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Mircea Eliade

O Sagrado e o
profano

A essência das religiões


Mircea Eliade
• Bucareste (Romênia) 9 de março de 1907 — Chicago, 22 de abril de 1986)
• Foi um professor, cientista das religiões, mitólogo, filósofo e romancista romeno,,
naturalizado norte-americano em 1970.
• Falava e escrevia fluentemente em oito línguas (romeno, francês, alemão, italiano
, inglês, hebraico, persa e sânscrito), mas a maior parte dos seus trabalhos
acadêmicos foi escrita inicialmente em romeno (depois em francês e em inglês). É
um dos mais influentes cientistas das religiões e filósofos das religiões da
contemporaneidade
• Considerado um dos maiores nomes do século XX da Ciência da Religião,
elaborou uma visão comparada das religiões, encontrando relações de
proximidade entre diferentes culturas e momentos históricos. No centro da
experiência religiosa do ser humano, Eliade situa a noção do Sagrado. Sua
formação institucional de filosofo somada a sua formação autodidata como
cientista das religiões elevou-o ao estudo dos mitos, dos sonhos, das visões, do
Vida
Mircea Eliade nasceu na capital romena a
24 de fevereiro de 1907
Era de família cristã ortodoxa e, desde jovem, tornou-se
poliglota.

O seu grande interesse em religiões comparadas,


filosofia e filologia levou-o em 1925 a iniciar estudos na
Universidade de Bucareste, formando-se em filosofia.

Em Sua tese de mestrado examinava a filosofia na


Renascença italiana, de Marsilio Ficino a
Giordano Bruno.
Mircea Eliade na Índia

Seguiu para a Índia, a fim de "universalizar" a filosofia


"provinciana" herdada de sua educação europeia.
Graças a um financiamento do marajá de Kasim Bazar,
permaneceu quatro anos estudando no país. Em 1928, foi
para a Universidade de Calcutá, onde estudou sânscrito e
filosofia, sob a orientação de Surendranath Dasgupta (1885-
1952), um bengali educado em Cambridge e autor de History
of Indian Philosophy (Motilal Banarsidass 1922-55), em 5
volumes. Eliade era um bom aluno e morava na casa do
professor, mas a relação entre ambos deteriorou-se quando
Mircea se apaixonou por Maitreyi Devi, a filha de Dasgupta.
A fracassada história de amor seria tema do romance erótico
Isabel Si Apele Diavolului ("Isabel e as águas do diabo") (
1930), no qual os personagens centrais são um europeu e
uma jovem indiana.
Voltando à Europa...
A documentação recolhida na Índia,
especialmente a respeito do ioga, tornar-se-ia a
base de sua tese de doutoramento.
Retornou a Bucareste em 1932 e, após cumprir o
serviço militar, submeteu, com sucesso, a sua
tese sobre ioga ao Departamento de Filosofia,
em 1933. Publicou-a em francês (1936)
como Yoga: Essai sur les origines de la mystique
indienne ("Ioga: Ensaio sobre a origem do
misticismo indiano"), posteriormente revista e
republicada como Le Yoga. Immortalité et
liberté ("Ioga, Imortalidade e Liberdade"). No
mesmo ano, Eliade tornou-se professor da
faculdade de letras da Universidade de Bucareste.
Como assistente de Ionescu, Eliade ensinou a
• De 1933 a 1939, participou ativamente de grupo Criterion, que promovia seminários públicos
sobre diversos tópicos. O grupo era influenciado pela filosofia do Trăirismo, a busca do "autêntico"
através da experiência vivida (em romeno, traire), considerada como única fonte de autenticidade.
• Em 1934, casou-se com Nina Mares.
• Depois de publicar Domnisoara Christina ("Senhorita Cristina") (1936), foi acusado de pornografia
e, por um curto período, foi suspenso da universidade. O romance, baseado no folclore romeno,
tinha, como personagem principal, uma vampira e abordava o significado do erotismo e da morte
na vida humana.
• A partir de 1940, trabalha como adido cultural e de imprensa nas representações diplomáticas
romenas em Londres e Lisboa (1941-44). Na capital portuguesa, interessou-se pelos clássicos,
como Sá de Miranda, Camões e Eça de Queiroz, e empenhou-se em estabelecer elos mais fortes
entre os latinos do ocidente e do oriente, impulsionando traduções, conferências e concertos.
• Após a Segunda Guerra Mundial, por suas ligações com Nea Ionescu, Eliade não pôde voltar à
Romênia, que agora se tornara comunista. Passa então a lecionar em várias universidades
europeias.
• Em 1945, transfere-se para Paris. Ensina religião comparada na Sorbonne e na École pratique
des hautes études, a convite de Georges Dumézil. Seus amigos desse período incluíam Eugène
Ionesco e Georges Bataille, além do próprio Dumèzil. Eliade adquire renome como professor de
Ciência das Religiões.
• Leciona também no Instituto do Extremo Oriente de Roma, no Instituto Jung de Zurique e,
finalmente, na Universidade de Chicago.
• Nessa época, foi publicado "Nascimento e
Renascimento" (Birth and Rebirth). Em 1958, foi
convidado para chefiar o Departamento de Ciência
da Religião da Universidade de Chicago, cargo que
ocupou até a morte em 1986.
• Além de ter escrito obras científicas tão
importantes e centrais como "O sagrado e o
profano", Eliade publicou uma extensa obra
literária de ficção, cuja qualidade é universalmente
reconhecida. Porém, por ter sido escrita
inicialmente em romeno, tardou a ser divulgada.
Também lançou a "Revista de História das
Religiões" e a "Revista das Religiões" e atuou
como editor-chefe para a Enciclopédia Macmillan
de Religiões, que foi reeditado e exapandido em
2005 por L. Jones.
• Eliade recebeu o título de Doctor Honoris Causa de
numerosas universidades de todo o mundo.
Premiado em 1977 pela Academia Francesa,
recebeu a Legião de Honra da França.
O cosmos e a história
• Em "O mito do eterno retorno" (1954) (Filosofia da História),
Eliade cria a distinção entre a humanidade religiosa e a não
religiosa, com base na percepção do tempo como heterogêneo
e homogêneo respectivamente.
• Eliade defende que a percepção do tempo como homogêneo,
linear e irrepetível é uma forma moderna de não religião da
humanidade. O homem arcaico, ou a humanidade religiosa
(homo religiosus), em comparação, percebe o tempo como
heterogêneo; isto é, divide-o em tempo profano (linear) e
tempo sagrado (cíclico e reatualizável).
• Por meio de mitos e rituais que permitem o acesso a este
tempo sagrado, a humanidade religiosa protege-se contra o
"terror da história" (uma condição de impotência diante dos
dados históricos registrados no tempo, uma forma de
O conceito do “Sagrado”
• O próprio Eliade repetidamente identifica o sagrado
como o real, ainda que ele estabeleça claramente que
"o sagrado é uma estrutura da consciência humana".
• O Sagrado: fonte de significância, significado, poder e
ser, e suas manifestações como hierofanias, cratofanias
ou ontofanias respectivamente (aparências do sagrado,
do poder ou do ser). Em correspondência à sugerida
ambiguidade do próprio sagrado, está a ambiguidade de
suas manifestações.
• Eliade afirma que os crentes para os quais a hierofania
é uma revelação do sagrado devem ser preparados pela
experiência,
• Para os não-crentes, a "árvore sagrada", por exemplo,
continua a ser uma simples árvore. É indispensável, na
análise de Eliade, que qualquer entidade fenomênica
possa ser apreendida como uma hierofania com uma
preparação apropriada. A conclusão deve ser a de que
todos os seres revelam e, ao mesmo tempo, escondem
a natureza do Ser.
A obra “O Sagrado e o Profano”

• https://youtu.be/00IfV1F45XQ
Prof. João Mac Dowell apresenta o seu minicurso sobre a obra “O
Sagrado e o Profano”
• https://youtu.be/2nES4k10a-0
• O SAGRADO E O PROFANO, Mircea Eliade - Coment. de Lúcia
Helena Galvão , Nova Acrópole – Brasil (em 4 partes): 1. O espaço
sagrado; 2. O tempo sagrado; 3. a natureza sagrada; 4. vida sagrada.
• Título original: LE SACRÉ ET LE
PROFANE Copyright © by Rowohlt
Taschenbuchverlag GmbH, 1957.
• PREFÁCIO Sumário
• INTRODUÇÃO
• Quando o sagrado se manifesta
• Dois modos de ser no mundo
• O sagrado e a história • Capítulo II – O TEMPO SAGRADO E OS MITOS
• Capítulo I – O ESPAÇO SAGRADO E A • Duração profana e tempo sagrado
SACRALIZAÇÃO DO MUNDO
• Templum-tempus
• Homogeneidade espacial e hierofania • Repetição anual da cosmogonia
• Teofanias e sinais • Regeneração pelo regresso ao tempo original
• Caos e cosmos • O tempo festivo e a estrutura das festas
• Consagração de um lugar: repetição da cosmogonia • Tornar-se periodicamente o contemporâneo
• O “Centro do Mundo” dos deuses
• Mito = modelo exemplar
• “Nosso Mundo” situa se sempre no centro
• Reatualizar os mitos
• Cidade – cosmos
• História sagrada, história, historicismo
• Assumir a criação do mundo
• Cosmogonia e Bauopfer
• Capítulo III – A SACRALIDADE DA NATUREZA E A • Capítulo IV – EXISTÊNCIA HUMANA E
RELIGIÃO VIDA SANTIFICADA
CÓSMICA • Existência “aberta” ao mundo
• O sagrado celeste e os deuses uranianos • Santificação da vida
• O Deus longínquo • Corpo Casa Cosmos
• A experiência religiosa da vida • A passagem pela porta estreita
• Perenidade dos símbolos celestes • Ritos de passagem
• Fenomenologia da iniciação
• Estrutura do simbolismo aquático
• Sociedades masculinas e sociedades
• História exemplar do batismo
femininas
• Universalidade dos símbolos • Morte e iniciação
• Terra Mater • O “segundo nascimento” e a criação
• Humi positio: deposição da criança no solo espiritual
• A mulher, a terra e a fecundidade • O sagrado e o profano no mundo
moderno
• Simbolismo da árvore cósmica e cultos da
Para a avaliação da disciplina
• Elaborar um artigo sobre um dos temas abordados nesta disciplina
• Sugere-se que seja Viktor Frankl, R. Otto, Levinas, Edith Stein, Feuerbach,
S. Agostinho, Mircea Eliade ou um outro autor/tema.
• Pode ser relacionado com outros autores ou temáticas, por exemplo o
Castelo interior de S. Teresa de Ávila...Obras de São João da Cruz, Mestre
Eckhart...
• ABNT; 10-12 páginas, fonte ariel ou times, 1,5 entre as linhas, com
Introdução, conclusão e referências.
• Entrega até 1 de dezembro de 2022.
• Obs.: quem pretende abordar um outro tema precisa combinar comigo.

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