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U N I V E R S I D A D E E S TA D U A L D O C E A R Á - U E C E

FA C U L D A D E D E V E T E R I N Á R I A - FAV E T
D I S C I P L I N A : PA R A S I TO L O G I A V E T E R I N Á R I A

IXODÍDEOS DE INTERESSE
VETERINÁRIO EM ANIMAIS

Docente: Cibelle Mara Pereira de Freitas

Fortaleza
2024
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

• Ectoparasitas hematófagos
obrigatórios
• Vertebrados (mamíferos e
aves)
• Relativamente grandes
• Repastos sanguíneos

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

• Picada pode causar lesão


irritação, inflamação e
hipersensibilidade)
• Grande número, podem
também ocasionar anemia
e diminuição na produção

4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

• Secreções salivares podem


causar toxicidade e
paralisia
• Capazes de transmitir
vários vírus, bactérias,
riquétsias e protozoários
patogênicos.
4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1.1 CLASSIFICAÇÃO

• Reino: Animalia
• Filo: Arthropoda
• Classe: Arachnida
• Ordem: Ixodida (Metastigmata)

4
LANGONI, H. et al., (2016); MONTEIRO, S. G. et al., (2017); TAYLOS, M. A. et al., (2017).
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

• Duas famílias principais:


Ixodidae e Argasidae
• Ixodidae (carrapatos
• Argasidae (carrapatos
duros)
• Escudo rígido quitinoso moles)
• Ausência do escudo
• Carrapatos de aves e
“carrapatos-do-chão’
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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2. MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Ácaros de pequeno porte


• Quelíceras modificadas
• Palpos curtos
• Cefalotórax e abdome fusionados

4
LANGONI, H. et al., (2016); MONTEIRO, S. G. et al., (2017); TAYLOS, M. A. et al., (2017).
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2 MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Aparelho bucal : palpos, quelíceras e


hipostômio contendo dentes
• Fêmeas com área porosa na base do
capítulo

4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2 MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Carrapatos com escudo dorsal


• Macho: cobrindo toda a face dorsal
no macho
• Fêmea: somente um terço da face
dorsal (ninfa e larva)
• Carrapatos duros

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2 MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Dimorfismo sexual
• Machos: escudo completo
• Fêmeas: escudo incompleto

• Orifício genital nos adultos


ingurgitados (patas I e II e,
quando não estão ingurgitados,
II e III)
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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2 MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Ninfas e adultos: par de


estigmas respiratórios ao
nível da coxa IV
• Peritremas (forma de
vírgula)

4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2 MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Ninfas e adultos: par de As larvas têm três pares de


patas, respiração cutânea e escudo
estigmas respiratórios ao incompleto
nível da coxa IV
• Peritremas (forma de
vírgula)

4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2 MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Ninfas:
• Quatro pares de patas
• Respiração traqueal
• Escudo incompleto
• Ausência de aparelho
genital

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2 MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Fêmeas: Dependendo de quanto


• Quatro pares de patas estão ingurgitadas
• Escudo incompleto
• Aparelho genital na face
ventral (entre o 1° o e o 3°
pares de coxas)

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S

1.2 MORFOLOGIA FÁMÍLIA IXODIDAE

• Machos Dependendo de quanto


• Quatro pares de patas estão ingurgitados
• Escudo completo
• Aparelho genital na face
ventral do corpo (entre o 1°
e o 3° pares de coxas)

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1.3 CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS
• Desenvolvimento do ovo
• Põem, em média, 3 mil ovos até o adulto
• Terminada a oviposição, as fêmeas • Larva hexápode, ninfa octópoda
morrem (quenóginas) • Adultos, macho e fêmea
• Período de incubação:17 a 60 dias
• Ovos castanhos, esféricos e pequenos

• Larvas (Neolarvas) – gramíneas, arbustos


• Órgão de Haller
• Sensorial - detecção de hospedeiros

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1.3 CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS

Ninfa (neoninfa octópode)


- Enrijecimento da cutícula
Larva ingurgitada (plasma - Ingurgita-se de sangue
Metalarva
sanguíneo) (metaninfa)
- Muda de cutícula

- Macho imaturo (chamado


de neandro)
Adulto
-Fêmea imatura (chamada
de neógina)
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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1.3 CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS

 Aptos para a cópula


 Fêmea (partenógina)
 Macho (gonandro)
 Maioria dos gêneros, copulam
 Não há aparelho copulador (o
sobre o hospedeiro
macho transfere seus
espermatóforos para a abertura
genital da fêmea por meio do
seu aparelho bucal)
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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1.3 CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS

No solo, após um período de


As fêmeas ingurgitam-se de pré-oviposição (3 a 20 dias),
sangue e passam a se chamar iniciam a ovipostura, que é
teleóginas desprendem-se do contínua e pode durar de2
hospedeiro semanas a 2 meses, dependendo
da temperatura e da umidade

O tempo de duração de cada


Os machos permanecem mais
fase de vida varia de acordo
tempo no hospedeiro e copulam
com a espécie de carrapato e as
com várias fêmeas
condições climáticas

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1.3 CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS
• A fêmea ingurgita sangue, vai ao solo
(1)
• Faz a postura (2)
• Classificação do ciclo de acordo com o • As larvas eclodem e sobem no
hospedeiro (3)
número de hospedeiros
• Monoxeno: carrapato de um só
hospedeiro.
• Larva, ninfa (também realizam as
mudas)
• Dermacentor nitens e R.
(boophilus) microplus • Alimentam-se e mudam para ninfas (4)
• Ninfas se alimentam,
• ingurgitam e mudam para adultos, 4
macho e fêmea (5)
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1.3 CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS

• Classificação do ciclo de acordo com o


número de hospedeiros
• Dioxeno: carrapato de dois
hospedeiros
• Larva e ninfa ocorrem no mesmo
hospedeiro (primeira ecdise)
• Segunda ecdise se realiza no solo
• Ixodídeo adulto procura um
segundo hospedeiro
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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1.3 CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS

• Classificação do ciclo de acordo com o


número de hospedeiros
• Trioxeno: carrapato de três
hospedeiros
• Para cada estágio, há um hospedeiro
(pode ser o mesmo animal)
• Todas as mudas são feitas fora dele

4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V •E TAElarva
RINÁ RIO
sobe noEhospedeiro
M A N I MA(1)I S
1.3 CICLO GERAL DOS IXODÍDEOS • Ingurgita, desce do animal e muda para
ninfa no ambiente
• Ninfa sobe no hospedeiro (2)
• Ingurgita e vai para o ambiente, onde muda
para adulto, macho ou fêmea (3)
• Sobe no hospedeiro para se alimentar
• A fêmea, depois de ingurgitada (teleógina),
cai no solo para fazer a postura dos ovos
(4)
• As larvas eclodem e reinicia-se o ciclo
• Ocorre em R. sanguineus, Amblyomma,
4
Haemaphysalis e Ixodes
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

Gênero Rhipicephalus
• Aproximadamente 60 espécies
• Endêmicas no Velho Mundo
• Distribuídos pela África Subsaariana (espécies foram introduzidas em uma ampla variedade
de novos hábitats pelo mundo)
• Regiões de clima temperado
• Regiões de clima tropical

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

Gênero Rhipicephalus
• Vetores importantes de patógenos
• Infestam mamíferos, e, raramente, aves e répteis
• A maioria carrapatos de três hospedeiros, mas algumas espécies do gênero
são carrapatos de dois hospedeiros

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

Gênero Rhipicephalus
• Características Morfológicas:
• Palpos e rostro (hipostômio + quelíceras) curtos
• Base do gnatossoma geralmente hexagonal
• Escudo sem ornamentação
• Machos com um par de placas adanais desenvolvidas e um par rudimentar
• Coxa I bífida
• Estigma em forma de vírgula

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1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A
Hospedeiros. Parasito de cães, mas
1 . 4 . 1 R h ip icep h a lu s sa n g u in e u s
pode parasitar também gatos e
carnívoros silvestres.

• Coloração amarela, avermelhada ou


castanho- escura

• Adultos não alimentados: 3 a 4,5 mm

• Fêmeas ingurgitadas: 12 mm

• Palpos e o hipóstoma são curtos

• Estigma em forma de vírgula

• Base do capítulo é hexagonal 4


1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 1 R h ip icep h a lu s sa n g u in e u s

• A coxa do primeiro par de patas apresenta dois espinhos

• As pernas podem se tornar sucessivamente maiores

• Os tarsos do quarto par de pernas apresentam um gancho tarsal


ventral marcante

• Os machos apresentam placas adanais e escudos acessórios.

• As larvas de seis pernas são pequenas e de coloração castanho-


clara

• ninfas de oito pernas têm coloração castanho-avermelhada.

• Estudos taxonômicos recentes sugerem que Rhipicephalus


sanguineus, em sentido amplo, possa ser uma espécie complexa,
com tipos morfologicamente similares, mas geneticamente
distintos
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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 1 R h ip icep h a lu s sa n g u in e u s
• Ciclo biológico:

• É um carrapato que exige


três hospedeiros para
completar o ciclo
(trioxeno)

• Todas as mudas são feitas


fora do hospedeiro

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 1 R h ip icep h a lu s sa n g u in e u s

• Ciclo biológico:

• As larvas não alimentadas podem


sobreviver até 8 meses e meio

• As ninfas sobrevivem 6 meses

• Os adultos sobrevivem até 19


meses.
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1 . 4 . 1 R h ip icep h a lu s sa n g u in e u s

• Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública

• É comum em cães

• Grandes infestações: leve irritação até anemia pela ação espoliadora de sangue

• Pode atacar qualquer região do corpo (membros anteriores e nas orelhas)

• Principal vetor da Babesia canis e Ehrlichia canis (transmissão da doença pode ser por

via transovariana ou transestadial)

• Pode também transmitir vírus e bactérias e atacar o ser humano, causando


dermatites
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1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 1 R h ip icep h a lu s sa n g u in e u s

• Controle

• Tratamento é mais importante em bovinos

• Aplicação de banhos carrapaticidas nos cães, repetindo-se o tratamento 2 ou 3 vezes, com


intervalos de 14 dias

• Utilização de produtos sistêmicos spot on em intervalos de 30 a 45 dias

• Manter o ambiente limpo e com vegetação baixa para que os ácaros não tenham refúgio e a
incidência dos raios solares desseque as larvas

• Higiene e aplicação de acaricidas nas paredes, teto e piso das instalações

• Higiene e isolamento dos cães.


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1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A
1 . 4 . 2 R h ip icep h a lu s ( B o o p h ilu s ) Após sequenciamento genético, o gênero
m icro p lu s Boophilus passou a ser subgênero de
Rhipicephalus, sendo então denominado
• Os carrapatos adultos apresentam gnatossoma hexagonal curto e Rhipicephalus (Boophilus) microplus.
reto

• O corpo é oval a retangular


Hospedeiros: Bovídeos, mas pode ser
• Escudo oval sem ornamentação


encontrado em outros hospedeiros
A coxa I é bífida


domésticos e silvestres.
Olhos presentes

• Estigmas arredondados ou ovais

• Os espiráculos são circulares ou ovais.

• As ninfas dessa espécie apresentam escudo castanho-alaranjado

• Machos apresentam dois pares de placas adanais


desenvolvidas, geralmente com prolongamento caudal
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1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A
1 . 4 . 2 R h ip icep h a lu s ( B o o p h ilu s ) Após sequenciamento genético, o gênero
m icro p lu s Boophilus passou a ser subgênero de
Rhipicephalus, sendo então denominado
Rhipicephalus (Boophilus) microplus.
• Os carrapatos adultos apresentam gnatossoma
curto e reto

• O corpo é oval a retangular

• Escudo oval e mais amplo na região frontal

• A coxa I é bífida

• Os espiráculos são circulares ou ovais.

• As ninfas dessa espécie apresentam escudo


castanho-alaranjado 4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 2 R h ip icep h a lu s ( B o o p h ilu s ) m ic ro p lu s
• Ciclo biológico:

• Carrapato de um só
hospedeiro (monoxeno)

• A fase parasitária (de


larva a fêmea) é, em
média, de 21 dias

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 2 R h ip icep h a lu s ( B o o p h ilu s ) m ic ro p lu s

• Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública

• Lesão causada pela picada do carrapato provoca irritação local e perda de sangue (formação de miíases) no local

• A pele irritada predispõe a infecções secundárias

• Cada fêmea suga, em toda a sua vida, 1,5 mℓ de sangue, o que provoca no hospedeiro anemia e diminuição na

• produtividade de carne e leite

• Desvio de energia: há um esforço do animal para compensar os danos causados pelo carrapato, o que representa um desvio de
energia que seria convertida para a produção

• A picada produz lesões que causam a desvalorização do couro

• Durante a sucção, os carrapatos injetam substâncias tóxicas prejudiciais à saúde dos bovinos

• Os ácaros transmitem protozoários do gênero Babesia e a riquétsia Anaplasma (são responsáveis pela tristeza parasitária bovina)

• O ácaro também pode transmitir vírus e outras bactérias


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1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 2 R h ip icep h a lu s ( B o o p h ilu s ) m ic ro p lu s

• Controle

• Nas pastagens

• Calagem e gradagem do solo diminui consideravelmente a quantidade de larvas na


pastagem.

• Corte de pastos e de arbustos (abrigos naturais das larvas)

• Rotação das pastagens:

• Queima das pastagens: não é 100% eficaz, pois algumas larvas não morrem, já que
penetram no solo ou nas partes mais profundas da vegetação.
4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 2 R h ip icep h a lu s ( B o o p h ilu s ) m ic ro p lu s

• Controle

• No hospedeiro

• Banho de imersão

• Aspersão ou spray: é econômico e prático, utilizado em pequenas


propriedades

• Vacinação
• Controle biológico
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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

Gênero Amblyomma
• Carrapatos grandes
• Altamente ornamentados
• Patas longas e listradas.
• Fêmeas não alimentadas: até 8 mm
(ingurgitadas: 20 mm)
• Possuem olhos e festões

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

Gênero Amblyomma
• Machos: não apresentam placas ventrais
• Apresentam aparelho bucal
• Gnatossoma mais longo
• Estigmas em forma de vírgula ou
triângulo
• Longo (picada dolorosa) que pode se
tornar infeccionada secundariamente

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

Gênero Amblyomma
• Aproximadamente, 100 espécies de
Amblyomma
• Distribuídos em regiões tropicais e
subtropicais

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 3 A m b lyo m m a a m e r ic a n u m Hospedeiros. Ampla variedade em


mamíferos, principalmente equinos

• Carrapato-estrela (único ponto branco no escudo da


fêmea)

• Carrapatos grandes, normalmente ornamentados

• Patas com listras

• Os olhos e festões estão presentes

• Palpos e o hipóstoma são longos

• Placas ventrais estão ausentes nos machos

• Fêmea ingurgitada:10 mm
4
• Formato de fava e apresenta quatro pares de patas
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 3 A m b lyo m m a a m e r ic a n u m Hospedeiros. Ampla variedade em


mamíferos, principalmente equinos

• Fêmea: coloração castanho-avermelhada (cinza claro quando


ingurgitada)

• Macho: pequeno, com dois pontos pálidos simétricos próximos

• à margem posterior do corpo, uma listra pálida de cada lado e


uma listra curta e oblíqua atrás de cada olho

• Os machos apresentam apenas 2 a 3 mm de

• comprimento e, em razão do seu pequeno idiossoma, os quatro


pares de pernas são prontamente visíveis.

• Em ambos os sexos, a coxa I apresenta umespinho externo


longo e um espinho interno curto, e o aparelho bucal é muito
mais comprido que a base do capítulo 4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 3 A m b lyo m m a a m e r ic a n u m Hospedeiros. Ampla variedade em


mamíferos, principalmente equinos

• As ninfas assemelham-se aos adultos e


também apresentam quatro pares de pernas

• medem menos de 2 mm de comprimento,


enquanto

• larvas(micuins) apresentam menos de 1


mm de comprimento, normalmente têm
coloração amarelada e apenas três pares de
pernas. 4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A
• Ciclo biológico:
1 . 4 . 3 A m b lyo m m a a m e r ic a n u m
• Três hospedeiros para completar seu ciclo de vida
(trioxeno)

• O ciclo é trioxeno, semelhante ao do R. sanguineus

• A fêmea põe de 6 mil a 8 mil ovos em uma única


postura

• As larvas e ninfas se alimentam em roedores,


coelhos e aves que habitam o solo.

• Os adultos se alimentam em mamíferos maiores,


como cervos, bovinos, equinos e ovinos.

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 3 A m b lyo m m a a m e r ic a n u m

• Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública

• Pode transmitir vários agentes patogênicos, como Borrelia (agente da


doença de Lyme) e Rickettsia rickettsi (causadora da febre maculosa)

• Picada pode originar ferimentos na pele de cura demorada

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1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 3 A m b lyo m m a a m e r ic a n u m

• Controle

• Encontrado preferencialmente em áreas silvestres

• Medidas preventivas, como utilizar acaricidas nos sapatos, usar roupas que
cubram o corpo e, se for observada a presença de carrapatos na pele, removê-
los o mais rapidamente possível para diminuir a possibilidade de transmissão
de patógenos

• Em áreas urbanas infestadas, recomenda-se o mesmo controle do


Rhipicephalus sanguineus, tratando o animal e o ambiente
4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A
Carrapatos de três hospedeiros, mas
algumas espécies apresentam apenas um
Gênero Dermacentor
hospedeiro
• Gnatossoma com rostro e palpos
relativamente curtos
• Estigmas circulares (parece um dial
de telefone)
• Escudo sem ornamentação
• Apresenta sete festões
• Coxas com aumento progressivo de
tamanho, sendo as IV muito maiores
4
que as demais
• Machos sem placas adanais.
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A
Essa é uma espécie de carrapato de um
1 . 4 . 4 D e rm a cen to r n ite n s
hospedeiro. A larva, a ninfa e o adulto
aderem e se desenvolvem em um único
hospedeiro.
• Localização: Por todo o corpo, mas prefere o
pavilhão auricular, o divertículo nasal e a região
da cauda do equino

• Machos: têm 2 a 4 mm

• Não são ornamentados e apresentam coloração


castanho-amarelada

• Fêmeas: têm 2 a 5 mm

• O escudo dos carrapatos-fêmeas é castanho


amarelado 4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 4 D e rm a cen to r n ite n s Esses ácaros são monoxenos, e o ciclo é


semelhante ao do R. (B.) microplus

Ingurgitam e se
A fêmea só vai ao
As larvas sobem no Ingurgitam e transformam em
solo para
animal passam a ninfas machos ou fêmeas
ovipositar
sobre o hospedeiro

As fêmeas põem, Dos ovos, eclodem


em média, 3 mil as larvas, que
ovos no ambiente e podem resistir mais
morrem após a de 2 meses sem se
postura alimentar 4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 4 D e rm a cen to r n ite n s

• Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública

• Pode transmitir para os equinos agentes patogênicos, como a Babesia equi e a B. caballi

• Sua picada pode originar ferimentos na pele que favorecem o aparecimento de miíases
com lesões e até a perda da orelha, relato comum nos equinos do Brasil central

4
1 . I X O D Í D E O S D E I N T E RE S S E V E T E R I N Á R I O E M A N I MA I S
1 . 4 E S P É C I E S D E I M P O RT Â N C I A

1 . 4 . 3 A m b lyo m m a a m e r ic a n u m

• Controle

• Difícil de controlar por encontrar-se em locais escondidos, como o interior do pavilhão auricular, embaixo da
cauda e no divertículo nasal dos equinos

• Os tratamentos em regiões endêmicas devem ser realizados por meio da pulverização com produtos acaricidas
todo o corpo dos equinos, inclusive dentro do divertículo nasal e da região auricular, em intervalos de 24 dias,
por um período de, pelo menos, 4 meses ininterruptos do ano, na primavera e/ou no verão.

• Após o tratamento, os animais devem voltar para o mesmo pasto. A repetição dos tratamentos acaricidas e o
retorno dos animais para o mesmo pasto promovem uma limpeza das pastagens, reduzindo o número de
carrapatos que atingirão a fase adulta

• Roçar a pastagem no verão, expondo o solo, reduz a população de carrapatos, pois a falta de abrigos faz com
que as larvas dessequem pela ação do sol.
4

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