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FIGURAS DE

LINGUAGEM
LÍNGUA PORTUGUESA
P R O F. ª T H A L I T A L A M E I R A
Recursos estilísticos
usados para aumentar a
Definição de expressividade do texto.
figuras de
linguagem
Estão relacionadas à
linguagem conotativa.
FIGURAS
DE SOM
• As figuras de som estão
associadas à sonoridade e à
função de imitar
determinados sons
produzidos por objetos ou
Definição seres
Aliteração

Assonância

Paronomásia

Onomatopeia
F I G U R A S
S O N O R A S

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC


• Explora a sonoridade através da repetição das
mesmas vogais
• É um recurso muito comum na música e na poesia

• “Meu cabelo é ruim, mas meu terno é de lin


Vou ser seu salgadinho, 'cê vai gostar de mim
Se eu tocar no seu radin'

Assonância
Chora até o fim, só pra rimar com 'in
Pois se eu ganhar din din' 'cê vai gostar de mim
Se eu tocar no seu radin’”
A mais pedida, Raimundos
Aliteração
• Explora a sonoridade através
da repetição das mesmas
consoantes.
P A R O N O M Á S I A

US O D E PA L AV R A S
PA R E C I DA S N A G R A F I A
E/OU NO SOM, MAS DE
SENTIDOS DIFERENTES
• Uso de palavras que imitam de modo
aproximado sons da natureza, de
animais ou de objetos.
• Muito comum em quadrinhos,
tirinhas e charges.

Onomatopeia • “Piririm, piririm, piririm


Alguém ligou pra mim
Piririm, piririm, piririm
Alguém ligou pra mim, quem é?”
Bola de Fogo, As Foguentas
FIGURAS
DE
SINTAXE
• Também são chamadas de
figuras de construção, são as
figuras que modificam a
estrutura da oração

Definição
Inversão:
Concordância
Ruptura: anacoluto hipérbato,
ideológica: silepse
quiasmo

Repetição:
Omissão:
anáfora, epístrofe, Evocação:
assíndeto, elipse,
pleonasmo, apóstrofe
zeugma
polissíndeto
• É a ausência da conjunção
coordenativa entre as orações ou
termos coordenados.
• Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escreve! No
Assíndeto aconchego
Do claustro, na paciência e no
sossego,
Trabalha, teima, lima, sofre, sua!
Olavo Bilac
• Diferentemente do assíndeto, aqui
ocorre a repetição proposital do
mesmo conectivo.

• Longe do estéril turbilhão da rua,


Polissíndeto Beneditino, escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Olavo Bilac
• É a repetição de um mesmo termo no início
de cada verso ou frase, podendo ser um só
termo ou uma expressão.

• Quando não tinha nada, eu quis


Quando tudo era ausência, esperei
Quando tive frio, tremi
Anáfora Quando tive coragem, liguei

• Quando chegou carta, abri


Quando ouvi Prince, dancei
Quando o olho brilhou, entendi
Quando criei asas, voei
Daniela Mercury
• É a repetição e palavras ou expressões ao final de
cada verso ou estrofe, frase ou período.

• Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas


Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Epístrofe Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Mulheres de Atenas, Chico Buarque
• Ocorre quando há uma repetição de forma
invertida ou cruzada.

• No meio do caminho tinha uma pedra


Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Quiasmo Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedra


A B

Tinha uma pedra no meio do caminho


B A
• É a repetição, por meio de palavras diferentes,
de uma ideia já apresentada para enfatizar uma
palavra ou expressão.
• “Chove chuva
Chove sem parar
Chove chuva
Chove sem parar
• Pois eu vou fazer uma prece

Pleonasmo
Pra Deus, nosso senhor
Pra chuva parar de molhar
O meu divino amor”
Jorge bem Jor

• “Longe de você eu enlouqueço muito mais


Eu vivo na espera de poder viver a vida com você
Vejo pessoas sem saberem pra onde o mundo vai, e eu
Conto as horas para estar com você”
Charlie Brown Júnior
• É a supressão de uma ou mais
palavras que podem ser
subentendidas pelo contexto.

• Chega de fingir
Eu não tenho nada a esconder
Elipse Agora é pra valer, haja o que houver
Não to nem aí
Eu não to aqui pro que dizem
Eu quero é ser feliz, e viver pra ti
Pode me abraçar sem medo
Pode encostar tua mão na minha
Ocorre elipse do sujeito do verbo poder
• É a omissão de palavras anteriormente
expressas, ou seja, é a supressão de um termo
já apresentado.

Eu queria ver no escuro do mundo


Onde está tudo que você quer

Zeugma [...]
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pelos, teu gosto, teu rosto, tudo
Tudo que não me deixa em paz
Quase um segundo, Cazuza

Ocorre zeugma com a omissão do sujeito eu


• Ocorre quando fazemos a
inversão na ordem direta dos
termos da oração.
• “Ouviram do Ipiranga as
margens plácidas, de um povo
Hipérbato heroico o brado retumbante”

• As margens plácidas do Ipiranga


ouviram o brado retumbante de
um povo heroico
Silepse

Ocorre quando a
concordância não é feita com
Existem 3 tipos:
as palavras, mas com as
ideias que elas transmitem.
• Silepse de gênero
• Silepse de pessoa
• Silepse de número
• Ocorre havendo discrepância entre
gêneros diferentes: masculino e
feminino.
• Vossa Majestade está preocupado
Silepse de com os acontecimentos recentes.

gênero
• Concordância é feita com a ideia
que o sujeito traz e não com o
sujeito que está escrito na oração.
• A gente não sabemos
Escolher presidente
A gente não sabemos
Silepse de número Tomar conta da gente
A gente não sabemos
Nem escovar os dente
Tem gringo pensando
Que nóis é indigente
Ultraje a rigor
• Ocorre quando há
discordância entre o sujeito
expresso e a pessoa verbal.
• Ambos apreciamos o fim do
Silepse de pessoa dia na praia.
• A palavra ambos carrega a ideia de ser nós,
por isso o verbo fica na 1ª pessoa do plural,
concordam com nós ao invés de concordar
com a palavra ambos.
• Ocorre quando há uma quebra sintática,
uma ruptura com a sequência lógica do
período. Geralmente, é usado para dar
ênfase àquilo que se considera mais
importante em uma situação.
• “O relógio da parede eu estou acostumado
com ele, mas você precisa mais de relógio
Anacoluto do que eu”
Rubem Braga
• O texto destaca a expressão o relógio da
parede, mas ela não se relaciona com o
restante do período.
• Trata-se da invocação ou interpelação
enfática de alguém ou algo
personificado, real ou fictício.
• “Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade

Apóstrofe
Tanto horror perante os céus...
Ó mar! por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...”
Castro Alves
FIGURAS
SEMÂNTICAS
U S O D E PA L A V R A S D E F O R M A
D I F E R E N T E D A U S U A L , PA R A
CONFERIR MAIS EXPRESSIVIDADE
AOS TEXTOS.
• Figura que aproxima dois ou mais
elementos com uma característica em
comum, ligados por um termo
específico: como tal qual, assim como,
parecia, feito...

Comparação Clara como a luz do sol


Clareira luminosa nessa escuridão
Bela como a luz da luz
Estrela do Oriente nesses mares do Sul
Lulu Santos
• Faz uma comparação implícita, na
qual se usa um termo fora de seu
contexto próprio de significado.

Você é luz, é raio estrela e luar


Metáfora Manhã de sol, meu iaiá, meu ioiô
Você é sim, e nunca meu não
E quando tão louca
Me beija na boca, me ama no chão.
Wando
• É a figura que nomeia algo que
não possui, na língua, uma
referência particular, ou seja,
usamos uma palavra ou
expressão para dar nome a algo
que não possui nome específico.
Catacrese
• Dente de alho
• Dente do pente
• Embarcar no ônibus
• Acontece quando o texto apresenta uma
sucessão de metáforas e comparações ou
quando ele, como um todo, é uma grande
metáfora.
• Acontece muito com textos bíblicos e ditos
populares, pois transmitem ensinamentos

Alegoria • Água mole em pedra dura, tanto


bate até que fura
• Também é chamada de
personificação, consiste em
atribuir características humanas a
seres inanimados ou irracionais.

Prosopopeia O vento beija meus cabelos


As ondas lambem minhas pernas
O sol abraça o meu corpo
Meu coração canta feliz
Lulu Santos
• É uma substituição, porém, a relação
que se estabelece entre duas ideias é
de contiguidade e não por analogia,
como na metáfora.
• Tipos de metonímia:
• Autor pela obra

Metonímia • Marca pelo produto...

• E santo Cristo com a Winchester 22


• Deu cinco tiros no bandido traidor
• Maria Lucia se arrependeu depois
• E morreu junto com João seu protetor
• É um tipo de metonímia, mas
aqui há uma relação de
contiguidade. Geralmente há
ideia de parte e todo.

Sinédoque Então são mãos e braços


Beijos e abraços
Pele e barriga em seus laços
Leoni
• Figura em que usamos uma
expressão ou frase para substituir o
nome do ser pelo atributo por que
ele é conhecido.

Cidade maravilhosa
Antonomásia Cheia de encantos mil
Cidade maravilhosa
Coração do meu Brasil
Caetano Veloso
• Trata do uso de palavras ou expressões
de sentido oposto no texto.

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,

Antítese Em tristes sombras morre a formosura,


Em contínuas tristezas a alegria.
Gregório de Matos
• Também chamado de oxímoro, o
paradoxo consiste em associar
ideias contraditórias, é uma
antítese levada ao extremo.

Amor é fogo que arde sem se ver;


Paradoxo É ferida que dói e não se sente;
É contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
Camões
• Ironia traz o oposto do que se quer
dizer, tendo como intenção a
provocação ou o desprezo.
• Precisa que o jogo de palavras seja
bem construído, de modo a deixar
clara a intenção do autor de imediato.
Ironia
Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
covardes, estupradores e ladrões
Legião urbana

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