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Profª Vanessa Lima do

IMPROBIDADE Nascimento
Vln.vln1203@gmail.com
ADMINISTRATIVA vanessalnascimento
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
CONCEITO

atos de improbidade que importam em


A Lei nº 8.429/92 não apresentou enriquecimento ilícito (art. 9º)
um conceito específico para a
improbidade administrativa, que causam prejuízos ao erário (art.
10)
limitando-se a distinguir as espécies
de atos de improbidade em três
os que atentam contra os princípios da
categorias distintas, conforme os Administração (art. 11) A LC 157/2016
alterou a Lei nº
resultados provocados para a 8.429/92 e criou uma
Atos Decorrentes de Concessão ou quarta espécie de ato
Administração, a saber: Aplicação Indevida de Benefício de improbidade
Financeiro ou Tributário (art. 10-A) administrativa
Improbidade é um ato praticado por agente
público ou por particular em conjunto com o
agente público
EXISTE DIFERENÇA ENTRE PROBIDADE E
MORALIDADE?

1ª corrente: 2ª corrente: 3ª corrente:

• Wallace Paiva Martins que • Maria Sylvia Zanella Di • José dos Santos Carvalho
considera a probidade Pietro e Emerson Garcia e Filho defende a
administrativa um Rogério Pacheco, entendem inexistência de diferença
subprincípio do princípio que probidade, como semântica entre o
da moralidade dotado de princípio regente dos atos significado das expressões
contorno próprio de função da administração, é um moralidade e probidade e
instrumentalizadora da conceito mais amplo que que essas expressões
moralidade por meio da Lei o de moralidade, pois podem ser utilizadas para
nº 8429/92 submete os atos o mesmo fim de
administrativos à preservação da moralidade
observância de todo o administrativa.
ordenamento jurídico, o que
inclui toda a ordem de
princípios, e não apenas o
princípio da moralidade.

MORALIDADE MORALIDADE
PROBIDADE = PROBIDADE
probidade
Moralidade
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

REGRAMENTO REGRAMENTO
CONSTITUCIONAL INFRACONSTITUCIONAL
Estrutura da Lei n.
8.429/92
 Art. 37, § 4º - Os atos de improbidade
• sujeito passivo do ato de
administrativa importarão a suspensão dos improbidade (art. 1º);
direitos políticos, a perda da função • sujeito ativo do ato de
pública, a indisponibilidade dos bens e o improbidade (arts. 2º e 3º);
ressarcimento ao erário, na forma e • tipos de ato de improbidade
gradação previstas em lei, sem prejuízo da administrativa (arts. 9º a 11);
ação penal cabível. • sanções aplicáveis (art. 12);
• normas de procedimento
administrativo e do processo
judicial (arts. 14 a 18);
• disposições penais (arts. 19 a 22).
MODALIDADES DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
Critério objetivo Critério subjetivo

Art. 9º — Atos de improbidade que importam


Exige DOLO
enriquecimento ilícito do agente público

Art. 10 — Atos de improbidade que causam


Pode ser DOLO ou, no mínimo, CULPA
prejuízo ao erário

Art. 10-A — Atos de improbidade administrativa


decorrentes de concessão ou aplicação indevida Exige DOLO
de benefício financeiro ou tributário

Art. 11 — Atos de improbidade que atentam


Exige DOLO
contra princípios da administração pública
MODALIDADES:
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

• I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a
título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou
amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;
• II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a
contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;
• III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o
fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;
• IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou
à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos,
DICA: empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
• V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
vantagem de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
patrimonial • VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação
em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou
indevida em bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
• VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo
razão do valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
cargo • VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha
interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
atividade;
• IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
• X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou
declaração a que esteja obrigado;
• XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei;
• XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei.
MODALIDADES:
PREJUÍZO AO ERÁRIO

• I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei;
• II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
• III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
DICA: causa
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º
lesão ao desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
erário por • IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de
qualquer mercado;
ação ou • V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
omissão, • VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea;
dolosa ou • VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
culposa; aplicáveis à espécie;
• VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com
entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;
(Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
• IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;
• X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do
patrimônio público;
MODALIDADES:

PREJUÍZO AO ERÁRIO

• XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
irregular;
• XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
• XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza,
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor
público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
• XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada
sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
• XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as
formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
• XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de
bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de
parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
• XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
• XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou
regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
• XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela
administração pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada pela
Lei nº 13.204, de 2015)
• XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a
redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
• XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
MODALIDADES:

CONCESSÃO OU APLICAÇÃO INDEVIDA DE


BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO
• Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer
ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o
§ 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2
003
. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
MODALIDADES:
ATENTAM CONTRA PRINCÍPIOS

• I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de
competência;
• II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
• III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva
permanecer em segredo;
• IV - negar publicidade aos atos oficiais;
• V - frustrar a licitude de concurso público;
• VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
• VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação
oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
• VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas.
(Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
• IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.
(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
• X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde sem a
prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo único
do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.
(Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018)
SANÇÕES

O art. 37, §4°, da CF prevê as A Lei de Improbidade prevê as


seguintes sanções àquele que quatro sanções mencionadas
cometa ato de improbidade: anteriormente e mais duas que são:

Ressarcimento ao
erário; a multa civil;

perda da função Suspensão dos


pública e a direitos políticos; a proibição de contratar com
suspensão dos a Administração e receber
direitos políticos benefícios e incentivos fiscais
só se efetivam Indisponibilidade ou creditícios.
com o trânsito dos bens;
em julgado da
sentença
condenatória.
Perda da função As sanções previstas na Lei de Improbidade podem
pública ser aplicadas isoladamente ou cumulativamente, de
acordo com a gravidade do fato
SANÇÕES
Concessão
Afronta aos indevida de
Enriquecimento
Prejuízo ao Erário princípios da benefício
ilícito
Administração Financeiro ou
Tributário
Ressarcimento
Se houver dano Sim Se houver dano Se houver dano
integral
Perda da função
Sim Sim Sim Sim
pública
Suspensão dos
De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos De 5 a 8 anos
direitos políticos
Até 3x o valor do Até 100x o valor da Até 3 x o valor do
Multa civil Até 2x o valor do dano
acréscimo remuneração benefício
Proibição de
contratar com a 10 anos 5 anos 3 anos Não
Administração
Perda dos bens ou
valores acrescidos
Sim Se houver acréscimo Não Não
ilicitamente ao
patrimônio
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Existe foro por prerrogativa de função nas ações
Não existe foro por prerrogativa de função
de improbidade administrativa?
em ação de improbidade administrativa
proposta contra agente político.
• Não há foro privilegiado para o julgamento da ação de O foro por prerrogativa de função é previsto
improbidade, que tramita na justiça comum pelo rito ordinário. pela Constituição Federal apenas para as
• A ação de improbidade administrativa possui natureza cível. Em
infrações penais comuns, não podendo ser
outras palavras, é uma ação civil e não uma ação penal.
• Em regra, somente existe foro por prerrogativa de função no caso estendida para ações de improbidade
de ações penais (e não em demandas cíveis). administrativa, que têm natureza civil.
• Em 24/12/2002, foi editada a Lei nº 10.628, que acrescentou o § 2º STF. Plenário. Pet 3240/DF, Rel. para acórdão
ao art. 84 do CPP, prevendo foro por prerrogativa de função para Min. Roberto Barroso, julgado em 10/05/2018 .
as ações de improbidade. Diante dessa alteração legislativa, foi
proposta a ADI 2797 contra a Lei nº 10.628/2002 e o STF julgou
inconstitucional o referido § 2º do art. 84 do CPP, decisão
proferida em 15/09/2005.
• Desse modo, com a decisão da ADI 2797, ficou prevalecendo o
entendimento de que as ações de improbidade administrativa
deveriam ser julgadas em 1ª instância.
INFORMAÇÕES IMPORTANTES
A Lei de improbidade administrativa aplica-se ou não
aos agentes políticos?
A Lei n.° 8.429/92 pode ser aplicada a fatos
ocorridos antes de sua entrada em vigor? • A Constituição prevê crime de responsabilidade e
improbidade como institutos autônomos. A Lei de
Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/92) foi
editada com fundamento no art. 37, §4º, da CF. Por
• NÃO. É pacífico o entendimento do STJ outro lado, a CF/88 trata sobre os crimes de
no sentido de que a Lei n.° 8.429/92 não responsabilidade em outros dispositivos (arts. 52, I;
pode ser aplicada retroativamente para 85, V; 102, I, c).
alcançar fatos anteriores a sua vigência, • Desse modo, o que prevalece atualmente é que
ainda que ocorridos após a edição da
Constituição Federal de 1988 (REsp os agentes políticos, em regra, submetem-se às
1129121/GO, Rel. p/ Acórdão Min. punições por ato de improbidade administrativa
Castro Meira, julgado em 03/05/2012). (Lei nº 8.429/92), sem prejuízo de também
poderem ser punidos por crimes de
responsabilidade.
STJ – MAGISTRADOS são agentes públicos
• Exceção: O Presidente da República (só responde
para fins de aplicação da Lei de Improbidade por crime de responsabilidade perante o Senado)
Administrativa, cabendo contra eles a respectiva
ação, na forma dos arts. 2° e 3° da Lei
n.°8.429/92 (REsp n.° 1.249.531).
SUJEITO PASSIVO DA CONDUTA
Quem pode ser SUJEITO PASSIVO Exemplos
1) órgãos da Administração direta. União, Estados, DF, Municípios.
2) entidades da Administração indireta. Autarquias, fundações, associações públicas, empresas
públicas, sociedades de economia mista.
3) empresas incorporadas ao patrimônio público. A doutrina critica essa previsão, considerando que, se a
empresa foi incorporada, ela deixou de existir, fazendo
parte agora do patrimônio público como órgão ou entidade.

4) empresas incorporadas ao patrimônio público ou de Empresas públicas e sociedades de economia mista (o


entidade cuja criação ou custeio o erário haja legislador foi redundante para reforçar a incidência da LIA).
concorrido ou concorra com mais de 50% do
patrimônio ou da receita anual.

5) entidades que recebam subvenção, benefício ou Entidades do terceiro setor (organizações sociais, OSCIP
incentivo (fiscal ou creditício), de órgão público. etc.), entidades sindicais, partidos políticos.
6) entidades cuja criação ou custeio o erário haja Sociedades de propósito específico, criadas para gerir
concorrido ou concorra com menos de 50% do parcerias público-privadas (art. 9º, § 4º da Lei
patrimônio ou da receita anual. n.° 11079/2004).
SUJEITO ATIVO DA CONDUTA
O “terceiro” pode ser uma pessoa jurídica?

• SIM. Apesar de existirem vozes em sentido contrário (ex: Carvalho


Sujeito ativo é a pessoa física ou Filho), prevalece que “as pessoas jurídicas que participem ou se
beneficiem dos atos de improbidade sujeitam-se à Lei 8.429/1992”
jurídica que: (STJ. REsp 1.122.177/MT, DJE 27/04/2011).
 pratica o ato de improbidade administrativa;
É possível que, em uma ação de improbidade
 concorre para a sua prática; administrativa, o terceiro figure sozinho como réu?
 ou dele se beneficia. • NÃO. Para que o terceiro seja responsabilizado pelas sanções da Lei
n.°8.429/92, é indispensável que seja identificado algum agente
público como autor da prática do ato de improbidade. Logo, não é
possível que seja proposta ação de improbidade somente contra o
terceiro, sem que figure também um agente público no polo passivo da
demanda.( STJ. 1ª Turma. REsp 1.171.017-PA, Rel. Min. Sérgio
AGENTES PÚBLICOS Kukina, julgado em 25/2/2014 (Info 535).
(art. 2º);
ESPÉCIES:
o papel do terceiro no ato de improbidade pode ser o de:
a) induzir (instigar, estimular) o agente público a praticar
TERCEIROS (art. 3º). o ato de improbidade;
b) concorrer para o ato de improbidade (auxiliar o agente
público a praticar);
c) ser beneficiário (obter vantagem direta ou indireta).
INDISPONIBILIDADE DOS BENS
STJ – se a pessoa estiver sendo acusada de ter
praticado atos de improbidade administrativa, poderá
ser decretada a indisponibilidade de seus bens. Para
A indisponibilidade de bens não isso, deverá ser provado o “fumus boni iuris”, ou
seja, que há fortes indícios de que essa pessoa
constitui propriamente uma realmente praticou atos de improbidade. Não é
sanção, mas medida de necessário, contudo, provar o “periculum in mora”,
GARANTIA destinada a assegurar ou seja, que a pessoa está se desfazendo de seu
o ressarcimento ao erário patrimônio para evitar o ressarcimento. O requisito
cautelar do “periculum in mora” está implícito, já que o
bloqueio de bens visa a “assegurar o integral
ressarcimento do dano”. Em outras palavras, a
pode incidir sobre bens que o acusado
possuía ANTES da prática do ato? indisponibilidade de bens é medida que, por força do
• SIM. A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos art. 37, §4°, da CF, decorre AUTOMATICAMENTE do
tanto antes como depois da prática do ato de improbidade. A ato de improbidade. Havendo fortes indícios de que a
indisponibilidade pode recair até mesmo sobre os bens
adquiridos antes do início da vigência da Lei de pessoa praticou o ato ímprobo, deverá ser decretada
Improbidade Administrativa. cautelarmente a indisponibilidade, ainda que o agente
não esteja praticando qualquer ato para se desfazer de
seu patrimônio
AÇÃO DE IMPROBIDADE

 A ação de improbidade será proposta  A ação de improbidade poderá ser proposta


independente da aprovação ou rejeição de
pelo MP ou pessoa jurídica interessada;
contas públicas, seja pelo órgão de controle
 O MP, quando não for parte na ação, interno ou pelo Tribunal de Contas, logo, aquele
obrigatoriamente atuará como fiscal da que praticou o ato de improbidade poderá ser
lei (custus legis), sob pena de nulidade; processado mesmo que as contas tenham sido
aprovadas;
 O STJ já decidiu que a alegação do princípio da
 Antes da Lei n. 13.964 de 24.12.2019 era insignificância não afasta a aplicação de
vedado, nas ações de improbidade, penalidade com base na Lei n.° 8.429/92 àquele
qualquer transação, acordo ou conciliaç que tenha praticado ato de improbidade;
ão. Após, ficou admitida “a celebração de  O sucessor daquele que causar lesão ao
acordo de não persecução cível, nos patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente
estará sujeito às previsões da Lei n.° 8.429/92, no
termos desta Lei”.
que couber, até o limite do valor da herança;
São imprescritíveis as ações de
ressarcimento ao erário
fundadas na prática de ato
AÇÃO DE IMPROBIDADE doloso tipificado na Lei de
Improbidade Administrativa.
STF. Plenário. RE 852475/SP,

PRAZO Até 5 anos, contados do término do mandato, cargo em


PRESCRICIONAL
comissão ou função comissionada;

No mesmo prazo prescricional previsto em lei específica


para a aplicação da penalidade de demissão a bem do serviço
público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego
público (de acordo com a Lei n.° 8.112/90)
até cinco anos da data da apresentação à administração
pública da prestação de contas final pelas entidades que podem
ser sujeitos passivos dos atos de improbidade.
PROCEDIMENTO
 Início: Representação Autoridade
Apuração imediata
 será escrita ou reduzida a termo e assinada, Administrativa
Representação
conterá a qualificação do representante, as DESPACHO
informações sobre o fato e sua autoria e Rejeitar
FUNDAMENTADO
a indicação das provas de que tenha
conhecimento.
 Qualquer pessoa poderá representar à
• A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e
autoridade administrativa competente para ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedimento
que seja instaurada investigação destinada a administrativo para apurar a prática de ato de improbidade, que
apurar a prática de ato de improbidade poderão, a requerimento, designar representante para acompanhar o
 Constitui crime a representação por ato procedimento administrativo.

de improbidade contra agente público • Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão


ou terceiro beneficiário, quando o autor representará ao Ministério Público ou à procuradoria do órgão para
da denúncia o sabe inocente, punível que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos
com detenção de seis a dez meses e bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou
causado dano ao patrimônio público.
multa.
 Além da sanção penal, o denunciante está • A autoridade administrativa competente poderá determinar o
sujeito a indenizar o denunciado pelos afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer
danos materiais, morais ou à imagem que necessária à instrução processual.
houver provocado.
AÇÃO

PROCEDIMENTO JUIZ

 Ação principal: STJ:


 terá o rito ordinário; NOTIFICAÇÃO DO
REQUERIDO NULIDADE
 será proposta pelo Ministério RELATIVA
Público (ação civil pública de
improbidade) ou pela pessoa jurídica MANIF. 15 DIAS
interessada, dentro de 30
dias da efetivação da medida cautelar.
 A ação será instruída com documentos ou REJEITAR A AÇÃO RECEBER A AÇÃO
justificação que contenham indícios
suficientes da existência do ato de
improbidade ou com razões fundamentadas
INEXISTÊNCIA
da impossibilidade de apresentação de DO ATO
CITAÇÃO
Cabe AI
qualquer dessas provas.

• Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de IMPROCEDÊNCIA • Havendo a possibilidade de solução
DA AÇÃO consensual, poderão as partes
improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
requerer ao juiz a interrupção do
• A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou prazo para a contestação, por prazo
decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o não superior a 90 (noventa) dias .
INADEQUAÇÃO
pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da DA VIA ELEITA • A autoridade judicial competente
pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito. poderá determinar o afastamento do
agente público
OBRIGADA!!!

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