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O ARAUTO DO REI ,

MATÉRIA, VICIO DO
ÁLCOLISMO.
O VINHO ESQUARNECEDOR
O ARAUTO DO REI -VINHO
AS PESSOAS
BEBEM POR UM
PRAZER
MORBIDO DE
BEBER,
ABEBIDA É
COMO UMA
ARMA ,UMA
VEZ PUXADA
ATIRA-
SE.CUIDADO EM
ALGUMAS
LOCALIDADES E
PAIZES TEM
COSTUME DE
TOMAR VINHO
CASO DE
ISRAEL.
O VINHO ESCARNECEDOR
 O Vinho no antigo Testamento
 “De vinho ou de bebida forte se apartará; Vinagre de vinho ou de bebida forte
não Beberá”;
 Nem beberá alguma beberagem de uva; nem uvas frescas nem secas comerão
“num {6. V-3}”.
 AS-Traduções Hebraicas para vinho; “Yayin”, usado para indicar todo tipo de
vinho, Fermentado e não Fermentado Nemias C-5v18 fala todo tipo de
vinho.Gn-9v20e21; C-19v32e33; sm-C-25.V-36e37, pv-C-23v30e31 fala de
todos os tipos de uva fermentada.
 Os Resultados trágicos de tomar vinho Fermentado aparecem em vários
trechos do velho
 Testamento. Notadamente em provérbios C-23V29ao v-35 por outro lado, Yayin
Também se usa com referência ao doce, Não Fermentado da uva {Isaias C-
16v10; jeremias-C-40v10e12, lm-2. 12}. Porque o suco de uva Não
Fermentado é chamado de vinho? A enciclopédia Judaica declara; ó vinho
fresco antes da Fermentação era chamado Yayin-mi-gat {vinho de tonel}. Esse
termo Yayin era usado para designar o suco de uva em diferentes etapas,
inclusive”ovinho recém espremido antes da fermentação.” - “tirosh”, em
Hebraico significa; “Vinho novo”ou vinho da vindima”,
 Nunca se refere á bebida Fermentada, mas sempre ao produto não fermentado
da videira, tal como cachos de uvas {colhidas .

OARAUTO DO REI APRESENTA O
VINHO ESCARNECEDOR
“Tirosh” tem “bênção nele”, mais o vinho Fermentado é escarnecedor
{provérbio-20v31}.E causa embriaguez {pv-23v31}.
“Shekar”, Traduzida por “Bebida forte”, bebida fermentada, talvez feita de
suco de fruto de palmeira, de romã, de maçã ou de Tâmara. Quando
“Yayin” e “Shekar” aparecem juntos, significa bebida fermentada. A posição
do antigo testamento sobre o vinho Fermentado –A bíblia descreve os
maus efeitos do vinho embriagante na história de Noé. {gn-9v20e27}. Ele
plantou uma vindima, fez vinho embriagante de uva e bebeu. Isso o levou á
embriaguez, á imodéstia, á indiscrição e a tragédia familiar em forma de
uma maldição imposta á Canaã. Nos tempos de Abraão, o vinho
Embriagante contribuiu para o incesto que resultou em gravidez nas filhas
de Ló {gn-19v31a38}.
Isaias C-65v8} ou sucos de uvas recém colhidas {Dt. 11v14; pv-3v10 jl 2.v-24}. A
enciclopédia judaica diz que “tirosh” significa mosto,
Vinho fresco ou novo inclui todos tipos de sucos doces e mosto, mas não vinho
fermentado.
O ARAUTO DO REI
ESCLARECIMENTO ESPIRITUAL
}. A PROIBIÇÃO- devido ao potencial das bebidas
alcoólicas para corromper, Deus ordenou que todos os sacerdotes de
Israel se Abstivessem de vinho e de outras bebidas fermentadas, durante
sua vida ministerial.Deus considerava a violação desse mandamento
suficientemente grave para motivar a pena de morte para o sacerdote
que a Cometesse {Levitico C-10v9a11}. Como nos Insentarmos dessa
ordem, se ao lermos o Novo Testamento, em 1 Pedro c-2v9; ”mas vós
sois geração eleita, o sacerdócio real, a Nação Santa, o povo adquirido,
para que anucieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas
para maravilhosa luz”.Deus também revelou a sua vontade a respeito do
vinho e das bebidas fermentadas ao fazer exigência
para todos que fizessem voto de NazireU {números-6v3}.
Salomão, na sua sabedoria que Deus lhe deu escreveu;
O ARAUTO DO REI APRESENTA
O VINHO ESCARNECEDOR
O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora, e todo aquele que
errar nunca será sábio {pv-20v1}. As bebidas alcoólicas podem levar o
usuário a zombar do padrão de justiça estabelecido por Deus e perder o
autocontrole no tocante ao pecado e á imortalidade. Finalmente, a bíblia
declara de modo inequívoco que para evitar ais e pesares e, em lugar disso,
fazer a vontade de Deus,
os Justos não devem admirar, nem desejar qualquer vinho fermentado que
possa embriagar vinho alcoólico viciar {provérbio C-23v29ao35}.
O vinho no antigo testamento “Por que veio João Batista, que
não comia pão nem bebia vinho, e dizeis; tem demônios. Veio o filho do
Homem comilão, e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos
pecadores:”.A tradução do grego para ovinho; “oinos’, que pode referi-se a
dois tipos bem diferentes de suco de uva; suco não Afermentado e, vinho
fermentado ou embriagante. Os eruditos Judeus que traduziram o antigo
testamento, do”.
Hebraicos para Grego empregaram a palavra ‘oinos’para traduzir várias
palavras que
O VINHO ESCANECEDOR

Os escritores do NT entendiam que “oinos” podia se referir ao suco de


uva, com ou sem Afermentação. Pode significar também, segundo a
grega secular e religiosa, vinho, fermentado ou não fermentado.Em
Efesios.C-5v18, o Mandamento.“Não vos embriagues com vinho” refere-
se ao vinho alcoólico. Por outro lado, em
Ap. C-6v19; Cristo é descrito pisando o lagar. O texto grego diz; “ele pisa
o lagar do vinho”,
Refere-se ao suco de uva. Em ap - C-6. 6, “oinos” refere-se ás uvas da
videiras, como uma safra que não deve ser destruída. Os escritores
romanos antigos, explicam com detalhes, vários processos
para tratar o suco de uva recém espremido, especialmente as maneiras
de se evitar a sua fermentação
O ARAUTO DO REI APRESENTA O VINHO ESCARNECEDOR

Refere-se ao suco de uva. Em ap - C-6. 6, “oinos” refere-se ás uvas da videiras, como


uma safra que não deve ser destruída. Os escritores romanos antigos, explicam com
detalhes, vários processos para tratar o suco de uva recém espremido, especialmente
as maneiras de se evitar a sua fermentação.
JESUS, usou bebida fermentada ou não
fermentada ao instituir a ceia do senhor? Mateus.C-26v29 marcos 14-v-22a25;
Lucas 22v-17a20, I cor C-11v23a26. Os dados abaixo levam á Conclusão de que
Jesus e os seus discípulos beberam na Ceia, Suco de uva não Fermentado; nem
Lucas nem qualquer outro escritor bíblico empregam, a palavra “Vinho”; no tocante á
Ceia do Senhor. Os escritores dos três evangelhos empregam a expressão “fruto da
vide” {mt-C-26v29; mc-14v25}.
Lc-{22v18}. O vinho não fermentado é o único fruto da vide, verdadeiramente natural,
contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool.A Santa Ceia do Senhor
Jesus Cristo, Jesus Instituiu a Ceia do senhor quando Ele e seus discípulos estavam
Celebrando a páscoa.A Lei da Páscoa em Ex-12v14a20, proibia, a presença de “Seor”
{Ex-12v15}.
Apalavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentados. Seor, no mundo
antigo,
O ARAUTO DO REI APRESENTA O VINHO ESCARNECEDOR

Era Freqüentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando


em fermentação. Além disso, todo o “Hametz” {i.e. qualquer coisa fermentada}
era proibida {ex-12v19; 13. V-7}. Deus dera essas leis por que a fermentação
simbolizava a Corupção e o pecado {mt-16v6ao12 –I cor-5v7e8}. Jesus o filho
de Deus, Compriu a lei em -Jesus o filho de Deus, Compriu a lei em todas as
suas Exigências {mt-5v17}. No At, as bebidas fermentadas Nunca deviam ser
usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em
adoração, se tomasse bebida embriagante {lev-10V9-}. Jesus cristo foi o sumo
sacerdote de Deus no Novo Concerto, e chegou-se a Deus em Favor do seu
povo {hb-3V1C5V1ao10} assim como o Pão Representava o corpo de cristo e
tinha de ser Pão Asmo {sem a Corrupção da fermentação}. O fruto da vide,
representando o sangue incorruptível de Cristo, seria representado por suco de
uva fermentado {I –Pedro 1V18e19}. Uma Vez que as escrituras declaram
explicitamente que o corpo e o sangue de cristo não experimentaram a
corrupção {Salmo - 16V10 atos C-2V27; C-13V37}. Esses dois elementos
São corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompido nem
Fermentado.
Assim
sendo
O ARAUTO DO REI FONTE DE
INFORMAÇÃO ESPIRITUAL
 destituído do reino de Deus,
 Ou seja, Separado por esta espuma tal a da Cerveja,
que a mais levada de Todas as Bebidas. Assim
algumas igrejas deveria rever os seus conceitos de
executar o SERVIÇO DA SANTA CEIA com vinho
vulgar.é fermentado achando que ao orar ,vai sé
torna puro.coisa de romano. É de quem não tem
conhecimento.de puresa é santificação.
 Responsável,
por
este Comentário e de José Severino Gomes.O
Arauto do rei. Especial edição -
pagina 7-
LEIAM AHISTORIA DO VINHO. A seguir.

No início, é só cor. Apenas um terço da taça é preenchido pelo líquido vermelho intenso,
quase rubi, com
um leve entorno acastanhado. Mas basta girá-la levemente, aproximar o nariz e algo de
extraordinário acontece: uma jovem reconhece o aroma de amoras maduras. Lá atrás,
uma senhora identifica o cheiro do doce de marmelo que a avó fazia - e que ela quase
esquecera. Um dono de restaurante identifica os temperos que usa em seus pratos e um
senhor se emociona ao sentir o inusitado cheiro de animais e de um bosque, como aquele
que ele freqüentava na infância. É como se, por alguns instantes, parte da vida dessas
pessoas estivesse ali: em parcos 100 mililitros de um vinho tinto degustado na sala do
curso da Associação Brasileira de Somelliers, no 14º andar de um edifício em São Paulo.
Talvez você ache exagero, esnobismo ou mesmo afetação (para não usar outro
termo) tanta celeuma em torno de uma bebida. Afinal, tecnicamente, o vinho não
passa de suco de uva fermentado. Ou, como diriam os químicos, uma solução
aquosa de etanol (uma forma de álcool resultante da ação de leveduras sobre a uva)
com maiores ou menores vestígios de açúcares, ácidos, ésteres, acetatos, lactatos e
outras substâncias já presentes no suco da fruta ou resultantes da fermentação.
Ainda assim,
ninguém pode negar que os amantes do vinho seguem uma espécie de mística
enraizada há quase 7 mil anos, quando se vivia num mundo não invadido pelos
refrigerantes, bebidas isotônicas, energéticos, uísque, vodca, cachaça (os destilados
são uma invenção do século XIV), nem mesmo café e chocolate (popularizados
como bebida na Europa apenas depois da descoberta da América).

"Ao longo da história, o vinho foi a única fonte de conforto e coragem, o único
remédio e anti-séptico, o único meio de que o homem dispunha para recuperar o
ânimo e superar o cansaço e a tristeza", diz o pesquisador inglês Hugh Johnson,
autor do livro A História do Vinho. "Ele foi, durante milênios, o principal luxo da
espécie humana."
Mais do que um luxo, o vinho foi a bebida sagrada por excelência. Dos rituais a
Dionísio, na Grécia antiga, até a celebração da eucaristia católica, repetida até hoje,
ele atravessou milhares de anos sem perder sua aura divina. Seu comércio aproximou
povos, mobilizou monarcas, enriqueceu Estados e foi sinônimo de poder - mesmo sem
gostar de vinho, Hitler fez questão de possuir uma adega com os melhores
exemplares do mundo, hábito copiado até hoje por políticos e novos-ricos em busca
de status.
Por ser tão encorpado de significados, beber uma simples taça pode ter
conseqüências imprevisíveis. Que o diga o mais novo presidente eleito do país, que
aprendeu essa lição ao ser atacado durante a última campanha por ter tomado um
Romanée-Conti - e olhe que Lula não pediu nem pagou pela garrafa de 6 mil reais,
oferta do publicitário Duda Mendonça.
O poder de inebriar O VINHO É ESCANECEDOR :ASSIM É TODA BEBIDA QUE
TEM ÁLCO
Ninguém sabe ao certo quem foi o primeiro homem a beber vinho, nem onde ele foi
experimentado pela primeira vez. Há indícios arqueológicos de que a uva já era cultivada
há cerca de 7 mil anos, na atual Geórgia (ex-União Soviética). Mas talvez nem tenha sido
preciso cultivar uvas para beber vinho. Qualquer homem que vivesse numa região
cercada de videiras silvestres já devia ter notado que as uvas, a partir de um determinado
estágio, perdiam um pouco de sua doçura para ganhar sabor mais forte. Pelo menos
nessa fase, como diz o historiador Hugh Johnson, o que deve ter chamado a atenção dos
nossos ancestrais para a bebida não foi o seu sutil buquê, nem o persistente sabor de
violeta e framboesa. Foi, provavelmente, o efeito inebriante que ele proporcionava. "Em
meio a uma vida difícil, bruta e breve, aqueles que primeiro sentiram os efeitos do álcool
acreditavam-se brindados com uma antevisão do paraíso", diz Johnson.
As inquietações desapareciam, os medos se afastavam, as idéias ocorriam mais
facilmente e os apaixonados se tornavam mais carinhosos quando bebiam esse sumo
mágico."

Alguns, é claro, também davam vexames. É o caso do patriarca bíblico Noé, o mesmo da
Arca que teria salvado os animais do dilúvio. O nono capítulo do Gênesis conta que,
depois do desembarque da arca, Noé passou a cultivar a terra e plantou vinha. "E tendo
bebido vinho, (Noé) embriagou-se e apareceu nu em sua tenda. E Cam, pai de Canaã,
tendo visto a nudez de seu pai, saiu fora a dizê-lo a seus dois irmãos." Para evitar que
Noé continuasse a perambular pelado e bêbado, os dois irmãos de Cam entraram em sua
tenda e o cobriram. Noé, no dia seguinte, ainda teve o disparate de pôr a culpa do
incidente em seu filho Cam, condenando-o a gerar uma espécie de raça inferior da
humanidade - os cananeus, segundo a Bíblia.(Para evitar que seus cardeais
exagerassem na bebida, o papa Júlio II mandou Michelangelo pintar essa história no teto
da Capela Sistina no Vaticano, bem acima da vista de seus cardeais.)

Apesar do Gênesis não explicar bem o porquê da irada reação de Noé ao incidente, é de
se supor que ele estivesse sofrendo uma das primeiras ressacas de vinho na história
(quem já passou por uma sabe que não é a melhor hora para tomar decisões
importantes). Mas as náuseas e as dores de cabeça que acompanharam os primeiros
amantes do vinho no dia seguinte não foram suficientes para desanimá-los.
A bebida, sem dúvida, parecia ter mesmo características especiais. Uma delas era sua
capacidade de melhorar com o tempo. Isso facilitou a sua difusão por outras regiões e, no
futuro, a transformaria num dos primeiros e mais importantes produtos de exportação do
planeta. Dali em diante, o vinho se confundiu com a história da própria civilização.

Uma bebida FINA


Curiosamente, desde o surgimento das grandes civilizações, o vinho sempre foi
considerado uma bebida nobre. Como as grandes cidades no Egito e na Mesopotâmia
apareceram no Oriente Médio, perto de regiões produtoras de cereais, a maior parte da
população se embriagava tomando cerveja (nessa época, ela já era mais popular). No
Egito, as primeiras pinturas sobre a vinicultura revelam que, há mais de 3 mil anos, seus
habitantes já dominavam a tecnologia da sua produção e o utilizavam em rituais de
oferenda aos deuses e aos mortos. Segundo os historiadores, seu consumo no Egito
estava restrito aos ricos e aos sacerdotes, já que não havia muitas videiras plantadas na
região.

Mas foi na Grécia antiga que a bebida ganhou proporções místicas. Além de impulsionar
a economia da região (que na época se estendia por boa parte do Mediterrâneo, incluindo
o sul da Itália), o vinho estava associado diretamente ao deus Dionísio. Este não era
encarado como um mito distante das pessoas e, ao ingerirem a bebida, os gregos tinham
a certeza de que estavam bebendo o próprio deus. Por volta do século V a.C., foi
construído em Atenas um enorme anfiteatro para a abertura dos festivais dionisíacos,
quando dançarinos se apresentavam cantando e tocando pandeiros para uma platéia
inebriada de vinho.
Quando o Império Romano suplantou em poder e extensão o mundo grego, a festa quase
acabou. Dionísio, em Roma, era conhecido pelo nome de Baco, e suas festas, os
famosos bacanais, chegaram a ser proibidas pelas autoridades no século II a.C. Mas não
demorou muito para a pressão popular obrigar o imperador Júlio César a revogar a
medida, no século I a.C.

Para a maioria dos historiadores, a devoção a Baco foi decisiva na construção da


simbologia que o vinho teria para os cristãos. "É indiscutível a influência de seu culto
sobre o cristianismo recém-chegado a Roma", diz Hugh Johnson. A primeira referência à
celebração formal da Santa Ceia depois da morte de Cristo, citada na Primeira Epístola
de São Paulo aos Coríntios, seria repetida nas centenas de anos seguintes pela Igreja
Católica até hoje: "Tomai e comei; isto é meu corpo, que será entregue por vós; fazei isto
em memória de mim". Depois, tendo ceado, igualmente tomou o cálice e disse: "Este
cálice é o novo testamento em meu sangue; fazei isto em memória de mim todas as
vezes que o beberdes".

O ARAUTO DO REI .HISTORIA DO VINHO.


Não custa lembrar que, muito antes da última ceia, o vinho seria protagonista do primeiro
milagre que Jesus realizou quando iniciou sua pregação - e, nessa ocasião, o contexto
era de alegria e não de pesar. Segundo o Evangelho de São João, tudo aconteceu em
meio a uma grande festa de casamento (as bodas em Caná, na Galiléia). A recepção ia
animada, até a ocorrência de uma daquelas situações que deixam qualquer mestre-de-
cerimônias numa saia-justa: como havia muita gente para pouca bebida, o vinho acabara.
Assim que soube, Maria contou o que aconteceu a Jesus e instruiu aos organizadores do
evento que fizessem tudo o que seu filho indicasse. Jesus, que estava acompanhado de
vários discípulos, pediu logo que enchessem vários recipientes de água até a borda e o
resto você já sabe: animação garantida regada de um vinho ainda melhor que o servido
no início da festa. Depois disso, conta João, o milagre fez com que "assim se conhecesse
a sua glória, e seus discípulos creram nele".

Como o cristianismo se expandiu rapidamente por boa parte do mundo (principalmente


depois que o Império Romano se tornou oficialmente cristão, no século IV), referências
como essa ajudaram a manter a aura do vinho como bebida sagrada.

expansão do Islã, que logo depois da morte do profeta Maomé, no século VII, proibiu seus
seguidores de tomarem vinho, conseguiu impedir a propagação dessa mística.
Mas o vinho era muito mais do que uma bebida de celebração. Na Idade Média, ele
tinha funções de anti-séptico (a técnica de destilação do álcool ainda não existia),
analgésico e alimento - é bom lembrar que, considerando a péssima qualidade da água
que se bebia então, o vinho era provavelmente uma bebida mais segura. Por conta
disso, para consumo de seus monges, várias ordens religiosas, como a de São Bento,
eram cercadas de extensas áreas de plantação de uva.

A contribuição dos mosteiros e das abadias foi fundamental para o aprimoramento das
técnicas de produção da bebida. Dentro de seus muros sólidos e vetustos, o vinho se
tornou cada vez mais sofisticado. Em busca da perfeição
Havia monges especificamente encarregados da adega. O mais célebre deles foi, sem
dúvida, dom Pérignon, a quem se atribui nada menos que a invenção do champanhe.
Tudo começou em 1668, quando o monge beneditino, aos 29 anos, assumiu a tesouraria
da abadia de Hautvillers, na região de Champagne, na França. Para incrementar a
produção de vinhos da abadia, ele analisou meticulosamente as melhores formas de
plantar e colher a uva, assim como de armazenar o vinho para que ele permanecesse
aromático e com o sabor persistente. Devido às condições climáticas e ao solo de calcário
da região, era comum que os vinhos passassem por uma segunda (e indesejada)
fermentação, quando apareciam na bebida as famosas bolhinhas. Mas o que começou
como um defeito logo se transformou numa qualidade. Pérignon desenvolveu uma
mistura de três uvas para fazer do espumante uma bebida deliciosa e desenvolveu uma
tampa de cortiça para que as garrafas não perdessem o gás.
Como as garrafas da época não eram muito resistentes para conter a pressão do
dióxido de carbono, era comum que quem entrasse numa adega usasse uma máscara
de ferro para se proteger de estilhaços resultantes da explosão de algumas garrafas (o
curioso é que, segundo os relatos da época, dom Pérignon, inventor do champanhe,
era abstêmio).
A bebida logo ganhou prestígio na corte de Luís XIV em Versalhes e chegou até
Londres, fazendo de Champagne uma das regiões mais famosas do mundo. (Até
hoje, somente os espumantes produzidos nessa região podem levar o nome de
champanhe.)
Foi por volta dessa época que as regiões produtoras de vinho tradicionais se
tornaram espécies de marcas registradas. Na região francesa de Bordeaux, por
exemplo, os produtores passaram até a colocar o nome da própria família no rótulo
de suas bebidas. Pouco a pouco, foi-se percebendo quais os terrenos responsáveis
pelos vinhos de melhor qualidade, de acordo com as condições do solo, a exposição
à luz, a altitude e outros fatores. Esses terrenos eram delimitados para a produção
de vinhos de qualidade superior,

mais complexos, e, é claro, de preços mais salgados. É o caso do Romanée-Conti, citado


no início da reportagem. Famoso desde o século XIX, esse vinho só pode ser produzido a
partir de uvas cultivadas numa estreita faixa de terra na região da Borgonha, que possui
características muitos específicas de solo, responsáveis por lhe conferir sabor e aromas
únicos. Isso reduz drasticamente a capacidade de produção, o que o torna raro e, claro,
disputado.
Essa é uma das principais diferenças do vinho quando o comparamos com outras
bebidas", diz Arthur P. de Azevedo, vice-presidente da Associação Brasileira de
Sommelliers. "Dependendo de onde bate o sol nas videiras ou de algum detalhe no
composto do solo, produz-se um vinho com características bem superiores a outro
produzido pelo dono do terreno vizinho", afirma. Um dos casos mais reveladores dessa
estreita simbiose entre grandes vinhos e natureza pode ser encontrado numa garrafa do
famoso Château d’Yquem, produzido na região de Sauternes, na França. Sua doçura
singular nasce da fermentação de uvas podres, atacadas pelo fungo Botrytis cinerea.
Acontece que esse fungo é comum numa pequena região de Sauternes, onde, nas
manhãs de outono, as videiras são tomadas por uma névoa espessa que induz o ataque
do fungo. Como somente as uvas deterioradas são usadas, os trabalhadores da região
têm que fazer uma delicada colheita manual, uva a uva - e não cacho a cacho.
Estima-se que cada parreira consiga encher apenas uma taça. Não é à toa que uma
simples garrafa de vinho possa valer uma pequena fortuna. A aura que envolve algumas
delas equivale à de uma autêntica obra de arte. Daí que durante a Segunda Guerra
Mundial, quando a Alemanha invadiu a França, os nazistas procuraram se apoderar das
reservas dos melhores vinhos franceses da mesma forma como pilhavam os tesouros do
Louvre. Os produtores de vinho da França reagiram sabotando a remessa dos vinhos
para a SS e construindo muros para fechar a área mais nobre de suas adegas -
impedindo que seus melhores exemplares fossem apreendidos pelos alemães. Mesmo
assim, quando os soldados franceses entraram na adega de Hitler no fim da guerra, eles
ficaram pasmos com o que viram: centenas de vinhos raros destinados a um homem que
sequer apreciava a bebida.
O valor atual do vinho

Até há pouco tempo, quem definia o valor dessas obras de arte eram os próprios
produtores, que levavam mais em conta a "tradição" e a "nobreza" de certas regiões. Nos
últimos anos, entretanto, um homem dotado de olfato extraordinário vem abalando a
rígida hierarquia do mundo dos vinhos. Trata-se do americano Robert Parker, o mais
famoso crítico de vinho no mundo, que avalia cerca de 10 mil exemplares por ano. Parker
costuma deixar furiosos alguns dos mais venerados produtores franceses quando estes
recebem notas baixas no seu guia de vinhos The Wine Advocate (O Advogado do Vinho,
sem tradução brasileira), uma publicação bimestral que tem cerca de 40 mil assinantes
em todo o mundo. As notas de Parker, de 50 a 100, podem significar o sucesso ou o
fracasso de uma safra. Sua credibilidade foi conquistada pelo fato de ele pagar a maioria
dos vinhos que degusta e pela simplicidade de seus julgamentos.
nenhum valor se a linhagem da família do produtor é do período pré-revolucionário ou se
você tem uma fortuna maior do que eu possa imaginar", disse Parker recentemente numa
entrevista à revista americana The Atlantic Monthly. "Se o vinho não for bom, eu vou dizer
que ele não é."
De certa forma, as críticas de Parker vêm criando uma nova era do relacionamento com o
vinho. Por não valorizar o nome do rótulo, ele ajudou a promover vinhos de países como
África do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Chile e Estados Unidos, que custam bem menos
do que os franceses. Ele também ajudou a retirar da bebida a imagem esnobe, trazendo
de volta o interesse genuíno pelo simples prazer da degustação. Apreciar a bebida deixa
de ser um distintivo social para se tornar um símbolo de qualidade de vida.
O ARAUTODO REI.HISTORIA DO
VINHO.
Isso não significa, é claro, que o vinho deixará de ser "o suporte de uma mitologia
variada", como já escreveu Roland Barthes em seu livro Mitologias. Afinal, que outra
bebida conseguiu manter sua aura em meio a um mundo marcado pelo doce fácil dos
refrigerantes? Nada contra uma Coca-Cola ou um Guaraná gelado, mas beber um vinho é
como ler um bom livro. Ou, como dizia o cineasta italiano Federico Fellini, "é como um
bom filme: dura um instante e deixa na boca um sabor de glória; é novo em cada gole e,
como nos filmes, nasce e renasce em cada degustador". Um filme que conta mais de 7
mil anos da aventura humana numa única taça.
Os primeiros vestígios da plantação de uvas têm cerca de 7 mil anos. Durante todo esse
tempo, o vinho foi a bebida sagrada usada no ritual da eucaristia para representar a
última ceia (abaixo), além de alimento, anti-séptico e analgésico (acima, barris de vinho
no fundo de um hospital na França durante a Primeira Guerra)

No Château d’Yquem (acima), o vinho é produzido a partir de uvas atacadas pelo fungo
Botrytis cinerea. A colheita manual é tão criteriosa que cada parreira rende apenas uma
única taça de vinho. O armazenamento em barris de carvalho (abaixo) ajuda a tornar a
bebida ainda mais aromática

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