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TÉCNICAS DE

CAPTURA DE ANIMAIS
SILVESTRES
OBJETIVO

Estabelecer ação ordenada e amparada


legalmente quando da contenção, captura e
soltura de animais silvestres capturados em
perímetro urbano.
Capacitar o Policial para o manejo,
contenção e captura de animais silvestres.
OBJETIVO DA CAPTURA

Garantir que o “animal invasor” seja


contido, capturado e encaminhado ao seu habitat
de origem, contando com sua condição física
original.
Garantir ao animal capturado a possibilidade
de retornar ao meio natural.
QUANTIDADE DE CAPTURA
• As Subunidades do 15º BPMA são
responsáveis pela captura de cerca de 300
animais por mês.

• O aparecimento de animais silvestres no


perímetro urbano se dá em virtude da redução
de seu habitat e consequentemente a falta de
alimentos.
CAPTURA – Procedimento na
solicitação
• Informe-se sobre o local e o tipo de animal a
ser capturado;
• Tais informações podem não ser fidedignas;
• Proceda a anamnese do animal e da
situação;
• Vistorie os equipamentos;
• Atenda o mais rápido possível;
CAPTURA – Procedimentos no local
• Segurança do Policial: conter o animal no
local, utilizando equipamento adequado,
para que o mesmo, ao se ver ameaçado, não
ofereça risco ao policial;
• Segurança da população: isolar o local de
modo que a população (curiosos) não se
aproximem do animal;
• Segurança do animal: garantir que a
população ou outros animais não possam
ameaçar, agredir ou ferir o animal.
CAPTURA – Procedimentos no local

• Avalie se existe real possibilidade de captura;


• Isole a área afastando os curiosos;
• Nunca se aproxime muito quando tiver
apenas a intenção de verificar a situação;
• Nunca deixa que cães se aproximem e acuem
o animal;
• Nunca tente espantar, isso pode
desencadear no animal uma reação de
defesa;
• Não subestime o animal - fuga e ataque;
• Defina o meio de contenção: mecânica,
química ou ambas;
• Deixe preparado o transporte do animal;
• Em equipe, defina claramente a função de
cada um e, como desempenhá-la;
• Se o local for próximo a residência e o animal
for nocivo, evacuar o local a fim de garantir
a segurança dos moradores;
• Em caso de animal nocivo, chame apoio. Não
queira usar de técnicas heróicas;
• Procure garantir o silêncio no local e na
vizinhança;
• Não tente abater o animal para não infringir
em crime ambiental.
• Somente inicie a captura quando todos
estiverem posicionados;
• Trabalhe em silêncio, evite estardalhaço;
• Após capturado o animal, não permita a
aproximação de curiosos;
• Encaminhe o animal o mais rápido possível à
soltura (caso seja este o caso), ao veterinário
ou ao CRAS;
• Registre a Ocorrência.
PROBLEMAS
MEIOS DE CONTENÇÃO

1) Contenção Física: através de equipamentos


e materiais que possam prender o animal;

2) Contenção Química: através da utilização


de analgésicos ou sedativos. A aplicação
pode ser feita por Policial desde que
acompanhado de perto por Médico
Veterinário. A prescrição de analgésico ou
sedativo é de responsabilidade e
competência do Médico Veterinário.
EQUIPAMENTOS
• Gaiola;
• Puçá ou Passaguás;
• Cambão;
• Rede;
• Luva de raspa;
• Gancho;
• Laço;
• Pinça;
• Tubos de PVC
• Cordas;
• Dardos;
• Outros.
CAIXA OU GAIOLA
CAIXA OU GAIOLA
• Para animais de pequeno porte pode ser
confeccionada em madeira e tela, já para os
animais maiores e agressivos deve ser feitas
de ferro.
• Deve-se ainda verificar, com antecedência,
as condições da caixa de transporte que
precisa principalmente oferecer resistência
ao peso e possíveis investidas do animal.
PUÇA OU PASSAGUÁS
PUÇA OU PASSAGUÁS
• É composto de um cabo de madeira ou
ferro, possuindo em uma de suas
extremidades um aro de metal que pode ser
quadrado, redondo ou triangular e que
sustenta uma rede de corda ou um saco.
• Utilizado para a captura e contenção de
várias espécies de aves, mamíferos e até
alguns répteis.
CAMBÃO
CAMBÃO
• Existem vários modelos, onde um cabo de
madeira ou outro material serve de guia
para um laço feito com tira de couro, corda
de material sintético ou metal que pode ser
manejado pela outra extremidade do
equipamento para apertar ou afrouxar o
laço.
• Utilizado para a captura e a contenção de
várias espécies, principalmente os
mamíferos e alguns répteis, como lagartos
mais agressivos e jacarés de porte pequeno
a médio.
REDE

• Confeccionadas em cordas de fibras naturais


ou sintéticas, podendo ser empregadas de
diferentes formas na contenção e captura de
uma grande variedade de espécies de aves e
mamíferos.
LUVA DE RASPA

• Utilizadas para a proteção das mãos na


contenção direta de um animal ou mesmo
junto com outro equipamento.
•Empregada na contenção de uma grande
variedade de espécies de aves, répteis e
mamíferos, a fim de evitar ferimentos, seja por
mordedura, arranhadura ou outros meios de
defesa.
GANCHOS

• Empregado para a contenção de serpentes.


É composto de um cabo de madeira ou ferro
e em uma de suas extremidades possui uma
haste de ferro na forma de “L” ou de “C”
para dar sustentação ao corpo do animal ou
mesmo para conter a cabeça da serpente
para posterior contenção.
PINÇA

• Utilizada para o manejo de serpentes e


consiste em uma haste com uma pinça
articulada na ponta acionada por gatilho
para o pinçamento de tais animais. É mais
empregado para serpentes agressivas e
perigosas.
TUBOS DE PVC

• Utilizados de diferentes diâmetros para a


contenção de serpentes e algumas aves.
• O diâmetro do tubo deve ser compatível
com o tamanho do animal e não permitir
que o mesmo consiga voltar para trás ou
virar a cabeça.
CORDAS

• Devem ser utilizadas sempre que possível


como auxiliares na contenção físico-
química.
RIFLE E DARDOS
CONTENÇÃO/CAPTURA
• Ao isolar e conter o animal, os Policiais
deverão atentar-se ao fato de que todo
animal nesta situação buscará meios para
escapar, mesmo que para isto tenha que
ferir a quem o ameaçar;
• Lembre-se: A defesa do animal é a fuga ou
o ataque
CONTENÇÃO DE RÉPTEIS
SERPENTES
• As serpentes venenosas ou não, tem como defesa
a mordida ou picada e, dependendo da espécie, a
constrição ou enforcamento da presa.
• Para lidar com as serpentes faz-se necessário o
uso de gancho.
• Além do gancho, existem também as pinças,
pode-se ainda empregar tubos plásticos de PVC,
de preferência que sejam transparentes, de
diâmetro equivalente ao do animal a ser
manipulado
QUELÔNIOS
• Não apresentam grandes dificuldades para
a sua contenção. Há de se considerar a
grande força muscular que estes animais
possuem principalmente os jabutis.
• Geralmente os jabutis não mordem, ao
contrário dos cágados e tartarugas-
marinhas.
LAGARTOS
• Os lagartos pequenos de uma maneira geral
não apresentam grandes dificuldades de
contenção física.
• Pode-se lançar sobre eles uma toalha
molhada.;
• Aproximar-se devagar e capturá-lo, pela
base do pescoço e pela cintura pélvica,
procurando manter os membros pélvicos
esticados para trás junto ao corpo;
• No caso de lagartos maiores pode-se utilizar
o cambão, envolvendo o pescoço e um dos
membros torácicos, tomando cuidado com a
cauda que possui grande força muscular.
CROCODILIANOS
• Podem ser capturados com um cambão.
• Pode-se passar uma corda pelo pescoço e sob
uma das axilas para se evitar o
enforcamento.
• Segurar firmemente, pois tais animais
possuem o hábito de girar sobre seu próprio
eixo com grande força.
• Suba sobre o dorso do animal, colocando
seu peso sobre a cintura torácica e sobre a
cabeça com as mãos pressionando-a contra
o solo para que a boca fique fechada e então
é passado ao redor da mesma bandagens ou
fitas adesivas impedindo que o animal abra
a boca.
ROEDORES
• Tais animais apresentam como defesa os
dentes incisivos, e mesmo os pequenos,
podem morder e causar graves lesões.
• Para contenção do pequenos é recomendado
o puçá, já para os maiores deve ser utilizado
o cambão.
TAMANDUÁS
• Os tamanduás não apresentam nenhum
dente, podem ser enquadrados como
animais fáceis de conter, mas jamais devem
ser subestimados. O grande perigo dos
tamanduás são suas longas unhas que agem
como alavancas e tem uma força
considerável.
• Sua contenção deve então ser feita com o
uso de puçá, cambão e luvas de couro,
podendo ser pego pelo rabo.
VÍDEO CAPTURA TAMANDUÁ
ANTA
• A Anta é o maior mamífero da América do Sul,
podendo pesar até 300kg. Não é um animal
fácil de conter devido ao tamanho e ser muito
forte. Além de mordidas outro perigo são as
unhas.
• Sua contenção deve então ser feita com o uso
de caixa grande, cambão e rede.
• Dependendo da situação é recomendado a
contenção química.
TATUS
• Os tatus se defendem com as unhas dos
membros com os quais eles podem arranhar
as pessoas.
• A contenção deverá então ser feita pela
lateral do corpo nesses animais.
PRIMATAS
• Tais animais independentemente do seu
tamanho, defendem-se principalmente pela
mordida. Os macaco-prego e os sagüis são
primatas pequenos e muito ágeis, para escapar,
podem arranhar com suas unhas e morder.
• Sua contenção deve então ser feita com o uso
de puçá e luvas de couro, segurando com uma
mão atrás da cabeça firmando com o dedo
indicador e o polegar as mandíbulas e com a
outra mão segurar os membros pélvicos.
OURIÇO
• O ouriço-cacheiro que também é um roedor
além de morder apresenta outra defesa que
não deve ser negligenciada. Apresenta o
corpo coberto por espinhos. Tais espinhos
nunca são lançados voluntariamente pelo
animal, mas caso se encoste-se à ponta estes
ficam espetados e se soltam do corpo do
animal.
• Sua contenção deve então ser feita com o
uso de puçá e luvas de couro, podendo ser
pego pela ponta do rabo.
GAMBÁ
• Gambás se defendem pela sua mordida e
podem ser transportados de um lugar para
o outro pendurados pelo terço médio da
cauda usando luvas de couro.
• Lembrando que a outra forma de defesa
dos gambás são as glândulas de cheiro,
localizadas próximas ao ânus.
• Sua contenção deve então ser feita com o
uso de puçá ou cambão e luvas de couro.
CERVÍDEOS
• São animais de temperamento agitado e
altamente estressáveis. O casco de tais
animais é muito afiado e pode provocar
cortes profundos no operador.
• Sua contenção deve então ser feita com o
uso de puçá, redes e luvas de couro.
QUATI
• Deve-se manejá-lo cautelosamente devido a
sua grande potência na mordida.
• Sua contenção deve então ser feita com o
uso de puçá ou cambão e luvas de couro.
AVES
• Para iniciar a contenção deve-se primeiro
conhecer o comportamento defensivo, a
anatomia e os riscos que a ave oferece para
posteriormente proceder com a contenção.
• Sua contenção deve então ser feita com o
uso de puçá e luvas de couro.
FELÍDEOS
ONÇAS
• Englobam animais como jaguatirica, onças
pardas e pintadas. Deve-se manejá-los
cautelosamente devido a sua grande
potência na mordida. Os pequenos
carnívoros adultos e os filhotes de espécies
maiores podem ser capturados com o
auxílio de puçás e cambão.
• A contenção dos grandes carnívoros deve
ser feita quimicamente.
• A contenção Química é feita através da
utilização de analgésicos ou sedativos. A
aplicação pode ser feita por Policial desde
que acompanhado de perto por Médico
Veterinário.
• A prescrição de analgésico ou sedativo é de
responsabilidade e competência do Médico
Veterinário.
• Se o animal estiver próximo a residência, o
local deve ser evacuado a fim de garantir a
segurança dos moradores;
• Mantenha os curiosos o mais distante
possível;
• Solicitar apoio de outros órgãos como
Polícia Militar, Bombeiros, IBAMA, CRAS,
EMBRAPA, etc.
VÍDEO ONÇA PARDA
CUIDADOS APÓS A CAPTURA

• 1- Saúde do animal:
- temperatura corpórea;
- ventilação;
- iluminação;
- água e alimento.
• 2- Estress do animal;
• 3- Meio de transporte do animal;
• 4- Sedação ou anestesia do animal.
SOLTURA
• Importantíssimo a verificação da origem do
animal. Lembrando que efetuar a soltura de
animal exótico configura crime;
• Mesmo sendo recomendado a soltura
imediata, há que se verificar antes a origem,
pois sabe-se que animais são territorialistas
e a soltura de um animal em local
inadequado pode acarretar em sua morte.
• Garantir que após solto, o animal
tome a direção mais segura;
• Manter o menor contato possível
com o animal, evitando inclusive
aglomeração de curiosos e mídia
durante a soltura.
Fim

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