamento da bombas leva a circulação


do fluido de perfuração. Neste trajecto existem
perdas de carga que influenciam no computo
das pressões do fundo de poço.

Perda de carga total é a soma das perdas de


carga em diversos trechos
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Hidráulica de perfuração e ECD
ECD deverá ser analisado não só durante a fase de
perfuração, mas também durante as manobras de
coluna.

Os efeitos de pistoneio – retirada da coluna do poço


com rapidez excessiva (swab) induz pressões
negativas no fundo do poço que podem levar a um
kick. Ou ainda o caso da descida da coluna com
velocidade excessiva provoca sobrepressões no
fundo do poço (surge).
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Geopressões

O termo geopressões
refere-se aos gradientes
de poros, fractura e
colapso que são a
base para construção
de qualquer poço.
Uma estimativa correcta do gradiente de poros
é importante para evitar influxos.

A prisão por pressão diferencial ocorre quando


a pressão exercida pela coluna de fluido de
perfuração é maior que a dos fluidos de
formação.

Em zonas permeáveis, o filtrado da lama irá


fluir o poço para formação, aumentando o
chamado reboco. Caso a coluna de perfuração,
principalmente os comandos (drill collars),
fique por algum tempo em contacto com esses
intervalos permeáveis, poderá ocorrer a prisão
da coluna por pressão diferencial.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Geopressões/prisão por Geopressões/prisão por
pressão diferencial pressão diferencial
Importantes Aspectos relacionados ao
planeamento direccional/Geopressões

Em poços direccionais a coluna de perfuração está


sempre em contacto com as paredes do poço e
muitas vezes parada quando o motor de fundo está
sendo utilizado, este facto, aumenta as
possibilidades de prisão por pressão diferencial.

Uma solução seria reduzir o peso da lama, assim, o


diferencial de pressão entre o anular e formação
na zona permeável. Porém esta medida requer
muito cuidado para não incorre no abaixamento da
pressão hidrostática e causar um influxo.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Problemas relacionados ao gradiente de colapso são
conhecidos como instabilidade mecânica de poço e afectam
tanto poços verticais como direccionais, dependendo do
estado das tensões in situ, as quais são compostas por uma
componente vertical e duas componentes horizontais.

Nas áreas de domos salinos as tensões horizontais tendem


a ser maiores que as verticais, tem-se, em termos gerais, a
tensão vertical (tensão de sobrecarga) predominando em
relação as tensões horizontais.
Nestas áreas os poços direccionais tendem a apresentar
gradientes de colapso elevados exigindo elevado peso da
lama.
Importantes Aspectos relacionados ao
planeamento direccional
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Controle de poço (Well control)
O aumento da inclinação e comprimento do poço
tornam difícil a detecção e controle. O risco de
ocorrer um influxo devido a um swab durante a
manobra de retirada da coluna aumenta
significativamente com a inclinação por diversas
razões:
 Pela presença de cascalhos na parte baixa do
poço, que reduz a área de fluxo ao redor da broca
 Pela maior quantidade de manobras efectuadas
em poços de grande afastamento.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Controle de poço (Well control)
Os kicks são difíceis de detectar em poços
direccionais e horizontais do que em poços verticais

Os poços direccionais exigem, geralmente, fluidos


não aquosos para melhorar a lubricidade,
complicando assim a detecção do kick de gás
devido a solubilidade do gás nesse tipo de fluido.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Controle de poço (Well control)
Dificuldade em combater o kick em poços direccionais
aumenta com a inclinação e comprimento do poço. As
razões para isso são:
 A vazão da lama usada para combater o kick em
poços com alta inclinações geralmente não
consegue deslocar totalmente os fluidos dentro do
poço;
 As quantidades de lama e barite aumentam com o
comprimento do poço. Mesmo apara um pequeno
volume de kick, o tempo de preparo da lama é longo,
fazendo com que o controle de poço seja demorado.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Torque, drag e flambagem
Torque, drag e flambagem são resultados directos
de uma série de factores que incluem trajectória do
poço, coluna de perfuração, diâmetro do poço, tipo
revestimento, limpeza do poço, fluido de perfuração
e tipo de completação, limitações devido ao torque,
drag e flambagem podem ocorrer tanto na fase de
perfuração quanto na completação de poços
direccionais.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Torque, drag e flambagem
O limite do torque depende da operação e do
equipamento a ser utilizado no poço e pode ser
alcançado de diferentes maneiras. A operação de
cimentação é um exemplo típico onde este limite
pode ser utilizado devido à necessidade de se girar a
coluna de revestimento ou liner para melhorar a
qualidade de cimentação.

Já os equipamentos que podem ter seus limites de


torque atingidos como top drive, mesa rotativa, tudos
e conexão de perfuração e revestimento e telas de
completação.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Torque, drag e flambagem
Na fase do planeamento direccional será
considerados top drive mais potentes, tubos e roscas
de perfuração e de revestimento de alto torque.
Para poços de longo afastamento podem ser usados
redutores de torque acoplados à coluna.
Drag (axial drag) ou arraste
Problemas de drag ocorrem tanta na retirada (pick
up drag) da coluna como não descida (slack off) e
aumentam com o aumento da inclinação do poço e
afectam operação de perfuração e completação.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Flambagem (buckling) da coluna de perfuração, do
revestimento e da coluna de completação é um
fenómeno relativamente comum é normalmente
controlável em poços direccionais.
Em poços de alta inclinação a flambagem se torna
um grande problema, fazendo com que, por
exemplo, durante a etapa de perfuração, a coluna
flambe dentro do poço, dificultando a sua descida
e principalmente a transmissão de peso sobre a
broca.
Importantes Aspectos relacionados ao
planeamento direccional
Importantes Aspectos relacionados ao
planeamento direccional

Revestimento
Os revestimentos condutor 30´´ e de superficie 20´´
são normalmente verticais e cobre as formações
acima do KOP. Os revestimentos intermediários
cobre os trechos de ganho ou perda de ângulo e
parte da secção da tangente visando garantir maior
estabilidade e a segurança do poço.

O revestimento produtor é geralmente assentado no


topo do reservatório em poços horizontais.

O dimensionamento da coluna de revestimento de


poços direccionais segue os mesmos critérios
utilizados nos cálculos para paços verticais.
Importantes Aspectos relacionados ao planeamento
direccional

Revestimento
A selecção do tipo conexão a ser empregado em
poços direccionais é função das cargas de
compressão que irão actuar no revestimento.

As conexões API Buttress e oito fios tendem a


perder a sua capacidade de vedação aos fluidos
oriundos do poço, quando submetidas à flexão. As
conexões Premium são adequadas a este tipo de
projecto , uma vez que são dotadas de vedação
metal-metal que garantem a estanqueidade do
revestimento, mesmo quando submetidas a altos
níveis de flexão.
Importantes Aspectos relacionados ao planeamento direccional

Cimentação
A cimentação tem como objectivo propiciar
suporte mecânico ao revestimento e a vedação
hidráulica entre intervalos de formações
permeáveis, evitando que os fluidos migrem por
trás do revestimento.

O revestimento deverá estar o mais centrado


possível fazendo com que o cimento o envolva
uniformemente.

Para isso é importante o uso de centralizadores


durante o assentamento do revestimento
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Importantes Aspectos relacionados ao
planeamento direccional
A cimentação de poços horizontais de grande
afastamento é mais complexa devido a dificuldade
de centralização do revestimento, há maior
deposição do cascalho, há maior dificuldade de
remoção do reboco e há grande dificuldade ou até
mesmo há impossibilidade de se girar a coluna.

Os fluidos não aquosos para aumentar a lubricidade


não favorece uma boa cimentação. O spacer deve
ter aditivos químicos surfactantes para criar uma
condição de molhabilidade à água do cimento e
ficar o maior tempo possível exposto à formação.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Para os poços de grande afastamento devido as
incertezas da temperatura de fundo de poço
durante a circulação, é comum usarem-se pastas de
cimento com tempo de pega mais demorado.

O volume de cimento gerado e bombeado para


dentro do poço e a espera do tempo de pega do
cimento exigem da sonda.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Perfilagem a cabo
A perfilagem para os poços de inclinação até 50º
executa-se sem grande problemas. Para alta
inclinação, o atrito do equipamento de perfilagem a
cabo com as paredes do poço pode impedir que a
ferramenta deslize poço abaixo.
Solução usa-se perfilagem com coluna de
perfuração (logging with toolpusher).
Importantes Aspectos relacionados ao
planeamento direccional

Perfilagem
Com o avanço da tecnologia hoje para perfilagem
de poços de alta inclinação usam-se as
ferramentas LWD (perfil raios gama, densidade,
neutrão, sónico e resistividade) que vêm já na
composição de fundo da coluna de perfuração.

Neste caso a redução do tempo de exposição do


poço aberto à formação será encurtado permitindo
que sejam perfurados e revestidos, isolando-se,
assim, as zonas com potenciais problemas.
Importantes Aspectos relacionados ao
planeamento direccional

Completação
As operações de gravel packing e descida das telas de
contenção de areia são directamente afectadas pela
trajectória do poço. Enquanto que o modelo de
empacotamento a ser adoptado é em função da inclinação do
poço e a descida das telas de contenção de areia dependem
dos doglegs do poço.

Geralmente doglegs acima de 4º/30m causam drag elevados


que podem impedir a descida da tela.

A trajectória do poço deve ter em consideração o tipo de


elevação e o escoamento a ser utilizado, velocidades de
produção muito baixas, ocorrendo em longas secções
inclinadas podem apresentar problemas de separação de
fases com consequente redução da produção do poço
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Completação
Algumas bombas de produção só podem ser
descida em secções tangentes, ou seja, que não
apresentam ganhos de ângulo (doglegs). Portanto,
o planeamento do poço deve considerar futuras
intervenções, entre outras, as perfilagens de
produção, os métodos de estimulação, as
operações com coile tubing, as descidas de
bombas e de telas, e o abandono do poço.
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Vibrações da coluna de perfuração
As vibrações excessivas da coluna pode causar fadiga
precoce ao material/ferramentas (LWD e MWD), comandos,
e drill pipes em razão da concentração de tensões, além
disso são associadas problemas como baixa taxa de
penetração, instabilidade das paredes de poço.

Existem três tipos de esforços que aparecem por causa


de vibrações na coluna são as seguintes:
Axial
Lateral
Torção
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional
Importantes Aspectos relacionados
ao planeamento direccional

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