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BARDlN, L. (1977). Análise de conteúdo.

Lisboa: edições, 70, 225

MÉTODO

(P.95)

As diferentes fases da análise de conteúdo, tal como o inquérito sociológico ou a


experimentação, organizam-se em torno de três pólos cronológicos:

1) a pré-análise;

Geralmente, esta primeira fase possui três missões: a escolha dos documentos a serem
submetidos à análise, a formulação das hipóteses e dos objectivos e a elaboração de
indicadores que fundamentem a interpretação final.(P.95)

A pré-análise tem por objectivo a_ organiz~çao

à exploraçao sistematica dos documentos.

" Regra da representatividade. A análise pode efectuar- -se numa amostra desde que o
material a isso se preste. A amostragem diz-se rigorosa se a amostra for uma parte
representativa do universo inicial. Neste caso os resultados obtidos pará a amostra serão
generalizad~s ao todo.(P.97)

2) a exploração do material;

Se as diferentes operações da pré-análise foram convenientemente concluídas, a fase de


análise propriamente dita não é mais do que a administração sistemática das decisões
tomadas. Quer se trate de procedimentos aplicados manualmente ou de operações efectuadas
pelo ordenador, o decorrer do programa completa-se mecanicamente. Esta fase, longa e
fastidiosa, consiste essencialmente de operações de codificação, desconto ou enumeração, em
função de regras previamente formuladas ( cf. capítulo seguinte). (P.101)

3) o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação.

am respeito a outras descobertas inesperadas. Por outro lado, os resultados obtidos, a


confrontação sistemática com o material e o tipo de inferências alcançadas, podem servir de
base a uma outra análise disposta em torno de novas dimensões teóricas, ou praticada graças
a técnicas diferentes
(p.102)

A CODIFICAÇÃO

Tratar o material é codificá-lo. A codificação corresponde a uma transformação - efectuada


segundo regras precisas- dos dados brutos do texto, transformação esta que, por recorte,
agregação e enumeração, permite atingir uma representação do conteúdo, ou da sua
expressão, susceptível de esclarecer o analista acerca das características do texto, que podem
servir de índices, ou, como diz O. R. Holsti 103

A organização da codificação, compreende três escolhas (no caso de uma análise quantitativa
e categorial): - O recorte: escolha das unidades; - A enumeração: escolha das regras de
contagem; - A classificação e a agregação: escolha das categorias

filme, um artigo, uma emissão, um livro, um relato), por vezes serve de unidade de registo,
desde que possa ser caracterizado globalmente e no caso de análise rápida. Também é
possível tomar como unidade de registo a resposta (a uma questão aberta) ou a entrevista,
com a condição de que a ideia dominante ou principal, seja suficiente para o objectivo
procurado. Na realidade, a unidade de registo existe no ponto de intersecção de unidades
perceptíveis (palavra, frase, documento material, personagem físico) e de unidades semânticas
(temas, acontecimentos, indivíduos), embora pareça difícil, mesmo existindo recobrimento,
procurar fazer-se um recorte de natureza puramente formal, na maioria das práticas, pelo
menos na análise temática, categorial e frequencial (aquela que nos serve de base neste
capítulo).

III A CATEGORIZAÇÃO (p.117)

A categor·ização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto,


por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o género ( analogia), com os
critérios previamente definidos. As categorias, são rubricas ou classes, as quais reunem um
grupo de elementos (unidades de registo, no caso da análise de conteúdo) sob um título
genérico, agrupamento esse efectuado em razão dos caracteres comuns destes elementos.
P.117

A categorização, é um processo de tipo estruturalista e comporta duas etapas: " O inventário:


isolar os elementos. " A classificação: repartir os elementos, e portanto procurar ou impôr uma
certa organização às mensagens 118

A categorização tem como primeiro objectivo (da mesma maneira que a análise documental),
fornecer, por condensação, uma representação simplificada dos dados brutos. 118

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