Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
O nosso trabalho vem abordar um tema já há muitos séculos atras debatido,
continuando na actualidade a ser controverso e chocante visto que interfere com
determinados princípios (éticos, religiosos, jurídicos...), assim como com a
concepção criada em redor do valor da vida e da dignidade humana**. Este tema é a
EUTANÁSIA, podendo ser entendida por “Suicídio Assistido” ou “Morte
Voluntária”.
** Pois enquanto o estado tem como princípio a proteção da vida dos seus
cidadãos, existem aqueles que devido ao seu estado precário de saúde desejam dar um
fim ao seu sofrimento antecipando a morte
Nota:
o Este entendimento da palavra realça duas importantes características dos actos
de eutanásia. Primeiro, que a eutanásia implica tirar deliberadamente a vida a
uma pessoa; e, em segundo lugar, que a vida é tirada para benefício da pessoa
a quem essa vida pertence ― normalmente porque ela ou ele sofre de uma
doença terminal ou incurável. Isto distingue a eutanásia da maior parte das
outras formas de retirar a vida.
A "eutanásia activa" conta com o traçado de acções que têm por objectivo pôr
término à vida, na medida em que é planeada e negociada entre o doente e o
profissional que vai levar e a termo o acto.
A "eutanásia passiva" por sua vez, não provoca deliberadamente a morte, no
entanto, com o passar do tempo, conjuntamente com a interrupção de todos e
quaisquer cuidados médicos, farmacológicos ou outros, o doente acaba por
falecer. São cessadas todas e quaisquer acções que tenham por fim prolongar a
vida. Não há por isso um acto que provoque a morte (tal como na Eutanásia
Ativa), mas também não há nenhum que a impeça (como na Distanásia).
Nota:
o Mesmo que a pessoa já não esteja em condições de afirmar o seu desejo de
morrer quando a sua vida acabou, a eutanásia pode ser voluntária. Pode-se
desejar que a própria vida acabe, no caso de se ver numa situação em que,
embora sofrendo de um estado incurável e doloroso, a doença ou um acidente
tenham tirado todas as faculdades racionais e já não seja capaz de decidir entre a
vida e a morte. Se, enquanto ainda capaz, tiver expresso o desejo reflectido de
morrer quando numa situação como esta, então a pessoa que, nas circunstâncias
apropriadas, tira a vida de outra actua com base no seu pedido e realiza um acto
de eutanásia voluntária.
IMPORTANTE:
A eutanásia significa permitir que uma pessoa facilite a morte a outra como já
referimos na sua própria definição e por isso é razão para grande preocupação,
pois pode levar a abusos tremendos, à exploração e à erosão dos cuidados aos
mais vulneráveis entre nós.
A eutanásia não consiste em dar direitos à pessoa que morre, mas em alterar a
lei e a prática de forma a que os médicos, parentes e outros possam directa e
intencionalmente acabar com a vida dessa pessoa.
Esta alteração não daria direitos à pessoa que morre, mas à pessoa que mata. Por outras
palavras, a eutanásia não diz respeito ao “direito a morrer”, mas sim ao direito a matar.
2.) Deve-se usar sempre todos os meios de suporte à vida disponíveis, ou há certos
meios "extraordinários" ou "desproporcionados" que não é necessário
empregar?
3.) O facto de a morte do doente ser directamente desejada, ou acontecer apenas
como uma consequência antecipada da acção ou omissão do agente, é
moralmente relevante?
QUESTOES RELACIONADAS?
Não.
Nos três lugares onde foram aprovadas leis que permitem a eutanásia, ficou
claro que a legalização apenas legitimiza o uso do monóxido de carbono para
matar pessoas vulneráveis.
Por exemplo, imediatamente após a aprovação da Medida 16, que legalizou a
eutanásia no Estado americano do Oregon, os seus apoiantes admitiram que
quando são usados comprimidos para causar a morte, um saco de plástico deve
também ser usado para garantir que a morte de facto ocorre.
Não.
Nem a lei nem mesmo a ética médica exigem que “tudo seja feito” para manter
uma pessoa viva.
Seria algo cruel e desumano. Visto que a morte é algo de natural e não se
justifica a sua recusa absoluta.
Definitivamente, não.
Por exemplo, em 1992, Jack Kevorkian definiu uma doença terminal como
“qualquer doença que encurte a vida nem que seja em um só dia”.
Ora, mesmo quando uma esperança de vida definida (tal como seis meses) é
referida, os médicos reconhecem que é virtualmente impossível predizer a
esperança de vida de um paciente. Além disso, algumas pessoas a quem é
diagnosticado uma doença terminal não morrem senão ao fim de anos, se é que
morrem da doença que foi diagnosticada.
Se se aceita essa ideia de que a eutanásia é algo de bom, então não só será
desapropriado mas discriminatório negar esse “bem” a uma pessoa com base
em que a pessoa é muito nova ou mentalmente incapaz de fazer esse pedido.
Suponhamos no entanto, que não fosse admitida a opção de morte tomada por
um representante. O problema de quão livre é um pedido de morrer continua
em aberto.
Nos últimos anos a preocupação com os custos dos sistemas de saúde tem sido
crescente. Em tal clima, a eutanásia pode aparecer como um meio de
contenção de custos.
Por exemplo, ao ser legalizada a sua pratica iria devolver muitas camas vagas
aos hospitais . O que pode ser para uns bom e para outros mau..
Pelo contrário. Os activistas da eutanásia exploram o medo natural que as pessoas têm
do sofrimento e da morte, e muitas vezes concluem que quando a cura é improvável só
há duas alternativas: eutanásia ou dor insuportável.
É um escândalo que haja tanta gente que não receba tratamento adequado da dor. Mas
matar não é a resposta para esse escândalo.
Toda a gente quer seja uma pessoa com uma doença mortal ou em condição crónica –
tem o direito a tratamento que alivie a dor.
Com os modernos avanços no controlo da dor, nenhum paciente pode estar sujeito a dor
insuportável. No entanto, muitos médicos nunca tiveram formação específica nessa área
e podem não saber o que fazer.
Já que o suicídio não é criminalizado, porque é que deve ser ilegal ajudar
alguém a cometer suicídio?
O suicídio não é penalizado por motivo evidente: o suicida morre e, por isso,
não pode ser punido.
A lei portuguesa pune, apenas, quem incitar outra pessoa a suicidar-se, ou lhe
prestar ajuda para esse fim.
O Estado americano do Oregon tinha ate bem pouco anos, a única lei no Mundo que
permitia explicitamente a um médico prescrever drogas letais com vista a terminar a
vida do paciente, ou seja, suicídio assistido.
Na Holanda, a eutanásia é muito praticada desde há muitos anos, mas só há poucos anos
foi legalizada. Essa lei entrou em vigor no dia 1 de Abril de 2002.
Em 1995 , a Australia aprovou a eutanásia. Essa lei entrou em vigor em 1996, mas foi
anulada passados poucos meses por uma decisão do Parlamento australiano.
NOTAS RECOLHIDAS:
Este “estado” foi definido como incluindo doença terminal, dor física ou psíquica
intensa, debilidade ou deterioração física ou psíquica, ou qualidade de vida já não
aceitável para o indivíduo.
Argumentos a favor
Eutanásia não defende a morte, mas a escolha pela mesma por parte de
quem a concebe como melhor opção ou a única.
Argumentos contra
"Nunca é lícito matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se ele o pedisse
(...) nem é lícito sequer quando o doente já não estivesse em condições de
sobreviver" (Santo Agostinho in Epístula)
Outro dos argumentos contra, centra-se na parte legal, uma vez que o actual
Código Penal não especifica o crime de Eutanásia, condenando qualquer acto
anti-natural na extinção de uma vida. Sendo quer o homicídio voluntário, o
auxilio ao suicídio ou o homicídio mesmo que a pedido da vitima ou por
“compaixão”, punidos criminalmente.
Acções e omissões / Matar e deixar morrer
Nem todas as acções ou omissões que resultam na morte de uma pessoa são de
interesse central no debate da eutanásia. O debate da eutanásia diz respeito a
acções e omissões intencionais, isto é, com mortes deliberada e
intencionalmente provocadas numa situação em que o agente poderia ter agido
de outro modo.
Muitos autores não consideraram esta distinção entre matar e deixar morrer
plausível e foram feitas várias tentativas de a traçar de outro modo. Uma
sugestão plausível é que vejamos matar como dando início a um curso de
acontecimentos que levam à morte; e permitir morrer como não intervindo num
curso de acontecimentos que levam à morte. Segundo este esquema, a
administração de uma injecção letal seria matar; enquanto que não pôr um
paciente num ventilador, ou tirá-lo, seria deixar morrer.
Outros autores defendem que sempre que um agente pratica uma acção ou
omissão que deliberada e intencionalmente resulta na morte prevista do doente,
realizou eutanásia activa ou passiva
É a distinção entre matar e deixar morrer, ou entre eutanásia
activa e passiva, moralmente significativa? Matar uma pessoa é
sempre moralmente pior do que deixá-la morrer?
Foram propostas várias razões para que seja assim. Uma das mais plausíveis
é que um agente que mata, causa a morte, enquanto que um agente que
deixa morrer permite apenas que a natureza siga o seu caminho.
Houve também quem defendesse que esta distinção entre "fazer acontecer"
e "deixar acontecer", é moralmente importante na medida em que põe
limites aos deveres e responsabilidades que um agente tem de salvar vidas.
Embora evitar matar alguém exija pouco ou nenhum esforço, normalmente
salvar alguém exige esforço.
Mas mesmo que às vezes se possa traçar uma distinção moralmente relevante
entre matar e deixar morrer, é claro que isso não significa que a distinção se
aplique sempre. Pelo menos às vezes somos tão responsáveis pelas nossas
omissões quanto pelas nossas acções.
Além disso, quando o argumento acerca do significado moral da distinção entre
matar e deixar morrer é apresentado no contexto do debate da eutanásia, tem que
se considerar um facto adicional. Matar alguém, ou deixar deliberadamente
alguém morrer, é geralmente uma coisa má porque priva essa pessoa da sua
vida. Em circunstâncias normais as pessoas valorizam as suas vidas, e continuar
a viver é do seu interesse.
38,2% - diz que "o doente na posse das suas capacidades mentais tem o direito de
ser ajudado pela medicina se decidir morrer".
Nota:
o Mesmo os grupos mais favoráveis apenas tendem a ver a eutanásia como uma
orientação aceitável em certas condições
Sondagem realizada :
Terça-feira, 07 de Janeiro de 2008
Nota:
O estudo consiste em perguntar, igualmente a pessoas de ambos os sexos sem ter em
consideração a idade ou estrato social, a opinião sobre eutanásia (pergunta -“Concorda
ou não concorda com a permissão da pratica da Eutanásia”).
O estudo foi feito a 30 elementos do sexo masculino e 30 do sexo feminino.
Os dados são apresentados no seguinte gráfico:
Conclusão
A maioria das pessoas concorda com a prática da eutanásia embora a maior parte
concorda que deve haver restrições à aplicação e uma análise profunda das
consequências aplicadas a cada caso.
A política pública exige que se tracem linhas, e as que são traçadas com o
objectivo de nos salvaguardar contra as mortes injustificadas estão entre as mais
universais.
Embora estas linhas possam parecer arbitrárias e filosoficamente perturbantes, são
apesar disso necessárias para proteger os membros vulneráveis da sociedade contra
o abuso.
Distanásia:
A distanásia vem do grego “dis”, mal, algo mal feito, e “thánatos”, morte, e é
etimologicamente o contrário da eutanásia.
Caso Terri Schiavo tem tido grandes repercussões nos Estados Unidos, assim como
noutros países, devido a discordância entre seus familiares na condução do caso
Era uma adolescente obesa, com mais de 90 quilos., em que no Liceu começou
uma rigorosa dieta, que se prolongou após o casamento (1984).
Terri emagreceu de tal forma que no dia 25 de Fevereiro de 1990 acabou por
desfalecer na sua casa. A desordem alimentar era de tal ordem que havia
provocado uma desrgyegulação dos níveis de potássio no organismo, entrando
num estado vegetativo permanente, tendo que ser alimentada através de um
tubo.
Por três vezes o marido ganhou na justiça o direito de retirar a sonda. Nas duas
primeiras vezes a autorização foi revertida
Durante 15 anos o seu marido lutou contra o seus pais nos tribunais norte-
americanos para que lhe fosse retirado o tubo de alimentação, pondo fim à sua
vida vegetativa, o que veio a ser autorizado.a 19 de Março de 2005
A sociedade tem se manifestado nestes 15 anos tanto a favor quanto contra a retirada da
sonda de alimentação através de manifestações públicas e acções continuadas.
Alguns questionam o direito de uma outra pessoa poder tomar esta decisão, por
representação, tão importante em nome de outra. Outros discutem a questão de recursos
já gastos na manutenção de uma paciente sem possibilidade de alterar o seu quadro
neurológico
A sua luta judicial demorou cinco anos. Em 1993 solicita autorização para
morrer (direito à eutanásia activa voluntária), mas os juizes espanhóis não o
permitem.
É então que planeia com o auxílio dos amigos a sua morte. Em 1997 muda-se
para uma pequena aldeia na Galiza (Porto do Son), onde é depois encontrado
morto a 15 de Janeiro do ano seguinte ( por ingestão de cianeto)
Os seus últimos momentos da sua vida estão gravados num vídeo, onde se
regista uma acção consciente de morte, evidenciando a colaboração dos amigos
em colocar um copo com um canudo ao alcance da sua boca, ficando
igualmente documentado que foi ele quem fez a acção de colocar o canudo na
boca e sugar o conteúdo do copo
A sua amiga acabou por ser incriminada pela polícia pelo homicídio, mas
acabou depois por ser ilibada..
A repercussão do caso foi mundial, tendo tido destaque na imprensa como morte
assistida.