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1) O problema da rutura
-> A constituição das Ciências Sociais está relacionada com a possibilidade histórica de
afirmação da autonomia social, ou seja, com os desenvolvimentos sócio-económicos,
políticos e teóricos existentes nos séculos XVII, XIII e XIX, impôs-se ideia de que existia
uma ordem social modesta e coletiva, que não era determinada pela vontade divina,
irredutível à ação individual e submetida a leis.
-> Assim, com a consolidação dos ritmos desiguais das várias disciplinas, decorreu a
criação de um saber especializado que assentava na reflexão teórica e na observação
empírica, ou seja, a idealização e a execução dessa, o que foi bastante importante pois
“apareceu” algo que diferia com tradição filosófica e que mudou o rumo do senso
comum.
-> Émile Durkheim, sociólogo, defendia que o homem não podia viver no meio das
coisas sem fazer delas ideias segundo as quais regula o seu comportamento. Defendia,
também, que os “produtos da experiência vulgar têm, antes de tudo, como objetivo
pôr as nossas ações em harmonia com o mundo que nos rodeia, ou seja, são formadas
pela prática e por ela”.
-> As disciplinas sociais são permeáveis às interpretações do senso comum.
-> Os homens (sociedade) necessitam de produzir ideias determinadas sobre as
instituições e situações coletivas para que seja mais fácil racionalizar e orientar a sua
prática.
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-> Faz-se uma interpretação demasiado restritiva do trabalho da rutura com o senso
comum. Daqui desmarcam-se dois continentes cognitivos – o vulgar e o erudito –
tornando-os, assim, incomunicáveis.
-> Os factos humanos são sempre factos interpretados, ou seja, são sempre analisados
ou explicados por cada um de nós. Então, importa dar conta das representações
coletivas, ou seja, as imagens e/ou noções com que nos deparamos no dia a dia qu
configuram o nosso património cognitivo, o qual partilhamos com os membros do
nosso grupo. Assim, aquilo a que chamamos de senso comum forma um dos objetos
centrais de qualquer ciência social.
2) Natureza e a Cultura
uma função decisiva no conjunto, ou seja, a vocação feminina para certas tarefas tidas
por menores constitui um vetor ideológico do esquema decisivo dos esquemas de
socialização dirigido ao sexo feminino. A persistência da frequência de cursos escolares
em termos de escolha e vocação está relacionada com a conversão pelos atores
sociais.
-> A persistência e eficácia do senso comum não podem ser “entregues” à “ignorância”
popular do conhecimento cientifico. Assim, as Ciências Sociais enfrentam uma situação
peculiar: ou evitam a rutura e ficam condenadas à reprodução mais ou menos
sofisticada ou assumem até ao fim e têm, então, de assumir integralmente a postura
critica em que se colocaram.
3) Indivíduos e Sociedade
-> Toda esta questão ainda não teve fim. De um lado, temos os que sustentam que as
Ciências Sociais devem partir das regularidades verificáveis pelo estudo dos processos
intra e inter-individuais; do outro, os que defendem que tais regularidades só podem
ser apercebidas pela análise dos factos e instituições, porque são nestas que se
concentram as causas determinante das condutas pessoais.
4) Nós e os outros
-> Por outro lado, durante a História da Humanidade temo-nos vindo a deparar com
formas mais duras de etnocentrismo: racismo, fanatismo religioso…
Exemplos do autor: A independência politica da generalidade do país; a
crescente afirmação geoestratégica do hemisfério sul…
-> Contudo, os mais entendidos também acham que não devemos restringir o
etnocentrismo à sua forma mais histórica e política e que devemos dar especial
atenção às expressões mais violentas que persistem nas relações intra-civilizadas
(porque isto também acontece nas relações entre grupos diferentes mas da mesma
sociedade).
-> O ponto 4 encerra com a afirmação de importante realce “ o estudo das economias
camponesas e sobretudo nas questões ligadas ao desenvolvimento, economistas e
sociólogos correm constantemente o risco de assumir consciente ou
inconscientemente preconceitos etnocentristas”.
5) As condições de rutura
-> Um dos mais importantes princípios de explicação em Ciências Sociais estipula que a
razão de ser dos factos sociais deve ser procurado em outros factos sociais.
-> Existe, ainda, uma grande barreira entre a argumentação típica do senso comum e
as exigências analíticas do trabalho de investigação:
Focámos neste capitulo três das principais matrizes ideológicas:
- relação entre Natureza e Cultura,
- Indivíduos e Sociedade,
- Grupos e Culturas
-> Mas ATENÇÃO: rutura não significa separação absoluta pois tal não era possível.
Como exemplo disto temos a biologia, pois com mais ou menos intensidade, todas as
disciplinas cientificas estão sujeitas à influencia de elementos simbólico-ideológicos.
Contudo, a pesquisa cientifica também tem meios para analisar estes elementos
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