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Em 2005 aconteceu o I Festival Alagoano de Fotografia e Filme Etnográficos. O I e o II Encontro de
Antropologia Visual em Alagoas foram realizados respectivamente em 2005 e 2007 em Maceió, contando
com a participação de inúmeros antropólogos que trabalham no campo da Antropologia Visual brasileira.
imagísticos dentro da linha de pesquisa Rituais e Performance do AVAL, focalizando o
fenômeno contemporâneo de neoxamanismo2.
Mas, foi através da pesquisa Especialistas Indígenas em Alagoas: Registros
Fílmicos, que contou com financiamento da Fundação de Amparo a Pesquisa no Estado
de Alagoas/FAPEAL entre 2004 e 2005, quando pesquisas de campo desenvolvidas
entre os grupos indígenas em Alagoas deram início à instalação e montagem do
laboratório AVAL. Essa pesquisa contou com apoio do programa PIBIC-UFAL através
de bolsa de iniciação científica para Juliana Barretto, bem como bolsa FAPEAL de
iniciação científica para Ana Laura Loureiro Ferreira. A foto abaixo ilustra um
momento durante entrevista que realizava com Sr. Cícero França, cacique entre os
Xucuru-Kariri da aldeia Cafurna de Baixo, quando Juliana Barretto filmava utilizando
câmera Mini-DV, e Ana Laura Loureiro Feereira, fazia esse registro com câmera
fotográfica digital.
Foto 1: Entrevistando Sr. Cícero França, Xucuru-Kariri Cafurna de Baixo, Palmeira dos
Índios, 2005 (autoria: Ana Laura Loureiro Ferreira,).
Essa pesquisa, desenvolvida entre os xamãs, foi muito rica por termos mapeado
xamãs (rezador, rezadeira, curandeiro, curandeira, pajé) que são aqueles que nas áreas
indígenas trabalham com a saúde, utilizando conhecimentos tradicionais. Nessa
pesquisa, constatamos que xamanismo praticado nesses grupos indígenas é um
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São as seguintes linhas de pesquisa que hoje compõem o AVAL: -Antropologia Visual, -Antropologia
do Corpo e da Medicina, -Etnologia Indígena, -Grafismos Rupestres e -Rituais e Performance.
instrumento de comunicação entre indivíduos e seres espirituais que envolvem
conhecimento religioso e médico, ao mesmo tempo em que é uma matriz de relações
interétnicas estabelecidas entre esses grupos, bem como entre índios e não-índios.
Foto 4: Baiôca, olhando para foto de sua mãe. Ela é a “Mãe” dos Kariri-Xocó.
Foto 6c Foto 6d
Nessa série, D. Maria Velha esta realizando um ritual de Reza para Arcas Abertas em Sr. Adalberto
(fotos 7a, 7b, 7c e 7c: D. Ma. Velha Rezando para “Arcas Abertas”):
A pesquisa Atlas das Terras Indígenas em Alagoas foi realizada entre os anos de
2005 e 2007, contando com financiamento do CNPq, bolsistas PIBIC e em torno de 10
estudantes de graduação. Os seguintes profissionais trabalharam nessa pesquisa,
realizando pesquisas de campo e reunindo dados etnográficos imagísticos: a equipe, sob
minha coordenação, foi composta por Siloé Amorim (Doutorando em
Antropologia/UFRGS), Christiano Marinho (Mestre em Antropologia), Aldemir Barros
da Silva Jr. (Mestre em História Social), Scott J. Allen, (Ph.D. Antropologia) Celso
Brandão (Especialista em Uso de Imagem em Ciências Sociais, Cineasta e
Fotógrafo/UFAL), e estudantes de graduação – Ciências Sociais, História, Comunicação
Social . Como consultores participaram João Pacheco de Oliveira, LACED/MN/UFRJ e
Marcondes Secundino, FUNDAJ.
Foto 12: Pajé Avelino cantando toré em sua residência, em agosto de 2005 (autoria: Celso
Brandão)
Foto 14: Toré coletivo durante a festa de aniversário a data de ressurgimento em novembro de
2005. ( autoria: Ana Laura Loureiro)
Foto 15: Cacica Nina em entrevista ao AVAL em março de 2006. (autoria Siloé Amorim)
Imagens entre os Geripancó:
Foto 16: Varal nos fundos de uma casa no núcleo Poço de Areia com coberturas de praiás.
(autoria: Aldemir Barros)
Foto 17: Brincadeira dos Praias na festa de fundação do terreiro no núcleo Figueiredo.
(autoria: Aldemir Barros)
Entre os Kalancó:
Foto 18: Pajé Kalancó Seu Antônio com sua esposa na fotografia exposta na parede de sua
residência ( autoria: Juliana Barretto)
Foto 19: Família Kalancó, Dona Joana, Seu Pedro e netos paramentados. (autoria: Siloé
Amorim).
Entre os Karapotó:
Foto 20: D. Marciana mostrando a vassourinha, erva usada na realização de curas para mau-
olhado, 2005 ( autoria: Ana Laura Loureiro)
Entre os Kariri-Xocó:
Entre os Karuazu:
Foto 23: Casa dos Homens, local sagrado onde ficam guardados os praiás. ( autoria: Juliana
Barretto)
Foto 24: Pajé Karuazú Seu Antônio pintado para a Queima do Cansanção,momento da festa do
Imbu em que os índios dançam toré com ramos de cansanção nas costas em março de 2006. (
autoria: Juliana Barretto).
Entre os Koiupanká:
Foto 25: Altar da casa de Dona Iracema, índia Koiupanká, mãe do cacique. ( Autoria:
Siloé Amorim)
Foto 26: Altar localizado no topo do cruzeiro Koiupancá. ( autoria: Juliana Barretto)
Entre os Tingui-Botó|:
Foto 27: Seu Tibi, curandeiro da área Tingui-Botó. ( autoria: Christiano Barros)
Foto 28: Artesanato Tingui exposto no Museu da Aldeia (autoria Ana Laura Loureiro)
Entre os Wassu:
Entre os Xucuru-Kariri:
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Essa publicação não foi concluída devido às dificuldades de mapeamento das áreas e atualizações
necessárias.
Quadro sobre as Etnias Indígenas em Alagoas e Sergipe de acordo com Índice Populacional,
Situação Jurídico-Administrativa das Terras Indígenas (em 2005):
Wassu Wassu-Cocal (2.758 ha) Joaquim Gomes-AL 2.251 Tradicional, Homologada em 1992
Xocó Ilha de São Pedro e Porto da Folha-SE 320 Tradicional, homologada em 1991
Caiçara (4.316,77 ha) (Decreto n. 401 de 24/12/91)
Xucuru-Kariri -Fazenda Canto: Palmeira dos Índios-AL 1.221 Tradicional, apesar do território ter
276,54 ha (pop.498) sido identificado em 15.135 ha, o
-Mata da Cafurna: Relatório de Identificação e
Total de 309,8 ha: Delimitação não foi conluído.
117,8 ha doados pela As diferentes terras que os Xucuru-
prefeitura municipal; 22 Kariri ocupam hoje são, na sua
ha adquiridos pela maioria, áreas de ocupação
FUNAI em 1987, 170 tradicional, mas adquiridas seja
ha ganho em disputa através da compra (Fazenda
jurídica em 1995. Canto/SPI, Boqueirão, Capela e Serra
-Cafurna de Baixo: do Amaro/FUNAI); doação (terra de
11,88 ha (pop. 193) 117,8 ha na Mata da Cafurna), ou
-Coité: 4,62 ha tratam-se de terras dominiais
(pop.197) indígena, quando há uma ocupação
-Serra do Amaro: efetiva de índios (Cafurna de Baixo,
-Boqueirão: 484 ha Coité, Serra do Amaro) em áreas de
(pop. 20) ocupação imemorial.
-Capela: 520 ha,(p. 30)
Atualmente, a pesquisa “Monitoramento sócio-ambiental das áreas indígenas no
estado de Alagoas,” coordenada pelo professor Evaldo Mendes da Silva/UFAL vem
sendo desenvolvida nas áreas indígenas em Alagoas, contando com a minha
participação e do professor Pedro Nascimento/UFAL, bem como envolvendo 10 alunos
de Ciências Sociais. Alem de focalizar questões sócio-ambientais, esse projeto de
extensão tem como objetivo fazer um levantamento histórico desses grupos, bem como
organizar e ampliar todo acervo existente sobre índios em Alagoas (documental,
bibliográfico, etc.).
Nesse projeto consta que:
A idéia é constituir e alimentar continuamente um banco de dados
quantitativo e qualitativo que incluirá a pesquisa em fontes histórico-
documentais, o registro visual, o levantamento de dados sobre a situação
das escolas, alunos e professores indígenas, as condições de acesso à
saúde, ao atendimento médico e hospitalar e as condições sanitárias e
ambientais (uso do solo e dos recursos naturais). A intenção é que esses
dados possam servir de subsídios para fundamentar a reivindicação da
população indígena por melhoria na sua qualidade de vida (SILVA
2009:4).
FERREIRA, Ana Laura Loureiro. “Índio Tem que Ter Ciência”: Imagens, Xamanismos
e Identidades Indígenas. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a no
Bacharelado em Ciências Sociais, ICS, Universidade e Federal de Alagoas. 2007.