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Cálculo Econômico
Socialista
e o desenvolvimento da teoria
austríaca sobre o funcionamento
dos mercados
• Errado
• Comparar modelo ideal com realidade concreta
• Economista neoclássico: competição perfeita x realidade
• Identificar realidade com sistema defendido por oponente
• Economista marxista: conceito de “capitalismo”
• Certo
• Comparar instituições alternativas em termos de modelo ideal
• Estudar grau de aproximação de realidade com modelos alternativos
notáveis, não apenas por sua ampla aceitação, mas também por sua total falta de definição - ou mesmo por uma tentativa de
definição. Apenas a esquerda é definida - inicialmente pelos tipos de idéias mantidas por aqueles que se sentaram no lado esquerdo
da assembleia nacional francesa no século XVIII. Mas enquanto a esquerda é definida, pelo menos nesse sentido geral, a dicotomia
permanece indefinida porque "a direita" permanece indefinida. Diz-se que os que se opõem à esquerda estão à direita - e quando se
opõem fortemente ou se opõem a um amplo espectro de questões, dizem que estão na "extrema direita". Mas esta é uma visão um
tanto ptolomaica do universo político, com a esquerda política no centro desse universo e todos os que diferem - em qualquer
• Palavras coringa: substantivo que significa qualquer coisa. Utilizado com muitos
qualificadores. Exemplo: capitalismo
• de estado, liberal, de compadres (crony), de ficção, de esquerda, de mercado, monopolista, de
desastre, imperial, de consumo, de laços, de rede, de faroeste, de guerra, de neandertal, de
pilhagem, de costas-quentes, regulatório, natural (verde), industrial, financeiro, selvagem, tardio,
corporativo, de fundos de pensão, de sonho, de jagunço, de araque, neo, pós, tecno-capitalismo,
anarco-capitalismo, socio-capitalismo, turbo-capitalismo, ... (pesquisa no Google)
• Coletivismo x Individualismo
Coletivismo:
1. Uma teoria política ou econômica que defende o controle coletivo, especialmente sobre a produção e distribuição; Também: um
sistema marcado por esse controle.
Individualismo:
1. Uma doutrina de que os interesses do indivíduo são ou deveriam ser eticamente primordiais;
Também: conduta guiada por tal doutrina (2): a concepção de que todos os valores, direitos e
deveres se originam em indivíduos.
2. Uma teoria que mantém a independência política e econômica do indivíduo e enfatiza a iniciativa,
a ação e os interesses individuais; Também: conduta ou prática guiada por tal teoria.
Sistemas Econômicos Comparados
• Classificação ortodoxa (marxista):
– capitalismo x socialismo
• Classificação clássica (smithiana):
– sistema de liberdades naturais x mercantilismo
• Termos modernos: economia de mercado x intervencionismo
• Problema fundamental:
– relação entre teorias e realidade
• falácia do nirvana:
– Identificação da realidade com sistema oposto
• consequências não intencionais:
– Tese: intervencionismo como consequência de qualquer ideologia
coletivista e portanto estatista na prática
Questões
• Centenário da revolução russa:
– Terror vermelho: silêncio e negação.
• Democídio: dezenas de milhões de vítimas
Vorkuta, Sibéria: campo de
• Silêncio moralmente equivalente à negação do Holocausto trabalho forçado
– Apenas uma forma de socialismo (nacional socialismo) é
condenado, mas seu caráter socialista é negado.
• Por que a ideologia socialista ainda é popular?
– Hayek: as origens intelectuais do coletivismo
• E por que o socialismo não funciona?
– Por que regimes socialistas são ditatoriais?
• Hayek: o caráter totalitário do socialismo
– Por que a economia socialista fracassa?
• Mises: a impossibilidade de cálculo econômico no socialismo
Questões
• Resumo em três perguntas
1. Ideologia: por que socialismo é popular?
2. Instituições: por que socialismo é ditatorial?
3. Economia: por que socialismo não funciona?
• Resumo em uma pergunta:
Qual é o fascínio de uma receita
que continua quebrando ovos
sem gerar omelete alguma?
Primeira Questão:
POR QUE
O SOCIALISMO
É POPULAR?
* URSS lar dos trabalhadores e camponeses
As Fontes dos Impulsos Coletivistas
• F. A. Hayek (1988) - A Arrogância Fatal: os erros do socialismo
• Duas fontes:
1. INSTINTO: moral tribal
2. RAZÃO: construtivismo
• 1. Moral tribal
– Economias simples:
• Relações pessoais, pouca especialização, tecnologia constante
• Comércio: jogo de soma zero
• Esforço como única fonte de prosperidade
– Economias complexas:
• Normas abstratas e impessoais, especialização, mudança constante
• Comércio: jogo de soma positiva
• Trocas como fonte importante de prosperidade
– Tese: socialismo é fruto de moral tribal disfuncional herdada
• Exemplos: desprezo pelo comércio (dos gregos à ficção científica,
passando pelo nazismo), estranhamento das relações impessoais,
demanda por controle consciente
As Fontes dos Impulsos Coletivistas
• 2. Racionalismo construtivista
– Razão requer controle consciente: mentalidade de engenharia social
– Controle requer hierarquia e liderança intelectualmente superior
– Exemplos: o Conselho de Newton de Saint-Simon, a economia de guerra de Neurath
– A crítica à economia de mercado:
• O “caos da produção capitalista” de Marx: falta de controle, duplicidade, desperdício
• Intelectuais são em geral socialistas
• Moral tribal e racionalismo ingênuo combinados
• “alienação” sobre o funcionamento dos sistemas econômicos
• Contraste entre
• Criacionismo social: racionalidade requer controle consciente
• Evolucionismo social: racionalidade requer aprendizado
descentralizado
• Ferguson: Instituições são fruto da ação, mas não da
intenção humana
As Fontes dos Impulsos Coletivistas
• Contraposição: o racionalismo crítico
– Whitehead: complexidade requer abandono de controle consciente
• Exemplo: aprender a dirigir, tocar um instrumento
– Popper / Hayek: racionalismo crítico, evolutivo
• Se conhecimento humano for falível, aprendizado ocorre por tentativas e
erros
• Isso requer liberdade para tentar e mecanismo de correção
• Bartley e a epistemologia evolucionária
• aumento da complexidade e alienação
• Hayek (LLL): evolução institucional
• entre o instinto e a razão
Segunda Questão:
Praça Lubyanka (Лубянская площадь): sede da KGB
POR QUE Piada soviética:
É DITATORIAL?
Socialismo e Totalitarismo: definições
• Definição de socialismo
Pelos fins: prosperidade, justiça, igualdade
Pelos meios: abolição da propriedade privada
• Comparação institucional
– Coletivismo
• hierarquia, planejamento central
– Individualismo
• policentrismo, planejamento descentralizado
• Definição de totalitarismo
– forma de governo que procura subordinar todos os
aspectos da vida individual à autoridade do estado
• Problema: é possível socialismo não totalitário?
Sistemas Econômicos e Liberdade
• Longo histórico de análise comparativa
• exemplo: A. Smith
Policentrismo Hierarquia
“Cada indivíduo necessariamente trabalha de forma a tornar a “O homem de sistema ... é freqüentemente tão enamorado com a suposta
beleza do seu próprio plano ideal de governo, que ele não pode sofrer o
renda anual da sociedade a maior possível. De fato, ele geralmente menor desvio de qualquer parte dele. Ele age no sentido de implementá-lo
nem intenciona promover o interesse público nem sabe quanto ele completamente, e em todas as suas partes, sem qualquer consideração seja
o está promovendo. ... ele busca apenas seu próprio ganho, e aos grandes interesses ou aos fortes preconceitos que possam se opor a ele.
nisso ele é, como em muitos outros casos, levado por uma mão Ele imagina que pode arranjar os diferentes membros de uma grande
invisível a promover um fim que não era parte de suas sociedade com tanta facilidade quanto a mão que arranja as diferentes peças
em um tabuleiro de xadrez. Ele não considera que tais peças não têm outro
intenções. ... Ao buscar o seu próprio interesse ele freqüentemente princípio de movimento além daquele que a mão impõe sobre elas; mas que,
promove o da sociedade mais efetivamente do que quando ele no grande tabuleiro da sociedade humana, cada peça individual tem um
realmente intenciona promovê-lo.” (RN) princípio de movimento próprio, inteiramente diferente daquele que a
legislação possa escolher impor sobre ela.” (TSM)
A Arrogância dos Intelectuais
• “Para esses intelectuais e escritores [socialistas], a
relação entre as pessoas e o legislador parece ser a
mesma coisa que a relação entre a argila e o oleiro.”
Frédéric Bastiat , A Lei
• Quando ninguém quer ser a argila, as alternativas são:
• Imposição ou abandono do plano
Oxímoro: socialismo e liberdade
• Hayek: indivisibilidade das liberdades
– coletivismo x individualismo
• sociedade livre não tem objetivos
• coletivismo requer objetivos centrais
– socialismo e ditadura
• coletivismo requer concordância sobre fins
• concordância não existe → coletivismo requer ditadura:
– eliminação de dissidência e obediência
– Abolição da propriedade privada
• controle dos meios → controle dos fins
– Exemplo: monopólio de papel e controle de jornais críticos
• controle dos fins → totalitarismo
• Como controle central não funciona (ponto 3 adiante), fracasso é
atribuído à sabotagem feita por inimigos do povo
Socialismo Real
é Sempre Ditatorial
• Regularidade empírica:
– Partido único, endeusamento de líderes, censura, fim de liberdade de imprensa, proibição de
deslocamentos, denúncia de vizinhos, familiares e colegas de trabalho, fabricação de inimigos
do povo para explicar fracassos do sistema, prisões arbitrárias, torturas, execuções, trabalhos
forçados, democídio.
• Exemplos da URSS:
–Código Penal Soviético, (Art. 58 -10):
•Propaganda anti-soviética e contrarevolucionária
•Inclui piadas contra o governo e porte de literatura subversiva
•Pena: pelo menos 6 meses de prisão. Sob agitação ou guerra: pena de morte e confisco,
incluindo reconhecimento formal como “inimigo dos trabalhadores”. Camboja: Khmer Rouge
–Gulags: campos de trabalho forçado
–Julgamentos encenados
•Assassinato de Kirov (1936): Zinoviev-Kamanev
• Centro trotskista anti-soviético (1937): Pyatakov-Radek
•Bloco dos direitistas e trotksistas (1938): Bukharin-Rykov
–Expurgos
Socialismo moderno e autoritarismo
• A história traiu a causa
• Fracasso do socialismo marxista
• Fracasso do intervencionismo keynesiano
• Fracasso do socialismo chavista
• Deslocamento do referencial explanatório coletivista da economia para outros
contextos
• Referencial tribal: classes e exploração
• Contextos: clima, religião, gênero, etnia, ...
• O caráter autoritário das ideologias coletivista permanece
• Patrulha ideológica via discurso politicamente correto
Socialismo moderno e autoritarismo
• Definições
• politicamente correto: linguagem, políticas ou medidas que pretendem
evitar ofensa ou desvantagem a membros de grupos particulares da
sociedade.
• discurso de ódio: ato de comunicação que inferiorize ou incite contra uma
pessoa ou grupo, tendo por base características como raça, gênero, etnia,
nacionalidade, religião, orientação sexual ou outro aspecto passível de
discriminação.
• Quem seria contra os fins propostos?
• Mas defesa de meios coletivistas, não liberais, implicam nas mesmas
consequências não intencionais já previstas pela teoria e observadas na história
• Estágios da nova censura:
1. Não podemos tolerar os intolerantes (Popper);
2. O fascismo é intolerante;
3. Todos que discordam de mim são fascistas;
4. Logo, tenho o dever de calar a dissidência (censura “do bem”)
Thomas Sowell e o politicamente correto
• The Vision of the Anointed: self-congratulation as the basis of social policy
• Causa primária: arrogância moral e intelectual
• Novo moralismo: discussão de pontos de vista substituída por confronto entre altruístas e
egoístas
• Racionalismo ingênuo: debate entre pontos de vista substituído por confronto entre
esclarecidos e ignorantes
• Pretensão do conhecimento leva ao autoritarismo
Terceira Questão:
POR QUE Piada soviética:
- Os senhores não teriam carne, teriam?
NÃO FUNCIONA?
A Economia do Socialismo
• Se fosse economicamente viável, socialismo poderia sobreviver
como gaiola de ouro:
– escolha entre segurança e liberdade
• “Sem propriedade privada dos meios de produção não existem mercados. Sem mercados
não há formação de preços de mercados. Sem preços, não é possível realizar cálculo
econômico, ou seja, não se pode estimar a importância e a escassez dos bens de
produção, sem o que uma alocação racional de recursos é impossível.” Mises
• A Importância do Tema:
– O problema em si:
• Discussão de “sistemas econômicos comparados”: a despeito de seu apelo político, o ideal
socialista não pode ser realizado
• Crítica ao conceito de capitalismo
– A importância para a história das idéias:
• É importante contribuição austríaca à Economia
• O debate influenciou a formação tanto da teoria austríaca quanto da teoria
neoclássica
– Marca diferenças teóricas importantes entre os austríacos e as demais
vertentes da Revolução Marginalista
– Foi crucial no desenvolvimento da teoria austríaca de processo de mercado
Introdução: a história do debate
• O Debate é centenário:
• Envolve diversas escolas
• Influencia e é influenciado pela evolução das teorias
Marxistas Informação
Neoclássicos
Escolha pública
Austríacos
Austríacos Austríacos
t
1871 1930 1970 1990
Introdução: a história do debate
• Em 1920, o economista austríaco Ludwig von Mises lança o seguinte desafio:
– “Where there is no free market, there is no pricing mechanism; without a pricing
mechanism, there is no economic calculation.”
– Sem propriedade privada dos meios de produção não existem mercados. Sem
mercados não há formação de preços de mercados. Sem preços, não é possível
realizar cálculo econômico, ou seja, não se pode estimar a importância e a
escassez dos bens de produção, sem o que uma alocação racional de recursos é
impossível.
• Dessa data até o presente economistas socialistas procuram
refutar (sem sucesso...) a tese de Mises através de
propostas de socialismo que resolvam o problema do cálculo
econômico. O debate consiste na discussão dessas propostas.
Introdução: a essência do argumento
• São logicamente equivalentes: Sem Propriedade Privada
- A implica em B (ou: B é condição
necessária para A). Socialistas de mercado
- Não-B é condição suficiente para Sem Mercados negam estas implicações
não-A
Catalaxia (trocas):
Produção é problematizada: o que produzir? Usos alternativos:
comparar valor com custo de oportunidade.
Distribuição é relacionada com a produção: valor de um
recurso para produzir algo desejado.
Modelos de Evolução da Teoria Econômica
Modelo kuhniano
escola fisiocrata
escola clássica
1758 revolução marginalista
Fase pré-paradigmática
1776 1871 2000
escola neoclássica
• Definição de Economia
• Primeiro pratica e só depois pode definir Economia.
• A ciência que investiga o aspecto social do processo de produção e distribuição de riqueza material.
• “A ciência que traça as leis daqueles fenômenos da sociedade que surgem das operações combinadas da humanidade para
a produção de riqueza, na medida em que esses fenômeno não são modificados pela busca de qualquer outro objeto.”
• Bobagem: Mill não nega outros valores, apenas isola analiticamente um.
• Contraste com definição de Robbins: para este, não existe atividade econômica,
mas aspecto econômico de qualquer atividade, desde que haja escassez
• Atividade artística, religiosa, amorosa, etc. envolvem escolhas de tempo escasso.
O Problema Fundamental
• Lionel Robbins
• An Essay on the Nature and Significance of Economic Theory (1932, 1935)
• Capítulo 1: O objeto de Investigação da Economia
– definição"Economia é a ciência
materialista (plutológica) que“deestuda
x definição escassez”o
– Definiçãocomportamento
proposta: humano como uma
•
relação entre fins e meios escassos que
I – diversos fins não atendidos
• II - tempo e meios limitados
• têm usos alternativos.”
III - capazes de emprego alternativo
• IV – fins com importâncias diferentes
• Condições necessárias e conjuntamente suficientes:
I, II, III, IV => LÓGICA DA ESCOLHA
Robbins Problema Técnico
• Capítulo 2: Fins e Meios Meios Fins
– Economia neutra em relação a fins:
• Não existem fins econômicos
– Críticos querem transformar economia em
moralismo:
• Ruskin, Carlyle, Dickins: “pig-philosophy” Problema Econômico
• Visita de Savonarola: sibaritas se tornam ascetas - Meios Fins
muda a alocação de meios de orgias para artigos
religiosos!
– Problema econômico x Problema técnico
• Crítica ao marxismo
• Hans Mayer: “o problema técnica surge quando
existe um fim e uma multiplicidade de meios, o
problema econômico quando ambos os meios e os
fins são múltiplos.”
Catalaxia
• A nova definição implica a centralidade das trocas
– cataláxia: “trocar” ou “admitir na comunidade”
– Meios para obter os fins
• troca
• produção (troca com a natureza)
– Daí se conclui que a produção industrial visa a uma dupla meta: primeiro, multiplicar a quantidade das coisas úteis que apenas
existem em quantidade limitada; em seguida, transformar as utilidades indiretas em utilidades diretas. (Walras, Compêndio,
pg. 25)
Superestrutura:
Forças estáticas Religião, ciência, arte, escola
Relações de produção:
Forças dinâmicas Propriedade, salários
casaco
tecido
vinho
trabalho
Exploração
• Teoria da Exploração
– Salário: valor pago que reflete o valor do trabalhador enquanto mercadoria – o necessário
para produzir sua força de trabalho – nível de subsistência.
– Exemplo: 12 hs/ dia: 4 hs paga ao trabalhador, 8 hs de mais-valia.
• Capitalista reinveste diferença: acúmulo de capital.
• Capital não gera mais-valia
Lucro:
s/k = s/(c+v)
S = mais-valia; C = capital constante; V = capital variável
A Pré-História do Debate: o marxismo
• a investigação sobre a natureza econômica do socialismo, sob o ponto de vista
do materialismo dialético, é desprezada como ‘socialismo utópico’.
• embora não tenhamos em Marx uma descrição sobre como seria o
funcionamento econômico do socialismo, temos algo como uma imagem no
negativo, a partir dos elementos condenados no capitalismo: o caos da
produção, propriedade privada, e categorias como valor, lucros, juros, preços,
entre outras, são dispensadas.
• Contudo, podemos perceber nos escritos marxistas que, conforme se tornava
mais provável a tomada do poder, maior era a preocupação prática com o
problema alocativo (Kautsky e Bukharin).
Historicismo marxista
Therefore, economic categories, too, are the ‘theoretical
expression of historical relations of production, corresponding to
a particular stage of development in material production. On no
account are they eternal, as bourgeois scholarship maintains,
which immortalizes them because it immortalizes the capitalist
mode of production. (Bukharin, 1979:149)
Vladimir I. Lênin
• O Estado e a Revolução
• Discussão de táticas de tomada do poder
Forward, to the victory of communism
• Primeira fase: ditadura do proletariado
– Postula estado dirigente das atividades econômicas
» Comparação com Correios
• Segunda fase: comunismo
– Desaparecimento do estado
• Pretende discutir a “economia da transição”,
mas não contém qualquer discussão de
natureza econômica, apenas táticas de
chegada ao poder.
Lênin: ignorância do problema econômico fundamental
‘Com tal fundamento econômico, é possível, imediatamente, no prazo de vinte e
quatro horas, derrubar capitalistas e burocratas e substituí-los no controle da produção
e distribuição e na repartição do trabalho e dos produtos, por trabalhadores armados.
A questão do controle e da contabilidade não deve ser confundida com a questão dos
engenheiros cientificamente educados ... Escrituração e controle - estas são as
principais coisas necessárias para o suave e correto funcionamento da primeira fase da
sociedade comunista. ... A escrituração e o controle necessários para isso foram
simplificados pelo capitalismo ao máximo, até se tornarem as operações
extraordinariamente simples de observar, gravar e emitir recibos, algo ao alcance de
qualquer pessoa que possa ler regras.”
(Lenin, 1920:106)
A Ignorância Marxista do Problema
Econômico Fundamental
• Continuação...
– Todas as funções sociais do capitalista são agora realizadas por funcionários assalariados.
O capitalista não tem mais função social do que o de embolsar dividendos, rasgar cupons 1919: “Morte ao capital ou morte
sob as botas do capitalismo!”
e apostar na Bolsa de Valores, onde os diferentes capitalistas espoliam o capital um do
outro (Engels, 1914: 122)
– O proletariado no poder, na primeira fase de sua supremacia, enfrenta estratos
parasitários (ex-proprietários de terras, investidores de todo tipo e empreendedores
burgueses que tinham pouco a ver com o processo de produção), capitalistas comerciais,
especuladores, corretores de bolsa, banqueiros (Bukharin, 1979:160)
• críticos:
– Uma característica do socialismo científico é a visão unilateral da produção, que
considera meramente como um processo de trabalho mecânico (Brutzkus, 1920:80)
– A falácia cardinal implícita nestas e todas as propostas afins é que eles analisam o
problema econômico da perspectiva do funcionário subalterno, cujo horizonte intelectual
não se estende além das tarefas subordinadas. Eles consideram a estrutura da produção
industrial e a alocação de capital para os vários ramos e agregados produtivos como
rígidos e não levam em conta a necessidade de alterar essa estrutura para ajustá-la às
mudanças nas condições. (Mises, 1949: 707)
Rússia: experiência com comunismo puro
• Economia de guerra (1917-1921):
– Abolição de mercados, moeda e preços gera caos e risco de perda de poder
• Reintrodução de mercados, moeda e preços (regulados) na NEP em 1921
• Causa real do fracasso: problema do cálculo
• Racionalização do fracasso:
– No começo, o Poder Soviético e seus instrumentos não tinham relatos precisos sobre o que estava acontecendo. Não
havia lista de empresas; não havia tabelas sobre os fornecimentos de matérias-primas, combustíveis e bens finais;
não havia registro das possibilidades produtivas, nenhuma idéia definida sobre o quanto as empresas que estavam
sendo nacionalizadas eram competentes para produzir. (Bukharin e Preobrazhesky, 1922: 263)
– Devido à escassez, muitas vezes fomos obrigados a fechar algumas das maiores empreendimentos (na indústria têxtil,
por exemplo). Ainda hoje devemos a estas causas a persistente desorganização parcial da produção. O principal
problema aqui, no entanto, não é a falta de organização propriamente dita, mas a falta de coisas materiais
necessárias para a produção. (Bukharin e Preobrazhesky, 1922: 270).
• Abolição da propriedade no campo e a tragédia na Ucrânia:
– Resultado: confiscos de 100% da produção, fome induzida pelo sistema,
maleabilidade do conceito de kulak.
Planos Quinquenais refutam Mises?
• Processo:
– Apura produção passada de planta industrial
– Estabelece meta superior
– Aumenta meta nos vários níveis de agregação
– Desconsidera relações entre setores
• Custos de oportunidade dos recursos.
• Consequência: fracasso
– Motivo real: problema do cálculo econômico
– Desculpa usada: sabotagem dos engenheiros,
kulaks, espiões, trotskistas, ...
•Under socialism it would be the economizing state itself which would apply – and indeed be forced to apply –
as against its citizens the principle of interest, ,and the practice of exacting a deduction from the product of
labor – a practice which today’s socialist reviles as “exploitation.” (Böhm-Bawerk, 1959)
Cmg Cme
– Estabelece vetor de preços arbitrários
– Dita duas instruções para as firmas:
• as firmas escolhem recursos a fim de minimizar o custo médio
• as indústrias decidem tamanho de forma a minimizar o custo médio
q
– Corrige preços conforme ocorram excessos de demanda ou oferta,
até que se atinjam valores de equilíbrio.
– Os preços são contábeis: não há troca de moeda.
– Investimento:
• Curto prazo: quantidade fixa de capital
• Longo prazo: CPB escolhe juros ou escolhe poupança, ignorando preferências
intertemporais.
O Socialismo de Mercado (SM)
• A solução de Lange
• Our study of the determination of equilibrium prices in a socialist economy has shown that the process of
price determination is quite analogous to that in a competitive market. The Central Planning Board performs
the functions of the market. It establishes the rules for combining factors of production and choosing the
scale of output of a plant, for determining the output of an industry, for the allocation of resources, and for
the parametric use of prices in accounting. Finally, it fixes the prices so as to balance the quantity supplies
and the demanded of each commodity. It follows that a substitution of planning for the functions of the
market is quite possible and workable. (Lange, 1936-7:65, ênfase adicionada)
• Dúvidas:
– Como funciona o mercado de bens finais e trabalho?
– Crença: computo de preços não precisa ser refeito com frequência .
• Proposição curiosa:
– inovação no socialismo seria maior do que no capitalismo, pois a destruição criadora
diminui o valor do capital já estabelecido.
O Socialismo de Mercado (SM)
• A solução de Durbin
– Mercados reais - as firmas trocam em mercados reais, mas seguem
as regras de minimizar custos médios. Os preços são estabelecidos
nos mercados.
– Existência de trustes setoriais
– “Let us suppose that the Central Authority has instructed all Trusts to
compete with each other in the market for the mobile factors of
production – land, unspecialized labour and new capital”
– Método de Bowm-Bawerk:
• que as firmas calculem o produto marginal dos fatores
móveis em sua produção;
• que os recursos móveis sejam sempre movidos ao
emprego de maior produtividade.
O Socialismo de Mercado (SM)
• A crítica de Lerner
D
– Os socialistas de mercado B
procuraram erroneamente
estabelecer na prática o modelo da P
competição perfeita. A’
C
GARGALO:
conhecimento das teorias
econômicas debatidas
Hayek: 4 artigos fundamentais
• Economics and Knowledge
• The Uses of Knowledge in Society
• The Meaning of Competition
• Competition as a Discovery Procedure
Teoria de Processo de Mercado
• O mercado competitivo é um processo de descoberta empresarial.
• Competição não se resume ao estado final de equilíbrio
• Regulações baseadas no modelo de competição perfeita ignoram atividade competitiva
• Informações são fruto do processo
• Logo: regras de alocação eficientes cometem falácia de petição de principio
• Atividade Empresarial
• Empresário é alerta a oportunidades até então desconhecidas
• Não se reduz à um fator de produção com valor esperado estimado
• Empresário cria oportunidades: imaginação
p s
q
• Teoria austríaca de processo:
– quer explicar a emergência da coordenação
– explicação genético-causal: argumento lógico
• Processo de formação de preços baseado na ação humana proposital.
Teoria de Processo de Mercado
Teoria Neoclássica Teoria Austríaca
•Estática: equilíbrio sempre •Dinâmica: processo de mercado
•Conhecimento perfeito •Conhecimento falível
•Risco (alternativas e probabilidades conhecidas) •Incerteza genuína (descoberta, surpresa)
•Atividade de maximização de funções •Atividade empresarial: descoberta de
conhecidas alternativas
•Competição é estado (p=CMg) •Competição é atividade rival
•Produto homogêneo, conhecimento perfeito, •Diversidade de produtos, publicidade, fidelidade
livre entrada a marcas
•Eficiência: ótimo de Pareto •Adaptação, coordenação, inovação
•Nirvana Aproach: mundo real condenado, •Comparação de instituições do mundo real: grau
diferente do modelo de competição de coordenação
Debate Interno: Mises e Hayek
• Continuismo: diferenças em termos de interlocutores
diferentes
– Boettke, Lavoie, Horwitz, Kirzner
• Ruptura: negação do problema do conhecimento
– Rothbard, Salerno, Hoppe, ...
• Diferença real:
– Lógica pura da escolha é suficiente?
– Diferenças explicáveis em termos do referencial teórico do
oponente
• Mises: dialoga com marxistas
• Hayek: dialoga com neoclássicos
Os desdobramentos modernos
• A Economia da Informação
– Grossman e Stiglitz interpretam os argumentos sobre o conteúdo informacional dos
preços em termos da teoria da informação assimétrica
– Stiglitz (Whither Socialism?) aplica a teoria para criticar o socialismo de mercado
– Incentivos - problemas de agente-principal em 3 esferas: administração-trabalhador,
planejador-administração e público-planejador
– Novas propostas:
– Bardhan: firmas associadas a bancos
– John Roemer: socialismo de mercado com bolsa de valores
• Novas críticas:
– Shleifer e Vishny: escolha pública: falhas de governo
– Kornai: restrição orçamentária tênue
Escolha Pública: Pressupostos Comportamentais
• Tullock critica a “visão bifurcada do comportamento humano”:
– No mercado, os agentes são auto-interessados;
– Na política, os agentes buscam o bem coletivo.
– O político e o eleitor são pessoas diferentes quando estão no mercado!
– Virtualmente todos os cientistas sociais adotam a visão bifurcada, inclusive os economistas: identificada
uma “falha de mercado”, a regulação corretiva supõe implicitamente falta de auto-interesse dos
reguladores.
• Importância teórica
– Importante na formação de uma abordagem teórica mais realista,
capaz de capturar os aspectos cruciais sobre o
funcionamento das economias: a teoria austríaca do
processo de mercado
Conclusão
The Mask of
• Por que o socialismo é popular? Sorrow,
– Instintos tribais disfuncionais + monumento em
– Racionalismo construtivista Magadan, cidade
siberiana
construída pelos
• Por que socialismo é ditatorial? prisioneiros dos
– Complexidade frustra utopia, duas campos de
alternativas: trabalho forçado
• Abandona plano central ou nas minas de
Kolima, os mais
• Impõe plano com violência
mortais da URSS.