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1.

Introdução

Aves

As aves são animais vertebrados (como os peixes, anfíbios, répteis e mamíferos, apresentam
coluna vertebral) que podem ser facilmente distinguidos pela presença de penas. A pena é uma
característica exclusiva desses animais, ou seja, está presente em todas as espécies do grupo. A
boca é um bico, sem dentes que pode variar de forma e de tamanho conforme a espécie, sendo
estas adaptações ao tipo de alimentação. São endotérmicas e apresentam um metabolismo
elevado. Podem ser encontradas em todos os continentes e, atualmente, já foram descritas cerca
de 12.000 espécies. Entre as espécies desse grupo há uma grande variedade de formas, cores,
tamanhos e hábitos. Existe desde o avestruz, com mais de 2m de altura e 130kg, ao minúsculo
beija-flor, das montanhas de Cuba, com apenas 1dcm e 3g, do desajeitado Kiwi ao elegante
flamingo, passando, entre outras, pelo corvo muito negro e os papagaios multicoloridos. Existe o
grande desenvolvimento de cantos e plumagens diferentes em cada espécie. Sua pele é
recoberta por penas e com glândulas, as aves aquáticas apresentam na cauda a glândula
uropigiana para impermeabilizar as penas. A pele é seca, sem glândulas, com exceção da
glândula uropigiana que existe em muitas espécies. Esta glândula produz secreção que
impermeabiliza as penas.São animais de sangue quente. O principal avanço das aves em relação
aos répteis reside em sua capacidade de controlar a temperatura do corpo, isto significa que a
temperatura interna do corpo (cerca de 37,5 C) permanece constante, sem ter relação com a
temperatura do ambiente: são vertebrados homeotérmicos.O organismo gasta energia, e o gasto
só pode ser reduzido com uma boa isolação (penas, pêlos, gordura). O peso das aves varia muito
(as voadoras, têm peso reduzido em relação ao volume corpóreo), de menos de 28 gramas até
mais de 135 quilos. De acordo com o ambiente em que vivem, também há variação de detalhes
da estrutura do corpo.As penas fornecem isolação térmica leve. As penas maiores estão nas
asas - antebraços adaptados ao vôo. As penas estão implantadas nos ossos da mão (primárias)
e do antebraço (secundárias). Existência de um só côndilo ocipital e escamas nas pernas e nos
pés (heranças deixadas pelos répteis).São denominados, também tetrápodes por apresentarem
quatro membros, o par anterior transformado em asas que em, geral, servem para voar: o par
posterior pode estar adaptado a várias funções: andar, correr, nadar; cada pé, geralmente, é
revestido de pele córnea e provido de quatro dedos. Têm dois pares de membros: anteriores as
asas e posteriores as pernas ou patas. As patas também são adaptadas ao tipo de ambiente em
que vive a ave. Cada pé geralmente com quatro dedos, canela e dedos envolvidos por pele
cornificada, são bípedes, pela transformação dos membros anteriores em asas, o que lhes
permite (na maioria das vezes) voar. Todas as aves têm em comum características que tornam
possível o vôo, mesmo as aves que já perderam a capacidade de voar (os únicos pássaros que
não voam são os pingüins, avestruzes, emas, casuares e quiwis; porém o pingüim, por exemplo,
não voa, mas pode nadar e mergulhar. Já o avestruz pode caminhar e correr.). A habilidade para
o vôo está refletida nas características típicas dos pássaros:

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1. Corpo aerodinâmico;

2. Membros anteriores modificados em asas;


3. Cavidades dos ossos preenchidas com ar;
4. Ausência de mandíbulas e dentes, sendo a mastigação realizada pela moela,
situada atrás do estômago;
5. Digestão rápida, sem armazenamento de alimento;
6. Penas leves, que são estruturas mortas e impermeáveis. Assim, não é preciso
haver vasos sanguíneos pesados para nutri-las;
7. Membrana nictitante;

8. Cerebelo desenvolvido;

9. Sacos aéreos esterno com quilha;

10. Músculo peitoral desenvolvido;

11. Esqueleto rígido (coluna vertebral, cinturas pélvica e escapular fundidas).

Presença de ossos pneumáticos: Seu esqueleto é delicado e forte, totalmente


ossificado, têm ossos muito leves. Os ossos dos vertebrados geralmente são
ocupados por algum tipo de tecido, como tecido adiposo (gordura) ou tecido
hematopoiético (produtor de células do sangue). Muitos ossos das aves são ocos
e cheios de ar (ossos pneumáticos). Essa substituição de um tecido qualquer por
ar evita um acréscimo na massa do animal, o que diminui o gasto de energia ao
voar. O esterno é modificado em quilha, facilitando o corte do ar e fixando a
musculatura peitoral. Presença de sacos aéreos: os sacos aéreos aumentam a
eficiência da renovação do ar presente nos pulmões, garantindo uma oferta de
oxigênio elevada, compatível com uma atividade tão dispendiosa em termos
energéticos como o vôo.As asas são movidas por músculos muito fortes (que dão
15% do peso da ave), ligados a ossos peitorais reforçados. Em cada lado do
grande peitoral origina-se da parte externa da quilha do osso esterno e insere-se
na cabeça do úmero.As pernas servem como trem de pouso: o fêmur fica
embutido no corpo, a tíbia e o perônio formam uma falsa coxa. As aves têm a
visão e audição agudas, conseguem visualizar objetos a longa distância, e seus
ouvidos são melhores que os dos répteis, o que auxiliam na caça e no
reconhecimento de indivíduos da mesma espécie. Para proteção dos olhos,
possuem sob as pálpebras a membrana nictitante. Algumas ainda apresentam um
bom olfato.

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Os olhos são bem desenvolvidos, com percepção de cores e em alguns casos é
composto por duas fovea centrais, o que lhes confere maior campo de visão. Além
das pálpebras, há a membrana nictiante que corre cobrindo o olho no sentido
horizontal.Finalmente, o cérebro das aves é mais desenvolvido que o dos répteis,
pois este órgão está relacionado ao equilíbrio durante o vôo. São capazes de voar
longas distâncias e retornar ao ponto de partida. Apresentam doze pares de
nervos cranianos. As aves também têm atividades instintivas complexas: danças
de acasalamento, construção de ninhos, criação de filhotes, migração. Mas, como
os hemisférios cerebrais são poucos desenvolvidos, elas se adaptam menos que
os mamíferos às alterações do ambiente.

2. Desenvolvimento

2.1. A Origem das Aves

O protagonista dessa incrível história é o Archaeopteryx lithographica, que viveu


no período Jurássico, em plena era Mesozóica, ou era dos Répteis. O
Archaeopterys, porém, era um réptil diferente dos outros (inclusive dos outros
voadores, como os pterossauros): tinha desenvolvido um novo instrumento de
vôo, que complementava as asas - as penas. Dos contemporâneos plumados do
Archoeopterys (ou de uma espécie similar a essa) derivaram as aves, que foram
evoluindo cada vez mais. As primeiras aves tinham ainda o esqueleto da cauda
bastante longo, e o "bico" munido de dentes. Além do Archoeopterys, também
tinham dentes duas outras espécies plumadas, batizadas pelos cientistas com os
nomes de Ichthyornis e Hesperornis, que em grego significam "ave dos peixes" e
"ave da noite". O conjunto de plumas e penas, ou seja, a plumagem que recobre o
corpo das aves, tem várias funções: permite o vôo, protege do calor e do frio
(funciona como isolante térmico), ajuda a flutuar na água e contribui para a
manutenção de uma temperatura ideal durante a incubação (choco). Juntamente
com as asas, as penas são o principal instrumento de vôo, funcionando como
"hélices" e estabilizadores de vôo.

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2.2 Classificação das aves

Segundo os conceitos modernos as aves subdividem-se em 27 ordens:

ORDEM EXEMPLO ORDEM EXEMPLO


Pinguins Galiformes Codornizes, Perus
Sphenesciformes

Avestruz Gruiformes Saracuras,


Struthioniformes Galinhas-dágua

Emas Casuariformes Casuares e Emus


Rheiformes

Aves aquáticas Aepyornithiformes Aepyonis


Charadriformes

Columbiformes Pombos Dinornithiformes Moas

Psittaciformes Papagaios Apterygiformes Quivis

Cuculiformes Cucus,Anus Tinamiformes Inambus

Strigiformes Corujas Gaviiformes Gavia


Bacuraus Podicipediformes Mergulhões,
Caprimulgiformes Pescaparas

Andorinhões Procellariiformes Albatroz,


Apodiformes Procelárias

Coliiformes Colius Polecaniformes Pelicanos


Cegonhas, Garças Piciformes Pica-paus,
Ciconiiformes Tucanos

Patos, Gansos Passeriformes (69 Passarinhos e


Anseriformes famílias) aves Canoras

Urubus, Gaviões - -
Falconiformes

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As nove ordens principais são:

 Reiformes
 Ciconiformes
 Anseriformes
 Psitaciformes
 Passeriformes
 Galiformes
 Columbiformes
 Falconiformes
 Estrigiformes

Reiformes

Ema

Aves com asas pouco desenvolvidas e sem capacidade para voar. São
corredoras. Na corrida, as asas servem como uma espécie de leme, ajudando a
ave a equilibrar-se e a mudar de direção.

A ema e o avestruz são os principais representantes dessa ordem.

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Ciconiformes

Garça branca

Essa ordem reúne aves com pernas longas, pescoço comprido e bico grande.
Alimentam-se principalmente de peixes e de outros animais aquáticos. São mais
conhecidos o jaburu ou tuiuiú, a garça branca e cegonha.

Anseriformes

Marrecos

Os representantes desse grupo são aves aquáticas, de tamanho médio, com bico
achatado, pernas curtas e dedos unidos por uma membrana. A essa ordem
pertencem os cisnes, os gansos, os patos e os marrecos.

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Psitaciformes

Arara Vermelha

Aves com plumagem muito colorida e bico muito curto, forte e recurvado. Entre os
Psitaciformes, são mais conhecidos o papagaio, a arara e o periquito.

Passeriformes

Os Passeriformes formam o maior grupo de aves. Compreendem todas as


variedades de pássaros. Em geral, são cantores (que cantam maravilhosamente)
e com plumagem colorida. O carderal, o sabiá, o tico-tico, o pardal, o bem-te-vi, o
sanhaço, o pintassilgo são passeriformes.

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Galiformes

A ordem dos galiformes é formada por aves semelhantes à galinha.


Reúne muitas espécies utilizadas como alimento pelo homem

 Galinha
 Peru
 Faisão

Columbiformes

Aves com bico e patas fracos, asas longas e pontudas. Sobre as narinas aparece
uma formação especial, denominada ceroma. Entre os columbiformes, destacam-
se a pomba, a rolinha e a juriti.

Estrigiformes

Os Estrigiformes compreendem aves de cabeça volumosa, olhos localizados na


frente e rodeados por um círculo de pequenas plumas. São de hábitos noturnos.

As corujas pertencem a essa ordem.

Falconiformes

Compreendem aves com bico, garras muito fortes e visão muito desenvolvida. São
predadores, pois atacam outros animais para matá-los e comê-los. São
conhecidas como aves de rapina. Nessa ordem incluem-se a águia, o gavião, a
harpia.

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2.3 Outras ordens:

Ordem Rheiformes

Aves de grande porte (900 a 1300 mm).


Esterno sem guilha.
Não voam, cursoras com pernas fortes e altas.
Pés com 3 dedos bastante desenvolvidos, dirigidos para a região anterior.
Cabeça e pescoço, parcialmente cobertos com penas.
Coxas com penas.
Familia Rheidae

Ordem Tinamiformes

Inambus e macucos, aves terrestres, de certa maneira parecidas com galináceos.


De tamanho moderado a médio: 200 - 530 mm.
Asas curtas e arredondas.
Plumas pulvurulentas.
Voam em linha reta, mas geralmente correm.
Procurados como aves de caça.
Do sul do México à América do Sul (1 família).
Esterno com guilha.
Pés com 3 dedos dirigidos anteriormente, sendo o dedo I, posterior, menor e em
nível mais alto que os demais.
10 retrizes, curtas e pouco distintas, recobertas pelas coberteiras (tectrizes).
Posteriores pigóstilo reduzido.
Cascas de ovos muito lustrosas.

Ordem Sphenisciformes

Não voam.
Membros anteriores semelhantes a remos.

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Ordem Pelecaniformes

Corpo pesado, bico até 46 cm de comprimento.


De tamanho médio a grande (400 a 1650 mm).
Aves aquáticas.
Narinas quase sempre ausentes ou muito pequenas.
Bolsa gular presente (com exceção das aves tropicais) usada para tirar os peixes
d'água.
Filhotes nus ao eclodirem, cobertos com plumas posteriormente.
Pés totipalmados (todos os dedos unidos por membranas).
Tarso reticulado.
Cosmopolitas (6 famílias)

Ordem Caprimulgiformes

Aves crepusculares ou noturnas.


De tamanho pequeno a médio: 190-535 mm.
Narinas tubulares separadas entre si e pouco desenvolvidas.
Pés com 4 dedos livres.
Bico de ápice curto e recurvado, mas amplamente fendido, boca muito grande,
rodeada por penas filiformes, que auxiliam na captura de insetos na maior parte,
pernas muito curtas e pés pequenos (agarrar).
Plumagem críptica (pardo escura, semelhante a de corujas), macia e frouxa.
Asas longas e pontudas.
Alimentam-se de insetos noturnos capturados no ar.
Não constroem ninhos.
Quase cosmopolitas (5 famílias).
Família Nyctibiidae.

Ordem Apodiformes

Tamanho de pequeno a médio (60 a 330 mm).


Asas longas e pontudas.
Vôo muito rápido.
Úmero curto e espesso.
Pernas muito curtas.
Pés muito pequenos.
Ovos brancos.
Ativos durante o dia.
Alimento capturado durante o vôo.

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Ordem Ciconiiformes

Tamanho pequeno a grande: 280-450 mm.


Voedoras, com plumas decorativas.
Áreas nuas na cabeça.
Bico e pescoço comprido.
Pernas relativamente longas.
Região inferior dos tibiotarso sem penas.
4 artelhos, palmouras, em geral, pequenas entre os 3 artelhos anteriores.
Alimentam-se principalmente de peixes ou de outros animais aquáticos.
Muitos nidificam em colônias nas árvores.
Filhotes cobertos com plumas.
7 famílias.
Cosmopolitas, principalmente tropicais e subtropicais.

Ordem Coraciformes

Cosmopolita de origem oriental.


Tamanho muito diverso.
Plumagem densa e lisa.

Ordem Anseriformes

Aves aquáticas e semi-aquáticas.


De tamanho pequeno a grande: 290 - 1525 mm.
Narinas perfuradas.
Língua carnosa.
11 remiges primárias, sendo a primeira de tamanho reduzido.
Glândula uropigial com penas.
Bicos largos e achatados, geralmente lamelados, coberto com epiderme
cornificada mole contendo numerosas terminações nervosas tácteis em botões
sensitivos, com "unha" ou capa mais dura na extremidade.
Margens dos bicos com muitos sulcos transversais cornificados (lamelas).
Cauda geralmente curta, com muitas penas.
Ovos de cor uniforme, sem manchas.
Filhotes nidífugos cobertos de penas.
Artelhos unidos pelo menos parcialmente por palmouras.
Ninho forrado de penas.
Pernas curtas.
Pés com palmouras.
Cosmopolitas (2 famílias).

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Ordem Gruiformes

Principalmente aves aquáticas.


Tamanho muito pequeno a grande: 112 a 1525 mm.
Pescoço relativamente longo.
Asas arredondadas.
Cauda curta.
Pernas médias a longas.
Penas com hiporráquis.
Vôo forte.
Habitantes de pântanos abertos e pradarias.
Vôo fraco (ocasionalmente sem capacidade de vôo).
Filhotes nidífugos.
Cosmopolitas, com exceção da Antártica (12 famílias).

Ordem Galliformes

Bico curto.
Pena com hiporráquis.
Pés geralmente adaptados para ciscar e correr.
Com artelhos curvos.
Filhotes cobertos com plumas ao eclodirem e nidífugos.
Aves de caça, algumas espécies domesticadas, muitas habitantes de solo,
gregárias, onde a maioria nidifica.
Alimentam-se principalmente de matéria vegetal.
Tamanho pequeno a muito grande (125 a 2335 mm).
Aves terrestres.
Bicos curvos e curtos.
Muitas vezes áreas da cabeça sem penas.
Asas curtas e arredondadas.

Ordem Psittaciformes

De tamanho muito pequeno a razoavelmente grande: 95 - 1000 mm.


Bico curto, forte, com margens afiadas e curvas na extremidade.
Maxilar superior móvel no osso frontal do crânio.
Plumagem brilhante, vários tons de verde, amarelo, vermelho ou azul.
Bico com celoma mole, freqüentemente com penas.
Pés fortes com artelhos zigodáctilos, adaptados para agarrar (2 para frente e 2
para trás).
Artelho posterior externo não reversível.
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Muitos gregários e com vozes altas, alimentam-se principalmente de frutos.
Áreas tropicais e grande parte do Hemisférios Sul (1 família).

Ordem Charadriiformes

Aves ribeirinhas, costeiras, aquáticas e de pântanos.


Tamanho pequeno a médio: 175-750 mm.
Bico curto a longo, reto, curvo ou recurvado.
Artelhos geralmente unidos por palmouras, pelo menos na base.
Plumagem densa e firme.
Pernas mais ou menos longas (aves de praia).
Asas fortes (gaivotas) ou com apenas 3 artelhos e pernas bem na parte posterior
do corpo.
Ovos muito manchados.
Filhotes nidífugos na maioria das espécies.
Dimorfismo sexual pequeno.
Asas longas.
Penas com hiporráquis.
Glândula uropigial em tufo.
Cosmopolitas (16 famílias).

Ordem Falconiformes

Bico fortemente curvado na extremidade com ceroma na base.


Mandíbulas com margens afiadas.
Pés usualmente adaptados para agarrar, com garras curvas e afiadas, polegar
oponível.
Predadores ativos durante o dia.
Alimenta-se variadamente de vertebrados e animais menores.
Tamanho pequeno a muito grande (150 a 1500 mm).
Vôo forte, rápido em alguns.

Ordem Columbiformes

Tamanho de 150 a 1200 mm.


Bico geralmente curto e delgado, com ceroma.
Tarso geralmente mais curto que os artelhos.
Papo grande, produzindo “leite” para alimentar os filhotes.
Ovos sem manchas, geralmente brancos.
Filhotes nus.
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Aves terrestres com corpo rechonchudo, com plumagem macia e frouxa.
Cosmopolitas.

Ordem Strigiformes

Cabeça grande e arredondada.


Olhos grandes e dirigidos para frente, cada um num disco de penas radiais.
Abertura do ouvido grande, frequentemente com uma cobertura semelhante a uma
aba, às vezes assimétrica.
Bico curto.
Pés adaptados para agarrar.
Garras afiadas.
Plumagem de textura mole e frouxa.
Filhotes cobertos com plumas ao eclodirem.
Ovos brancos.
Ativas durante a noite, escondem-se em abrigos durante o dia.
Alimentam-se de vertebrados terrestres, especialmente de mamíferos, algumas
aves e artrópodes.
Cosmopolitas.

Ordem Piciformes

De tamanho pequeno a médio: 80 - 600 mm.


Aves arborícolas com pés zigodáctilos.
Bico de tamanho pequeno a extremamente grande.
Pernas e pés fortes.
Artelho externo oponível na maioria das espécies.
Áreas temperadas e tropicais, com exceção da Nova Zelândia, região Australiana
e Madagáscar (6 famílias)

Ordem Passeriformes

Tamanho pequeno a grande: 75 a 1015 mm.


Cerca de 3/5 de todas as espécies viventes (60% de todas as aves).
Forma do bico variável.
Asas variando de curtas e arredondadas a muito longa e pontuda.
Cauda varia de curta a muito longa.
4 artelhos funcionais, nos mesmos planos, nunca reversíveis, nem unidos por
palmouras, 3 para frente e 1 para trás, adaptados para empoleirar
cosmopolitas (4 subordens, 64 famílias).

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2.4 Anatomia interna

2.5 As asas

As asas, presentes em todas as aves, são os membros anteriores modificados.


São formadas pelo úmero, rádio ecúbito, e pela mão, adaptada e constituída por
três metacarpos, cada um com seu dedo. As asas são uma evolução dos
membros anteriores das aves-répteis pré-históricas. São "braços", em cujas partes
principais nasceram as rêmiges, penas sem as quais as aves não voam. Esse
processo evolutivo tem por base a seleção natural, que faz com que os mais aptos
sobrevivam. Exemplo: os pterossauros, apesar de voarem, não desenvolveram a
homeotermia, enquanto as aves, graças à temperatura constante do corpo,
podiam migrar. Essa deficiência dos peterossauros levou-os à extinção.

2.5.1 As plumas e penas (sistema tegumentário)


São características próprias das aves, distinguindo-se de todos os
outros animais. As plumas (penugem leve e macia) cobrem quase
todo o corpo da ave - inclusive debaixo das penas - e servem para
protegê-la das mudanças de temperatura e do impacto com o ar e
com objetos. As penas, produto da epiderme, são constituídas
principalmente pela queratina.

2.5.2 17
Uma pena completa é formada por um tubo transparente (cálamo)
que, mergulhado no folículo ("poro" da pele), prolonga-se no
ráquis.Em cada lado do ráquis há uma série de barbas
("ramificações") paralelas, cujo conjunto constitui o vexilo ou
estandarte. Cada barba, por sua vez, é provida de numerosas
barbelas, que se unem entre si por delgadas barbulas em forma de
gancho. As penas que cobrem o corpo das aves recebem o nome de
retrizes; as que se prendem nas asas são as rêmiges; e as que
constituem a cauda são as rectrizes. Elas formam uma superfície
contínua de revestimento, que oferece uma notável resistência ao ar
e é impermeável à água (graças às substâncias gordurosas
secretadas pela pele das aves).

2.5.2 Pele

PELE : Exterior / Interior

Funções:

· Proteger contra forças, substâncias e organismos prejudiciais;

· Evitar a perda de sangue e outros fluidos;

· Auxiliar na regulação da temperatura corporal;

· Auxiliar na locomoção e outros comportamentos;

· Fornecer suporte para órgãos de sensibilidade à dor, à temperatura, à pressão e


à vibração.

. Pele muito fina

. Duas camadas: epiderme (mais externa)

. Derme (mais interna)

. Queratina localmente concentrada: penas, escamas, bicos, garras, esporões.

. Musculatura lisa e estriada

. Glândula uropigiana (a maioria das aves a possui)

. Remoção experimental: deterioração das penas, bicos, escamas das patas.

. Vitamina D: ergosterol (precursor)

. Cristas, bolsas guturais – pele também.

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2.5.3 Ossos

Os ossos pneumáticos também são encontrados em outros grupos de répteis.


Apesar de serem ocos (um termo melhor seria "não-maciços"), os ossos das aves
são muito resistentes, pois preservam um sistema de trabéculas ósseas
arranjadas como pirâmides em seu interior.

2.5.4 A Pata
A pata da ave denuncia o lugar onde ela vive. O avestruz tem a pata robusta dos
corredores. O falcão tem garra de caçador. O mergulhão, bicho nadador, tem a
pata em forma de remo, quando está "remando", ela fica aberta, quando o animal
puxa a pata para frente, ela torna-se fina, para oferecer pouca resistência à água.

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2.6 Sistemas
2.6.1 Sistema Circulatório

Na circulação, que é dupla e fechada, o coração apresenta duas aurículas ou


átrios e dois ventrículos. Não há mistura de sangue venoso e arterial no coração
(dupla e completa). A artéria aorta que sai do ventrículo esquerdo tem uma
curvatura (crossa) para a direita, ao contrário dos mamíferos que têm esta
curvatura para a esquerda. Ao contrario dos mamíferos, porém, o arco aórtico é
direito e não esquerdo.Nas aves o aparelho circulatório é do tipo fechado, duplo e
completo. Há uma separação completa entre o sangue venoso e o arterial. Além
disso, o coração tem quatro câmaras. A aorta sistêmica deixa o ventrículo
esquerdo e leva o sangue para a cabeça e corpo, através do quarto arco aórtico
direito. Existem, variações consideráveis no que se refere às artérias carótidas.
Geralmente, as carótidas comuns são pares. Entretanto, nos alcaravões, os dois
ramos se unem logo depois de emergirem das artérias inonimadas e formam um
único tronco. Em outros grupos, pode haver uma redução do tamanho tanto da
carótida comum esquerda como da direita antes da fusão e, nas aves
passeriformes, só a carótida comum esquerda permanece. Existem duas veias
pré-cavas funcionais e uma veia pós-cava completa. As primeiras são formadas
pela união da veia jugular e subclávia de cada lado.

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A veia pós-cava drena o sangue dos membros através do sistema porta-renal, que
passa pelos rins, mas que não se ramifica em capilares; consequentemente, não
pode ser comparado ao sistema porta-renal dos vertebrados inferiores. Os
eritrócitos das aves são nucleados e maiores do que os dos mamíferos.O sistema
de circulação permite a conservação da temperatura da ave. A circulação é
bastante intensa e consequentemente, as trocas gasosas que se processam ao
nível das células também são intensas e desenrola-se uma notável combustão
celular. Isso acontece porque o deslocamento durante o vôo constitui uma
atividade muscular muito grande, que exige o consumo de grandes quantidades
de energia - ATP. Chegam a ter 150 batidas por minuto algumas aves.

2.6.2 Sistema Digestório

O tubo digestivo tem como particularidades: o bico sem dentes, o papo, a moela e
termina na cloaca. Não possuem bexiga e a excreção é o ácido úrico, eliminado
junto com as fezes.A anatomia do canal alimentar das aves é notavelmente
diferente da dos mamíferos na área da boca, na presença de um papo no esôfago
e na existência de um estômago muscular ou moela.A boca e a faringe não são
bem delimitadas na ave e, na maioria das espécies, não há palato mole. O palato
duro comunica-se com as cavidades nasais.

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Os dentes estão ausentes e suas funções são realizadas pelo bico córneo e pela
moela, havendo uma grande variedade de adaptações do bico e da língua. As
glândulas salivares e papilas gustativas estão presentes, em localização e número
variáveis.As dimensões do trato digestivo variam consideravelmente entre as
espécies, dependendo dos hábitos alimentares. Nos galináceos adultos, o
comprimento de todo trato pode ser de 210 cm ou mais. Em geral, o esôfago das
aves é comparativamente longo e de maior diâmetro, sendo mais largo nas
espécies que deglutem pedaços maiores de alimento. Uma dilatação do esôfago,
o papo, está presente na maioria das espécies, embora ausente em algumas
espécies.A forma do papo pode variar de uma simples dilatação do esôfago até
um ou mais sacos para fora do esôfago. O estômago glandular ou pró-ventriculo
das aves funciona primordialmente na secreção, embora também possa ter uma
função de armazenamento nas aves que não têm papo e em algumas espécies
que se alimentam de peixes.O estômago muscular é altamente especializado para
a trituração naquelas espécies que ingerem alimentos duros, ou para misturar as
secreções digestivas com o alimento, nas espécies carnívoras.Na maioria das
espécies, o estômago muscular compõe-se de dois pares musculares
denominados músculos intermediários e músculos laterais ou, mais recentemente,
conhecidos como músculos pares grosso e fino. Esses músculos não estão
presentes na maioria das aves carnívoras.O intestino delgado das aves tem um
duodeno semelhante à dos mamíferos, mas além do duodeno não existem áreas
delimitadas como o jejuno e o íleo dos mamíferos. O vestígio do saco vitelínico
(divertículo de Meckel) pode ser encontrado mais ou menos na metade do
intestino delgado. O intestino delgado é muito mais longo nas aves herbívoras do
que nas carnívoras. A mucosa do intestino delgado é semelhante a dos
mamíferos, exceto que as vilosidades geralmente são mais altas, mais delgadas e
mais numerosas nas aves. Localizado na junção dos intestinos grosso e delgado
estão os cecos que, nas aves, em geral são em número par, ao contrário dos
mamíferos. Suas dimensões são influenciadas pelos hábitos alimentares e eles
não estão presentes em todas as espécies. O intestino grosso das aves é
relativamente curto e não é bem demarcado em reto e cólon, como nos
mamíferos.Outro órgão concernente à digestão é o fígado, que é bilobado e
relativamente grande na maioria das aves; o ducto hepático esquerdo comunica-
se diretamente com o duodeno, enquanto o ducto direito envia um ramo para a
vesícula biliar, ou pode dilatar-se localmente como uma vesícula biliar. A vesícula
biliar está presente na galinha, pato e ganso, mas algumas outras espécies, como
o pombo, não têm vesícula biliar. Ela dá origem aos ductos biliares que se
esvaziam no duodeno, próximo a alça distal. O pâncreas fica na alça duodenal.
Ele consiste, no mínimo, em três lobos e suas secreções atingem o duodeno
através de três ductos.

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O sistema digestivo propriamente dito está dividido nos seguintes
compartimentos:

* Bico : Em algumas aves, a ponta do bico é rígida, sendo utilizadas para


tarefas como quebrar nozes ou matar presas. Em outras aves, como patos, a
ponta do bico é sensível e contém nervos, para localizar as coisas pelo toque.
Diferentemente dos maxilares com dentes, bicos não são usados para mastigar.

* Esófago : O esôfago é um órgão oco que com suas contrações através dos
movimentos peristálticos fazem com que o bolo alimentar avance até o papo (em 2
segundos, aproximadamente) mesmo que esteja de cabeça para baixo.

* Papo : No papo ocorre algumas fermentações e imbebição dos alimentos com


mucosidades, preparando-os para a digestão gástrica posterior. O papo também
permite a regurgitação de alimentos previamente digeridos para os filhotes.

* Proventrículo : é responsável pela digestão química dos alimentos, também é


designado como "estômago químico".

* Moela : realiza a digestão mecânica dos alimentos.

* Intestino : O intestino é a parte final do tubo digestivo dos animais,


responsável pela absorção de nutrientes e água e pela excreção dos resíduos.

* Cloaca : Câmara onde se abrem o canal intestinal, o aparelho urinário e os


oviductos das aves e dos répteis.

2.6.3 Sistema Respiratório

Os pulmões são do tipo parenquimatoso, com vários canais de arejamento,


ligados a cinco pares de sacos aéreos, ligados às cavidades dos ossos
pneumáticos.Dentro dos pulmões, os condutos aéreos não terminam em vesículas
pulmonares, continuando por um sistema capilar contínuo. Quando uma ave está
pousada, a respiração se faz pelo arfar do peito.

23
Mas durante o vôo, automaticamente, devido aos movimentos das asas, produz-
se a expansão e a contração da cavidade torácica, estabelecendo-se a
conveniente passagem de ar nos pulmões necessária à respiração.Partem dos
pulmões expansões membranosas denominadas sacos aéreos, os quais
aumentam a superfície de contato para absorção do oxigênio. Além disso, os
sacos aéreos expandem-se pelo interior de muitos ossos, tornando o animal mais
leve.Não há verdadeiro diafragma, mas somente uma membrana (diafragma
ornítico) que separa da cavidade abdominal a que contém os pulmões, ou pleura.

Possuem um "órgão do canto" chamado siringe, que se situa no final da traquéia


antes da ramificação em brônquios. A siringe é mais desenvolvida nos machos,
pois seu canto serve para atrair as suas fêmeas e para delimitar os territórios.

Sacos aéreos entre os órgãos e o esqueleto.

24
2.6.4 Sistema Nervoso

O sistema nervoso é bastante desenvolvido, principalmente as estruturas


relacionadas com o equilíbrio e com a orientação espacial, como o cerebelo. Em
algumas aves, já foram encontrados cristais de magnetita nos músculos do
pescoço. Provavelmente, esses cristais devam estar associados com alguma
forma de orientação magnética, como "bússolas internas", importantes para as
aves que executam longos vôos migratórios. O paladar e o olfato são muito pouco
sensíveis, ao contrário da visão e da audição. As aves também possuem 12 pares
de nervos cranianos. A visão privilegiada da maioria das aves possibilida uma
excelente acuidade visual, pois a retina contém muitos cones com gotículas de
óleo, inclusive para cores em muitas espécies.O cérebro das aves é mais
desenvolvidos que o dos répteis; apresentam sistema nervoso central e periférico
com doze pares de nervos cranianos. O encéfalo apresenta cerebelo bem
desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio para o vôo.As aves também têm
atividades instintivas complexas: danças de acasalamento, construção de ninhos,
criação de filhotes, migração. Mas, como os hemisférios cerebrais são pouco
desenvolvidos, elas se adaptam menos que os mamíferos às alterações do
ambiente. Apresentam membrana nicitante revestindo os olhos no sentido
horizontal, como uma cortina.

25
Os olhos são de grande importância e a sua posição varia de uma posição lateral
até uma posição frontal do crânio.Devido à posição dos olhos e à capacidade de
virar a cabeça mais de um semicírculo para cada lado, as aves têm um campo
visual mais extenso do que o mamíferos. Os olhos são enormes, por vezes
maiores do que o cérebro. Têm grande capacidade de acomodação ocular,
podendo focar rapidamente objetos. Podem servir como telescópio e como lentes
de aumento e estão concebidos para ter o máximo de luminosidade.O olho da
coruja capta uma quantidade de luz 100 vezes superior à do ser humano. Os
mochos são capazes de localizar a sua presa na obscuridade total servindo-se da
audição. O seu ouvido é dividido em ouvido externo, médio e interno e a audição é
apurada.

2.6.5 Sistema nervoso e sensorial

Encéfalo : Com 2 hemisférios cerebrais.

Cerebelo : Bem desenvolvido (centro de coordenação e equilíbrio)

Lobos ópticos : Bem desenvolvidos (acuidade visual)

Ouvido externo : Tímpano recoberto por penas

Ouvido médio : Columela e músculo columelar

Ouvido interno : Cóclea -céls. ciliadas

Olhos : Retina (cones, com gotículas de óleo coloridas, e bastonetes)

Fóvea (cavidade na retina, na região de maior acuidade visual, que desvia os raios
luminosos e aumenta a imagem). A fóvea em alguns falcões aumenta a imagem
em até 30%.

26
2.6.6 Sistema Urogenital (Sistema Reprodutor)

Há dois rins metanefros

Ureter

Cloaca

Não há bexiga urinária, exceto em Avestruz. Glândulas supra-orbitais em certas


aves.Machos com testículos pares.Fêmeas com ovário esquerdo desenvolvido, na
maioria testículos e ovário.

Ducto

27

Cloaca

Ao longo do oviduto:Há glândulas envolvidas na formação do ovo.

- > Fêmea

28
-> Macho

29
Apresentam dimorfismo sexual, isto é, o macho e a fêmea são muito
diferentes.Têm sexos separados e são ovíparas, ou seja, botam ovos que
completam seu desenvolvimento fora do corpo materno, isso contribui para a
redução do peso da fêmea, pois ela não carrega o ovo ou o embrião dentro de seu
corpo, como na ovoviviparidade e na viviparidade.A reprodução é sexuada, com
fecundação interna. A união dos gametas ocorre no oviduto, antes da formação da
clara e casca do ovo e são então eliminados pela cloaca. Elas possuem um ovo
terrestre com uma casca protetora externa, e internamente encontram-se os
anexos embrionários. Seus ovos apresentam âmnio, cório, saco vitelino e
alantóide e ao eclodir os filhotes são alimentados e vigiados pelos pais. As vias
reprodutoras, urinárias e digestivas das aves abrem-se na cloaca, o que também
se observa nos répteis. Nessas espécies, a fecundação faz-se pela sobreposição
da cloaca do macho sobre a cloaca da fêmea, o que permite a penetração dos
espermatozóides no interior do sistema reprodutor feminino. À fecundação,
geralmente segue-se o choco (ou incubação), período de cuidados intensivos com
os ovos, mantidos aquecidos pelo próprio calor do corpo. Este comportamento de
cuidado com a prole é chamado de cuidado parental. Em muitas espécies tanto a
fêmea quanto o macho realizam esta atividade.

O acasalamento

Para poderem acasalar, alguns machos têm cores muito vistosas na sua
plumagem. Esta plumagem colorida serve para atrair as fêmeas para poderem
fazer ninho e formarem uma ninhada. O Pavão tem uma cauda que levanta,
formando um leque de cores garridas e muito atraentes para as fêmeas.Outras
aves realizam danças a dois (macho e fêmea) quando pretendem acasalar. É o
caso do Ganso-patolas que mostra as suas bonitas patas azuis enquanto realiza a
sua dança.
A Abetarda também realiza uma espécie de dança para atrair a fêmea. Esta dança
tem o nome de “banho de espuma” pois parece realmente que a ave fica coberta
de espuma e muito maior.
Para atrair as fêmeas, a maioria das aves escolhe um local alto e seguro para
cantar. Os cantos e chamamentos das aves são muito diferentes uns dos outros,
podendo ser ouvidos a muitos quilómetros em redor.
Algumas aves acasalam para a vida inteira e fazem os seus ninhos sempre no
mesmo local, é o caso das Cegonhas, dos Mochos e das Corujas.

As aves são oviparas

Produzem-se por meio dos ovos, que variam em forma, tamanho e cor, segundo a
espécie. O ovo é protegido por um involutório calcário e poroso, a casca,
produzida no oviduto da fêmea. Em seu interior encontra-se a célula-ovo ou gema,
rodeada por uma substancia gelatinosa, a clara.

30
O desenvolvimento do ovo requer calor, que é proporcionado pelo corpo da mãe
ou dos dois progenitores durante o período denominado incubação. Os ovos das
aves, à semelhança dos ovos dos répteis, possuem uma casca calcária resistente
e porosa. Os anexos embrionários típicos dos répteis também estão presentes nos
ovos de aves: âmnio, cório, alantóide e saco vitelínico, este último bastante rico
em vitelo, a gema do ovo. A clara, cujo nome correto á albúmen, é acrescentada
ao ovo durante sua passagem pelo oviduto, via de saída do sistema reprodutor
feminino.

2.7 Ecologia e distribuição

São vertebrados que, em geral, possuem os membros anteriores transformados


em asas para voar. Assim sendo, conquistaram o meio terrestre e o meio aéreo.
As adaptações para o vôo incluem, além das asas: penas, membrana nictitante,
cerebelo desenvolvido, sacos aéreos, esterno com quilha, músculo peitoral
desenvolvido, ossos pneumáticos, esqueleto rígido (coluna vertebral, cinturas
pélvica e escapular fundida).O principal avanço das aves em relação aos répteis
reside em sua capacidade de controlar a temperatura do corpo, mantendo-a
constante, independente de variações ambientais: são vertebrados
homeotérmicos. A homeoterma garante as aves fácil adaptação aos mais variados
ambientes terrestres - nas zonas polares ou nos desertos, nas mais altas
montanhas dos Andes ou em cavernas privadas de luz, na selva amazônica ou
nas mais populosas cidades - tornando possível sua larga distribuição geográfica.
Além disso, a capacidade de voar permitiu a exploração do meio aéreo, ampliando
sua distribuição a praticamente todas as regiões da Terra.Têm dois pares de
membros: anteriores as asas e posteriores as pernas ou patas. As patas também
são adaptadas ao tipo de ambiente em que vive a ave.

2.8 Cores

Nas aves as cores são produzidas de quatro maneiras básicas:

Cores melânicas: Produzidas pela melanina, sintetizada pela ave nas células
dos folículos que formam as penas. Nesta categoria encontramos apenas as cores
:preto e marrom

31
Cores estruturais: provenientes de uma refração dos raios solares nas
estruturas ocas e cheias de ar das penas. O branco e o azul são cores
produzidas por este efeito da luz em câmaras de ar existentes na estrutura das
penas. A iridescência é o fenômeno da mudança de cores estruturais conforme a
aves se movimenta em relação à incidência do sol. É bem conhecido nos beija-
flores.

Cores provenientes de pigmentos vegetais: Cores obtidas através da


ingestão de pigmentos de frutos, sementes e folhas. Para manter as cores, estas
aves necessitam de determinados alimentos. Nesta categoria encontramos
o vermelho e o amarelo.

Cores combinadas: Utilizam uma combinação de fatores para se


manifestarem. O verde é uma cor que resulta da combinação de um pigmento
vegetal ingerido pela ave, mais um efeito de reflexão da luz nas penas. Dessa
forma. não há um "pigmento verde" puro entre as aves, mas uma combinação de
fatores que o determinam. Uma exceção é o pigmento turacoverdina encontrado
em algumas aves da África.

2.9 Os Ninhos

Os ninhos das aves têm formas extraordinariamente variadas. Tanto podem ser
pequenas saliências de saliva que se colam às paredes das grutas, longos túneis
que ocupam muitos metros de solo, como, no caso de algumas águias, pilhas
maciças de ramos que pesam mais do que um automóvel. Mas os familiares são,
sem dúvida, os ninhos em forma de taça funda, feitos por aves de regiões
arborizadas, sebes e quintas. Apesar da sua semelhança quanto à forma, os
pequenos pormenores destes ninhos identificam as suas obreiras com tanto rigor
como se de uma impressão digital se tratasse.

Teias de aranha como alicerce

Para fazer o seu ninho, um tentilhão estende primeiro fios de teia de aranha em
redor de um grupo de ramos bifurcados. Estes constituem o suporte do ninho.
Depois de se certificar de que a estrutura está firme, a ave constrói a taça com
musgo, líquenes e fibras vegetais, revestindo-a depois com penas e pêlos.
32

A recolha destes materiais de construção é uma tarefa árdua. Se por qualquer


motivo o tentilhão resolve achar o seu ninho pouco seguro, transporta os materiais
do ninho para um novo local, para evitar trabalho extra.

Penas em segunda mão

As penas são uma parte importante de muitos ninhos. Aves canoras como
rabirruivo, cujo ninho está aqui representado, recolhem penas que outras aves
deixaram cair, enquanto aves aquáticas e pernaltas recorrem às suas próprias
penas. Algumas aves pequenas, como os pardais, melhoram o abastecimento
natural, puxando penas do dorso de aves maiores.

Obra-prima em lama

Muitas aves que fazem o ninho em forma de taça utilizam lama como material de
construção, mas em muitos casos ela é aplicada em camada logo abaixo do
revestimento final de penas, pêlos ou palhas. O tordo comum é um caso raro,
porque utiliza a lama como único revestimento. A ave constrói uma parte exterior
sólida com tronquinhos e palha e depois espalha o revestimento semilíquido no
interior. Embora a lama constitua a maior parte da mistura, esta também contém
saliva e esterco de animais.
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Uma vez aplicado, o revestimento endurece. Mesmo depois de as aves terem


abandonado o ninho, ele pode resistir à chuva durante muitos meses.

3 Curiosidades

Animais famintos

As aves são animais muito ativos: o vôo exige um grande consumo de energia, e,
para produzi-la, elas comem muito. Os beija-flores, por exemplo, comem num dia
mais do que o dobro de seu próprio peso. Frutas, sementes, vermes, insetos e
pequenos vertebrados constituem as principais fontes de alimentação para as
aves. Mas existem espécies com gostos muito estranhos: umas se nutrem do
néctar das flores (beija-flores); outras (como alguns patos), de plâncton
(organismos aquáticos microscópicos); e há, inclusive, algumas que se alimentam
de cadáveres (como os urubus).

As aves têm bico freqüentemente robusto, destituído de dentes, por isso engolem
o alimento sem mastigá-lo. Esse alimento é recolhido numa espécie de saco
chamado goela ou papo, depois passa pelo primeiro estômago, chamado
glandular ou químico, provido de glândulas que produzem o suco digestivo. A
digestão prossegue, então, no segundo estômago, chamado moela ou estômago
mecânico, dotado de paredes muito musculosas, aí o bolo alimentar é triturado
pela rugosidade da superfície interna e chega ao intestino. Às vezes, as aves
engolem pedrinhas para facilitar o trabalho de trituração feito pela moela.

34

A melhor bússola do Mundo

Orientação é uma palavra-chave para todos os viajantes, mas neste domínio


quem mais impressiona são as aves. Capazes de percorrer milhares de
quilômetros de forma orientada, têm suscitado muitas questões ainda por
responder.

As aves reúnem indubitavelmente um conjunto de características que têm desde


sempre cativado a imaginação dos Homens. Destas características destacam-se
duas: a mestria do vôo e a capacidade de orientação. A conjunção destas duas
permite às aves efetuarem longas migrações anuais, regressando ano após ano
ao mesmo local. Mesmo muito antes de se conhecerem os mecanismos de
orientação das aves, já os homens tiravam partido desta capacidade. A utilização
de pombos correios para transmissão de mensagens era já uma prática corrente
na Roma antiga.

Esta capacidade de orientação tão fina não é, no entanto, exclusiva das aves.
Também alguns peixes conseguem após vários anos no mar, regressar ao exato
regato onde nasceram. Por sua vez, os homens desde cedo encontraram na
orientação um desafio fundamental, quando das suas viagens por terra ou mar.
Alguns povos, bastante virados para a vida no mar, como os Vikings, ou os Maori
do Pacífico Sul, desenvolveram um conhecimento bastante apurado dos astros
celestes que lhes permitia navegar com alguma segurança sem terra à vista. Os
povos nômades do deserto associaram ainda a este conhecimento um mapa
mental riquíssimo da paisagem em constante mudança que os rodeava. Mais
tarde, durante os Descobrimentos e para fazer frente ás dificuldades de viagens
de maior dimensão, os Homens desenvolveram e aperfeiçoaram instrumentos de
navegação, como a bússola, o sextante ou o astrolábio, sendo este último
inventado por Portugueses.
35

Com a ajuda destes instrumentos foram-se aperfeiçoando mapas, mas mesmo


assim os erros de navegação eram freqüentes. Cristovão Colombo acabou por
morrer convencido que encontrara efetivamente o caminho marítimo para a Índia,
quando afinal tinha chegado às Caraíbas.

Desde esta época até aos nossos dias, os sistemas de navegação evoluíram
muito. Atualmente, existem sistemas de posicionamento global por satélite (GPS)
cujo rigor é quase absoluto. O desenvolvimento destas tecnologias é o produto de
uma longa caminhada e não deixa de ser irônico que mesmo assim a fiabilidade
destes dispositivos seja por vezes inferior às capacidades naturais de outros
animais, que ao longo de milhões de anos têm cruzado os céus e oceanos do
planeta.

Para compreender a complexidade dos mecanismos de orientação das aves foram


necessários muitos anos. Efetivamente, uma das primeiras dificuldades consistiu
em apurar se as aves que voltavam ano após ano ao mesmo local eram de fato os
mesmos indivíduos, ou apenas outros da mesma espécie. Em 1803, Audubon
marcou a pata de um pequeno passeriforme (Sayornis phoebe) com uma fita de
seda e constatou que este regressou na primavera seguinte ao mesmo local. Esta
foi, provavelmente, uma das primeiras aves "anilhadas" da história e o princípio de
uma série de experiências que conduziram ao ainda escasso conhecimento de
que hoje dispomos nesta área.
36

Durante anos pensou-se que as aves possuíam um super sentido que lhes
permita orientarem-se nas condições mais adversas. Atualmente sabemos que o
que efetivamente possuem é a conjunção de uma série de sentidos apurados, que
em alternativa ou em conjugação lhes permite, por exemplo, encontrar uma
mesma árvore no meio de uma floresta, após um ano de ausência e milhares de
quilômetros de viagem.
Apesar das aves possuírem sentidos específicos para a orientação, é pela visão
que se guiam na maior parte das vezes. Naturalmente que esse tipo de
navegação exige não só um conhecimento prévio do local, como também
condições climáticas favoráveis. De uma forma geral, as aves miradoras procuram
seguir a linha de costa, ou cursos de água que lhes sejam familiares. A uma
escala mais reduzida, quando se aproximam do destino, o reconhecimento visual
da paisagem parece ser também preponderante para encontrar o local onde
nidificaram no ano anterior. Também a navegação apoiada na posição do Sol, ou
das demais estrelas e planetas, dependem da visão. Para além disso, para que a
posição do Sol possa revelar efetivamente uma direção é necessário saber em
que hora do dia nos encontramos. Experiências feitas em cativeiro revelam que as
aves podem compensar o movimento aparente do Sol, com uma percepção exata
do ciclo circadiano. Outra experiência levada a cabo na Antártida, com Pingüins de
Adélia que foram transportados para o interior do continente, provou que em dias
encobertos os pingüins se deslocavam ao acaso e em dias de sol na direção
correta, corrigindo a sua rota em 15º graus por hora em relação à posição do Sol.
Freqüentemente o disco solar está encoberto por nuvens mas, mesmo assim,
desde que haja uma parte do céu visível é possível para as aves, através da
polarização dos raios solares na atmosfera, prever a posição do Sol. A navegação
apoiada nas estrelas é aparentemente mais simples, uma vez que alguns astros,
como é o caso da Estrela Polar no hemisfério Norte se mantém ao longo da noite
com a mesma orientação. Mesmo assim, verificou-se através de experiências
feitas em planetários que diferentes espécies ou indivíduos se apóiam em
diferentes estrelas ou constelações.
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Estas estratégias de navegação estão fortemente apoiadas na visão. No entanto


algumas experiências efetuada com pombos correios, demonstraram que após
uma viagem de 170 Km eram capazes de encontrar o seu destino, mesmo com
lentes de contacto que não lhes permitiam ver para além de 3 metros.

A explicação para este fato pode estar na sensibilidade das aves para o
Geomagnetismo, ou seja, a mesma força que atrai as agulhas das bússolas para o
Norte. Durante as tempestades solares, quando existem perturbações no
magnetismo da Terra, verificam-se padrões aberrantes de migração. Também
algumas experiências revelaram que pombos com campos magnéticos criados
artificialmente em redor do seu pescoço não conseguiam em dias encobertos
encontrar o seu destino.

Também o olfato e a audição, embora não sendo sentidos muito apurados pelas
aves, podem em alguns casos desempenhar um importante papel na sua
orientação. Algumas aves marinhas desenvolveram um olfato apurado que lhes
permite encontrar o ninho durante a noite e recentemente descobriu-se que as
aves são sensíveis a ruídos de baixa freqüência, como o barulho das ondas, e
suspeita-se que esta possa também ser igualmente uma ajuda importante.
A aprendizagem tem um papel fundamental na potenciação destes sentidos
inatos. São geralmente aves mais velhas e experientes que lideram os bandos
durante as migrações. Numa experiência foram deslocadas centenas de
estorninhos, durante a sua migração da Escandinávia para o Reino Unido. Foram
trazidos da Holanda para a Suíça e quando libertados, os adultos corrigiram a sua
rota e prosseguiram em direção ao Reino Unido. Os jovens mantiveram a
orientação da rota inicial e terminaram em Espanha.

38

Os dados que se obtiveram com toda a investigação levada a cabo nas últimas
décadas ajudaram a compreender os mecanismos de navegação das aves, mas
efetivamente o que elas fazem vai muito mais além. Vejamos o caso de uma
Pardela que, nos anos cinqüenta, foi deslocada da sua toca numa ilha ao largo do
País de Gales para ser libertada a quase 5000 quilômetros do outro lado do
Atlântico, perto de Boston. Em apenas 12 dias regressou para a sua toca, tendo
inclusivamente chegado antes da carta que os investigadores tinham enviado para
o Reino Unido a avisar da libertação da dita ave. Para fazer este percurso foi
necessário, para além de conhecer o local do seu ninho e a orientação dos pontos
cardeais, conhecer a localização exata do ponto de partida.
O mecanismo pelo qual algumas espécies de aves conseguem localizar com
exatidão o ponto do globo em que se encontram, mesmo que nunca lá tenham
estado, permanece ainda obscuro. Apesar do rigor e precisão da capacidade de
localização e navegação de algumas aves, dos bilhões que anualmente migram
algumas acabam por se perder. Todos os anos, por exemplo, a Europa é visitada
por miradores Neárticos que se afastam das suas rotas no continente americano.
Mesmo assim, destas a maioria são aves juvenis ou imaturas e por isso menos
experiente.A dificuldade do Homem em apreender conceitos que não podem ser
experimentados pelos seus 5 sentidos lança um enorme desafio aos
investigadores, que incessantemente procuram respostas para este enigma.

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Migração das aves

Algumas aves mudam de região na época de inverno, à procura de regiões mais


quentes. O Brasil recebe muitas dessas aves.Parece evidente que um dos
factores relacionados com a migração das aves é o da abundância ou escassez
de alimento. Em muitas regiões do globo, a sua alimentação escasseia durante
certas épocas do ano. A maioria das aves morreria se permanecesse nestes
locais. É a situação verificada nas regiões com invernos muito rigorosos. Durante
esta época, as aves migram para regiões mais amenas com maior abundância
alimentar, retornando na Primavera quando o clima e os recursos alimentares lhes
são de novo favoráveis.Por sua vez, as espécies não migradoras são espécies
capazes de sobreviver com os recursos alimentares disponíveis nesta época. Com
a descida acentuada das temperaturas no Inverno, os insectos escasseiam; é por
esta razão que a maioria das aves insectívoras migram.

Barulhos Excessivos

A vocalização é um comportamento natural nos psitacídeos e serve para se


localizarem no bando. Na natureza essa vocalização é mais intensa ao amanhecer
e ao entardecer. Em cativeiro não é desejável essa gritaria, pois perturba o
sossego dos moradores e vizinhos. O som alto de eletrodomésticos (aspirador-de-
pó, liquidificador, rádio em volume alto, cortador-de-relva, etc.) estimula os gritos
nos psitacídeos. O comportamento agressivo e territorial pode levar a ave a gritar
excessivamente. A procura por atenção do dono e a ansiedade e medo pela
separação do dono são também causas de gritos barulhentos.

Técnicas corretivas

• Cobrir a gaiola por alguns minutos ou isolar a ave em um recinto da casa.

• Ignorar completamente a ave durante o período de gritaria (não olhar, falar


ou interagir com a ave).

• Eliminar o estímulo ambiental que está desencadeando a gritaria (desligar


equipamentos barulhentos, por exemplo).

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Sumário

1. Introdução p. 03 a 05

2. Desenvolvimento

2.1 Origem das Aves p. 05


2.2 Classificação p. 06 a 10

2.3 Outras ordens p.11 a 16

2.4 Anatomia interna p. 17

2.5 Asas p. 17 e 18

2.5.2 Pele p. 18

2.5.3 Ossos p.19

2.5.4 Pata p.19

2.6 Sistemas

2.6.1 Sistema Circulatorio p.20 e 21

2.6.2 Sistema Digestório p.21 a 23

2.6.3 Sistema Respiratorio p.23 a 25

2.6.4 Sistema Nervoso p.25 e 26

2.6.5 Sistema Nervoso Sensorial p.26 e 27

2.6.6 Sistema Urogenital (Sistema Reprodutor) p. p. 27 a 30

2.7 Ecologia e Distribuição p. 31

2.8 Cores p.31 e 32

2.9 Os Ninhos p.32 a 34

3.0 curiosidades p.34 a 40


3.1 doenças p. 41 a 43

3.1 Doenças

Gripe Aviária ou Gripe do Frango

A gripe aviária, também conhecida como gripe do frango, gripe dos pássaros ou
gripe asiática é uma doença típica das aves. Esta enfermidade, em função de
suas características, pode ser transmitida das aves para certas espécies de
mamíferos como, por exemplo, o gato doméstico e o ser humano. Até o momento,
existem poucos indícios de que a doença pode ser transmitida de humano para
humano. Esta enfermidade é causada pelo vírus influenza aviário H5N1 (da
mesma família dos vírus que provocam a gripe comum). A gripe aviária foi
identificada pela primeira vez no final do século XIX, na Itália. Na ocasião, ganhou
o nome de doença da Lombardia (região italiana). Porém, foi somente no ano de
1955 que ela foi descrita como uma doença provocada pelo vírus da família
Influenza A. As aves aquáticas são hospedeiras naturais deste tipo de vírus, não
apresentando sintomas. É no continente asiático, principalmente na China, que a
doença alastra-se com mais rapidez na atualidade. Em Hong Kong, no ano de
1997, 18 casos foram relatados, apresentando quadros graves de complicações
respiratórias. Neste caso, uma simples epidemia, causou a morte de 33% das
pessoas contaminadas, ou seja, um alto índice de mortalidade para uma doença.
Este fato tem levado as autoridades de saúde de diversos países a tomarem
precauções importantes, a fim de evitarem uma epidemia de grandes proporções.
O vírus também leva a morte rápida grande parte de espécies de aves. A maioria
dos animais morre 24 horas após o contágio. Muitos produtores de frangos,
gansos, patos e aves em geral podem perder toda a produção em questão de
poucos dias, caso as aves contaminadas não sejam identificadas e sacrificadas.
Os prejuízos comerciais e financeiros provocados por esta doença podem ser
altíssimos, inclusive prejudicando a produção de carne de aves e ovos no mundo
todo, em caso de uma epidemia de grandes proporções. O medo de que a doença
saia do continente asiático, espalhando-se pelo mundo é grande, pois o pato
selvagem, hospedeiro natural da doença, pode disseminar o vírus durante a fase
migratória. Esta espécie de pato é mais resistente a enfermidade e raramente
apresenta sintomas, fato que dificulta a identificação das rotas de transmissão.

Formas de contágio em seres humanos:

– contato direto com secreções de aves infectadas pelo influenza aviário


H5N1;

41

- através do ar;

- água, alimentos e roupas contaminadas

Sintomas da gripe aviária em seres humanos:

- febre alta

- dores musculares
- dificuldades e problemas respiratórios

- ressecamento da garganta

As pesquisas na área de medicina ainda não resultaram num remédio capaz de


curar uma pessoa com esta doença. Alguns remédios servem para diminuir a
intensidade da doença e evitar contágios. Várias vacinas estão em fase de testes
em diversos laboratórios espelhados pelo mundo.

Doenças Transmitidas pelos Pombos

São patologias causadas por pombos:

Criptococose:

doença causada pelo fungo Cryptococus neoformans. É transmitida pela inalação


da poeira contendo fezes secas de pombos e canários. Compromete o pulmão e
pode afetar o sistema nervoso central, causando alergias, micose profunda e até
meningite subaguda ou crônica. Seus sintomas são: febre, tosse, dor torácica,
podendo ocorrer também dor de cabeça, sonolência, rigidez da nuca, acuidade
visual diminuída, agitação e confusão mental.

Histoplasmose:

transmitida pela inalação do esporo do fungo Histoplasma apsulatum encontrado


em fezes secas de pombos e morcegos. Causa uma micose profunda e seus
sintomas variam desde uma infecção assintomática até febre, dor torácica, tosse, mal
estar geral, anemia, etc. É uma doença que vai depender do estado de saúde do
indivíduo, podendo assim se desenvolver ou não.

42

Salmonelose:

causada pela ingestão de ovos ou carne contaminados pela bactéria Salmonella sp


presente nas fezes de pombos e outros animais. Gera uma toxinfecção alimentar com
sintomas como febre, diarréia, vômitos, e dores abdominais. Suas fezes, em contato com
alimentos como verduras, frutas, podem acarretar nessa doença.

Ornitose:
também conhecida como psitacose, é transmitida por via oral por meio da poeira
contendo as fezes secas de aves (pombo, arara, papagaio, perus) e infectadas pela
Chlamydia psittaci. O indivíduo infectado pode apresentar febre, vômito, calafrio, mialgia,
tosse, cefaléia, acompanhados por comprometimentos das vias aéreas superiores e
inferiores. Essa doença é oportunista, isto é,depende do estado de saúde do indivíduo.

Dermatites:

parasitose causada pelo piolho do pombo (ácaros, Ornithonyssus sp.), que provoca
erupções na pele e coceiras semelhantes às de picadas de insetos.

Alergias:

ocasionadas pela inalação de penugens de pombos ou de um ar rico em poeira das fezes


dos pombos. Pode causar rinites, ou crises de bronquite em pessoas sensíveis.

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