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Esta resenha refere-se aos textos pertinentes à introdução e aos capítulos 01 e 02, constantes da obra Teorias de
Aprendizagem, intitulados, respectivamente, de Behaviorismo, humanismo e cognitivismo (um pseudo-organizador prévio),
Teorias Behavioristas Antigas e Teorias Cognitivistas Antigas, de autoria do professor Marco Antônio Moreira, publicado em
1999, em São Paulo, pela Editora Pedagógica e Universitária.
O referido livro de texto, em sua introdução aborda propositalmente com superficialidade, tal como mencionado pelo próprio
autor, o behaviorismo, humanismo e cognitivismo. Não diferentemente, nos dois capítulos iniciais, apresenta as antigas
teorias behavioristas e cognitivistas, respectivamente, dando ao estudante, em nível de pós-graduação, subsídios para uma
breve compreensão acerca de tais teorias.
Marco Antônio Moreira tem formação básica em Física, é professor pesquisador, do Instituto de Física da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), em Ensino de Física e autor de vários trabalhos publicados (artigos e livros) na área.
Escreveu os textos que compõem o livro para seus alunos de pós-graduação e para profissionais de docência, os quais têm
desenvolvido trabalhos e cursos sobre teorias de aprendizagem.
Em sua introdução - Behaviorismo, humanismo e cognitivismo (Um pseudo-organizador prévio) – o autor comenta
brevemente sobre as abordagens teóricas, as quais são detalhadas ao longo do livro.
Cita o fato de David P. Ausubel ser muito conhecido por ter impresso o termo aprendizagem significativa. Menciona o que
chama de organizadores prévios chamando a atenção para a distinção existente entre tais organizadores prévios (materiais
introdutórios) e resumos e sumários.
“... uma construção humana para interpretar sistematicamente a área de conhecimento chamada de aprendizagem.”
Embora atente para o fato de o conceito de aprendizagem ter vários significados não compartilhados entre os teóricos da
área Teorias de Aprendizagem. Vários termos que sugerem equivalência ao conceito de aprendizagem são apresentados,
bem como a existência de três tipos, quais sejam:
“a aprendizagem cognitiva é a que focaliza a cognição (o conhecimento); a aprendizagem afetiva é a que trata mais de
experiências tais como prazer e dor, satisfação ou descontentamento, alegria ou ansiedade; a aprendizagem psicomotora a
qual se ocupa mais de respostas musculares adquiridas por meio de treino e prática.”
Alerta o leitor às confusões pertinentes aos termos: Teorias, Conceitos e Princípios, da seguinte forma:
“Teorias expressam relações entre conceitos, porém são mais abrangentes, envolvendo muitos conceitos e princípios.
Subjacentes às teorias estão sistemas de valores aos quais são chamados de filosofias ou visões de mundo. Para as
teorias de aprendizagem são três as filosofias subjacentes; a comportamentalista (behaviorismo), a humanista e a
cognitivista (construtivismo).”
Os textos apresentam o que vem a ser a Teoria Comportamentalista, também denominada Behaviorista, bem como a
Cognitivista (termo originário do latim cognitione o qual pode ser traduzido por conhecimento); esta se dá por meio do
armazenamento organizado de informações na memória de quem aprende levando o sujeito à uma “estrutura cognitiva”.
No enfoque comportamentalista, a ênfase se dá nos comportamentos observáveis e controláveis, tais como as respostas
aos estímulos externos. Sustenta que o comportamento é controlado por suas conseqüências e embasa a “instrução
programada” nas décadas de 60 e 70 a qual influencia o ensino até os dias de hoje.
A filosofia Cognitivista enfatiza a cognição, o ato de conhecer, como o ser humano conhece o mundo, estuda os processos
mentais, isto é, o como conhecemos. Ocupa-se da atribuição de significados, da compreensão, transformação,
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11/10/2021 09:28 Resenha: Teorias de Aprendizagem: Behaviorismo, humanismo e cognitivismo, as antigas teorias behavioristas e cognitivistas.
armazenamento e uso da informação. Da percepção, resolução de problemas, tomada de decisões, compreensão etc.
Salienta o fato de o Construtivismo ser cognitivista e interpretacionista. O ser humano tem a capacidade criativa de
interpretar e representar o mundo, não somente de responder a ele. Aqui o aluno deixa de ser visto como mero receptor de
conhecimento e passa ser considerado agente da construção de sua estrutura cognitiva
À filosofia Humanista, o autor enfatiza o aprendiz, a auto-realização da pessoa. Além do intelecto, considera sentimentos e
ações. O ensino que se apóia no domínio afetivo é “centrado no aluno” originando as chamadas “escolas abertas”.
Ao final da introdução propõe um esquema para os principais enfoques teóricos à aprendizagem e ao ensino, bem como os
respectivos e mais conhecidos teóricos.
O capítulo 01 - Teorias Behavioristas Antigas – apresenta algumas teorias comportamentalistas anteriores à de Skiner, as
quais são chamadas, pelo autor, de Teorias Behavioristas Antigas.
Coloca que teorias são diferentes de modelos de ensino. São construídas para interpretar a área do conhecimento que
chamamos aprendizagem. Representam o ponto de vista de um autor ou autores. Mudam com o tempo e dependem de
fatores sociais, políticos, culturais e econômicos da época.
Apresenta as teorias comumente encontradas na literatura as quais são divididas apenas entre conexionistas (ou estímulo-
resposta) e cognitivistas.
Das teorias comportamentalistas, enfatiza a de John B. Watson (1878-1958), norte-americano, que deixava clara sua
preocupação com os aspectos observáveis. Watson explicou que os comportamentos advinham dos movimentos
musculares, como fala, pensamento e emoções, dentre outros. Embora não tenha organizado o que propôs, como uma
teoria, consegue influenciar sobremaneira, com seu legado, o desenvolvimento do behaviorismo.
Cita a teoria da contigüidade de Guthrie como semelhante à de Watson, porém mais geral:
“Se uma combinação de estímulos que acompanhou um movimento ocorrer outra vez, tenderá a ser seguida por este
movimento”
Guthrie não usava o conceito de reforço para explicar as quebra de hábitos.
O conexionismo (associativismo) de Thorndike, sustentava que as ligações estímulo-resposta assumem forma de conexões
neurais, o que não sugere uma alusão à consciência e sim a impulsos diretos à ação. Suas idéias enfatizam as
conseqüências do comportamento como determinantes das conexões do que é ou não aprendido.
A teria de formal de Hull, pode ser dita do tipo: estímulo (E), o qual afeta o organismo (O), cuja conseqüência é a resposta
(R). Distancia-se da outras teorias, vez que admite outras influências, como as ambientais.
Ao longo do capítulo 02 - Teorias Cognitivas Antigas – o autor dá uma visão resumida das primeiras teorias cognitivas de
aprendizagem, como as de: Hebb, Tolman, Gestalt e Lewin. Essas teorias começam a surgir, em contraposição ao
Behaviorismo, na mesma época. Em destaque são citadas a Gestalt e o behaviorismo de Talman, as quais tratam mais
enfaticamente dos processos mentais superiores, quais sejam: percepção, resolução de problemas por insight, dentre
outros do que dos estímulos e respostas.
São enunciadas as leis de percepção, da Teoria Gestalt, a qual é governada por outra geral (Lei da pregnância) e quatro
princípios a ela relacionados, quais sejam: da similaridade, da proximidade, do fechamento e da continuidade.
Por fim, o autor cita as teorias cognitivistas que mais contribuíram à aprendizagem em sala de aula atualmente foram as de
Piaget, Bruner e Ausubel.
Os textos, objetos desta resenha, são importantes na medida em que elucidam fatos vivenciados durante a prática
pedagógica do professor. Permitem ao leitor um panorama extenso sobre as Teorias de Aprendizagem.
O autor as apresenta de forma bastante didática com originalidade, razão pela qual, dentre muitas outras, não poderia
deixar de recomendar a rica leitura de tais textos aos estudantes da área de ensino, bem como os profissionais que lidam
com a Educação.
RESENHA
- Título: Teorias de Aprendizagem: uma introdução
- Identificação: Behaviorismo, humanismo e cognitivismo, as antigas teorias behavioristas e cognitivistas.
- Referência: MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagem. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1999.
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