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Editorial
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Expediente
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Expediente
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Redação Brasil
Vanessa Ornella Capa
Leonardo Da Vinci, S. João Baptista
Direção de Arte (detalhe), c. 1513-1516. Óleo sobre
Carolina Vigna-Marú madeira, 69x57 cm. Musée du
Louvre, Paris.
ISSN
1679-7922
Imagens
Impressão (8) Fotografias de Vania Toledo
Barra Quatro (1) Lan, ilustração inédita
(6) Lan
Tradução do italiano
Silva Debetto Cabral Reis
Assinaturas
Projeto gráfico original italiano Informações sobre assinaturas:
Franco Maria Ricci info@nextbrasil.com.br
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Sumário
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número 2, 2004
Metáforas Organizacionais
Jorge Luis Borges A rosa de Paracelso 8
I PARTE: EM FOCO
Trabalho, Organização e Economia
Paulo Bertone Marketing não sobrevive sem endomarketing 12
André Midani Poder egocêntrico / Poder responsável 18
Eduardo Rozenthal A Gestão do Conhecimento:
Inovação e Novas Práticas de RH 25
II POT-POURRI
Valor Cultural
Marina Colassanti Porque nos perguntam se existimos 34
Case History
Angela Coutinho Análise e Reforma Institucional - O Testemunho
de um Percurso 44
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Sumário
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O Prazer do Olhar
Carolina Vigna-Marú Da Mundi 58
Cristina Nascimento Poderes 63
Curta Metragem
Laura Innocenti O melhor de Wired 76
O Prazer do Olhar
Lan Entrevista exclusiva 78
V PARTE: MONOGRAFIA
Giusi Miccoli A Desorientação 103
Pasquale Gagliardi A Supremacia das Profissões 106
Chris Meyer O Blur dos Blur: A convergência
entre informação, biologia e business 116
Fulvio Carmagnola Por uma estética impura 119
Washington Olivetto A dúvida como estética 128
Antonio Calabrò A governança da desorientação 136
Giuseppe O. Longo A desorientação na ciência 153
Paolo Branca O confronto das civilizações 165
Massimo Cacciari O conflito que gera identidade 177
Mario Unnia Wargames para uma clonagem 186
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Metáforas Organizacionais
A rosa de Paracelso
Jorge Luis Borges
De Quincey Writings, XIII, 345
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Metáforas Organizacionais
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Metáforas Organizacionais
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Metáforas Organizacionais
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Trabalho, Organização e Economia
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Trabalho, Organização e Economia
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Trabalho, Organização e Economia
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Valor Cultural
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gico diferenciado para falar e eu sei hoje que quem está fa-
ler, esse mecanismo não atue zendo a pergunta não é esse
no ato de escrever. alguém – indivíduos não fazem
Seria de se esperar que, depois perguntas dessa forma tão si-
dessas descobertas, a pergunta métrica e uníssona. Quem está
passasse para outro patamar. perguntando é a sociedade. E a
Não passou. Pior ainda, com o essa altura, já tenho elementos
aumento da presença feminina para crer que a sociedade não
no mundo literário, está sendo quer de fato saber se existe uma
repetida com maior freqüência. literatura feminina. O que ela
É na permanência que a per- quer é colocar em dúvida a sua
gunta continua cumprindo sua existência. Ao me perguntar,
função. Sua função não se alte- sobretudo a mim, escritora, se
rou. A função de uma pergunta o que eu faço existe realmente,
que está em busca de resposta está afirmando que, embora
cessa quando a resposta é ob- possa existir, sua existência
tida. Mas se a função de uma é tão fraca, tão imperceptível,
pergunta não cessa apesar das que é bem provável que não
respostas, devemos procurar exista.
em outro lugar sua verdadeira Aquilo de que se duvida está
função. em suspeição. Está em suspen-
Se eu disser “esse copo é de são. Enquanto a pergunta for
vidro”, eu o confirmarei copo aceita, a dúvida estará sendo
e vidro. Mas se eu perguntar aceita com ela. E a nossa lite-
“esse copo é de vidro?”, es- ratura, a literatura das mulhe-
tarei levantando uma dúvida. res, estará suspensa, no limbo,
Vocês que não têm o copo na num espaço intermediário entre
mão, que estão meio distantes o paraíso da plena literatura e
dele, se perguntarão se ele não o inferno da não-escrita. Mas,
é de plástico. E se alguém dis- sobretudo, estará num espaço
ser “sim, é de vidro”, e então, que, não sendo o seu verda-
eu perguntar com ar de dúvida, deiro, só pode ser o espaço do
“mas é de vidro mesmo?”, es- plágio, do decalque. Um espaço
tarei plastificando esse copo de claramente localizado atrás do
vidro para muita gente. espaço literário já reconhecida-
Quando alguém me pergunta se mente existente, o masculino.
existe uma literatura feminina, A pergunta, feita infalivelmen-
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Case History
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O Prazer do Olhar
Da Mundi
Carolina Vigna-Marú
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O Prazer do Olhar
Poderes
Cristina Nascimento
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Bits & Bites
Parangolé Brasil
Hernani Dimantas
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Bits & Bites
p r o j e t o s i m p o r t a n t e s . Te m (Notas)
d e s a b e r c o n v e r s a r, p o i s a 1
GNU [http://www.gnu.org] e Open Source
voz humana tem o poder de Initiative [http://www.opensource.org]
transpor as maiores barreiras. 2
A criptografia é tratada com segurança máxima
O ser humano está se trans- nos EUA. E, até algum tempo atrás, não podia
formando. Está catalisando as ser exportada. Atualmente, apenas algumas
informações. O conhecimento chaves criptográficas mais fracas podem ser
está fervendo na rede. comercializadas com outros países.
Na minha opinião, a solução 3
Richard Stallman [http://www.stallman.org/]
está na disseminação do aces- 4
Eric Raymond, presidente da Open Source
so. Talvez esta seja a melhor Initiative [http://www.opensource.org]
oportunidade de levar infor- 5
mação a todos os brasileiros. Esther Dyson [www.edventure.com]
Construir escolas, bibliotecas 6
Linus Torvalds, criador do sistema operacional
e toda a infra-estrutura para Linux
a catalisação do conheci- 7
Tim Berners-Lee, criador da WEB
mento é muito mais caro do [http://www.w3.org/People/Berners-Lee/]
que prover acesso de banda 8
Apache: servidor de web criado por Brian
larga e wi-fi 13 e promover um Behlendorf [http://www.apache.org/]
verdadeiro projeto de inclusão 9
Comitê de Incentivo e Produção de Software
digital. Acredito que, assim, GNU e Alternativo [www.cipsga.org.br]
podemos vencer o gargalo da 10
educação. Rau Tu [http://rautu.cipsga.org.br/]
Estamos sentindo esta mu- 11
Grupo de Argumentação para o Software Livre
tação. As vozes das pessoas [http://www.gasli.tk]
estão cada vez mais altas. As 12
Quilombo Digital – Grupo de
pessoas sabem que precisam Estudo dos Aspectos Éticos, Políticos e
se desvelar. Mostrar a cara Filosóficos Relacionados ao Software Livre
para a vida. Gritar, se revoltar, [http://www.quilombodigital.org]
mas, principalmente, partici- 13
Placa que permite conexão sem fio
par. Estamos inseridos em um
momento histórico, um enorme
Hernani Dimantas é coordenador do projeto w
movimento de colaboração.
Brasileiros e Brasileiras, esta ww.marketinghacker.com.br, autor de Marketing
é a nossa chance de protago- Hacker: a revolução dos mercados e colaborador
nizar a nossa história. em Software Livre e Inclusão Digital.
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Curta Metragem
O melhor de Wired
Laura Innocenti
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Curta Metragem
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que era uma doçura não. Lá, pes- dar a sua palavra de honra, de
soas sumiam do mesmo jeito que amigo, de que não vai falar so-
em outros países. Então o gover- bre nossa conversa a ninguém, a
nador diz: “Já entendi o que se não ser que eu peça ou o chame
passou. Sou seu muchacho e seus como testemunha. Eu não sou
companheiros com certeza estão mais governador. Simplesmente
fazendo gozação.” Ao que eu re- porque le están moviendo el piso
truco, aliviado: “É isso aí, gover- a Perón” – nunca vou esquecer
nador, o que eu poderia fazer?” da expressão: “estão puxando o
“Está bem, está perdonado, está tapete de Perón”. “E um deles
perdonado. Vamos para minha é o ministro da Marinha. Eu sou
casa que quero apresentar-lhe a peronista, mas sou militar. E,
minha filha, que tem 15 anos e para poder chegar a Perón, tenho
toca piano para que você me diga de pedir licença ao ministro da
o que acha.” O governador tinha Marinha para ter uma audiência
orgulho da filha dele. com o presidente.” E então me
Resumindo: fizemos uma amiza- deu o nome de cinco dos generais
de maravilhosa. Ele me convidou e almirantes que vieram a derru-
para a viagem inaugural do en- bar Perón em 1955. Isso foi em
couraçado Del Gran à Terra do 1952 e eu tinha o nome de todos
Fogo, aquele mesmo que os in- eles. Danusia, Arrambulo, Rojas,
gleses afundaram na Guerra das e agora não me lembro mais.
Malvinas. Fiquei 15 dias com ele IB: Você soube do golpe que der-
na Terra do Fogo. rubou Perón três anos antes?
Sempre que ele chegava a Lan: Três anos antes. Nos despe-
Buenos Aires a primeira coisa dimos e eu vi Castaño mais umas
que fazia era me telefonar. Nos duas vezes. Depois disso, logo
encontrávamos sempre em um após a morte de Evita, resolvi
café entre Sarmiento e Casal, viajar. Eu estava muito cansado.
perto do jornal. Aí, em janeiro Estava cansado também porque
de 1952, ele me telefona e diz: não há como juntar uma boemia
“Hoje, mais do que nunca, pre- desvairada a sete empregos de
cisamos nos encontrar. Eu tenho primeira categoria. E foi assim
uma coisa para lhe falar.” E aí, que eu resolvi tirar férias até a
quando nos encontramos, per- saúde melhorar, seguindo o se-
guntei: “Bom, do que se trata?” guinte itinerário: Rio de Janeiro,
E ele: “Antes, você tem de me Nova York, New Orleans, Los
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tinua vivendo numa boa, com que recusei, mas como ela fazia
alto astral. Uma vez, uma moça questão que eu sentasse, eu dis-
me disse: “Mas, Lan, você não se: “Não faça questão. Eu ainda
é tão baixinho assim!”, ao que não atingi essa idade. Ninguém
respondi: “Bom, você é que está diz que tenho 59 anos, mas a
dizendo que esse personagem verdade é que isso é o desgaste
sou eu. Mas deve ser, porque de uma vida de boemia, muita
todo mundo está achando que bebida, muita noitada, muita
é meu alter ego. É provável. Ele coisa! Olha, é por isso que estou
gosta de mulher, é Flamengo e estropiado, por isso a senhora
Portela, logo...” A baixa estatura pode continuar sentada!” Ela
reflete justamente as limitações ficou olhando para minha cara o
da terceira idade. tempo todo e eu, sério.
IB: Que limitações? IB: O senhor nunca teve vontade
Lan: Não adianta você se sentir de escrever?
jovem e pensar que nada mudou, Lan: Eu não. E agora não posso
não pensar na morte, na idade, escrever porque não enxergo
em nada disso, se, quando entra muito bem nem mesmo o papel.
no metrô, as pessoas lhe cedem Eu já não consigo ler. Quem lê o
um assento nos bancos amarelos. jornal para mim é minha mulher.
Na verdade, a minha juventude Cinema legendado, nem pensar!
está só na cabeça. Eu sou um Tenho de assistir cinema dubla-
velho paquerador, naturalmente. do, que é um horror!
Aliás, hoje em dia eu tenha um IB: Já pensou em se submeter a
olhar seletivo: só olho pra mu- uma dessas cirurgias oftálmicas
lher. Os homens passam todos com laser?
transparentes. Vocês só existem Lan: Não, o meu caso é irreversí-
aqui porque não tem mulher al- vel. Já fui aos melhores médicos
guma no recinto, senão já seriam do Brasil. É um desgaste natural
transparentes. da idade. Afinal de contas, usei
Dia desses, no metrô, eu vi uma estes olhos por 58 anos em cima
mulher sentada em um banco de um papel em branco que,
amarelo, sabe aquelas gostosas para piorar, reflete a luz. Um
assim, de saia curta? Eu fiquei desgaste muito grande. Mas es-
olhando para ela, aí ela se le- tou conseguindo trabalhar, então
vanta e diz: “O senhor pode se tudo bem. Agora, me chateia eu
sentar.” Eu fiquei tão pau da vida não poder me guiar mais. Vendi
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