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Semana de Arte Moderna de 1922
Semana de Arte Moderna de 1922
MODERNA DE 1922
CAPA DO CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO, DESENHADO POR DI CAVALCANTI.
A Semana de Arte Moderna teve início no dia 11 de fevereiro de 1922, no Theatro
Municipal de São Paulo, e seus efeitos e repercussões marcaram definitivamente a arte, a
arquitetura e a cultura brasileira dos anos seguintes.
A intenção dos seus organizadores era renovar e recriar uma arte genuinamente
brasileira, mas, ao mesmo tempo, de acordo com as novas tendências que já estavam a todo
vapor na Europa. A Semana de Arte Moderna trouxe inovações na música, na literatura, na
escultura e na pintura, com nomes como Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Anita Malfatti,
Heitor Villa-Lobos, Tarsila do Amaral e Victor Brecheret. Por promover mudanças um tanto radicais
para a época, acabou sendo alvo de críticas e polêmicas.
Em cada dia, as apresentações foram divididas por tema: no dia 13, pintura e escultura; no
dia 15, a literatura; e no dia 17, a música. Ironicamente, alguns dos nomes mais importantes do
Modernismo não estiveram presentes na Semana. É o caso de Tarsila do Amaral, provavelmente a
pintora mais conhecida do movimento, que estava em Paris, e Manuel Bandeira, que ficou doente
e faltou à declamação do seu próprio poema, Os sapos, no segundo dia.
PROGRAMAÇÃO DA SEMANA DE ARTES MODERNAS DE 1922
13.fev.1922 - A Semana de Arte Moderna é inaugurada no Teatro Municipal de São Paulo com
palestra do escritor Graça Aranha, ilustrada por comentários musicais e poemas de Guilherme de
Almeida. O primeiro dia corre sem tropeços. Depois da longa e erudita fala de Aranha, um
conjunto de câmara ocupa o palco para executar obras de Villa-Lobos. Após o intervalo, Ronald de
Carvalho discursa sobre pintura e escultura modernas. A plateia começa a se manifestar. Diante
dos zurros do público, Ronald de Carvalho devolve: "Cada um fala com a voz que Deus lhe deu.“ O
"gran finale" surge na forma de um recital de música comandado pelo maestro Ernani Braga.
15.fev.1922 - A noite que celebrizou a semana começa com um discurso de Menotti del Picchia
sobre romancistas contemporâneos, acompanhado por leitura de poesias e números de dança. É
aplaudido. Mas, quando foi anunciado Oswald de Andrade, começaram as vaias e insultos na
plateia, que só param quando sobe ao palco a aclamada pianista Guiomar Novaes. Heitor Villa-
Lobos se apresenta no palco do Municipal apoiado em um guarda-chuva e calçando chinelos.
PARTE 2
A SEMANA FOI FINANCIADA PELA OLIGARQUIA PAULISTA